Otimismo nunca foi uma das características marcantes em Shaoran.

Era do tipo de pessoa que esperava sempre o pior, e assim caso acontecesse algo ligeiramente melhor, ao invés de desapontamento, ele inundava-se de satisfação.

E esse comportamento era semelhante em quase todos as decisões que tomava, desde avaliações de trabalhos até reciprocidade no amor.

Talvez fosse assim por imaturidade, insegurança... O caso era que o menino, mesmo sufocando-se com esse sentimento cada dia mais, gaguejando quando o óbvio chegava próximo de ser revelado, perdendo o sono ao relembrar memórias que sempre retornavam de noite, enfim, todas essas coisas que as pessoas apaixonadas fazem... Mesmo cumprindo perfeitamente seu papel de vassalo amoroso, não esperava ser correspondido de jeito nenhum.

E como também nunca tinha o hábito de se proporcionar sofrimento desnecessário, tomou a decisão de jamais revelar ao objeto de sua afeição o que sentia. E a deu por definitiva.

"Mas eu gosto muito do Shaoran!"

Ou será que não?