Diga sim pra mim
-Posso ajudar, senhor?
Harry olhou da atendente de avental para a loja cheia das mais diversas flores, muitas das quais ele nunca havia visto antes. Sim, ele com certeza precisava de ajuda.
-Sim... eu quero dar um buquê pro meu namorado... mas eu não sei nada sobre flores.
-E qual é a ocasião?
- Nosso aniversário de 2 anos. E eu vou... vou pedir a mão dele hoje à noite.- Harry praguejou internamente pelo tremor na voz, mas só de lembrar do que ia fazer a noite o deixava nervoso. A atendente devia ter percebido, pois lhe ofereceu um sorriso encorajador.
-Hum... Rosas vermelhas costumam funcionar muito bem nessas ocasiões.
-Ele não gosta de rosas.
-Não? Nunca conheci alguem que não gostasse de rosas... Lírios, talvez?
-Muito femininos.
-Então acho que tulipas também estão fora, né?
-Definitivamente.
-Vejamos então... Narcisos?
-Não, não... fazem ele lembrar da mãe.
-Cravos então?
-Ele diz que é flor de cemitério.
-Ok...Já sei! Margaridas!
- Ele espirra com o cheiro... - Harry suspirou derrotado. Ele bem que podia ter escolhido um namorado menos difícil...- Acho que vou ter que pedir sem flores mesmo...
-Ei, não desista ainda! Só me deixe pensar um pouco.- A moça se encostou no balcão vasculhando a loja com os olhos.- Orquideas?- Ela falou esperançosamente.
-Não lembro dele ter algo contra orquideas...
-Finalmente!- A mulher sorriu aliviada.- Só tem um probleminha: não dá pra fazer um buquê de orquideas, o senhor vai ter que levar o vaso.
Harry esfregou os olhos frustrado. Só Draco mesmo para faze-lo passar por tantos problemas por causa de umas flores... Um sorriso de repente iluminou o rosto de Harry. Ele acabara de ter uma ideia simplesmente brilhante.
-Eu vou precisar de várias orquideas...
"Eu pensei em comprar algumas flores
Só pra chamar mais atenção
Eu sei
Não há mais razão pra solidão
Meu bem, eu tô pedindo a tua mão..."
-Mione!- Harry gritou enquanto batia na porta com o punho fechado.- Mione, abre isso logo!
-Já vai!- A voz abafada veio de dentro, junto com o som da porta destrancando.- Merlim, Harry, onde é o incêndio?
Harry ignorou o comentário da amiga e passou direto por ela em direção da sala bem arrumada do apartamento de Hermione. A sala parecia completamente trouxa, com direito a TV em frente ao sofá e aparelho de som tamanho família. As únicas coisas mágicas eram as fotos e jornais na mesa de centro.
-Mione, você precisa me ajudar!- Harry se jogou no sofá espaçoso, bagunçando os cabelos ainda mais.- Eu... eu não sei o que falar!
-Harry, calma. Me explique o que está acontecendo.
-Hoje é o nosso aniversário de namoro e eu... eu vou pedir a mão dele hoje.
-Você vai...- Os olhos de Hermione se arregalaram e ela se jogou no pescoço do amigo.- Harry, isso é ótimo!
-É, é ótimo. Só que eu não sei como falar para ele... Você conhece o Draco, ele deve estar esperando algo extremamente romântico, e eu juro a você que eu já tentei, mas eu não consigo pensar em nada romântico.
-E você quer que eu te ajude a pensar em algo, certo?
-Isso
- Hum... deixa eu pensar um pouco.- Mione levantou e começou a andar de um lado para o outro, franzindo a testa como ela sempre fazia quando estava pensando.- Já sei! Um poema!
-Um o que?
-Um poema, seu besta. Faz um poema para ele!
-Mione,- Harry olhou para ela com um sorriso torto igualzinho ao de Draco.- EU escrevendo um poema?
-Hum... você pode declamar um que já esteja feito, então.
-Sugestões?
A morena voltou a sentar no sofá, brincando com uma mecha de cabelo. Eles ficaram em silêncio pelo que para Harry pareceram horas. Ele já estava começando a ficar inquieto quando Mione falou.
-Harry, ligue o som, por favor.
Ele colocou na rádio e um sorriso brotou nos lábios da morena ao ouvir as primeiras notas.
-Harry, pegue caneta e papel, já sei o que você vai fazer...
" Eu pensei em escrever alguns poemas
Só pra tocar teu coração
Eu sei
Uma pitada de romance é bom
Meu bem, eu tô pedindo a tua mão..."
Draco desaparatou no meio da sala do apartamento que ele dividia com Harry e se jogou no sofá sem nem mesmo acender a luz. Ele estava acabado. Houve uma briga no Caldeirão Furado mais cedo e ele e mais três aurores haviam sido mandados para resolver a bagunça. Havia passado o dia autuando os infratores e preenchendo relatórios. Mal teve tempo de buscar o presente de Harry... e falando nele...
-Harry, você tá aí?- O loiro escutou algo se mechendo atrás dele e apontou a varinha- Lumos!
A sala inteira se iluminou, revelando vários vasos de orquideas espalhados ao redor da sala e Harry parado bem atrás dele com um sorriso estonteante e segurando um violão nas mãos.
-Feliz aniversário, Draco.
O loiro sorriu e puxou o namorado para um beijo apaixonado, quase fazendo o outro derrubar o violão.
-Isso... isso é lindo, Harry!
-Então eu acertei nas flores?- Ele recebeu outro beijo como resposta.- Eu ainda não acabei.
-Não?
-Não.
-Isso quer dizer que você comprou algo grande e caro para mim?
-Não é grande...- Harry respondeu sorrindo enquanto sentava e ajeitava o violão.- Mas eu queria que você escutasse uma música antes, ok? Preste bem atenção na letra.
-Tá certo. Estou escutando.
Harry afinou o violão mais uma vez, puxou do bolso o papel meio amassado onde ele havia anotado a cifra e começou a tocar, olhando nos olhos de Draco.
- Eu pensei em comprar algumas flores
Só pra chamar mais atenção
E sei, já não há mais razão pra solidão
Meu bem, eu tô pedindo a tua mão...
Draco arregalou os olhos e tampou a boca em surpresa. Harry sorriu ainda mais e continuou cantando.
- Então case-se comigo numa noite de luar
Ou na manhã de um domingo a beira mar
Diga sim pra mim
Case-se comigo na igreja e no papel
Vestido branco com buquê e lua de mel
Diga sim pra mim
- Eu não acho que eu possa casar de branco, Harry.- Draco falou meio rindo, meio chorando de alegria, fazendo o moreno rir e quase errar a nota.
- A gente dá um jeito...
-Eu pensei em escrever alguns poemas
Só pra tocar teu coração
Eu sei, uma pitada de romance é bom
Meu bem, eu tô pedindo a tua mão
Então case se comigo numa noite de luar
Ou na manhã de um domingo a beira mar
Diga sim pra mim
Case se comigo na igreja e no papel
Vestido branco com buquê e lua de mel
Diga sim pra mim...
Harry começou a cantar com mais força, chamando toda a atenção de Draco para si, enquanto tentava transmitir toda a sua emoção através da música.
-Prometo sempre ser o seu amigo
Na dor, o sofrimento é dividido
Lhe juro ser fiel ao nosso encontro
Na alegria, felicidade vem em dobro
Eu comprei uma casinha tão modesta
Eu sei, você não liga pra essas coisas
Eu te darei toda riqueza de uma vida
O meu amor...
Hary deixou o violão de lado e se ajoelhou na frente de Draco. Ele tirou uma caixa do bolso e abriu a tampa, revelando uma aliança de prata com pequenas esmeraldas incrustradas. Então ele tytomou uma das mãos de Draco e recomeçou a cantar.
- "Case-se comigo numa noite de luar ou na manhã de um domingo a beira mar, diga sim pra mim..."
-Harry...
- "Case-se comigo na igreja e no papel vestido branco com buquê e lua de mel, diga sim pra mim... sim pra...
Harry não conseguiu terminar a frase pois Draco já havia puxado o moreno para um beijo apaixonado que só terminou vários minutos depois com os dois no chão, o loiro sentado no colo de Harry.
-Isso foi...
-Um sim?- Harry perguntou com os olhos ainda fechados e um sorriso de orelha a orelha nos lábios.
-Definitivamente um sim.- Draco respondeu rindo.- Isso foi lindo, Harry.
-Que bom que você gostou, deu o maior trabalho achar as flores e decorar a música.
-Espero que todo esse trabalho tenha valido a pena.
Harry catou o anel que hava ido parar no chão e colocou-o no dedo de Draco. Ele observou o loiro por alguns instantes: os cabelos loiros desarrumados, o sorriso estonteante e os olhos prateados brilhando de alegria. Era... perfeito. Harry sorriu e puxou o loiro para outro beijo.
-Definitivamente valeu a pena...
FIM
Isso estava pronto a mais de um mês, mas com o início das aulas eu acabei esquecendo de postar...
Enfim, a música é de Isabela Taviane e é muuuuuito fofa. Sempre que eu escutava, acabava pensando num jeito de ffazer uma fic com ela, até que essa saiu. Espero que tenham gostado.
Ah... reviews são bem-vindas, mesmo que você não tenha gostado, ok?