Muita gente acha que tem muito a dizer sobre as estrelas.

Acham lindo o seu brilho e o fato de enfeitarem o céu nas noites de verão, fazem desejos quando vêem o brilho se mexer e tentam identificar as constelações para alguém que esteja do lado.

"Veja, aquela lá é a cruzeiro do sul! Bonita, né?"

Pessoalmente nunca dei muita atenção pra essas faíscas no breu da noite. Mas você sempre gostou bastante, e acho que isso não acontecia só nesse âmbito de nossas vidas. Eu nunca via graça em quase nada á minha volta e você sempre se divertia com as coisas mais simples, e até mais bobas.

Muitas vezes eu ficava irritado com esse seu jeito descontraído e infantil. Sempre chamando a minha atenção pra essas coisas insignificantes, como estrelas, como se eu tivesse tempo sobrando, caramba! Qual a grande utilidade em admirar estrelas, afinal? Se elas vão estar sempre lá e ser sempre as mesmas? As constelações não vão sair do lugar, as estrelas não vão brilhar mais ou menos se olharmos pra elas e se formos ser objetivos, a possibilidade de um desejo se realizar porque você o fez quando um cometa passou, e você equivocadamente pensou ser uma estrela, é muito próxima do zero.

O engraçado é pensar que agora que você não está mais aqui eu faço tudo isso.

E não parece mais tão idiota e inútil, apesar de que, quando eu paro pra pensar no que estou fazendo, quando olho pras estrelas e penso em você, me sinto tão idiota e inútil quanto achava que as pessoas que faziam isso eram.

Não são mais pontinhos brilhantes insignificantes, e sim os seus pontinhos brilhantes insignificantes.

E só por me lembrarem você eles passam a ser pontinhos brilhantes com todo um novo significado.

Quando aquele tal cometa cai, eu finjo que é uma estrela, pra poder desejar que você volte e me iludir de que esse desejo tem chance de ser realizado.