Myriad-

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Uma mão espalmada, apoiando-o contra o colchão, e a outra fechando-se ao redor do seu quadril. A boca entreaberta, emitindo gemidos e ofegos, isso quando (raramente) não estava grudada na sua. O cabelo molhado, mas que incrivelmente ainda se mantinha espetado. Teimoso; tudo em Luke inspirava teimosia. O jeito como ele se chocava contra o seu corpo; ele não o deixaria ir enquanto não estivesse completo, enquanto ambos não estivessem completos. As unhas que às vezes tomavam as suas costas nuas e suadas, e o risinho que ele soltava nesse hora. Provocando e incitando você a ser mais e mais submisso, a cada nova (velha) reação sua.

Já devia estar acostumado, mas ainda era um tanto desconfortável. Era por causa das coxas dele, firmes e invencíveis, que separavam as suas. E você, Percy, não reclamaria, porque nada jamais substituiria a sensação de suas pernas atritando nas dele. Um gemido escapa da sua própria boca, e ele geme também. Só que mais audível, porque ele precisa vencer. Tinha também os braços dele, que se posicionavam nos lados do seu rosto, como que para te prender e lembrar que ele te perseguiria sempre. E quando eles não estavam mais lá, você sentia que Luke desabara sobre você, puxando seus cabelos para trás e fazendo com que ouvisse com atenção o quanto "você é só meu". Os olhos deles que preenchiam os seus, como algo mais dele que também lhe invadia, e você só queria deixá-lo entrar, para que Luke fizesse o que sempre fazia. Para torná-lo seu utensílio e para se divertir com você (e você também tinha a sua cota de diversão, mas não do mesmo jeito).

Quando ele te agarrava e te prensava contra qualquer-coisa-que-fosse e seu corpo instintivamente se refreava, você notava no teto o padrão da moldura e sentia seu próprio peito arfando porque ah, ele estava descendo. São alguns instantes enquanto a cabeça dele se move lentamente, e você nota no pescoço algumas veias finas. E logo você sente a língua dele de volta no seu pescoço, molhando e beliscando; ele nunca se contenta em fazer você se afundar em novas experiências. Luke sempre fazia com que você notasse esses milhões de detalhes, essas pequenezas inúteis que só serviam de consolo quando você não sabia mais o que fazer. E você não podia culpá-lo, não é?

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A cabeça loira descansando no travesseiro, o lençol jogado para o lado, o ressonar tranquilo e pacífico. Os dedos meio dobrados, relaxados. A toalha que ele largara no sofá antes de dominar você na cama, a luz do banheiro que ficara acesa, o controle da TV no chão. Todas essas observações que você fazia sempre que estava com ele e que nublavam o seu raciocínio.

Para você, Luke sempre seria essa miríade de coisas desconexas, vistas todas juntas num caleidoscópio e fazendo-o arder por dentro.


N/A: É verdade que não tem muita Luke/Percy por aqui? Okei, vamos consertar isso!