Meu amor não há preço

Por:Sofy-chan

Cap1

"A verdadeira medida de um homem não é como ele se comporta em momentos de conforto e conveniência, mas como ele se mantém em tempos de controvérsia e desafio".

(Martin Luther King Jr.)

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-Inuyasha, você está despedido!- Escutou pela terceira vez naquela semana.

O céu encontrava-se nublado. Uma leve garoa manchava de pingos as calçadas e avenidas, enquanto visões de variados guarda-chuvas enchiam de cores os monótonos tons de cinza daquela metrópole. Homens, mulheres e crianças avançavam por estes caminhos de concretos, mantendo suas vidas, preenchendo seu dia-a-dia.

Os sons de buzinas e rodas sobre o asfalto completavam aquele cenário.

Era mais um dia no mundo urbano.

-InuYasha, está me escutando? Eu disse que você está despedido!!!- Ouviu berrarem.

InuYasha afastou sua atenção da movimentação lá fora e encarou o homem a sua frente.

- "Grotesco..." – Foi seu primeiro pensamento ao encarar seu chefe, ou pelo visto, ex-chefe, um homem baixo e obeso, de personalidade rude, o que era compatível com sua aparência grotesca. Usava um avental sujo com um crachá no peito que indicava o seu cargo : Gerente, ou seja, seu patrão.

No momento a expressão do homem denominado "gerente" era a de mais pura ira, tornando seu rosto ainda mais feio, o que provoca uma careta em InuYasha.

-Eu tentei ser paciente com você...-Ele começava novamente.-Te dei várias oportunidades, mas você não aproveitou nenhuma! Sempre me dando prejuízo...-

O senhor grunhiu com impaciência ao perceber que gastava saliva a toa, já que seu funcionário, ou ex-funcionário, voltara a contemplar o lado de fora e ignorava-o completamente.

Era tão difícil lidar com este jovem, principalmente pela sua origem.

InuYasha voltou sua atenção para o gerente quando percebeu que este parava de falar e penetrava em seus próprios pensamentos.

Sabia o que seu chefe tanto refletia. Podia sentir o medo e insegurança saindo de seus poros. Isso era algo normal para si, já que não era a primeira vez que alguém se sentia amedrontado ou aflito quando estava a seu lado. Sabia que sua aparência e por ser o que era, deixava os seres humanos comuns com medo.

Sim. Porque ele não era um ser humano, metade dele talvez, contudo...

-Olha, InuYasha...-O gerente persistiu, com a aflição cada vez mais clara em sua voz.- Eu tentei, sério...Mas o fato de você ser...um...um...-

-Hanyou.-Completou InuYasha.

-Não! Hãn...Sim...-Concordou cabisbaixo.-Você espanta muito minha freguesia e eu não posso mais mantê-lo, sinto...-

Duvidava de que este homem realmente sentisse, mas isso não importava agora.

Estava habituado.

-Está tudo bem, velho.-Disse com seu jeito característico.-Eu já estava mesmo enjoado em ter de ver essa sua cara feia todos os dias.-

Deu de ombros ,sorrindo satisfeito ao sentir o cheiro do medo modificar-se para irritação e os olhos do homem se estreitarem em censura.

Deixando seu crachá sobre o balcão, retirou seu casaco do suporte na parede e dirigiu-se para a saída. Perdera mais este emprego, para o alívio dos funcionários e clientes daquele lugar.

Apertou o agasalho contra seu corpo para proteger-se da friagem vinda ao logo que se afastava da edificação.

Era a terceira vez naquela semana que era despedido com aquela mesma desculpa, o pretexto dele ser um hanyou.

- Você espanta minha freguesia... –Disse, imitando a voz irritante de seus últimos chefes.-Sinto muito e blá, blá, blá...FEH! Até parece!-

Resmungou durante todo o caminho, assustando as pessoas que se mantinham o mais afastadas possíveis dele.

- "Humanos estúpidos!" –Bufou em pensamento.- "Sempre subjugando tudo o que consideram perigosos..." –

E isso incluía a ele.

Nessa sociedade onde homens e youkais apenas se toleram, compartilhar algo além de território poderia ser considerado um sacrilégio. A união entre um humano e um youkai era vista com maus olhos e InuYasha era exemplo disso.

Filho de um youkai e uma humana, InuYasha era denominado hanyou. Possuía sangue humano, mas também demônio, o que o tornava um pouco diferente e perigoso para os padrões humanos.

Contudo, não era apenas a raça de sua mãe que o desfavorecia, a raça de seu pai cultivava os mesmos conceitos.

No meio youkai, ter o sangue maculado com o de seres rotulados inferiores, era motivo de repulsa e inabilitação para conviver em seu antro.

InuYasha não era aceito em ambas as sociedades, e com isso, não tinha uma vida que poderia ser analisada adequada ou fácil.

Continuou seguindo pelas ruas lotadas e movimentadas, olhando a sua volta e contemplando as altas construções que cercavam o local como grades de uma prisão.

Mas as cidades eram isso mesmo, grandes prisões adornadas de conforto para alguns e miséria para outros. Estava preso em um mundo onde o dinheiro e o preconceito comandavam com mãos de ferro e tornavam a existência uma luta pela sobrevivência.

Sim, poderia considerar que estava vivendo em uma floresta de pedras, onde o mais forte subjuga o mais fraco.

Porém, apesar de sua vida sedentária, ainda encontrava motivos para permanecer firme.

- "Kikyou..." –Sorriu com a lembrança da dona do nome.

Kikyou era uma humana comum, porém especial. Ela era diferente do resto de sua raça que o menosprezava.

Ela o amava, tinha certeza.

Kikyou era uma daquelas pessoas que na primeira impressão parecem dóceis como um cordeiro, mas depois de um tempo demonstram um caráter firme e decidido. Este contraste em sua personalidade era o que mais o atraia, pois ao mesmo tempo em que era gentil, podia se tornar severa.

Dona de uma beleza suave e clássica, Kikyou poderia virar a cabeça de qualquer homem. Possuía belos cabelos negros que chegavam até sua cintura de curvas harmoniosas. Seus olhos eram da cor do ébano, mas apesar da tonalidade comum, continham um brilho esplendoroso e vivo, tornando-os profundos como abismos.

Seu rosto era formado por traços delicados e sua pele pura de nuança branca dava-lhe uma aparência frágil.

Ela era bela e InuYasha amava-a com todo seu âmago.

E foi com estes pensamentos que apressou seus passos e avançou pelas ruas com um sorriso nos lábios.

Mal podia esperar para encontrar sua Kikyou.

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A garoa havia se transformado em tempestade, castigando com seus grossos pingos, as frágeis plantas de sua varanda.

A cidade por trás de sua vidraça parecia triste e fria com suas cores pálidas e acinzentadas. A chuva em nada contribuía para a beleza daquele lugar, deixando a paisagem mais sombria e melancólica.

Suspirando, fechou as cortinas sobre a janela e virou-se para olhar ao redor de sua pequena moradia, que no momento estava cercada com baldes por todo seu perímetro para conter os pingos d'água que caiam como cascatas de seu teto.

Morava em um bairro de sobrados onde pessoas de baixa posição financeira tentavam se manter com trabalho e muito custo. Sua casa precisava de manutenção, porém, apesar de humilde era bastante aconchegante.

Levava uma vida difícil e seu emprego não poderia ser considerado honrado. Pelo menos esse lhe pagava o suficiente para ter uma vida tolerável.

- "Ser garçonete em uma boate ,não é meu sonho de infância." -Pensou enquanto amarrava seus longos cabelos em um rabo de cavalo.- "Mas é algo que tenho de suportar..." –

Rangeu os dentes ao se lembrar de seu último "acidente" de trabalho. Era complicado suportar esse serviço com os constantes assédios recebidos dos clientes afetados pelo álcool, como acontecera na semana anterior. Um rapaz , depois de 5 rodadas de cerveja, passou-lhe a mão num local impróprio e acabou tomando seu sexto copo pelo nariz.

- "Recebi uma baixa em meu salário, mas valeu a pena".- Concluiu com um sorriso ao relembrar da face cheia de hematomas do rapaz.

Os sons de passos e risadas do lado de fora lhe chamaram a atenção.

- "InuYasha, já esta de volta?" –Indagou, alegre com a possibilidade de conversar com o amigo.

Voltou a abrir a cortina de sua janela e observou dois vultos no portão da casa do hanyou. Definiu a primeira silhueta como Kikyou, a namorada de seu amigo, uma cobra em sua opinião.

Abafou com as mãos uma exclamação de surpresa ao perceber que a segunda silhueta não era de InuYasha, mas sim de alguém desconhecido.

-Não pode ser...-Sussurrou em choque. Respirou fundo três vezes para se acalmar e tentar refletir melhor.- T-talvez não seja o que parece...É! Talvez seja um amigo ou até mesmo o irmão de Kikyou...-

Tais hipóteses foram totalmente descartadas quando Kikyou jogou-se nos braços do desconhecido e trocaram um beijo apaixonado.

E beijando-se, os dois atravessaram o pátio e entraram na casa, fechando a porta entre sonoras risadas e gemidos.

-Eu não acredito...-Comentou incrédula ao fechar as cortinas novamente.

Então a tão perfeita Kikyou, era na verdade um lobo na pele de um cordeiro.

-Pobre InuYasha...-Lamentou.

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"ATCHIM, ATCHIM!"

Espirrou InuYasha, limpando seu nariz logo em seguida.

- "Estou ficando gripado ou alguém anda falando de mim..." -Pensou, fungando ao ajustar seu agasalho.

Já era tarde. O céu antes cinza dava lugar às tonalidades da noite, deixando as ruas em trevas, a não ser pelos poucos postes de luz que adornavam pontos ao longo do caminho.

A tempestade continuava forte, atrapalhando as poucas pessoas que tentavam chegar em suas casas após mais um dia cansativo na cidade.

"ATCHIM!"

-É...Acho que é gripe mesmo...-Bufou irritado, limpando mais uma vez o seu, agora, sensível nariz.

Olhou ao redor e reconheceu sua rua imediatamente. Conhecia-a como a palma de suas mãos cheias de garras. Gravara cada perímetro de lá devido à época em que fora vigia noturno. Contudo, não durou muito tempo, já que os moradores preferiam recepcionar os ladrões em suas casas a ter de confiar nele.

Bufou pela décima vez naquele dia. Hoje o seu subconsciente insista em lembrá-lo de todos os seus empregos maus sucedidos. Só porque havia perdido o 3º emprego nessa semana, sendo que ainda era terça, sua mente decidia castigá-lo com suas mais horripilantes experiências.

A vez em que fora vendedor de pipoca num parque de diversões e havia sido despedido por ameaçar colocar veneno no alimento das crianças que o irritavam. Ou a vez em que limpava vidraças de grandes empresas e "acidentalmente", deixou cair o balde com água suja nos pomposos empresários que olhavam-no da calçada.

- "CHEGA!!" –Gritou pro seu subconsciente.- "Já entendi seu recado, mesmo assim aquelas pessoas mereceram!!!" –

Suspirou. Por que estava tendo uma discussão consigo mesmo?

Parou com seus devaneios quando avistou o portão de sua casa. As luzes da sala estavam acesas, indicando que Kikyou se encontrava na residência. Sorriu, havia pensado nela o dia inteiro e o que mais queria no momento era esquecer seus problemas com o doce sabor de seus lábios.

-InuYasha!?- Escutou ser chamado, virando na direção da voz.

Avistou uma mulher com aparentes vinte e três anos, de estatura alta e com longos cabelos castanhos presos em um rabo de cavalo. Ela lhe acenou, aproximando-se com cuidado pela rua esburacada. Podia reconhecer seu rosto de traços suaves quando esta, chegou perto o suficiente da luz.

-Sango? O que foi?- Perguntou para a mulher, que parecia aflita.

-InuYasha...-Ela o encarou com olhos tristes e preocupados.

InuYasha sorriu por dentro ao perceber a preocupação dela consigo. Sango era, depois de Kikyou, a humana que ele mais respeitava. A conhecia desde seu terceiro emprego, quando trabalharam na mesma boate. Ele havia salvado- a de um bêbado, que a espreitou após seu turno. A partir daí eles se tornaram amigos , descobrindo que morava no mesmo bairro, o que aumentou seus laços. Sango sempre o apoiava quando Kikyou não estava e incentivava-o a não desistir. Era uma amiga muito querida.

-InuYasha...-Saiu de suas lembranças quando ela o chamou novamente.-

-O que foi?-Indagou, estranhando o comportamento da amiga.

-Kikyou...ela...-

-Kikyou? O que foi?Aconteceu algo!?-Exclamou, virando-se para o portão, avançando para a porta.

-Não, InuYasha, espere!-Sango o seguiu, agarrando-se ao seu braço quando ele estendia a mão para a maçaneta.

-Mas que diab...-

-Tem certeza de que seu namorado não vai chegar?- InuYasha parou o que ia dizer ao escutar a voz masculina vinda do outro lado da porta.

-Claro que não!-Escutou a voz melodiosa de Kikyou em seguida.-Ele está em mais um de seus trabalhos, não voltará tão cedo...-

-Mais um trabalho?-Indagou o homem.-Quantos ele tem?-

Pode-se ouvir um muxoxo.

-Nenhum.-Disse a mulher com frieza.-Ele é tonto. Perde tantos trabalhos que não consegue receber o suficiente para nos sustentar!-

-Então por que fica com ele?-

Uma risada maliciosa saiu dos lábios carnudos de Kikyou antes dela encarar seu amante, sorrindo com desdém.

-Porque ele é como um cachorrinho que me faz de tudo e sempre me recebe de rabinho abanando! Não vou perder a oportunidade de ser tratada como uma rainha, afinal, sou mulher...Gosto de ser paparicada!-

Os dois riram divertidos, entregando-se novamente a carícias e ao calor da paixão.

Sango amaldiçoou aquela mulher em pensamentos. Como podia ser tão fria e calculista? Virou-se para InuYasha e sentiu seu coração apertar com a expressão desolada que ele tinha.

- "Não..." -Ele pensava.- "Não posso acreditar, não a Kikyou..." –

Vários sentimentos passavam por cabeça. Desde tristeza a pânico. Como SUA Kikyou poderia estar nos braços de outra pessoa?! Como poderia amar outro homem?Todas as promessas, as palavras doces de amor... Caíram em sua cabeça como um balde de água gelada.

-InuYasha...?-Sango estendeu sua mão para o hanyou, sendo brutalmente afastada.

-Vocês humanos são todos iguais...Sujos...Medíocres e hipócritas! Presos em suas mentes pequenas demais para o mundo...-Ele dizia, com sua voz embargada pelo ódio.

-InuYasha, você sabe que não sou assim, eu...-

-CALE-SE!-Gritou, fazendo Sango sobressaltar-se.-São todos cínicos, principalmente vocês, mulheres!!!-

Ao terminar a frase, InuYasha desatou a correr, deixando uma aflita Sango para trás. Desceu pela rua até adentrar no centro urbano e se perder entre a multidão.

- "Por que, Kikyou? Por que...?" –Inquiria, continuando a correr.

Olhava para o céu enquanto seus olhos ficavam levemente marejados e seu coração dilacerava. Toda aquela dor era insuportável, seu desejo era morrer ali mesmo. Fora traído por aquela que mais amava. Não tinha ninguém em quem confiar, não podia contar com ninguém.

- "Nunca mais vou confiar em um humano! Nunca mais vou me apaixonar por outra mulher!" –Foi seu último pensamento antes que dois focos de luzes o cegarem momentaneamente e um impacto, seguido de uma dor alucinante, o levassem a inconsciência.

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A música tema de "Friends" soou pela quinta vez consecutiva, preenchendo o interior daquele carro de último ano.

- "Mas que saco! Não deveria ter comprado este celular com longa distância!" –Resmungava a dona do aparelho.

Pela quinta vez, ignorou o toque e continuou com sua atenção ao trânsito, que era desviada pelos constantes pingos que forçavam-na a usar o barulhento pára-brisa.

- "Droga de chuva! Eu não deveria ter saído de casa!" –Apertou os olhos, tentando definir algo naquela paisagem escura e disforme.

Por que havia saído de casa mesmo?

Ah sim! Porque queria um pouco de sossego e ficar longe de seus negócios. Então, decidira fazer o quê qualquer mulher faria quando queria relaxar: Ir ao shopping.

O celular tocou pela sexta vez, tirando um rosnado da mulher ao volante. Pegou o aparelho bruscamente e atendeu, para a felicidade do interlocutor.

-Alô?-

-KAGOME, ONDE VOCÊ ESTAVA?!?!-Afastou o aparelho do ouvido ao escutar a voz estridente e zangada do outro lado da linha.-EU TE LIGUEI UMAS CINCO VEZES E VOCÊ NÃO ATENDEU! ONDE VOCÊ ESTÁ?-

Aproximou o celular novamente quando achou que seu risco de ficar surda era menor.

-Eu estava estressada, então decidi sair um pouco e...-

-ESTRESSADA?!?-A voz estridente interrompeu-a, fazendo com que se afastasse novamente.-Eu é que deveria estar estressado. Você deveria estar aqui para a reunião! Lembra? A REUNIÃO!!!-

Kagome suspirou. E como não lembraria? Estavam falando-lhe daquela mesma reunião havia uma semana. Porém não estava com vontade de permanecer num recinto abafado pelo cheiro dos charutos de vários homens velhos, gordos e tediosos.

-Olha! Eu sei que deveria estar na reunião, mas...CUIDADO!!!-Gritou quando um vulto de longa cabeleira branca entrou em seu campo de visão e em frente a seu carro.

Pisou com tudo no freio, mas era tarde de mais. O ruído do corpo batendo em seu capô soou como uma sentença de prisão aos seus ouvidos.

- "Meu Deus..." –Pensou, apertando com força as mãos no volante. Seu celular jazia esquecido do outro lado do carro.- "Eu matei uma pessoa..." –

Saiu do veículo com pressa, sendo castigada pela forte chuva que não cedia até mesmo diante de sua situação. Avançou com cautela até a frente de seu carro. Tampando a sua boca com ambas as mãos ao se deparar com o corpo de um homem, estendido na rua encharcada.

-OH, MEU DEUS!!!-Exclamou mais quando reparou nos cabelos brancos.-Matei um velho!?!-

Gemeu.

Não podia ser.

Havia matado uma pessoa e logo um idoso. Iria ser presa.

-Maldita hora em que atendi ao telefone...-Praguejou com a voz embargada.- Eu sabia que não deveria ter saído de casa...-

Enxugou o rosto manchado pelas lágrimas e gotas de chuva. Estava decidindo se usava ou não seu celular para avisar o pronto socorro, quando um gemido fraco chegou aos seus ouvidos.

-Ahñ...-Escutou novamente. Aquela voz causava-lhe calafrios.

Engoliu em seco antes de virar-se devagar. Esbugalhou os olhos quando viu que sua vítima se levantava lentamente, gemendo.

-AHHHHHH!!! ZUMBI!!!-Berrou, atacando com sua bolsa o suposto "morto".

-Ai, ai, ai! PARE COM ISSO, BRUXA!!!-Exclamou o homem, agarrando os pulsos dela e a prensando contra o carro.

Kagome estranhou que uma voz tão grave e firme pudesse ser de um velho. Observou melhor aquela pessoa e percebeu, estática, que ele não deveria ser muito mais velho que ela. Ele possuía realmente cabelos brancos, mas seu rosto era formado de traços jovens e bonitos. Contemplou mais aquela face até que seus olhos pararam em duas pequenas orelhas de cachorro no topo de sua cabeça.

- "Isso explica porque ele não morreu...É um youkai..." –Concluiu, desviando seu olhas das orelhas para os olhos

Mas se arrependeu de ter encarado aqueles fantásticos olhos dourados.

Aqueles orbes dourados continham algumas tonalidades rubras, o que dava a impressão de serem chamas vivas. Mas o que mais lhe chamara a atenção não havia sido à beleza de suas cores, e sim, as variadas e profundas emoções contidas ali:

Tristeza;

Dor;

Traição;

Raiva;

Ódio...

Não pôde evitar que lágrimas quentes escorressem por seu rosto ao presenciar tamanho sofrimento vindo de um único ser.

-Não chore...Bruxa...-Ele disse com a voz fraca.-Não gosto de ver...mulheres chorando...-Suas últimas palavras foram ditas com um fio de voz.

Logo, os desgastes emocionais, unidos com as feridas ocasionadas pelo acidente, tragaram todas as suas forças.

Gemeu uma última vez antes de ser levado para as trevas e cair ,desacordado, nos braços daquela que era tão parecida...Tão... parecida... com Kikyou.

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Aloha!

Queria começar dizendo que por enquanto pararei com a fic "Amarga Vingança".

Motivos? Por pura preguiça mesmo... XP~~

Mas não se preocupem! Ela volta! É só por um tempo ,até eu ter a minha mente desbloqueada... ^^´´

Esta fic, acredite quem quiser, é baseada no filme "Dirty Dance", recomendada por Nika Himura! (Vlw, menina! ^-^) É muito bom! Eu aconselho que assistam! Mas não é porque está fic é baseada em um filme de dança, que terá isso, heim.

Quero agradecer a Kiki-chan por revisar minha fic, sem ela isso aqui seria um tremendo desastre...(nossa, nunca pensei que eu fosse TÃO ruim em redação.. ^^´)

THANKS, KIKI!!! ^.^

Espero que tenham curtido, e qualquer coisa vocês sabem: 'Tamos aqui!

Namárië!

(Sofy- chan)

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yooo minna Bom, aqui quem vos fala é a Kiki-chan ^^ Que acabou de revisar essa história ótima e espera seu pagamento pacientemente XDDD (brincadeira Sofy-dono) Bom, depois de passar dois dias revisando direto acho q o resultado foi bom, não? Espero que gostem See ya!