REMEMBER



Disclaimer:Estes personagens não me pertencem, mas sim a Naoko Takeushi, e não estou obtendo qualquer forma de ganho financeiro com esta Fanfic.


1º Capitulo

«Perder e ganhar»


Olá! Sou a Serena Tsukino, e tenho 16 anos. Neste momento estou a caminhar para o único lugar onde me sinto realmente bem e consigo fazer desaparecer a minha tristeza.

É verdade, estou triste, para ser sincera estou de rastos. Hoje, no final das aulas, a minha professora chamou-me para falar com ela. Claro que pensei que era para me dar uma detenção ou pior, um castigo por chegar tarde às aulas e não prestar atenção à matéria. Mas não foi nada disso. Ela apenas olhou para mim e disse-me:

- «Serena, já não sei o que fazer contigo. Todos os dias chegas tarde às aulas e coloco-te com algum castigo, mas cheguei à conclusão que isso não está a fazer mudar a tua atitude.» - Ela fez uma pausa, olhou os papéis em cima da sua secretária e depois voltou a falar – «Eu realmente estou perdendo a esperança em ti. Já nem acredito que a detenção sirva de solução e …».

Nem a deixei continuar a falar. Eu tinha percebido direito? Ela ia parar de me dar correctivos? Com tantas perguntas soltas na minha cabeça comecei a falar.

- «A senhora está a dizer que acabaram-se as detenções?» – A minha alegria era tal, que mal conseguia esperar pela resposta. Que não foi exactamente a que desejava.

- «Não foi isso que eu disse, interpretou mal. Eu não vou acabar com os castigos para a menina poder pensar que pode chegar às aulas á hora que bem lhe apetecer.» - Esclareceu.

Nesse momento o meu sorriso desapareceu e as minhas pernas perderam as forças, obrigando-me a sentar para não cair. Alguns segundos depois, ela olhou-me mais intensamente e com uma voz triste e preocupada, voltou a pronunciar

- «Paremos com os rodeios. Eu chamei-a para comunicar que está em riscos de perder o ano, se tirar mais 2 negas. Por esta razão, esta semana não terá qualquer punição, para que possa chegar cedo a casa e estudar. Mas, se chegar atrasada algum dia, a detenção será a dobrar para a semana que vem. Está a entender?»

Não consegui produzir nenhuma palavra. As lágrimas teimaram em aparecer nos meus olhos, deslizando pelo meu rosto. A professora parecia muito preocupada.

- «Serena? Serena estas bem?... Queres alguma coisa, um copo de água ou..?»

Deixei-a falando sozinha. Levantei-me e corri para fora do edifício. A ideia de perder um ano da minha vida estudando a mesma matéria, era simplesmente horrível.

Ela já me havia contado que eu estava tirando muitas negas nos exames. No entanto, nunca pensei que fosse assim tão grave. E o meu problema era esse. NÃO PENSAR.

E foi assim que aconteceu. Por isso, estou andando para o Game Center, pois é o único lugar que me faz esquecer os problemas.

Ora aqui está algo que nunca consegui entender. Sempre que lá estou, parece que tudo o que existe de errado desaparece. Considerando bem, poderá ser da presença do Andrew. Claro! Só pode ser isso. Ele sempre me ajudou; apoiou-me nos momentos difíceis, contou piadas quando eu estava triste, e foi sempre um amigo estupendo. Para ser honesta com vocês, eu gosto do Andrew; é tão querido comigo, trata-me tão bem, qualquer rapariga é capaz de se apaixonar por ele. Mas sei que nunca olharia para mim. Eu sou uma burra que tem grandes probabilidades de repetir de ano, sou gorda, gulosa, feia, e nunca tive nenhum namorado. Ele nunca iria querer uma rapariga com todas as minhas qualidades. Qualidades essas, que nunca são esquecidas por um outro certo rapaz, que também frequenta diariamente o Game Center. O seu nome? Darien Chiba. O rapaz mais insuportável, que alguma vez já choquei no cimo da Terra. Nunca entendi como um rapaz tão fenomenal como Andrew, poderia ser grande amigo, de um convencido igual a Darien.

As diferenças entre os dois são notórias a olhos vistos por qualquer um. Enquanto Andrew sempre agiu, infelizmente, como um simples irmão para mim, Darien sempre foi claro nas suas opiniões a meu respeito. Não existia um único dia no calendário em que ele não tenha infernizado a minha vida. E se ele ficar sabendo do que aconteceu hoje na escola, terá ainda mais um motivo para atormentar-me. A minha vida nunca mais seria a mesma.

Não consegui evitar. Lágrimas gordas surgiram e rolaram pelo meu rosto. Desde pequena que era assim, qualquer coisa que me entristecesse eu começava a chorar. E com o passar dos segundos, os meus olhos tornaram-se tão encharcados, que eu só conseguia distinguir sombras ao meu redor. Não faltou muito para sentir algo me atingindo em cheio na cabeça.

A pancada foi tão forte que comecei perdendo os sentidos, contudo consegui perceber alguém ao meu lado. Era o Darien. Com tantas pessoas neste mundo, eu tinha logo de ser ele.

Darien parecia chamar o meu nome. Mas não consegui ouvir, nem ver mais nada. Apenas desmaiei.

Abri os meus olhos. Olhei à minha volta e não reconheci o lugar. Onde será que eu estava? Não me lembro de nada, mas pelo ambiente e a decoração simples e as paredes brancas, assemelhava-se a um hospital. Mas o que estava fazendo ali? E quem me teria trazido?

Estava cheia de perguntas e a única coisa que recebi em resposta foi uma dor na cabeça quando tentei sentar-me.

Enquanto tentava perceber o que tinha acontecido, a porta do quarto abriu-se e um homem vestido com uma bata branca e um crachá com o seu nome, entrou acompanhado com mais dois rapazes, que não pareciam ser médicos pois tinham aparência de ser muito novos para exercer tal profissão.

- Olá Serena! Vejo que já acordou, isso é bom sinal. Como está se sentindo? - Perguntou-me o que parecia ser o médico.

- Estou com uma dor na cabeça, e não me lembro do que aconteceu. - Respondi tentando esclarecer algumas das questões que tinha.

- A dor de cabeça deve-se ao facto, de a menina ter sido atingida com muita força na cabeça. Pode me explicar como é essa dor? – Perguntou-me preparado para escrever no seu caderno que tinha na mão.

- É uma sensação dolorosa.

- Sr. Doutor é alguma coisa grave? - Perguntou o jovem com cabelo loiro. Que por sinal era bem bonito.

- Não posso dar um diagnóstico exacto. A dor de cabeça pode ter várias causas. Como resultado da … – Interrompi-o.

- … Contracção e da tensão dos músculos do pescoço e do coiro cabeludo ou então ter origem em alguma inflamação, distorção ou algum outro problema que esteja afectando os vasos sanguíneos ou as membranas que envolvem o cérebro. - Falei de uma só vez. Eu não queria saber o porquê de ter a cabeça a doer ou a razão, qualquer pessoa que tenha biologia ou ciências pode muito bem saber o que é uma dor de cabeça. Apenas queria saber como era que estava num hospital.

Olhei para o médico e depois para os dois jovens que ainda estavam na sala. Principalmente os dois rapazes estavam estupefactos olhando para mim como se tivesse acontecido alguma coisa inimaginável. Será que tinha dito ou feito alguma coisa de errado e não me tinha apercebido?

- Cabecinha de vento quando é que te tornas-te mais inteligente? Andas-te a estudar às escondidas? Desde quando é que sabes como é que uma dor de cabeça se forma? - Desta vez não foi o loiro que falou mas o de cabelos castanhos. Também era muito bonito, olhos castanhos, corpo bem definido, mais interessante que o outro… ai ai … ele é uma brasa. Mas porquê que estou a pensar nisto? Aliás ele chamou-me de Cabeça de Vento? Mas que confiança era aquela?

- Quem é você para pensar que tem o direito de me chamar de Cabeça de vento? Eu chamo-me Serena. Aliás eu nem conheço vocês os dois, por isso o que estão aqui a fazer?

- Tu… tu não nos conheces? - Perguntou-me o loiro – Mas eu sou o teu querido amigo Andrew, lembras-te? O teu maninho … – A sua expressão facial mostrava angústia e preocupação.

- Volto a repetir. Não sei quem vocês são, nem me lembro de nenhum amigo Andrew. Muito menos do motivo de estar aqui. - Olhei para o médico que estava em silêncio apenas escutando atentamente a nossa conversa – Desculpe, pode me dizer o que se passa?

- Diga-me uma coisa menina Serena. Não se lembra de nada, do seu nome, a sua idade, quem são os seus pais, a sua escola?...

- Espere! Está a querer dizer que a cabecinha de vento pode estar com amnésia? - Perguntou o rapaz que ainda não sabia o nome.

- Calma rapaz. Deixe a nossa paciente responder. - Ele falou esperando a minha resposta.

- Eu sou a Serena Taurino e tenho 16 anos, estou no … no 10 ano? – Arrisquei.

- Não se lembra dos seus amigos aqui presentes? - Questionou o médico referindo-se ao Andrew e ao outro rapaz.

Olhei novamente para ambos. Tentava me lembrar de algo que me fizesse recordar algum deles, mas nada me vinha á cabeça, o que era normal, com a dor de cabeça que sentia, só conseguia pensar em como fazer ela desaparecer.

- Não me lembro de nenhum. – Finalmente respondi.

- Ela está mesmo com amnésia! O que será da minha maninha sem se lembrar de nada? O que será de mim? – Exclamou o rapaz que se dizia chamar Andrew. A sua atitude fazia-me lembrar a de uma criança. Inconscientemente, quase que me conseguia reconhecer naquela atitude dele.

- Não se preocupe. – Acalmou o médico. – É perfeitamente normal, que com a pancada tenha afectado a zona da memória fazendo-a ter problemas de lembrar de alguma coisa. Mas lembre-se que a amnésia pode ser temporária e ela volte a se lembrar de algumas coisas.

- Amnésia temporária? - Disse Andrew.

- Não sabes o que é uma amnésia temporária? Andrew tas a ficar com problemas de inteligência? - Disse o outro rapaz.

- Não é nada disso. Eu apenas estou surpreso e não me consigo lembrar. – Tentou se defender.

- Parece que não é apenas a cabecinha de vento que está com perda de memória. - Riu-se o rapaz de cabelos castanhos.

Como é que ele conseguia fazer piada numa altura destas? Este rapaz era estranho. Mas calma ai! Ele chamou-me novamente de Cabecinha de Vento? Mas será que eu tinha constantemente, os cabelos a voar para ele repetir, tantas vezes, esse maldito apelido? Ele vai arrepender-se do que disse!

- Escuta aqui. Pára de me chamar esse apelido, o meu nome é SERENA, e caso não te lembres, ainda não te apresentaste!

- Desculpa Cabecinha de vento mas velhos hábitos não mudam. Eu sou o Darien Chiba.

- Pede-me desculpa e chama-me com o mesmo apelido outra vez mas quem você pensa que … – Estava a começar a brigar. Mas o médico interrompeu-nos.

- Controlem-se, estamos num hospital. – Repreendeu-nos. - Vou tentar explicar o que é uma amnésia temporária. Ela … – Desta vez foi eu que o interrompi.

- Acontece de repente e apresenta uma desorientação maior para tempo, menor para lugar ou pessoas. A pessoa pode se recordar de eventos do passado distante, mas não do que aconteceu recentemente. Estas podem acontecer devido a lesões a parte do cérebro vitais para o armazenamento das memórias. - Expliquei o melhor que podia. Como é que uma pessoa não sabe uma coisa tão fácil? Aliais, o próprio nome já ajuda a perceber o significado.

- Uau, realmente não estás no teu estado normal. A tua amnésia deve ter feito esqueceres-te de muita coisa mas fez te lembrares de muitas outras coisas. Até parece que ficaste inteligente. E olha que isto foi um elogio. - Falava o tal Darien? Era mesmo este o nome dele? Ele estava muito surpreso.

- Estou perplexo, nunca tive uma paciente tão interessada e informada do seu problema. Parabéns.

- Obrigado. – Agradeci envergonhada.

- Nos exames que lhe fizemos não mostram nada de grave. Quanto ao seu problema de saúde, só precisa de tempo. Em qualquer altura, como em casa a ler, na escola ou até mesmo numa situação mais emocionante, poderá voltar a se recordar de tudo. Por isso, aconselho que vá para casa e descanse. - Acabando de falar, despediu-se e saiu do quarto.

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CONTINUA …

Então gostaram?

Por favor mandem reviews! … Estou á espera.