Retratação: A obra a seguir trata-se de uma fanfiction inspirada na série de animação japonesa Saint Seiya, com fins exclusivos de entretenimento, sem lucro algum de minha parte. A série e todos os seus personagens aqui citados são de propriedade de Masami Kurumada.
o.O.o
"O que eu senti, o que eu soube
Nunca transpareceram no que eu mostrava
Nunca livre, nunca eu mesmo
Por isso eu nomeio-vos imperdoáveis."
Metallica – The Unforgiven
O menino entrou no quarto, pé ante pé, apreensivo e visivelmente amedrontado. Ignorava o calor da parafina derretida da vela, escorrendo sobre os dedos, muito mais preocupado com o algo que buscava embaixo do colchão.
-Procurando alguma coisa, Hyoga? – a voz, tão gélida quanto a neve do lado de fora paralisou o garoto, que demorou-se até obter coragem de se virar na direção de seu mestre.
-Sim, senhor. – respondeu o menino ao ruivo escorado no batente da porta, braços cruzados, encarando o aluno de forma impassível.
-E o que era? – quis saber o ruivo, mas a pergunta era apenas uma retórica.
O item buscado, com tanto medo, já não estava mais debaixo do colchão.
o.O.o
Pelo visto eu completamente errado. A sua motivação, a sua crença, que eu considerava uma fraqueza, lhe deu mais força do que eu pensei que poderia. Mais força do que talvez eu mesmo jamais tenha tido.
No que você acredita agora, Hyoga, que vê o seu tão temido mestre abatido por suas próprias mãos?
Eu espero que acredite em si mesmo mais do que nunca, e não se arrependa do que fez. Assim como eu não me arrependo de nada do que fiz à seu respeito, porque tudo, absolutamente tudo, foi pensando no seu bem.
Se eu quis afastá-lo de seus sentimentos, foi para torná-lo forte. Se eu afundei ainda mais aquele maldito navio, não foi apenas para tirar da sua cabeça a obsessão por sua mãe, mas também porque eu não queria vê-lo morto de um modo tão patético, feito o que aconteceu à Isaak.
E o chamei ao Santuário com o mesmo ato, foi para ver se você ainda teria coragem me defrontar depois disso, isso se conseguisse chegar até mim.
Se isso lhe nutriu ódio, que o seja. O fez forte o bastante para chegar até aqui, com companheiros tão leais que foram bravos o suficiente para arriscar as próprias vidas em seu resgate.
Eu quis enterrá-lo vivo. Eu não consegui. Mesmo antes de seus amigos chegarem à Casa de Libra, eu ainda sentia seu cosmo, e secretamente pressentia o que estava por vir. Se eu fiz aquilo, era porque eu não queria vê-lo morto pelas mãos de mais ninguém. E, até você chegar aqui, eu não acreditei que pudesse ser de outro jeito. Mas o foi.
Você foi firme o bastante na sua convicção. Pois eu também fui firme nas minhas. Por mais que certas coisas estejam erradas por aqui, nenhum invasor – ainda mais um invasor fraco -, passa por meu Templo sem a minha permissão ou a minha derrota.
Não estarei aqui para ver o final de sua busca, meu caro discípulo. Mas eu espero que, passada a tormenta, eu não o ouça chorar dos Elíseos, pedindo pelo meu perdão.
Eu o considero imperdoável, por mais que, no fundo, eu não creia que haja qualquer coisa por se perdoar.
o.O.o
Fic Concluída em: 18 de Agosto de 2009
Reposicionado para correção/adição de certas coisas.
O que é o Hyoga estava procurando debaixo da cama??? Não conto, não conto, não conto, não conto! =P Segredo guardado pra outra fic!
Mais uma da série de experimentações descubra-milo-e-camus-pra-escrever-melhor-sobre-os-dois. A princípio eu nem iria publicá-la, mas como estou sem beta-readers(alguém se habilita? Enviar e-mail!), é bom ver a reação dos outros a respeito da sua fic.
Espero que o Camus esteja um pouquinho menos odiável agora... ^^
Cheers!
Patrícia Loupee
