1935 – Tennessee

- Vamos lá, McCarty, não precisa ter medo, eles nem mordem.

- É, mas só se você atirar neles primeiro.

Os dois riram alto.

Emmett fechou a cara. Ah, o que não daria para dar um soco, só um, na cara desses dois idiotas.

Segurando a espingarda com mais força entre suas mãos grandes e fortes, Emmett deu as costas a eles e continuou se esgueirando pela floresta, fria naquela manhã de primavera. Aos poucos, enquanto se distanciava, os risos foram se tornando mais baixos, até que tudo que ele pôde ouvir era o som dos galhos quebrando sob seu próprio peso.

Uma parte de sua mente ainda discutia com aqueles dois, seus supostos "amigos". Emmett vinha de uma família rica, e John e Richard MacDougal eram os filhos gêmeos dos amigos de seus pais, os donos do maior banco do sul dos Estados Unidos, mais precisamente de Atlanta, Georgia. Um ano mais novo, ele crescera vítima de suas armações, e agora essa: caçar ursos nas montanhas do Tennesse.

Não que a idéia não lhe agradasse. Caçar era seu esporte preferido, e a injeção de adrenalina era o que mais o animavam. No entanto, todos sabiam o quão perigoso era aquela região, a mata era tão fechada e grande que se perder era incrivelmente fácil, e ainda era começo da primavera, portanto os ursos estariam saindo da hibernação, mais irritáveis.

Mas uma outra parte de sua mente notou algo que fez seus pêlos se arrepiarem. Não havia som algum. Nenhum canto de pássaro, e nem o som de outros animais. Como se houvesse um caçador lá, mas não um com uma espingarda; um caçador que até os menores animais temem; muito mais perigoso...

Emmett parou e olhou em volta. Não via nada além de árvores e mato, em todos os lados. Ele então ouviu o som de um pequeno galho sendo partido, e rapidamente se virou.

Ele devia ter mais de dois metros de altura. Emmett apertou mais a espingarda e a apontou para o enorme urso marrom a sua frente, que estava ereto, apoiado somente nas patas traseiras, pronto para atacar.

E ele assim fez. Com um rugido, jogou-se para frente, sem temer a arma apontada para seu peito. Emmett puxou rápido o gatilho, porém ele falhou. O urso caiu sobre seu corpo, e cravou seus dentes fortes na carne macia do seu pescoço. Emmett lutou, usando toda sua força contra o animal, até que conseguiu puxar a arma. Mas era uma luta desigual; mesmo tendo um porte bem grande para sua idade, aquele urso era bem maior, e mais forte.

Depois de várias mordidas e arranhões, a incrível fera o abocanhou. Emmett lutava para destravar a espingarda, sua única chance de sobrevivência. O urso o ergueu, e então o jogou contra uma grande rocha áspera. Ele sentiu as costas arderem, e o sangue jorrar das inúmeras feridas. Quando sua arma bateu no chão da floresta houve um crack. Com a esperança renovada, Emmett levantou aquele braço, porém uma onda de dor rasgou pelo seu corpo. Estava quebrado, e o urso já estava voltando para terminar o que começara.

Usando as sobras de energia que ainda tinha, ergueu o braço, fazendo uma careta de dor, e puxou o gatinho. O animal urrou, o sangue jorrando de seu peito. Emmett errara seu coração por pouco, porém foi o suficiente para afastar a fera.

Respirando com dificuldade, ele sorriu vitorioso. Estava vivo! Ele sobrevivera ao ataque de um urso, e dos maiores! Mas então a realidade foi chegando; ele estava no meio da floresta, perdido, e terrivelmente ferido. E com a realidade, veio a dor, arrasando seu corpo, e de repente, tudo ficou escuro.

Eeee, omitidos 3!! finalmente parei para fazer essa história. Espero que vocês gostem. Essa eu acho que vai ser a maior das 3...

Bem, me deixem Reviews pra eu saebr se estão gostando, e também para me incentivar a escrever mais...

Bjs e leiam minha outras fics também, ok?