Por um Sonho além da Realidade
Por.Nayome Isuy
Disclaimer: InuYasha não me pertence, deixo todos os créditos à Rumiko Takahashi.
- - Falas
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Capítulo 01 – Entre assaltos e moedas
-Ei, eu to ouvindo um barulho.
-De quê?
-Sei lá, ainda ta muito longe.
-Acha que é algum viajante?
-Não sei, provavelmente.
-A pé?
-Fica quieto, deixa eu me concentrar.
-E então?
-Cala boca, Miroku! – o jovem agachado perto de uma moita reclamou com o moreno.
-Desculpa, é que essa expectativa me mata.
-Sei...
-InuYasha?
-Quê?
-Acredita mesmo que alguém vai passar aqui ainda hoje?
-Miroku! Eu acabei de dizer que to ouvindo um barulho! – InuYasha exclamou nervoso, voltando sua concentração para a estrada de terra que levava para a cidade. A estrada era cercada por uma pequena floresta, o que era muito conveniente para o plano dos dois.
-Eu sei, mas, às vezes, era algum animal, nunca se sabe, não é?
-Não era um animal...
-Ei!
-Fica quieto!
-Mas eu também to ouvindo! – Miroku comentou feliz abaixando-se ao lado do rapaz de cabelo prateado. InuYasha apenas girou os olhos de forma entediada.
-É uma carruagem.
-Nosso dia de sorte!
-Vai lá pra estrada e pára ela. –InuYasha falou escondendo-se mais no meio do mato.
-Ta. – Miroku levantou-se, tirou as folhas que estavam grudadas em sua calça e posicionou-se no meio da pequena estrada. Esperou mais um pouco e logo pôde ver a silhueta da carruagem se aproximando aos pequenos trotes dos cavalos que puxavam-na.
Miroku começou a balançar os braços fazendo um sinal para que a carruagem parasse. O cocheiro puxou as rédeas parando para falar com o jovem.
-O que está havendo? – Uma voz masculina soou de dentro da carruagem.
-Nada, apenas um indigente. Só vou ver o que ele quer. – o cocheiro respondeu e virou-se para o rapaz – o que quer?
-Perdoe-me por interromper sua viagem, senhor.
-Fale logo o que quer. Estamos com pressa!
InuYasha levantou-se sorrateira e discretamente e foi aproximando-se da carruagem sem que ninguém percebesse. Olhou dentro do transporte e viu que só tinha um homem de aparência importante lá, sorriu satisfeito enquanto ouvia Miroku falar:
-Eu estava me perguntando se o senhor pretende continuar por essa estrada.
-É claro, está vendo alguma outra estrada por aqui?
-Hm, foi o que imaginei... – Miroku falou dramaticamente.
InuYasha em um movimento rápido e súbito entrou na carruagem e tampou a boca do homem antes que ele pudesse pedir por ajuda.
-O que há? – o cocheiro perguntou apressado.
-Bom, eu se fosse você não iria por aqui não... Mas, quem sou eu para impedi-lo, não é? – falou com um suspiro teatral.
-Fale o que há de uma vez!
InuYasha pegou um pano que estava preso a sua cintura e rapidamente amarrou-o sobre a boca do homem, impedindo-o de falar.
-Bom, é que aqui não é uma estrada muito segura, tem muitas pedras, eu odeio pedras... – Miroku falou olhando a porta da carruagem esperando InuYasha sair. Estava começando a ficar nervoso com a demora do outro rapaz.
-Pedras?
-Sim, muitas! – InuYasha ouviu Miroku falar. "Meu Deus, esse Miroku nem pra enrolar alguém serve..."
-ORA, meu senhor, faça-me o favor, foi para isso que me parou?
-Não! É claro que não!
-Pra que, então?
InuYasha resolveu se apressar, logo o cocheiro não continuaria ouvindo o rapaz.
-Passa o dinheiro! – InuYasha ordenou.
O homem o olhou assustado.
-Vamos logo, eu não tenho o dia inteiro!
O homem levou a mão ao bolso e tirou um saquinho de veludo e entregou a InuYasha, que ao pegar sacudiu para ouvir o barulho das moedas. Parecia haver uma boa quantia ali dentro. Satisfeito, InuYasha, pegou uma corda e começou a amarrar as mãos e os pés do homem.
-Eu só queria te avisar que... – Ao ver InuYasha saindo da carruagem, Miroku sorriu confiante. – Vá com cuidado, nessa estrada... Há muitos ladrões – acrescentou sombriamente e saiu da frente da carruagem, distanciando-se.
O cocheiro ficou assustado com o jovem e rapidamente bateu as rédeas nos cavalos fazendo com que eles começassem um galope, a carruagem foi chacoalhando graças a grande quantidade de pedras no caminho, mas nem por isso o cocheiro diminuiu.
Miroku caiu na gargalhado quando se aproximou de InuYasha.
-E aí? Pego o dinheiro?
-Claro – InuYasha sorriu sacudindo o saquinho de moedas arrancando um sorriso de Miroku.
-Uau, quanto você acha que tem aí? Parece que tem bem umas 5 moedas de ouro!
-Deve ser em torno disso mesmo – disse InuYasha tirando as moedas para conta-las.
-Tivemos sorte hoje!
InuYasha amarrou o saquinho no cinto e parou para observar a estrada novamente.
-Ei, vem vindo alguém...
Miroku sorriu para o rapaz entendendo exatamente o que isso significava. Mais moedas de ouro. Com certeza era o seu dia de sorte.
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Suaves raios de sol tocavam-lhe a pele macia, as bochechas levemente rosadas, os fios negros que brilhavam castanho. Descansava tranquilamente a forma de uma jovem moça, sentada em uma cadeira perto da janela aberta. Um livro de romance pousado no colo.
A porta do quarto foi aberta lentamente, por onde a criada entrou com passos leves. Aparentava ser apenas um pouco mais velha que a garota perto da janela. A serviçal recolheu uma bandeja de chá na cabeceira da cama e se aproximou da jovem adormecida. Chamou-a algumas vezes e logo ela abriu os belos olhos azuis.
-Perdão por acordá-la, senhorita Kagome. – a criada pediu – mas vosso pai deseja sua presença para o jantar. Pediu que viesse chamá-la, para avisar que daqui a pouco estará sendo servido.
-Hm? Já é hora do jantar? – a jovem perguntou sonolenta, fechando o livro e pondo-o sobre mesa. A criada apenas assentiu. – ora, que estranho, dormi tanto assim?
-Sim, a senhorita parecia cansada quando entrei em vosso quarto, não tive coragem de acordá-la antes. – a criada respondeu com um sorriso.
-Ah, ontem à noite acabei me distraindo enquanto lia, perdi a noção do tempo, fui me recolher um pouco tarde.
-A senhorita realmente gosta muito de ler, não é? Cada dia está com um livro diferente... – a criada comentou recolhendo alguns vestidos usados para lavar.
-Bom, nada melhor que um livro para passar o tempo. Além do mais, comovo-me com histórias de amor... Gostaria de saber se algum dia serei capaz de amar e ser amada por alguém de forma tão incondicional. - a jovem comentou sonhadora, admirando a capa do livro.
-Mas, a senhorita não está noiva do Senhor Houjo Imiou?
-Por favor, Ayame, não me lembre do senhor Imiou. Sabe bem que não sou a favor de tal casamento. Mal o conheço. Não sei como mamãe e papai concordaram com tamanho absurdo.
-Se me permite dizer, senhorita Kagome, acho que o senhor Imiou é um ótimo partido. Quem sabe a senhorita não seria feliz com ele?
-Veja bem, Ayame, a questão não é se ele é ou deixa de ser um bom partido, é só que... Eu sempre sonhei que um dia me casaria com um homem pelo qual eu fosse perdidamente apaixonada. – Kagome suspirou. – Mas eu não sinto nem metade do que pensei que eu fosse sentir.
-Perdão, senhorita, mas o que pensou que sentiria?
-Ora, Ayame, eu não sei, descobriria assim que sentisse. Com certeza seria um sentimento totalmente novo. – A criada ficou confusa com a resposta e Kagome completou - o que uma donzela sente quando encontra seu príncipe, foi assim que pensei que me sentiria.
-Ahh...
-Bom, melhor eu me apressar, papai já deve estar nervoso com a minha demora.
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Kagome entrou na grande e luxuosa sala de jantar da família Higurashi. Seu pai já estava sentado à mesa, junto de Kikyou, sua irmã mais velha. Ela e Kagome eram muito parecidas, ambas possuíam longos cabelos negros, apesar dos de Kikyou serem mais lisos e macios. No entanto, apesar da semelhança, na personalidade eram duas pessoas totalmente antagônicas.
Kikyou seguia as regras da sociedade a risca, não se permitia errar, desejava se tornar uma mãe de família perfeita. Sua beleza atraía muitos pretendentes, mas ela desejava algo melhor. Queria se casar com um homem invejado pela sociedade e, claro, possuidor de muitos bens, já que se considerava uma mulher de muitos dotes.
Sua mãe estava conversando com uma das criadas, dando instruções para o jantar. Logo que viu Kagome, mandou servir e foi se sentar à mesa.
-Licença – Kagome disse ao se sentar junto da família.
-Uma boa mãe de família nunca se atrasa para sentar à mesa com seus parentes... – sua mãe comentou.
-Perdão, estava lendo um livro e acabei caindo no sono. Ayame foi me chamar. – Kagome comentou.
-Kagome, você mais parece que vive em outro planeta. Nunca atenta ao que acontece ao seu redor, sempre lendo esses livros de romance que aluga naquela espelunca que chamam de biblioteca – Kikyou disse em tom reprovador, enquanto comia um pedaço de peru.
-Não vivo em outro mundo, Kikyou, mas se quer saber, esse é o único jeito que arranjei para suportar essa realidade. Sinceramente ainda não me conformo de ter de me casar com o senhor Imiou.
-Já discutimos sobre o seu casamento com Houjo, Kagome. – seu pai respondeu, subitamente se intrometendo na conversa. Parecia um pouco nervoso ao ver que Kagome continuava resistindo às suas ordens. – Pare de reclamar e aceite, é para o seu próprio bem. Houjo será um excelente marido, é um homem de muitas virtudes, deveria estar contente por ele se interessar por você.
"Eu devo estar pagando por algum pecado que cometi..." Kagome pensou triste, após a resposta do pai.
-Talvez Kikyou esteja certa, talvez ler esses livros esteja te fazendo mal. Kagome, você deve saber diferenciar uma história do que é real. Esse amor citado em romances que você tanto lê não existe. – sua mãe comentou, tomando um gole de seu vinho.
-É claro que existe! Se alguém escreveu é porque já sentiu ou já ouviu falar, não pode ter surgido do nada! – Kagome protestou inconformada. – E eu não estou falando de amor... Mas, ah, não sei, às vezes, acho o Houjo tão... Sem graça... Ele não me proporciona nada.
-Ora, Kagome, Houjo é um grande cavalheiro. O que mais deseja do rapaz? – senhora Higurashi perguntou.
-Ah, mamãe, eu queria me casar com alguém que só de me ver já estivesse feliz. Ao abraçá-lo eu me sentiria segura como se nada pudesse me atingir. E quando ele me olhasse seus olhos brilhariam como chamas—
-Kagome, não tem nenhum pudor?! – Kikyou perguntou subitamente batendo a mão na mesa. - Moças de família não devem pensar assim sobre um rapaz!
-Exatamente, onde já se viu? Uma jovem solteira como você querendo que um homem a olhe com chamas nos olhos, ora, por favor! – senhor Higurashi a repreendeu.
-Querido, acho que é melhor apressarmos o casamento... Se Kagome continuar com tais pensamentos ela pode acabar se perdendo, e depois disso nenhum homem de bem irá querer se casar com ela. – senhora Higurashi comentou apreensiva.
-O quê? – Kagome exclamou. – isso é um exagero, mãe!
- Exagero nada. Já vi muitas moças que pensavam assim acabarem em bordeis, não quero isso para você, minha filha.
-Perdi a fome. – Kagome exclamou se levantando e se retirando da sala. Ah, como queria descontar sua raiva em alguém.
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-Imbecil!
-O quê?
-Você. Você é um imbecil!
- Por quê?
-Não serve pra nada.
-Ei, não foi minha culpa.
-Foi sim.
-Não foi.
-Foi!
-Não foi!
-Caramba, já disse que foi!
-Pois eu digo que foi SUA culpa!
-O quê? Ficou doido, Miroku?
-É, é isso aí! Foi sua culpa!
-Por quê?
-Você não passou sensação de poder, entende? Tipo, eu sou bom, tenta me desafiar. – Miroku falou se sentando na estrada, o que lhe causou algumas dores nas costas.
-Miroku, acho que você não ta bem não, primeiro pedras, agora esse papo estranho aí... – InuYasha falou se levantando do chão onde estivera deitado até as dores passarem.
-Não, InuYasha, eu to falando sério!
-Ah, claro...
-Um crime bem realizado depende dos bandidos serem malvados e darem medo nas pessoas! Se o cara chega falando: "vai dá tudo certo, eu só quero o seu dinheiro..." você acha que o refém respeita? Que nada!
-Miroku, quando é que eu não fui malvado o suficiente?? Deixa de viagem! Eu fui mal, mas mesmo que eu fosse maléfico não ia dar certo! Deixo esse crédito para você, que estrago tudo! – InuYasha reclamou se distanciando, seguindo pela estrada de volta para a cidade. Miroku se levantou e correu atrás do outro rapaz.
-Você foi fraco.
-Quando? – InuYasha perguntou bufando.
-Você disse "quero o seu dinheiro! Me dá." Por acaso você vê maldade nessa frase? Só faltou um "por favor" no final e aí a coisa desandava toda.
-Cala a boca, Miroku.
-Você tinha que ter falado "passa a grana, otário!" sentiu o poder?? Em cada palavrinhas você sente! InuYasha essa frase emana poder! Eu fico todo arrepiado! – Miroku comentou. InuYasha olhou para o rapaz desconfiado.
-Você é homem, né?
-EII!
-Foi só pra confirmar...
-Hah hah, muito engraçado. – Miroku comentou cínico.
-Miroku, não tem essa de poder de frase, ou o que seja... Acontece que você é um imbecil! A gente marca de assaltar os viajantes e você não trás nem uma faca! Com o que você planejava se defender caso acontecesse o que aconteceu? Com pedras?
-Ei, como é que eu não pensei nisso na hora?? Olha só, elas bem debaixo do meu pé e eu apanhei à toa...
-Você não tem salvação mesmo...
-Pense pelo lado positivo...
-Não tem lado positivo! O cara ainda levo as moedas de ouro que a gente tinha conseguido! Depois de tanto esforço assaltando, A GENTE FOI ASSALTADO! Sabe o quanto isso é ridículo?
-Eu ainda não tinha pensado nisso desse jeito... – o rapaz comentou pensativo.
-É, pois é, né...
-Ah, InuYasha, amanhã a gente recupera esse dinheiro, aposto que vão passar muitos viajantes por essa estrada... Daí você pode usar a frase poderosa que eu te ensinei e eu trago uma pilha de pedras pra nos defender.
-Miroku! FACA! F-A-C-A! Sabe o que é isso?
-Ta, ta, uma faca... Mas ainda acho que pedras seriam mais eficientes...
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-Senhor Higurashi? – Um servo chamou da porta do escritório.
-Sim? – O senhor perguntou, desviando o olhar da papelada a sua frente.
-Tem um policial na porta querendo falar com o senhor, diz que precisa informá-lo sobre uma onda de violência que assola a cidade. – O criado informou – Posso deixar que entre?
-Sim, sim, sirva um café para ele e peça que me espere que logo falarei com ele.
-Sim, senhor. – o jovem saiu fechando a porta.
-Ora, mas o que será isso agora?
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Já estava com fome. Não tinha jantado direito e agora teria de procurar algo na cozinha para poder dormir satisfeita. Quando estava passando pela sala ouviu as vozes de pessoas conversando. Estranhou, não parecia ninguém conhecido.
-Hm, temos visitas? Quem será à uma hora dessas? – tomada pela curiosidade, caminhou silenciosamente e se escondeu atrás de alguns móveis, e tentou entender o que diziam.
-Oficial. – ouviu seu pai cumprimentar.
-Senhor Higurashi, boa noite. – o tal oficial respondeu.
-Ah, por favor, sente-se.
-Obrigado.
-Confesso que estou curioso pelo motivo de sua visita. O que aconteceu? Meu criado mencionou uma tal de "onda de violência". O que seria isso?
-Bom, senhor, há alguns dias vêm acontecendo assaltos na estrada da saída da cidade, as fontes que tenho é de que parecem ser dois homens que ou dão informações erradas aos viajantes ou param carruagem com desculpas esfarrapadas. E saqueiam.
-Dão informações erradas? – o senhor repetiu sem compreender. – por que fariam isso? Quero dizer, como é que saqueiam? Por acaso têm uma gangue que os encurralam no fim do caminho?
-Não... – o oficial comentou sem graça. - pelo o que dizem é apenas por diversão mesmo, parece que gostam de ver as pessoas perdidas na floresta...
-O que isso tem haver?
-Bom, eu recebi descrições dos assaltantes... Pelo jeito são dois rapazes bem jovens, e sem muito conhecimento no assunto. Um deles parece ter um estranho fascínio por pedras... – o policial comentou pensativo.
-Pedras?
-Sim, de qualquer forma a descrição bate com a dos jovens que andam dando informações falsas. Portanto, queria pedir que tivesse cuidado quando estiver andando por essas estradas, sabe-se lá o que pode acontecer... Não gostaríamos que uma família tão nobre quanto a Higurashi tivesse problemas com a segurança...
-Hm, agradeço a preocupação e as informações... – o senhor Higurashi disse educadamente.
-Foi um prazer, senhor, estamos aqui para garantir a segurança de todos... Desculpe pela hora... Melhor eu ir agora. – O oficial se despediu e a Kagome escutou seu pai leva-lo a porta.
-Assaltantes na estrada? – Kagome pensou apreensiva. – o que ele quis dizer com "fascínio por pedras"? Ai, melhor nem pensar.
Kagome se levantou e correu para a cozinha, antes que seu pai percebesse que ela estivera ouvindo a conversa. Mas passou a noite pensando na tal história. Aquela cidade sempre fora tão pacata. Nunca pensou que houvesse algum crime de verdade. Pelo visto estava enganada.
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O céu já estava escuro quando alcançaram a cidade. As ruas estavam vazias e mal iluminadas, a feira já tinha acabado e provavelmente todos já haviam se recolhido. Cansados, doloridos e humilhados, InuYasha e Miroku seguiam para casa, a fim de um merecido descanso.
Ao avistarem a pequena e simples casinha, sorriram satisfeitos e usaram as suas últimas energias.
-Miroku, lembre-me da próxima vez de não irmos para tão longe da cidade... – InuYasha comentou entrando na casa e se jogando no pequeno sofá que se encontrava perto da parede.
-Ah, ta bom – o jovem respondeu arfando.
-Droga, todo esse esforço e a gente se deu mal. Não conseguimos nem uma moedinha... – InuYasha resmungou.
-Já disse, InuYasha, amanhã é um novo dia! Ânimo!
-Sei...
Após um período de silêncio os dois começaram a ouvir passos, e logo uma jovem de longos cabelos castanhos apareceu na porta da pequena salinha.
-InuYasha, você demorou! E está imundo!
-Tivemos um contratempo, Sango, meu amor! – Miroku se apressou a cortejar a jovem.
-O que ainda faz aqui, Miroku? Não tem casa, não? Mais parece que vive aqui, sempre está aqui...
-Ora, Sango, eu sou um pretendente de primeira, preciso mostrar presença aos meus adversários. – Sango apenas suspirou.
-Hm, sei... Então... Cadê o dinheiro de hoje? – Sango perguntou mudando de assunto.
-Pois é, Sangozinha, aconteceu uma coisa muito engraçada com ele... – Miroku respondeu sorrindo.
-Miroku, eu não vou achar graça até ter esse dinheiro na minha mão... Passa pra cá! – ela disse estendendo a mão de forma autoritária.
-Se eu dissesse que a gente não ta com ele você ficaria muito brava? – o moreno perguntou com um sorrisinho sem graça.
-Muito, Miroku! Muito mesmo! É bom que isso não tenha acontecido! – A jovem praticamente gritou e tinha uma olhar assassino. Miroku correu até InuYasha.
-Vai lá! Controla a sua irmã, antes que ela queira me matar! Não sei por que ela sempre me escolhe para extravasar a raiva...
-Calma aí, Sango, a gente não teve um dia muito bom... – InuYasha comentou desanimado.
-E quem disse que eu ligo? Você é um irresponsável, InuYasha, não consegue trazer dinheiro pra casa! Desse jeito vamos passar fome, a herança que nosso pai nos deixou mal deu para pagar a padaria de hoje!
-Olha aqui, eu me esforço, ta? Mas que culpa eu tenho se ninguém me oferece um emprego? Nessa cidade todo mundo só pensa em si mesmo!
-Ué, você não tinha arrumado um emprego? – a jovem perguntou confusa.
-Ahn?
-É, quero dizer, de onde tem tirado o dinheiro que tem trazido essa última semana pra casa?
-Bom, não é um emprego...
-Mas eu pensei que...
-Pensou errado.
-InuYasha... – Sango chamou irritada.
-Quê?
-De onde vem esse dinheiro?! – Sango exclamou subitamente.
-Bom, gente, foi ótimo vê-los, mas já ta meio tarde e eu acho que vou indo... – Miroku comentou disfarçadamente enquanto se aproximava da porta.
-MIROKU, QUIETO ONDE ESTÁ! Eu sei que você está envolvido! Você sempre tem culpa, não tente fugir. Essa sua cara de safado não me engana.
-Safado? Eu? Ora, Sangozinha, deve estar enganada...
-Fica quieto, e senta ali! – falou indicando o sofá. – Os dois podem começar a explicar essa história, que a gente tem a noite toda... – InuYasha suspirou e decidiu abrir o jogo.
-Ok, Sango, você venceu. Eu e o Miroku temos procurado emprego todos os dias, mas ninguém parece disposto em contratar a gente. A gente tava precisando da grana, então eu tive uma idéia...
-VIU?! Viu, Sango? Ele é o mentor do crime, ele me persuadiu e me corrompeu com sua impureza maligna! Eu tentei resistir bravamente, mas também preciso de dinheiro! E acabei perecendo e sendo corrompido por minha própria ambição... – Miroku se defendeu de forma dramática.
-Acabou? – Sango perguntou. E Miroku assentiu sem graça. – continue, InuYasha.
-Enfim convenhamos, a estrada da entrada da cidade não é nem um pouco vigiada, e os viajantes passam por lá sempre tão felizes e despreocupados, sacudindo suas moedinhas... Era uma oportunidade perfeita. Enfiamo-nos no meio do mato e passamos a assaltar quem passava por lá, foi assim que conseguimos dinheiro.
-Então, são vocês! – Sango exclamou – está correndo um boato pela cidade que a floresta está infestada de ladrões. Um maníaco por pedras anda parando as carruagens na estrada, enquanto outro rapaz entra na carruagem e rouba o dinheiro do passageiro e o deixa amarrado lá.
-Pois é, somos nós, mas essa parte aí de maníaco por pedra você pergunta pro Miroku... – InuYasha comentou um pouco desconfiado. Sango olhou para Miroku e o jovem deu um sorrisinho sem graça.
-Bom, disseram também que esses assaltantes dão informações erradas para os viajantes, para que eles se percam na floresta, apenas por diversão. – Sango comentou – pra que isso? Que lucros trás?
-Ah, nenhum, não foi intencional... Eu e o Miroku ainda estávamos terminando de elaborar o plano, quando esse viajante apareceu pedindo informações. Ele ter ficado perdido é devido ao fato de nem para dar informações o Miroku servir... Ele conseguiu a proeza de ler o mapa ao contrário... – InuYasha comentou entediado.
-Mentira! – Miroku gritou se erguendo. – Aquele viajante me confundiu! Ora, onde já se viu um mapa tão cheio de linhas! Então eu disse pra ele "amigo, esse seu mapa ta errado, se você seguir por esse caminho e virar à esquerda você vai chegar a uma cidade, lá o senhor poderá se informar melhor...". Eu salvei aquele cidadão perdido!
-Até teria salvado se a cidade não ficasse à direita... – InuYasha comentou.
-Detalhes, meu caro, detalhes...
-Enfim, o que deu errado hoje? Vocês estão todos sujos e bagunçados... – Sango interrompeu.
-Bom, hoje era para ser o dia que traríamos mais dinheiro pra casa, se não fosse pelo Miroku...
-Já disse que a culpa não foi minha!
-Tínhamos conseguido 5 moedas de ouro. Quando ouvimos a aproximação de mais viajantes. Eram dois homens, eu me escondi e Miroku foi fazer a abordagem, mas quando eu fui segurar os dois, um deles me viu e me atacou antes... O idiota do Miroku não tinha levado arma pra me ajudar e então levamos uma surra e ainda fomos assaltados...
-Pera aí, deixa-me ver se entendi direito, vocês foram assaltar e acabaram sendo assaltados? – Sango perguntou tentando conter o riso.
-Não teve graça, Sango... Levaram as moedas que tinhamos conseguido...
-Sinto muito, InuYasha, mas não posso me controlar, é ridículo demais... – Sango comentou entre risos.
-É ótimo vê-la feliz, Sango, mas essa situação não é muito agradável. – Miroku comentou sem graça.
-Vocês dois são uns incompetentes! – a jovem exclamou subitamente – não acredito que tiveram em mãos tanto dinheiro e foram assaltados! É como dizem mesmo, se quer que um serviço saia bem feito, faça você mesmo.
-O que quer dizer, Sangozinha?
-Quero dizer, Miroku, que amanhã eu vou com vocês, para me certificar de que não sejam assaltados de novo... – InuYasha e Miroku trocaram olhares, no entanto não disseram nada.
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N.A. Olá para todos!
Sim, sim, minha mais nova obra! XD Espero que tenham gostado do primeiro capítulo. Peço que, por favor, deixem suas opiniões em reviews, e que se quiseram fazer alguma pergunta me mandem e-mails que eu prometo responder todos.
Meu email: quiser me adicionar no msn, por favor, avise por uma review ou email, porque eu não aceito sem saber quem é.
Quero agradecer à Nath Bella (maninha 3), Agatha Sumiragi e Mari Malfoy.
Tentarei postar a continuação em um período freqüente.
Não quero que se repita a minha fama de apenas começar e não terminar fics XD
Acho que essa fic terminarei porque pretendo faze-la pequena.
Muito obrigada a todos que leram e comentaram.
Beijos
Nayome Isuy
