AVISO IMPORTANTE: Antes de qualquer coisa, devido a um problema que tive anteriormente, devo ressaltar um importante aviso àqueles que pretendem ler a fanfic. Como o próprio nome diz, é uma fanfic. Não é um texto de alto valor literário, não é um conto erótico com palavras chulas e, com certeza, não foi escrito pelo criador da série (duh, obviamente). É somente uma ficção escrita por alguém que faz isso por diversão e quer compartilhar dessa diversão com outras pessoas. Você não gosta de homossexualidade? Meu cu pra isso. Você acha que as fangirls são nojentas? Meu cu pra isso. Você acha que eu deveria ter mais o que fazer em vez de criar uma história assim? Então, sinceramente, o que você está fazendo aqui lendo a minha história, querido(a)? Críticas construtivas serão sempre bem vindas. Críticas acéfalas? Pode falar. Vou responder à altura.

Título: Something I can never have.

Resumo: Fanfic/narrativa mista, AkuRoku & U.A. – Cinza seria a cor dele, se eu tivesse um coração. Roxas é internado num hospital psiquiátrico e conhece Axel, um piromaníaco. Ambos fazem parte do mesmo grupo de terapia e são obrigados a conviverem juntos.

Classificação e outros avisos: Narrativa em primeira pessoa (ou pelo menos, em 90% do tempo :D), +18, Universo paralelo, Linguagem imprópria, Sexo, Homossexualidade e Personagens fora do contexto de personalidade. Roxas provavelmente não escreveria com essas palavras, mas é uma história contada sobre meu ponto de vista, pois sou a escritora (se você não tivesse falado...). Blá, blá, blá de que AkuRoku não é um casal... não preciso ler. Só se você for cego o suficiente para não saber que é um casal (jogue o final mix, bjs).

Antes de dizer: "PELO AMOR DE DEUS, ESSA FAMÍLIA E ESSA MÃE É TÃO IDIOTA ASSIM? COMO ELES NÃO PODIAM VER?", pense por um minuto nas milhares de famílias em que isso acontece e ninguém sabe. É tão simples como o caso de uma mulher sendo espancada pelo marido e ninguém nunca fazer nada. As pessoas nunca se importam porque são egoístas. Deixou você com raiva? Bom. Se não te deixou, há algo muito errado, pense nisso.

Kingdom Hearts pertence à Square Enix, assim como seus personagens. O nome vem da música do Nine Inch Nails e é o tema principal desta fanfic mista. Não me processe por direitos autorais, não tenho dinheiro. Se eu ganhasse dinheiro com tudo isso, seria bem mais feliz. :D

~x~

1. sorriso;

(capítulo betado por Olivia, Mia e Huntress, obrigada, meninas! :heart:)

Passei todos os 16 anos da minha vida pensando que o que eu sentia por eles era ódio, o sentimento antagônico do amor. Só que... Enganei-me ao pensar que o ódio fosse o contrário do amor. O contrário do amor é a indiferença. Simples e pura indiferença, a ausência de toda e qualquer consideração, enevoada por um quê de esquecimento. Não podia esquecê-los, porém. Nunca. Cada lembrança desgraçada estava cravada em mim, repassando diante de meus olhos como um filme.

Minha adorável família era constituída por cinco pessoas: eu, meu padrasto, minha mãe e meus dois irmãos. Minha mãe sempre fora uma mulher fraca e doente, que amava obsessivamente aquele homem. Ela não via o mal que ele fazia a todos nós e o defendia quando resolvíamos contestá-lo. Meu padrasto... Lembro-me de quando eu tinha 5 anos e ele e minha mãe ainda só namoravam. Eu o achava muito bonito em toda a sua sobriedade, aqueles cabelos prateados e longos, tão brilhantes. Um pensamento idiota de uma criança que não tinha noção de nada do mundo. Não que eu tenha adquirido uma experiência notória de lá para cá, aliás, considero-me bastante ingênuo em relação a muitas coisas. Ingênuo até demais.

Sephiroth. Eu, em algum momento, procurei saber o significado deste nome. São os dez passos da kabala para a iluminação divina, chamados de árvore da vida em que a alma se eleva em retorno ao Criador. Ironicamente, um dos dez passos se tratava do poder do amor. Grande poder. Imaginei se ele saberia amar alguém um dia, se ele poderia amar minha mãe tanto quanto ela o amava. Ela o amava suficiente para ignorar o que, obviamente, ele fazia comigo. Todos ignoravam tanto a minha presença mais morta do que viva dentro da casa, quanto os gritos que, conforme o tempo passou, foram desaparecendo. Por que eu deveria gritar por ajuda? Ninguém veio ao longo desses anos e ninguém viria agora.

Eu poderia fugir de tudo isso, deixar toda essa babaquice para trás. E foi o que eu, confiante, fiz há quatro anos, saindo de casa com somente uma mochila nas costas. Até hoje não sei como ele me achou, estando eu tão longe de casa. Ele me prometera que, caso eu fizesse isso de novo, mataria minha mãe. Não duvidei de que fosse capaz disso. Eu estou aqui, afinal, não estou?

Minha rotina, basicamente, é esta: acordar, lavar o rosto, escovar os dentes, vestir-me, caminhar até o colégio, concentrar-me nas lições (a ponto de eu poder esquecer o que me espera lá fora), voltar para casa ao lado de Demyx e Cloud, jantar e ir dormir, rezando para que ele não venha à minha cama. Não há nenhuma inserção extraordinária nesses dias e eu não as almejo. Aliás, minha única vontade é continuar não sendo notado por ninguém. Você pode não chamar isso de viver. O que é "viver"? Respirar? Seu coração bater e bombear sangue para todo o seu corpo? Ter uma consciência existencial? Minha indiferença a todos esses fatores transborda os limites da minha própria vida. Talvez eu me apegue à fútil esperança de que um dia, as coisas melhorarão e tudo agora não vai passar de um borrão de lembranças distantes.

E eu não deveria ter me apegado tanto a esse feixe de luz. Houve uma semana em que ele não veio uma vez ao meu quarto. Semana que virou um mês e um mês que virou dois meses inteiros. Eu me questionava se havia alguma coisa muita errada ou Deus simplesmente podia me ouvir e me atendera. De alguma forma, o medo foi desaparecendo, como uma coisa normal a se acontecer. E sem perceber, um dia eu já conseguia sorrir às coisas que Demyx falava durante o jantar, pela primeira vez percebendo o quão engraçado ele é. E como eu queria ser igual a ele, tão despreocupado e extrovertido, nada a ver com minha personalidade. Quando ele percebeu que eu sorria, no meu canto quieto da mesa, ele sorriu de volta, como se estivesse realmente muito feliz. Pelo menos, eu estava.

Subi as escadas após lavar o meu prato e fui direto para a cama, despindo-me debaixo das cobertas. Meus olhos fechados, somente eu e a sensação de que as coisas haviam, enfim, mudado; uma sensação que eu nunca experimentara. Durou pouco também: meu coração palpitou de puro pânico ao ouvir o fecho se abrindo. A silhueta alta e imponente me encarando, trancando a porta atrás de si com aquele olhar intenso que eu já conhecia. Ele se aproximou da cama, retirando o cinto de couro e em seguida, as calças e a roupa íntima. Colocou-se debaixo das cobertas também e me abraçou pela cintura, trazendo meu corpo perto do dele.

"Você parecia muito feliz hoje, no jantar. Sorrindo para Demyx, eu vi."

Eu nunca tinha aquele sorriso nos lábios, nunca. Nem me recordo da última vez em que eu sorri daquele jeito e... Eu cometi o pior erro de todos ao fazê-lo.

"Sabe, Roxas... você parece não entender nada, não é mesmo? Sua mãe é doente assim por sua culpa, pelo filho ingrato que ela tem. Você não tem o direito de ser feliz. Sabe por quê? Porque você causou a infelicidade dela ao nascer. E eu estou aqui para ter certeza de que você não esquecerá disso."

Ele segurou minhas mãos e me virou sobre o colchão. A única coisa que eu podia ver no escuro era a luz vermelha do relógio digital sobre a mesa. Eu contei... foram treze minutos e oito segundos que mais pareceram durar uma eternidade. É engraçado como a nossa mente funciona. Se nós não temos algo, é muito difícil sentir falta disso, porque, afinal, nem sabemos como é. Entretanto, a partir do momento em que você experimenta uma ínfima dose... Você começa a ver que gosta disso. Ao ver que você sabe o quanto isso é bom e você nunca mais vai poder ter... Bem, esse é o pior sentimento do mundo. A oportunidade de ser feliz passou ali, pelas minhas mãos e tudo o que restava agora... Ou melhor... Nada restava agora. Eu chorei por muitas horas, sabe se lá quanto tempo. Não valia a pena contar mais.

Fui para o meu banheiro e me olhei no espelho: meu rosto estava inchado, vermelho e miserável. Combinava comigo, no final das contas. Gritei o mais alto que eu pude, várias e várias vezes, até ficar rouco e cansado. A dor que eu estava sentindo era tão excruciante que eu precisava fazer algo para que ela parasse. Comecei a arranhar meus braços continuamente, vendo a pele se avermelhar em rajadas certeiras. Alguém já viu aquele episódio de House em que a paciente é bulímica e se corta para poder vomitar? Depois dos arranhões terem causado cortes no meu antebraço, eu corri para o vaso sanitário e coloquei tudo para fora. Ri amargamente, pois a situação em que cheguei era totalmente patética.

Abri a torneira da banheira, deixando a água fria enchê-la vagarosamente. Peguei uma lâmina que Cloud me dera no natal passado, para que eu começasse a fazer minha própria barba. Que barba ele estava falando eu não sei, mas aquilo seria útil. Submergi dentro da água, deixando somente o meu rosto à tona. Olhei para aquele pedaço de metal reluzindo com a luz pálida do ambiente. Foi com facilidade, então, que eu comecei a me cortar de verdade... deixando o sangue escorrer e manchar tudo à minha volta. De repente, eu podia sentir aquela dor indo embora... não só ela, mas toda a minha consciência. Depois disso, eu tive certeza que eu ouvi alguém gritar, uma voz familiar. Acho que ela me chamou, só não conseguia respondê-la.

~x~

"Puta merda. O que a gente vai fazer agora?"

"Não sei, chamar nossa mãe e..."

"Pelos Deuses, Cloud. Não seja um idiota. Só vai piorar as coisas."

"Ele está respirando, pelo menos?"

"Bem fraco... mas consigo sentir."

"Vamos embora. O hospital fica a duas quadras daqui."

~x~

N/A: Nossa, acho que as notas têm mais caracteres do que esse primeiro capítulo. Enfim! Sim, eu odeio o Sephiroth. Pelo menos, no universo de Kingdom Hearts. Aquele filho da puta é impossível de se vencer, fala sério. Para aqueles que não me conhecem, meu pseudônimo era Ritsuka Pan (Love you to death, lembrou? Não? Tudo bem). Novo pseudônimo, novas histórias. E dessa vez, sem entregar o limão de uma vez só. Vão ter que implorar. Bwuhuhahaha. Brinks. Limão em capítulos distantes, pelo bem da história. Até o próximo capítulo!