Kagome, A Grande Guerreira

Só esclarecendo uma coisa: eu vi que uma fic em inglês de Kagome com a História de Mulan da Disney, mas não consegui lê-la, então eu quis escrever uma baseado no filme. Se tiver alguma semelhança com a dela, acreditem, não copiei nada. Praticamente copiei o filme, com alguns detalhes por minha conta. Está bem?

Pra quem leu antes, deletei e vou reescrever a fic, fui bem apressadinha em querer publicar rapidinho e acabou ficando sem história. Agradeço a quem andou lendo e obrigada pelos reviews, eles me inspiraram... Espero que curtam as mudanças.

Em itálico estarão os pensamentos dos personagens

Capítulo Um – O início de uma guerra

Era uma noite fria e calma. O lugar parecia praticamente deserto por conta do silêncio ali instalado. Alguns soldados ali se faziam presentes, cumprindo mais um turno de vigilância por ordem do Imperador da China; afinal de contas, a Grande Muralha da China não era só conhecida por ser uma boa defesa e, também, por ser muito bem vigiada. Eles usavam roupas que mantinham o corpo muito bem aquecido em meio ao frio que enfrentavam, com algumas partes feitas de ferro para a proteção contra armas (lanças e espadas em geral).

Determinado soldado vigiava normalmente seu posto quando ouviu o grito de uma ave. Pensou ter sido apenas o vento em seu ouvido, já que naquela noite o mesmo castigava qualquer um que ousava manter-se fora de um local protegido por paredes e teto; sem contar também que a ave encontrava-se longe o suficiente para que o soldado ficasse confundido. Tomou um susto ao ser golpeado na cabeça por tal ave e sentiu o capacete ser lançado diante de si. Levantou a cabeça, procurou o autor do ataque e ali encontrou uma belíssima ave com penas douradas por baixa das asas, reparou antes dela pousar, com a penugem enfeitada com variados tons de marrom. O animal mantinha a pose como se fosse da nobreza.

- Uma águia imperial? - estranhou.

Por que tal ser vivo estaria exatamente ali e naquele momento? Corrigiu sua postura e fixou o olhar mais uma vez no bicho ao ouvi-lo cantarolar ao seu modo, parecia estar avisando sobre alguma coisa. Surpreendeu-se ao ver um guincho de repente aparecer e firmar-se nas rochas que formavam a Grande Muralha. Aproximou-se para ver se encontraria o autor de tal ato, entretanto apenas encontrou milhares de outros guinchos a serem lançados na borda da Muralha; o homem não teve dúvida do que acontecia naquele momento, tinha de agir e rápido.

- Preciso mandar o aviso!

Correu para a sua esquerda, havia ali uma porta poucos metros de distância e, ao lado dela, uma escada que dava acesso ao local que queria chegar; precisava falar com o rapaz que estava responsável por ficar ali em cima e ele, provavelmente, estava dormindo. Ao se achegar à porta, a mesma foi aberta por um homem de cabelos longos até os pés e prateados, a pele branquíssima denunciava ser um estrangeiro, os olhos dourados eram completamente frios, vestia uma bela armadura de prata, com panos quentes por baixo (apesar de que ele não precisava) e carregava em sua cintura duas espadas, das quais uma se encontrava em sua mão. O homem arregalou os olhos ao ver as orelhas lembrando levemente as de elfo.

- Um youkai!

Antes que fosse golpeado pela espada do mesmo, pulou na escada tentando subir o mais rápido possível. Percebeu que o youkai discutia com o que parecia ser seus aliados, falando que eles não mandavam nele, que fazia o que bem entendia. Não viu, porém, um menino de pele mais branca do que a neve e de cabelos tão brancos quanto, de olhos vermelhos pular de praticamente do chão fora da Muralha até perto de si, sacando uma espada e arrebentando a escada na qual subia. Segurou-se na borda do local que precisava chegar e, com muito esforço, conseguiu subir o restante que faltava.

Procurou uma tocha por ali, devia acender a candeia maior que ali tinha para avisar o ataque que sofriam. Ficou aliviado ao ver a tocha ali perto de si, virou-se para sua direita e ficou paralisado momentaneamente. Ali estava, bem à sua frente, o chefe do grupo, tinha certeza; com certeza morreria ali naquela hora, não antes de mandar o aviso, prometeu a si mesmo, seu país dependia dele. O homem à sua frente usava pele de babuíno para cobrir-se, só teve certeza ser o chefe ao ver a águia pousar em seu ombro direito. Decididamente lançou a tocha na candeia e, aos poucos, as outras foram acendendo gradativamente; seu trabalho fora feito.

- Agora toda a China saberá que chegaram.

O ser à sua frente curvou a boca em um sorriso e o segurou pelo pescoço em movimentos rápidos e sobre-humanos.

- Kukukukukuku - ele ria - Que saibam! Estou aqui... Podem vir... - dito isso, soltou o homem fora da muralha.

A notícia correu rapidamente por entre os soldados até chegar ao ouvido de Inu no Taisho, o general do exército chinês e chefe dos inu youkais. Lia a carta que explicava tudo que ocorrera na fronteira; precisava avisar o Imperador. Amarrou o longo cabelo prateado (que mesmo preso chegava perto dos calcanhares, apesar de ser ralo nas pontas) vestiu sua armadura que mais utilizava: com tecidos variando entre azul-marinho e roxo escuro, emoldurando seu corpo malhado; as placas de ferro que protegiam o peito, braços, costas, pernas e pés haviam sido fabricadas na mesma cor que os tecidos, parecendo que estava vestido para uma batalha com apenas roupas finas, sendo que na verdade estava bem protegido. Chamou dois de seus homens de confiança para acompanhá-lo e dirigiu-se à cidade imperial.

Não demoraram a chegar, tirou o capacete e entrou no recinto decorado com vermelho, amarelo e laranja. Havia pinturas de dragões em pontos estratégicos, para que a visão do senhor do palácio não se sentisse tão perturbada poluição visual. O chão era feito de pedra negra, um das mais raras que existiam. Um tapete amarelo com a borda vermelha guiava da porta do local do trono até o trono, perante o qual Inu no Taisho se prostrou.

- Majestade - iniciou - os Dellumiri invadiram a China. Recebi avisos de que nossa fronteira norte foi...

- Impossível. - interrompeu o conselheiro do governante - Ninguém jamais já tece êxito em ultrapassar a Grande Muralha.

- Eles são liderados por Naraku - percebeu o rei contorcer a face em sinal de irritação - O grupo é formado por youkais e hanyous. Reforçarei a guarda aqui na cidade imperial para garantir a segurança de vossa majestade.

- Não! - pronunciou-se o senhor de idade assim que o general terminou de falar - Envie suas tropas para proteger meu povo! - olhou para o homem baixinho, um pouco calvo e de pele mais morena que a do imperador - Myoga.

- Sim, majestade.

- Convoque um homem de cada família presente em cada província.

- Senhor, com todo respeito. - Inu no Taisho se manifestou - Tenho certeza que, com minhas tropas, poderei impedi-los de avançarem.

- Não vou arriscar general. Um pequeno detalhe, faz toda diferença. - disse ao se aproximar do general - Um arroz pode fazer a balança desequilibrar. Um homem poderá decidir entre a vitória e a derrota. Quero manter nossas chances altas. Naraku pode ter um pequeno exército, mas isso não impedirá de ser uma ameaça ao nosso governo.

O youkai reverencia o líder de seu país e se retira, sendo acompanhado por Myoga para que começassem a recrutar logo o maior número de homens o possível. Espero que o Imperador realmente saiba o que faz.

De seu quarto, o Imperador olhava para o céu estrelado. O inverno ali não era tão rigoroso quanto no Norte, era grato por terem construído a cidade imperial em um local tão calmo e tão belo.

- Está tudo bem, meu senhor?

Um pouco assustado, viu uma senhora se aproximar dele. Sorriu, sua concubina preferida; na verdade, a considerava sua esposa, uma vez que a mesma morrera havia muito tempo. Abraçou-a de lado e voltou a fixar o olhar no céu.

- Está, só estava observando. - respondeu.

Ela se afastou e o pegou pela face. O rosto dele já demonstrava a idade, era um humano e envelhecia muito rápido; ela, uma hanyou, já não sofria desse problema, mesmo assim não deixava de afirmar seus mais que trezentos anos de idade. As rugas dele estavam diferentes, conhecia aquela expressão dele, não podia negar, sem contar o cheiro que ela sentia emanar dele.

- Sabe que tenho consciência de quando mente para mim, não sabe?

Ele alisou o cabelo ruivo da mesma, seus olhos azuis encontraram os olhos negros dela e acariciou o rosto liso com suas mãos velhas e cansadas.

- Sei sim, minha querida.

- Então... Não vai me falar, não é?

- Naraku quer provar o quão forte é depois de ter conquistado a Shikon.

- Shikon no tama? A pedra lendária do Japão?

- Sim. Acha que a Muralha é uma forma de desafio e tentará matar todos que se levantarem contra ele. - suspirou - Estou velho para isso.

Ela sorriu.

- Venha. Vou ajudá-lo a descansar. Como acabou de dizer, está velho e não pode se preocupar mais tanto com isso.

A mulher que parecia ser apenas uma jovem de vinte de anos, graças ao corpo escultural, guiou o idoso à cama o fez dormir em seu colo. Em uma casa distante dali, Inu no Taisho observava sua cama vazia. Como sentia saudade de sua esposa humana, ela lhe dava o conforto que precisava nessas horas. Enviara alguns homens para acompanhar Myoga já havia algumas horas, logo o treino começaria. Estou velho para lidar com jovens... É hora de dar uma chance a ele. Sorriu com o pensamento. Deitou-se pensando na guerra que estava por vir. Me aguarde Naraku...

Uma nova história para todos lerem... Acho que com um pouco mais de trabalho, essa fic vai sair um pouco melhor do que imaginei antes. Espero que gostem.