Resumo Geral e Completo da série Crossover (pra quem não quiser ler as outras fics e ainda entender essa):
Harry Potter morreu em seu mundo enquanto carregava as Relíquias da Morte e se encontrou com Morte, um homem magro de terno que estava entediado e precisando de distração, por isso ele resolveu mandar Harry para outro mundo pra continuar vivendo, tendo como única fonte de magia as relíquias que Morte permitiu que ele mantivesse (Questões de Tédio).
Nesse novo mundo ele é perseguido por seres de olhos negros e descobre que mundos não gostam de intrusos e fazem de tudo para os expulsar (Questão de Altura).
Então, ele foi pra outro mundo, em uma viagem bem rápida fazendo ele se irritar e Morte propor um acordo: Harry tem que sobreviver a sete anos em algum mundo, só assim ele poderá descansar eternamente (Estranho Demais).
Sendo enviado para um outro mundo (de novo), Harry se encontra sozinho em um lugar hostil no meio de uma sombria guerra entre o bem e o mal. O mundo, então, pede sua ajuda e usa sua força para continuar existindo. Harry pensa que esse mundo quer sua amizade e ganha esperança, até perder sua utilidade na guerra e ser dispensado por esse mundo também. Harry volta a encontrar Morte e percebe que esse sempre fora seu amigo (O Risco de Acreditar).
Seu amigo Morte o atira do céu em um novo lugar, um mundo onde existem super-heróis e extraterrestres mocinhos e vilões. Ele se habitua ao lugar, conseguindo ficar um ano nele, consegue um amigo, cura sua visão com a tecnologia e morre depois de uma grande batalha para salvar o mundo. Ele acaba parando no espaço e fica sem ar. Morte explica que sempre se encontram no reino da morte e seu corpo é o mesmo, sendo sempre revivido(Diferentes tipos de E.T. - e de heróis).
O que mais Harry vai viver? Será que ele consegue aguentar sete anos nesse novo lugar? Um lugar com uma caixa azul voando em pleno espaço, caixa na qual ele acaba de entrar...
EM SEUS OLHOS
Parte I
Entrei em uma caixa azul, mas não era uma caixa.
-Olá você! Bem-vindo a essa maravilhosa TARDIS.
Disse um cara muito animado que logo depois olhou pra mim e disse:
-Mas quem é você?
-Ah!...
Eu não estava me apresentando. Por quê? Simples! Meu queixo não saiu do chão ainda. Eu entrei em uma caixa...só que não.
De repente, tudo começou a tremer.
-Não,não, não! -Gritou o cara animado, parecendo meio irritado, enquanto batia e girava ao redor de uma coisa redonda no centro da sala (cadê a caixa?) que eu só posso pensar que é como aquilo ali era pilotado.
Merlim sabe porque alguém pilota uma caixa que não é caixa!
-Você deve ter feito algo que nos tirou da órbita de viagem. Por quê? Pra onde estamos indo? Quem é você mesmo? Ah, não, Sexy! Não faz isso! Vamos, estabilize...
O cara disse isso sem parar enquanto a caixa (só que não) tremia loucamente e ele girava batendo no possível volante.
Eu só estava tentando desesperadamente me segurar em uma barra ali perto enquanto tentava ouvir o cara que ainda não parou de falar!
Eu nem sei do quê ou com quem ele está falando. Às vezes, acho que é comigo, outras tenho certeza que não, e aí vem os momentos em que ele chama alguém de Sexy e eu acho que deve ser alguém em um centro de comando ouvindo para auxiliar o pouso, no entanto, tenho quase certeza que ele está falando com a caixa, que não é caixa.
Tá legal! Palhaços psicóticos assassinos são normais (não que eu os defenda e espero que eles existam em massa, mas isso...).
Isso é a coisa mais estranha que já vi na vida!
HPDWHPDWHPDWHPDWHPDWHPDW
Estou me sentindo em um desenho animado.
É isso, só pode ser!
Ou um daqueles quadrinhos de luta que Duda via as figuras antes de tentar copiá-las comigo.
Tem que ser isso!
Eu estou em uma revista em quadrinhos e acabei de viver o quadro cheio de efeitos entre CRASH!, POW!, BOOM!, e -Ai que merda, isso dói!
Pois é!
O cara animado com uma varinha high-tech está apontando pra todos os cantos enquanto ainda falando coisas indecifráveis, como time-winey...sério, acho que foi isso mesmo que ouvi. O que não é tanto absurdo. Se eu parar pra pensar, eu não tive nenhuma dificuldade com os idiomas durante meu salto entre dimensões, mas nem todos devem falar o mesmo, não é?
Ele deve estar falando outro idioma. Pelo menos é o que eu espero!
Resumindo os últimos minutos...bom...estranho não chega a definir bem esse momento, mas definições corretas são uma coisa muito pouco importante pra mim nesse momento. Então...ESTRANHO!
A caixa, que não é caixa, parece ter caído em algum lugar. Por isso passei pelo quadrinho de efeitos. O cara animado continua animado, mas de um jeito muito irritado e me lançando olhares entre desconfiados e certos de que eu causei aquilo tudo.
Mas o que aquilo tudo era? Não parecia importante o bastante pra ele me explicar!
Agora, a varinha high-tech está apontado para mim e o olhar irritado/animado/desconfiado também.
-Quem é você e como chegou aqui?
Eu o olhei por uns segundos me sentindo muito perdido, mas resolvi responder:
-Eu sou Harry e eu morri!
Não sei bem o motivo de ter incluído a última parte na minha fala, mas agora que comecei, não consigo parar.
-Eu morri e continuo morrendo, eu paro nos lugares mais malucos possíveis, perto das pessoas mais insanas que a imaginação de alguém pode criar. Aí, eu me acostumo com aquela maluquice toda e morro e sou jogado em uma loucura diferente e agora estou no mais louco de todos os meus loucos momentos e não sei o que pensar, dizer, nem como reagir, além de me dividir entre ficar parado olhando a loucura pra ter certeza que não é um pesadelo ou gritando que nem um doido qualquer coisa que vem a minha mente, enquanto gesticulo exageradamente!
Ao perceber que acabei de descrever a situação bem demais, parei de falar e de movimentar minhas mãos, olhei para elas como se fosse a primeira vez que as via e sussurrei, ainda respirando agitado:
-Eu fiquei louco também!
Não que isso fosse surpreendente, mas me choquei tanto com minha reação que continuei ali, respirando pesado e olhando para as minhas mãos até ouvir o cara animado dizer:
-Essa não é, de longe, a coisa mais estranha que já ouvi! Na verdade, é algo bem normal se você pensar em questão de se perder ou ter várias vidas...mas, resumindo, você não sabe onde está?
Eu olhei pra ele meio espantado, não sei se pelo fato de ele falar que morrer várias vezes não é estranho ou por ele ter se atentado mais pela parte em que eu estou perdido.
-Não. Não faço nem ideia de quem você é ou de que lugar é esse. Até cheguei a pensar que estava entrando em uma caixa azul meio familiar, mas...-Parei olhando o nosso entorno. -Isso definitivamente não é uma caixa!
-Ah, não, não se engane. É claro que isso é uma caixa, em parte. Quero dizer que lá fora é, mas se você não sabe, não vai entender, quero dizer que não é uma caixa, é uma TARDIS, mas é uma caixa só que maior por dentro do que por fora, sabe como é? Tecnologia dos Senhores do Tempo, muito útil e inteligente. Então sim, é uma caixa, mas com certeza não é. Entendeu essa parte?
Ele falou tudo isso muito rápido e animadamente, além de que (não que eu possa dizer alguma coisa depois do meu chilique) ele parecia precisar mexer as mãos enquanto fala. Quando fez a pergunta eu hesitei e, em vez de simplesmente negar como a cabeça, eu resolvi dizer:
-Eu acho que entenderia melhor se me dissesse quem é.
-Ah, claro! Quão rude de mim! -E aqui está a animação e o agito de mãos desgovernado. -Eu sou o Doutor e você está na TARDIS e ela acaba de pousar em algum lugar do espaço e do tempo.
Tirando as quinhentas dúvidas que essas palavras me trouxeram, resolvi me atentar a última que parecia mais urgente.
-Qual lugar do espaço e tempo?
-Não faço ideia!- Disse ainda sorrindo empolgado.
Eu só pude olhar mais.
-Então você está tão perdido quanto eu!
-Não tanto quanto você, mas sim, estou perdido, mas só um pouco e isso não importa!
-Como pode não importar?
Confusão, teu nome é mente de Harry!
-Tudo que preciso fazer é abrir a porta e ir lá fora ver.
E lá foi ele, fazer exatamente isso. Mas, antes de ele chegar a porta (a mesma pela qual entrei nesse mar de loucura), segurei o braço dele que me olhou e disse:
-Algum problema?
Eu quase me desesperei (ainda mais, se posso acrescentar)! Algum problema? ALGUM PROBLEMA? Não só algum, vários!
Não aguentei mais e comecei a perguntar:
-Você disse que é o Doutor, mas doutor de quê? Isso é uma tredis, o que isso significa? -Ele franziu o cenho e tentou falar, mas eu não deixei. -E qualquer lugar no espaço e tempo? Quero dizer...hein?
Elaborei o mais claramente que consegui minha principal confusão.
Ele me olhou com calma e sorriu. Logo começou a me responder.
E que resposta!
HPDWHPDWHPDWHPDWHPDWHPDW
Todo o espaço e todo o tempo!
Sem brincadeira!
HPDWHPDWHPDWHPDWHPDWHPDW
Tá legal!
Eu vim de um mundo sendo atacado por e.t.s, para um mundo (universo, dimensão, ou sei lá o que) onde quase todos são e.t.s.
A história desse Doutor é incrível, mas a minha não é muito normal também. Não que eu possa competir. Perto da vida dele a minha é uma grande chatice.
Por algum motivo, ouvir a história que ele me contou me fez ter vontade de contar a minha. Mas eu me calei. Já havia dito demais no meu chilique, sem contar que ele só me contou o básico. Tipo: "eu sou o último de uma raça que tem dois corações e possui a capacidade de viajar pelo espaço e pelo tempo. Isso é possível por causa dessa nave que é chamada de T.A.R.D.I.S.", não tredis (e não é uma caixa, apesar de ser).
Foi algo assim, um pouco mais elaborado e animado, mas essa foi a essência.
Fiquei meio triste quando ele falou que era o último de seu povo. Senti que podia me relacionar de alguma forma, mas eu não sou o último de nada. Eles ainda estão lá, eu é que não estou.
E é esse pensamento "alegre" que eu tenho quando saímos da TARDIS e encaramos o mundo em que pousamos. Se bem que encarar tá mais para uma questão metafórica.
Primeiro, eu não vejo nada além do escuro. Aos poucos vou reparando porquê. O lugar está de noite, isso é óbvio, apenas algumas e distantes estrelas piscam no céu criando uma luminosidade quase sobrenatural. E, então, o Doutor comemora.
-Aha! Eu nunca estive aqui antes, mas sempre quis vir. Não é demais?
Eu só olhei sem entender, com a pouca luz mal dava pra ver a expressão dele, mas eu sabia que ele estava muito animado (novidade!).
-Esse é Bic. Aqui não há nenhum tipo de iluminação além das estrelas porque não é necessário. As formas de vida daqui não enxergam. A predominante, por exemplo, são seres parecidos com os humanos, mas não têm olhos e, claro, eles têm oito mãos.
-Você quer dizer que eles têm oito braços?
-Ah, não! Isso seria estranho! Eles têm duas pernas, dois braços e oito mãos.
-Como?
-Suas mãos são como as nossas, só que tem quatro delas em cada braço.
Eu estreitei os olhos pensando se ele estava gozando da minha cara, mas acho que não. Suspirei, balancei a cabeça e disse:
-Eles devem tocar piano muito bem!
-Essa é uma visão bem humana! Vocês equivalem tudo a seu próprio estilo de vida, como se fosse o único que realmente existisse. Vocês não fazem ideia das maravilhas que já perderam de ver, simplesmente, porque não se permitem a abrir os olhos. O que é irônico, considerando que estamos em um lugar que ninguém enxerga, mas todos têm os outros sentidos tão aguçados que eles nem sentem falta!
-Isso tudo é pra dizer que eles não tocam piano bem?
Perguntei sem saber o que dizer depois desse momento de sabedoria.
-Ah, não, não! Eu nunca disse isso. Eu não acho que eles tenham pianos, mas se tivessem acho que seriam bons mesmo.
Meus olhos se acostumaram mais àquela iluminação fraca e eu pude vê-lo sorrir animadamente. Logo depois, ouvi algo bem contraditório para meus olhos. Era alguém chorando. Mas não era o Doutor. Ele também ouviu e, juntos, o mais silenciosamente que conseguimos, fomos na direção do som.
Havia um lago e alguém ao lado dele. Alguém pequeno como uma criança. Talvez de sete anos. Realmente, ele tinha oito mãos e, com todas elas, ele se abraçava, buscando conforto enquanto chorava baixinho.
-Por favor, vão embora! - Veio de uma voz tremida e infantil. O Doutor se aproximou:
-Mas acabamos de chegar.
O menino se virou para nós, com olhos espantados e, assim que os vi, eu me emocionei: eram olhos como os de Teddy, meu afilhado, aquele que mais me arrependo de ter deixado para trás.
Engraçado, o Doutor disse que eles não tinham olhos, mas esse garoto tem e são iguais aos da criança que eu amo como filho.
-Quem são vocês?
Doutor nos apresentou, mas eu não prestei muita atenção. Só me interessei mais quando ele perguntou sobre o garoto, que falou:
-Visitantes não vêm muito aqui. Nem podem andar por essas terras sem permissão e um guia.
O Doutor e eu nos olhamos e ele assumiu de novo a conversa:
-E como conseguimos essa permissão?
-Vocês devem falar como Concílio.
Eu não pude me parar mais:
-E como você se chama?
O menino me olhou e eu sabia que ele realmente me via (seus olhos não eram cegos).
-Eu sou Becondo, o Monstro.
Falou parecendo um pouco ressentido. Tudo bem que ele tinha oito mãos, mas daí a se chamar de monstro era um passo muito grande. Perguntei o motivo de "monstro".
-Porque eu tenho os olhos dos outros. Porque eu sou uma aberração!
Não sei o que esperava ouvir, mas não foi tamanha convicção.
-Você ser diferente não lhe torna um monstro. - Dessa vez o convicto era eu. Enquanto isso, o Doutor olhava a nós dois parecendo incomodado.
-Diga isso a minha vila então!
O Doutor virou para o menino e disse:
-Nos leve até lá e, com certeza, vamos dizer!
Eu acenei concordando. O menino desviou seus olhos (que enxergam perfeitamente nesse mundo de escuridão) de nós e concordou.
Começamos a andar enquanto eu evitava imagens de um passado no escuro de um armário em baixo das escadas.
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-Então, você está bem?-Perguntou o Doutor sussurrando pra mim.
Eu não respondi. Eu nem o olhei. Eu nem mesmo desviei meus olhos do chão. O silêncio da caminhada estava, obviamente, o incomodando. E como a iluminação não mudava, não dava nem para ver se estávamos ou não perto do local da vila.
-Então, seus sentidos são os mesmos que os de seus parentes?-Ele parecia querer uma conversa de qualquer jeito, mesmo tocando nesse tipo de assunto delicado com o garoto, que estava, também obviamente, muito desconfortável.
No entanto, a pergunta parecia honesta e animada, o garoto não parecia saber como fugir:
-Não. Eu vejo, ouço, cheiro e sinto como os estrangeiros.
Ele parecia tão desanimado que meu coração apertou e, pela expressão dele (o pouco que dava pra ver), os dois do Doutor também.
Seguimos em silêncio até a vila. Uma série de pequenas construções que pareciam igualmente escuras.
Não havia, para essas pessoas, o valor da aparência. As casas só precisavam ser úteis, não bonitas. Quando nos aproximamos de uma delas, tomei o susto da minha vida. Havia um adulto de oito mãos na minha frente. Só que seus olhos não eram olhos (mas não como a caixa que não é caixa), não havia nada além de pele do nariz até o cabelo.
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Seres interessantes, os Bic eram (sim Bic, como o planeta deles e como a nossa marca de caneta).
Estavam esperando por nós desde que chegamos no planeta. Ouviram o som da TARDIS a quilômetros de distância. Impressionante! Só não para eles.
Fomos bem recebidos, mas a única forma de andarmos nas casas era com meu Lumus.
Não parecia necessário esconder a magia aqui enquanto o Doutor estendia a sua frente sua "chave de fenda sônica" (vulgo varinha high-tech) analisando tudo que aparecia a nossa frente.
Fomos alimentados, eles nos deram um lugar confortável para descansar e nos designaram dois guias para explorar esse mundo.
Tudo isso, enquanto tratavam seu próprio garoto como um ser invisível e plenamente ignorável. Isso me causou profunda irritação. Logo ia dizer umas coisas, mas o Doutor me impediu. Ele segurou meu braço da varinha que estava tremendo e balançou a cabeça como se dissesse "ainda não".
Respirei e segui por outro caminho:
-Por que precisamos de dois guias?-Falei sussurrando, não precisava elevar a voz naquele lugar.
-Se um não estiver disponível, vão ter o outro. Os senhores não podem sair sozinhos.
-Por que não?
-Há lugares em que não podem ir sem sofrerem uma morte terrível!
Essa resposta me fez pensar em escadas, corredores e cães gigantes de 3 cabeças.
Estremeci, mas ao olhar o Doutor notei que seus olhos brilhavam.
Naquele momento eu soube: encontrei alguém mais grifinória do que eu!
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É de noite.
Bem... na minha definição aqui é sempre noite. Eles não usam essa palavra, afinal não existe dia.
Enfim, o que quero dizer é que é o momento em que todos estão dormindo na vila.
Menos o Doutor. E agora, também eu.
Estamos saindo da casa para ir a algum lugar (provavelmente perigoso e com seres com garras) porque o Doutor me acordou e está me arrastando (não literalmente arrastando, mais como puxando meu braço cada vez que eu penso em parar de segui-lo).
Ele não falou uma palavra e estamos tentando fazer os mínimos sons possíveis. Mas não ajudou muito. Um dos nossos guias estava na porta, esperando por nós. O Doutor sorriu, disse que queríamos ir a TARDIS e sabíamos o caminho.
Resultado? Bom...
O guia nos levou até ela e ficou nos esperando do lado de fora da porta.
Assustador!
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O Doutor rodava pela TARDIS falando coisas que envolviam possíveis reparos e habitantes intrometidos de planetas escuros.
Eu me recostei na porta e suspirei. Isso parecia que ia demorar.
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Quando voltamos para a vila, todos já estavam acordados. O que me deixou impressionado e me perguntando como eles programam a hora de dormir. Apesar da curiosidade, não a expressei. Parecia grosseria.
Dez segundos depois, não me importei mais com gentilezas...
O garoto estava sendo segurado por dois homens adultos, enquanto um terceiro mirava algo bem afiado na direção de seus olhos. Nem eu ou o Doutor ficamos parados. Arranquei o garoto daqueles que o prendiam e lancei feitiço atrás de feitiço para pará-los.
Entre toda a confusão, ouvi o Doutor tentando dialogar e senti o garoto tremer sob meu braço esquerdo que o segurava. Em algum momento, o Doutor decidiu que não podia mais argumentar e gritou para mim:
-Pare eles e corra!
Lancei estupefaça por todos os lados enquanto começava a correr seguindo o Doutor. Dessa vez, eu estava arrastando Becondo comigo.
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Nós corremos! Corremos muito!
Algumas vezes paramos por um segundo e começávamos a correr de novo.
Não precisava mais arrastar o garoto, ele corria apenas segurando a minha mão (usando quatro das dele).
Não consigo imaginar o terror que ele estava sentindo. Tentaram destruir os olhos dele e, aí, eu parei ao perceber uma coisa.
Becondo e o Doutor olharam para mim depois de pararem também.
-Não são só os humanos, não é? Eu pensei que se houvesse outros mundos, outros seres, eles seriam...não sei...melhores. Mas em todo lugar, toda raça vai sempre ser capaz de atrocidades para destruir o diferente em nome do igual.
-Sim. Todos somos capazes de coisas terríveis, mas todos somos capazes de coisas maravilhosas também.
Ao ouvir o Doutor dizendo isso, consegui sorrir de leve e olhei para o garoto conosco.
Ele estava chorando. Ainda muito assustado. Percebendo nosso olhar, ele disse:
-Eu queria que eles fizessem isso! Mas eu estou com medo. Quero ser normal! Por que nasci diferente?
O fato de ele aceitar o que iam fazer não me chocou, muito menos o fato de ele estar aterrorizado.
O que me chocou é o que vi atrás dele, logo que ele terminou de falar e voltou a chorar soluçando.
-Você está vendo o que eu estou vendo?
O Doutor parecia ter visto também. Eu acenei lentamente, com medo de piscar e o que eu via sumir.
Aqui, bem a nossa frente, há luz.
O menino reparou nossos estados, o meu chocado e o animado do Doutor, olhou ao redor e deu um passo em direção da qual acabamos de fugir.
Eu o segurei, mas antes de ter a chance de falar qualquer coisa, ele disse:
-Esse é o lugar proibido! Ninguém pode vir aqui! O mal afasta a todos. Ninguém sabe o que é, mas tem um mal tão grande que não deixa ninguém ir para lá.
Eu ainda segurava o garoto, mas olhei para o Doutor e o vi sorrindo como se o Natal tivesse chegado.
-Não podemos deixá-lo para investigar!
-Então ele vem com a gente! -Ele sorria muito ao dizer isso.
Becondo parecia assustado demais, mas aí ele olhou para trás e deu de ombros. Então, nós três fomos em direção a luz.
Continua...
HPDWHPDWHPDWHPDWHPDWHPDW
A nota que segue é um pouco grande, então, podem pular se quiserem.
Primeiro:
essa fic foi dividida em duas partes porque eu precisei dividi-la. Ela já está toda escrita e foi feita como um único capítulo, mas eu escrevi a mão e estou passando aos poucos para o computador. Até a próxima semana, a fic deve estar concluída.
Segundo:
eu estou tendo um problema na hora de escrever o tempo verbal da fic, desculpe por isso. Se virem algo que os incomode muito me avisem, por enquanto estou me esforçando para melhorar.
Terceiro:
Doctor Who não estava na minha lista de mundos pra fazer essa série, mas quanto mais tempo eu passava imaginando os encontros do Harry, mais claro ficava que eu não podia abrir mão desse mundo que eu tanto amo.
Outro ponto é que ele não entraria depois de Vingadores, mas a fic passada se moveu sozinha em minha mente e foi assim que se formou. Devo dizer que fiquei bem satisfeita e muito empolgada. Quando a história começa a ganhar vida sozinha é quando eu mais gosto de escrever. Portanto, tenho que dar um importante aviso sobre essa fic em especial:
Eu sabia que seria difícil escrever o Doutor, não só porque é minha primeira vez escrevendo ele, mas porque seus pensamentos são mais rápidos e dinâmicos do que os meus e eu sempre vi a séria legendada. O que quer dizer que quando eu imagino o Doutor falando, eu imagino ele falando em inglês, com sotaque e tudo...então desculpe por isso, as falas dele não devem estar muito boas. Eu tenho bem claro que não vou fazer justiça ao personagem, mas estou me esforçando e tentando o meu melhor.
Até a parte 2...
