Bom, eu aqui de novo x]

Estava em dúvidas entre postar ou não, mas uma amiga falou q eu deveria, então postei rs

Estou sem muito tempo, por isso, estou escrevendo muito menos. E penso em reescrever Toque Para Mim e Reedemer... Bah, ninguém vai ler isso mesmo xD

Sooo...

Enjoy dear x]

- Acho que ele não vem essa noite. – comentou Yafusa. Seus longos cabelos azulados balançavam pela força do vento. Ele ajustou seu longo sobretudo cinza. – Está esfriando. – resmungou. Não vestia uma blusa por debaixo do casaco, deixando seu peitoral nu para os ventos frios daquela noite de inverno.

- Ele vem. – respondeu sua parceira, Natsuki. Ao contrário de Yafusa, vestia uma blusa negra por debaixo do sobretudo negro e coturno de cano longo combinado com as calças também negras e o casaco impediam que o fria chocasse com sua pele.

- Como tem tanta certeza? Já passou da meia noite, acho difícil ele vir. – comentou com desdém. Olhou para baixo onde não se via uma alma viva. Entediado, virou-se e caminhou pelo telhado do prédio.

- Yafusa! Fique quieto. Ele vem, tenho certeza porque a chance é muito grande para ele ignorar.

- Você fala como uma predadora experiente. – ele sorriu, provocando.

Ela levantou e ficou a olhar para baixo, um sorriso satisfeito em seus lábios. Tirou uma Desert Eagle prateada do coldre debaixo do sobretudo e virou-se para Yafusa.

- Eu caço demônios desde antes de aprender a falar, então sim, sou uma predadora experiente.

O sorriso no rosto de Yafusa espelhou o de Natsuki e ele saltou, se perdendo de vista no céu escuro. Ela virou e passou a observar o prédio em frente, em especial uma das janelas. Apontou a arma e atirou. Uma luz prateada meio azulada saiu do cano da arma.

Um grito ensurdecedor ecoou pela noite quando uma enorme criatura meio achatada se desprendeu do prédio e caiu no chão se contorcendo. Yafusa voltou a aparecer e entrou pela janela do quarto que estava sendo vigiado e ela pulou pousando facilmente no chão, como se não tivesse pulado de um prédio de mais de 15 andares.

A criatura ainda se contorcia, seu corpo achatado e branco balançando numa dança dolorosa, sua cabeça de maior largura pendia para trás e seus muitos olhos observavam dolorosamente a ferida que ainda brilhava e lhe trazia tanta dor.

- Eu sabia que você viria. Tsc. – ela caminhava lentamente. Balançava Desert Eagle despreocupadamente e olhava divertida a criatura.

- Você. – sua voz era aguda e em eco.

- Sim, Eu.

- Não vai conseguir. Pandemonium irá renascer e esse mundo se destruído pelas mãos dele e...

- E eu me arrependerei e blá blá blá. Já ouvi essa besteira não sei quantas vezes e sempre termina do mesmo jeito... – ela sorriu.

- Com a essa risada? – E ele riu, se sentindo vitorioso.

Ela fechou os olhos e respirou fundo, o sorriso nunca deixando seu rosto.

- Não, termina assim. – com um movimento rápido da Desert Eagle outra bala jazia cravada no meio da testa da criatura,entre seus dois maiores olhos, e ela caiu, imóvel no chão.

- Tsc. Eu poderia estar dormindo agora... – virou-se e pôs-se a caminho de casa. Yafusa lidaria com a família depois.

O corpo do demônio pouco a pouco ia se desfazendo em luzes verdes e desaparecendo no ar.

--

O telefone tocava sem parar. O seu som ecoava pela casa de aparência abandonada, de fato, muitos achavam que era.

- Atende, Yafusa. – veio o sussurro meio embolado e com voz de sono.

O homem suspirou. Largou o jornal que lia na mesa junto ao café e lentamente caminhou até o telefone, odiava bancar a secretária. Olhando para a figura adormecida no sofá com um livro no peito, atendeu.

- Alô. – sua voz grossa e meio rouca soava em perfeita harmonia.

- A-lô... Desculpe incomodar. – era uma voz de uma garota nervosa que falava rápido – Precisamos de alguns serviços.

- Yafusa ao seu dispor, no que podemos ajudar? – respondeu mais animado que outrora. Pegou um dos livros perto do telefone e jogou na figura adormecida que se assustou e rolou para o chão.

Natsuki levantou com raiva, fuzilando Yafusa com o olhar.

- Que diabos...?!

- Trabalho. – apontou para o telefone.

- Droga, precisava me acordar?

- Shhh... Ela está falando.

Ele ouvia atentamente os apelos da jovem, suas sobrancelhas juntas em uma pose de concentração.

Natsuki suspirou, era inútil agora. Arrastou-se até a mesa onde jazia uma xícara meio quebrada de café e torradas. Tomou o café num só gole e comeu as torradas rapidamente. Sentou-se na cadeira velha que rangia e começou a ler o jornal.

- Não se preocupe... Iremos até você o mais rápido possível... Amanhã? Sim, perfeito. ... De quanto?... Tem certeza? O pagamento será esse valor mesmo?

Sua atenção atraída, Natsuki olhava curiosa seu parceiro conversando.

- Cer-certo. – ele gaguejou. Yafusa nunca gagueja. – Amanhã estaremos ai.

O telefone voltou ao gancho. O homem ficou parado por um tempo abstraindo a informação.

- Yafusa?

- Vamos indo. Temos que dirigir muito se quisermos chegar lá amanhã.

- Do que se trata?

Ele se virou, sério. Seus olhos vermelhos sombrios.

- Soul Eaters. Um grupo deles.

- Impossível. Soul Eaters trabalham sozinhos, desprezam outros.

- Eu sei. O que me leva a acreditar que...

Ela levantou-se. A cadeira indo ao chão.

- Um líder em comum. Abigail.

Ele assentiu.

- Onde temos que ir?

- WindBloom. Então leve uma troca de roupas, não podemos entrar assim.

- Droga, belo lugar para eles se esconderem. Exatamente onde não podemos andar livremente.

- Aquele maldito certamente planejou bem.

- Estaremos de mãos atadas, Yafusa. Será bem complicado...

- Eu te falei quem nos ligou? É a nova secretária de Yamada.

- Yamada tem uma secretária?

- Agora tem. – ele riu – De acordo com ele, as autoridades de WindBloom estão extremamente preocupadas pelo fato de todos os mais cruéis e hediondos crimes estarem sendo cometidos por seres não-humanos. Ele procurou fazer pesquisas por conta própria e descobriu que os possíveis culpados estão na bem falada Fuuka Gakuen, já te comentei sobre, se lembra?

- E por que ele não vai até lá e descobre?

- Por que seja quem for a forma que Abigail tomou é bem influente na escola e com a princesa, ambos negam que é possível haver um demônio lá... A pobrezinha está sendo manipulada por ele, com certeza.

- A Diretora?

- Ela deu permissão para uma operação secreta, se me entende. E como Yamada já é bem conhecido, ele nos contatou.

- Ai ai – ela levantou a cadeira, sentando-se nela em seguida – Que dor de cabeça.

- É meio complicada a operação, mas garanto que o pagamento valerá a pena.

- Tanto assim, é? – levantou a sobrancelha.

- Não, um pouco mais. Com isso poderemos reformar isso aqui. – olhou ao redor e não era diferente de uma casa abandonada por mais de 50 anos.

- Vamos indo então. – Levantou-se novamente. – WindBloom.

Yafusa vestiu o sobretudo cinza e jogou o preto para Natsuki que se vestiu, amarrou os coldres da armas, uma em cada coxa e pegou um estojo de guitarra, dependurou-o no ombro e com mais algumas arrumações, ambos saíram da casa.

- Tenho uma boa impressão sobre WindBloom. – comentou Yafusa rindo.

Ela só olhou-o confusa.

- Nem irei perguntar. Você é doido.

Natsuki montou numa bela moto Ducati 999 negra, colocou o capacete e se virou para o ajudante que estava perdido em pensamentos.

- Nos encontramos lá?

- Certo. Estarei logo atrás de você.

Ligou a ignição e a fera metálica acordou com um rugido. Olhando uma última vez para ele, partiu.

WindBloom era longe. Certamente não poderia parar se quisessem chegar lá no dia seguinte. WindBloom. Quanto tempo que não pensava em sua terra natal? Melhor, quantas vezes jurara que nunca retornaria? Agora não tinha como, iria voltar querendo ou não.

"Desculpe, estou te fazendo rever memórias que não queria, não é?" Era a voz de Yafusa.

" Está tudo bem, é nosso dever deter Abigail. E você vai estar comigo."

O caminho era longo e não queria dispersar energia mantendo um contato telepático com Yafusa, então decidiu refletir um pouco. Ontem fez exatamente 10 anos que ela caçava e executava demônios, 10 anos. Conhecerá muitos caçadores nesses anos... Alguns detestavam esse destino de caças eternas, mas outros como ela simplesmente amavam. Pensava que se tivesse que seguir o destino já imposto pela sociedade: estudar, trabalhar, casar, ter filhos e morrer, ela se desesperaria... Não! Ela vivia para isso, para lutar! Nada lhe dava mais prazer que sua espada cortando a carne de algum monstro e ouvindo seus gritos de dor. Amava seu trabalho.

Acelerou mais. O vento se chocando contra seu corpo protegido pelos grossos panos negros. Yafusa estava com ela por dois anos já, somente dois anos e sentia como se o conhecesse por bem mais. Tecnicamente ele era parte dela, já que... Já que o quê? O que era exatamente o contrato que fizeram há dois anos?

-" Ah sim..." –

Yafusa e ela fizeram o contrato de serventia eterna, ou seja, ele seria o "escravo" dela até a morte, mas suas vidas eram atadas, se um morresse, o destino do outro era igual.

- Que bagunça...

Uma caçadora fazendo um contrato com um demônio? Pois é... Ela própria não acreditara no que tinha feito, mas ele era diferente. Muitas vezes até esquecia o que ele era de tão gentil e humano que ele se apresentava, ninguém falava que ele era do inferno. Ninguém, nem mesmo ela.

Juntos faziam trabalhos em cidades ao redor, vez ou outra indo mais longe para ajudar a um companheiro que lhe pediu auxilio, mas WindBloom nunca estava no cronograma... Por quê? Bem... A grande cidade contava com a proteção das Otomes, então era "segura" e proibia terminantemente qualquer caçador em seus domínios. Ela fora expulsa de lá por isso... 9 anos atrás e pelo seu próprio pai.

Mas Soul Eaters, não só um, mas um bando, reunido no mesmo lugar e sendo comandados por Abigail? Não, Otome alguma conseguiria detê-lo... Muito provável que sem Yafusa ela não conseguiria também.

Soul Eater é uma classe de demônios. Uma bem perigosa. Como o nome diz, eles comem almas, literalmente, matando o humano rapidamente. É uma caça bem temida, já que são muito poderosos e diferentes dos outros tipos são grandes estrategistas e se juntam para seguir Abigail, ai sim é o apocalipse!

- Abigail...

Somente em pensar nesse nome todo seu corpo se enchia de ódio. Esse monstro era extremamente temido por ser o mais leal demônio a Pandemonium, o rei.

E ela o odiava.

"Estamos quase lá." Ouviu Yafusa;

WindBloom. Concordava com Yafusa, algo diferente iria acontecer.

--

A sala de reuniões de Fuuka estava lotada. Lideres de toda cidade discutiam, acusando-se das mortes. A princesa Mashiro olhava para os seus súditos e não sabia o que fazer, olhou para a diretora de Fuuka, Yuna, que estava de olhos fechados e massageava suas têmporas, estava tão nervosa quanto a princesa.

- Essa discussão não irá nos levar a lugar algum. – a voz de Yuna calou a todos na sala. – Não estão vendo que estão deixando uns aos outros juntamente com a princesa mais nervosos?! Obviamente a culpa não é de ninguém aqui, estamos trabalhando por um mesmo ideal: Pegar seja quem ou o que for o culpado. Temos que trabalhar juntos, não nos culparmos.

Os homens pararam a discussão e a sala se silenciou.

- Yamada. – era Mashiro.

Um homem que se manteve em silêncio durante toda a reunião se levantou.

- Majestade.

- Você tem certeza do que é que estamos enfrentando?

- Sim, peço que acreditem em mim. Humano algum conseguiria fazer o que esse demônio faz.

- Besteira! – um dos homens de curtos cabelos brancos e rosto enrugado pela idade levantou-se – Demônios?! Daqui a pouco você vai falar que papai Noel e fadas também vão nos atacar!

- Não, eles não entram em lugares com tanta energia negativa.

- Viram?! Que besteira.

Antes que a situação pudesse piorar, Yuna interrompeu-os.

- Essa reunião está demorando demais, estamos aqui por mais de 3 horas. O cansaço pode nos impedir de raciocinar direito. Princesa, peço permissão para encerrar a reunião.

- Concedida. Amanhã nos reuniremos de novo.

Mashiro saiu de seu trono e junto com sua empregada pessoal, Aoi, se retirou da sala. Os outros homens fizeram o mesmo resmungando e confusos.

- Yamada, e a nossa nova estudante? – perguntou Yuna com um sorrisinho.

- Estará aqui em poucas horas. – ele lhe garantiu.

- Quando ela chegar, venha com ela ao meu escritório, sim?

- Certo.

--

Depois de várias horas viajando, finalmente chegaram em WindBloom. Guiando a moto pelas ruas da cidade a uma velocidade aceitável começou a busca por Yamada.

"Achei. Vire a esquerda, isso... Agora vá direto e vire a direita. Viu um bar? Esse mesmo. Estou aqui com Yamada."

Saltou da Ducati e tirou o capacete, notou alguns olhares maliciosos, mas os ignorou. Entrou no bar e imediatamente notou Yafusa e Yamada numa mesinha no fundo. Ignorando mais dos olhares, se aproximou dos dois homens e sentou-se.

- Yamada.

- Kuga.

- Secretária, huh?

- Sem comentários.

- Natsuki, eu estava adiantando o assunto com Yamada. E temos más noticias. – comentou Yafusa meio sem saber o que falar.

- Mais mortes?

- Não, eles sabem que estamos observando seus movimentos, vão parar por um tempo.

- Entendo. Então o quê?

- Bom. – começou Yamada. Yafusa abaixou a cabeça. – Tanto a princesa quanto os outros conselheiros não acreditam nem aceitam a idéia de um Soul Eater, portanto a missão terá que ser secreta.

- Isso Yafusa me comentou. Será chato, mas dá para ser feito. O que tem de mal nisso?

Um garçom aproximou-se da mesa e depositou três copos com uma substância alaranjada na frente de cada um e saiu.

- Então? – perguntou ela pegando o copo e tomando um gole.

- Você terá que se fantasiar de estudante.

Ela engasgou e cuspiu toda bebida no rosto de Yamada.

- O QUÊ?!

- Calma, Natsuki. – disse Yafusa temeroso.

Yamada limpava seu rosto com um pano.

- Estudante? Eu? Uniforme? Fuuka? Você está louco?! De forma alguma, me recuso!

- É a única forma.

- Única forma? Eu vou te mostrar a única forma. – levantou-se e segurou Yamada pelo colarinho.

Yafusa estava agitado, mas nada fez.

- Eu acho que um dos estudantes é Abigail. Não tem como termos certeza somente olhando de fora.

- Nem como estudante! Terei meus horários presos com deveres e nem terei acesso a todos os alunos!

- Isso é verdade. – comentou o demônio tomando um gole da bebida alaranjada.

- Podemos resolver isso então. – deu um sorrisinho triunfante – Professora, então?

- Olhe a minha idade. Além do mais, não sou formada em nada.

- Quem disse?

Ela o soltou e voltou a se sentar.

- Explique-se.

Ele ajeitou o colarinho e sentou-se também.

- Bom, você esqueceu-se de quem eu sou, Kuga? Documentos falsos é a minha especialidade.

- Claro. Ainda sim não sei o que tenho que ser "formada em" e nem mesmo se há uma vaga para mim.

- Venha comigo. Vamos resolver isso agora. – Terminou a bebida com um só gole e levantou-se.

Natsuki e Yafusa se entreolharam e o seguiram. O bartender os olhou e acenou com a cabeça para Yamada que retribuiu o gesto, assim os três saíram do bar.

- Aonde vamos exatamente?

- Vamos nos encontrar com a pessoa que contratou vocês.

--

Estava bem tarde e todos os alunos já deveriam estar dormindo em seus respectivos quartos. Os professores se dividiram para patrulhar durante a noite e durante o dia também, não sabiam o que estavam enfrentando e assim como a Diretora acreditavam que era um ser sobrenatural.

Yuna ainda estava em seu escritório, assinando vários papéis e ajeitando os horários de patrulha.

- Pronto. Os horários de Ahn foram firmados, agora só falta completar o meu.

- E quem disse que você irá patrulhar? – comentou uma voz divertida.

- Shizuma.

Shizuma Viola, a meister da elegância, a terceira coluna e a parceira de vida de Yuna.

- Eu mesma. Irei cumprir seus horários.

- O quê?! De forma alguma, você tem seus horários para cumprir.

- Não tenho, conversei com as outras meister e nós decidimos que as melhores pérolas e os melhores guardiões deveriam também nos ajudar. Shizuru, Akane e Mai junto com Reito, Takeda e Tate cumprirão meus horários da tarde. E isso é uma decisão final, meu amor.

- Não deveríamos envolver estudantes nisso.

- Infelizmente, teremos. E Yamada?

- Estou esperando, mas acho que eles não chegaram hoje.

- Diretora. – saiu a voz do interfone que ligava a diretoria e todas outras salas à segurança . –Yamada está aqui e não está só, duas pessoas o acompanham. Devo deixá-los entrar?

- Sim, deixe-os e guie-os aqui. Não quero que fiquem perdidos.

- Sim senhora. – a linha foi cortada.

- Ainda bem Shizuma! Finalmente, uma luz no fim do túnel!

- Eles realmente serão nossa salvação?

- De acordo com Yamada, a caçadora que está vindo é uma das melhores. Já enfrentou esse tal de Abigail de igual para igual algumas vezes.

- Espero, por Shinso, que ela consiga nos ajudar.

- Eu também, Shizuma, eu também.

As batidas na porta foram silenciosas e se não fosse pelo silêncio total dentro daquela sala, nenhuma das mulheres ouviria.

- Entre.

Yamada foi o primeiro a entrar, ele tinha um leve sorriso no rosto. Acenou com a cabeça para ambas e saiu da frente permitindo que ambas vissem um homem muito forte protegido do ar somente pelo longo sobretudo aberto e as calças largas de mesma cor, com os cabelos azulados presos num rabo-de-cavalo e seus olhos vermelhos e calmos firmemente presos nas duas figuras femininas.

- Boa noite, desculpe o atraso. Meu nome é Yafusa e sou o servo da caçadora que foi contratada por vocês.

- E onde está ela?

Yafusa entrou mais para a sala e saiu do caminho da porta por onde Natsuki passou. As duas armas escondidas debaixo do grande sobretudo negro e com a expressão mais seria que poderia mostrar, fazia sua figura alguém bem intimidante.

Yuna se levantou e Shizuma se aproximou da diretora.

- Você deve ser Kuga Natsuki.

- E você deve ser Yuna Heart e essa otome, Shizuma Viola. – sua voz rouca, baixa e levemente entediada fez com que Yuna sentisse um calafrio percorrendo seu corpo. Nunca lidara com alguém assim.

- Sim.

As duas ficaram se encarando por um tempo. Shizuma e Yafusa perceberam a atmosfera pesada.

- Vamos ao que interessa. – interferiu Yamada.

- Sim, certo. – Yuna sentou-se. Shizuma permaneceu em pé ao lado da mesa.

Natsuki sentou-se numa das cadeiras em frente a mesa, Yafusa sentou-se em outra ao seu lado, já Yamada permaneceu em pé ao lado da caçadora.

- Yamada, pode começar.

Ele explicou os detalhes para a diretora.

- Soul Eater? É difícil de acreditar que algo tão perigoso possa viver conosco durante tanto tempo.

- Eles são muito perigosos, justamente por tomarem formas diferentes e serem muito inteligentes. Eles sabem esperar a hora certa, ao contrário dos outros. – comentou Natsuki.

- Tem como você identificá-los? – perguntou Shizuma, tensa.

- Sim, mas isso vai requerer tempo. Como Yamada disse eu terei que ter acesso a todos os alunos, observá-los com o máximo de atenção para que eu possa notar. Soul Eaters podem tomar outras formas, mas eles precisam também reajustá-las a cada 4 horas e é nesse reajuste que eu consigo identificá-los, é algo de alguns microssegundos, sua imagem fica meio borrada e logo volta ao normal.

- Entendo. Uma pessoa normal nunca poderia perceber essas criaturas, certo?

- Isso depende da sorte da pessoa e do Soul Eater. A pessoa pode ser azarada o suficiente para ver esse reajuste e ser morta em seguida pelo demônio. Raro, mas acontece.

Yafusa permanecera em silêncio até então. Somente observando. Yuna estava tensa e bem preocupada exatamente como Shizuma, porém não as culpava, a noticia abalaria qualquer um.

- Yamada disse mesmo que você teria que te acesso a escola, portanto pensamos em você se infiltrar como aluna, certo?

- Bom, Yuna. – começou Yamada – Eu estava conversando com Kuga aqui e ela levantou um bom ponto, como aluna terá lugares que ela não poderá ir além do que, ela ficaria presa em uma classe.

- Ela não teria uma visão ampla de tudo. – comentou Yuna pensativa – você tem razão. Uma professora, talvez? – Tinha um leve sorriso no rosto.

Natsuki levantou uma sobrancelha e Yafusa parecia confuso.

Yuna e Shizuma se entreolharam.

- Parece que o destino está do nosso lado, Shizuma. Diga-me, Kuga-san, como caçadora você deve ter uma grande experiência em combates, certo?

- Certo. – Natsuki respondeu lentamente não sabendo onde a diretora queria chegar.

- E nós estamos precisando de uma substituição, pois Shizuma aqui, a instrutora de combate, terá que ajudar nas patrulhas.

- Tudo conspirou para nós então. – comentou Yafusa. Seus olhos vermelhos brilhando de divertimento.

Yamada riu e deu leves tapinhas nas costas de Natsuki.

- Quem diria! The Silver Wolf, professora de combate. Conheço pessoas que ririam até não poderem mais por causa disso.

- Calado, Yamada. – sua voz saiu como um rugido.

- Calminha, garota.

- Não fale comigo como se eu fosse um cachorro!

- Psiu, Rex, psiu.

- Ah, chega! – levantou-se pronta para atacar, mas Yafusa foi mais rápido e a segurou por trás. – Me solta, Yafusa! Depois que eu terminar com ele ninguém mais vai reconhecê-lo, eu juro!!

Yamada ria e Yafusa também, enquanto Natsuki se debatia furiosamente jurando morte ao Yamada.

Yuna e Shizuma só assistiam surpresas.

- Bem, isso é um sim?

Os três pararam e olharam para Yuna. Yafusa soltou Natsuki que endireitou o sobretudo.

- É o nosso trabalho, afinal.

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Continua.........tantantannn! xD