Capítulo 1

Tudo ao meu redor estava destruído. O castelo já estava em ruínas, crateras e riscos eram formados no chão, ocasionadas pela Ferida do Vento e a Onda Explosiva, fora também outros buracos e árvores destruídas, devidos aos ataques diversos ocorridos no local. A luta era intensa, Naraku já estava sozinho na luta, seus youkais tinham sido mortos, seus fieis servos também. Mas da mesma forma não quer dizer que seria mais fácil derrotá-lo. Ele tinha fundido a Jóia corrompida em seu corpo, formando uma forte armadura e aumentando assim seu miasma.

Ao meu lado, Sango e Miroku estavam desmaiados. Ela tinha sido atingida de maneira quase cruel por um dos youkais que estavam na batalha e Miroku muito irritado usou o Buraco do Vento, ocasionando na absorção do veneno de Naraku em seu corpo. Eu tentava ajudar a ambos, mas o que eu poderia fazer? Eu estava cansada, não tinha resistência física e não podia fazer muito no momento.

A única coisa que eu fiz, foi dar uma erva que a vovó Kaede tinha me instruído para ajudar na retirada do veneno – ou no caso, no retardo do mesmo. Kouga também estava ali – foi ele quem tinha me ajudado a tirá-los do campo de batalha -, seus fragmentos foram arrancados de sua perna de forma bruta, ocasionando uma ferida horrível. Ela precisava de cuidados urgentemente, mesmo ele sendo um youkai completo, deve estar doendo muito, sua respiração era ofegante e ele estava de olhos fechados.

Estávamos mais afastados da luta. Dela participavam Inu-yasha e Sesshoumaru. Rin quase tinha sido ferida, mas pelo menos ela; eu pude ajudar, mas o ataque não agradou Sesshoumaru e com sua raiva ao extremo, acabou recuperando seu braço esquerdo junto com uma nova espada, chamada Bakusaiga. Arurun apareceu junto com Jaken e tinha levado Rin para outro lugar, eu também queria tirar meus amigos daqui, mas como? Kikyou também estava aqui, mas fora da luta e de perigo, suas almas foram roubadas e Inu-yasha a ajudou, a carregando para o outro lado do local. Ela, ele nunca pensa duas vezes antes de ajudar...

Eu precisava da minha mochila, lá tinha as coisas necessárias para cuidar dos ferimentos de Kouga, mas ela estava do outro lado do campo de batalha, junto com meu arco e flechas. Tinha me separado deles, quando Kouga me salvou de um ataque de Moryomaru, que pouco tempo depois foi morto por Sesshoumaru. Num ato impensado me levantei e corri na direção da bolsa, grande erro. Naraku me viu e atacou em minha direção, Inu-yasha e Sesshoumaru olharam na minha direção, provavelmente se perguntando para onde Naraku mirava. Ali eu tive a certeza de que morreria. Fechei os olhos e esperei o ataque, mas nada veio.

Quando abri os olhos eu não estava mais no chão. Sesshoumaru me segurava pela cintura, como se eu fosse um saco, meus braços e pernas sem apoio algum. Ele me olhava de forma séria e muito friamente, eu fiquei com medo, mas não demonstraria nada. Sesshoumaru sempre me intimidou...

— O que você está fazendo humana? — aquela voz fria e rouca, se fez presente aos meus ouvidos, eu o olhei e percebi o âmbar de seus olhos mais escuros, irritadiços — Não atrapalhe. — Eu desviei o olhar magoada.

Aquelas palavras doeram e me senti o peso morto da equipe, mas isso não muda o fato de eu precisar ajudar Kouga. Parece que nem para ajudar um amigo eu sou capaz de fazer sozinha, sempre precisando ser salva — Minha mochila — eu disse olhando para ela, eu já estava mais próxima da mesma e também não queria mais ver a acusação nos olhos de Sesshoumaru — Eu preciso dela.

Sesshoumaru nada disse, ele somente desceu próximo a mochila e eu a peguei, como se fosse a coisa mais valiosa que eu possuía e sinceramente falando, é mesmo. Ao longe eu escutava os berros de Inu-yasha sobre eu ser irresponsável, mas não liguei, muito menos o olhei, ele não se importa comigo... Quando foi Kikyou ele não pensou duas vezes e correu em seu socorro, agora comigo... Sesshoumaru me deixou ali e voltou para a batalha, Inu-yasha estava tendo dificuldades sozinho. Eu queria ajudar de alguma forma, mas não me sentia capaz de algo e isso é muito frustrante. Como posso ter todo esse poder espiritual que muitos falam e não saber usá-lo? Não me vale de nada isso.

Voltei rapidamente para onde os outros estavam, Kouga a está altura já estava desacordado, pode ter sido devido a dor que estava sentindo. Eu comecei a cuidar dos ferimentos dele com muito cuidado, hora ou outra ele resmungava, mas sabia que ele ficaria melhor. Kouga é forte e eu sei que ele se recuperará logo. Eu estava muito concentrada em minha atividade que não prestava mais atenção na luta.

— KIKYOU! — eu escutei o grito e me virei a tempo de ver Inu-yasha a salvando. Aquilo me machucou muito, mas não posso me preocupar com isso agora, Kouga precisa de mim. Eu sufoquei minha dor dentro de mim, afinal quem falou que amar é fácil? Mas agora isso me pareceu tão errado... Eu sempre soube que ele ama Kikyou, então porque eu insisti num sentimento que talvez não me dê retorno? Um novo som chamou minha atenção, Sesshoumaru tinha acabado de usar a Bakusaiga, mas Naraku tinha conseguido se proteger em sua barreira. Será que eu conseguiria destruí-la?

Levantei-me e peguei meu arco e uma flecha. Nesse momento liberando toda a raiva, frustração e mágoa que eu estava sentindo. Eu estava fraca, eu sabia, mas eu tinha que tentar algo. Fechei os olhos tentando me concentrar — Não atrapalhe Kagome! — escutei Inu-yasha gritar ao longe, junto de Kikyou, mas não me importei. Tentei usar o que eu sentia ter de energia espiritual e a carreguei naquela flecha.

— Kukukuku, você não vai conseguir Kagome — Naraku disse de forma divertida e eu não me concentrei nele, continuei o que eu queria. E com isso eu atirei a flecha sem nem olhar, eu não precisava vê-lo, somente sentir a Jóia — Mas o que? — eu escutei Naraku murmurar e quando abri os olhos à flecha tinha acertado a barreira a desfazendo por completo. Inu-yasha estava se aproximando novamente, ele percebeu a oportunidade.

Nesse momento Inu-yasha e Sesshoumaru atacaram juntos e numa mistura dos golpes das espadas, acertaram Naraku em cheio. Ele não conseguiu escapar e foi derrotado finalmente! Eu me senti fraca, mas ainda tinha que purificar a Jóia. Com esse pensamento me aproximei do que restou do corpo de Naraku, somente a parte do tronco, onde a Jóia ainda estava. Agachei-me e quando retirei a Jóia aquele pedaço de carne apodreceu e desapareceu. Eu segurei a Jóia com as duas mãos me concentrando em purificá-la, mas por causa do último ataque essa foi uma missão difícil, somente uma pequena parte foi purificada.

Você é muito fraca Kagome — ao ouvir aquelas palavras levantei o olhar para Inu-yasha muito magoada. Ele me estendeu a mão e me olhava com superioridade — Me dê a Jóia, Kikyou fará isso corretamente — muito machucada entreguei a Jóia para ele, Inu-yasha nem me olhou, já deu as costas e seguiu para onde Kikyou estava, me deixando ali. Sozinha.

Sempre me desmerecendo, sempre me humilhando! Eu queria chorar, meu coração estava machucado, se despedaçando aos poucos, mas eu não podia o fazer, chorar estava fora de questão. Eu me sentia um lixo, um nada, alguém indigno de qualquer coisa e isso me doía muito. Sem olhar para Sesshoumaru – que estava próximo a mim –, me levantei muito envergonhada por ele ter presenciado aquilo e mais ainda a minha dor que aposto estar visível em meu olhar. Segui para onde meus amigos estavam. Precisava ajudá-los de qualquer jeito! Miroku e Kouga precisavam de cuidados urgentes, principalmente Miroku que é humano.

Chamei por Kirara e com muito esforço consegui levantar Sango, mas como eu ia jogá-la por cima de Kirara? Eu sou um fracasso mesmo, se nem a mais leve eu estou conseguindo quem dirá com os outros dois homens? Suspirei derrotada. Sem dizer nada Sesshoumaru se aproximou de mim e puxou Sango de maneira brusca até e a jogou por cima de Kirara, colocando o grande boomerang junto dela, fez o mesmo com Miroku e com Kouga. Em nenhum momento ele desviou o olhar deles e eu o olhei o tempo todo, ansiando que ele me olhasse pelo menos por um momento para eu tentar entender o que se passa por aquela mente, mas isso não ocorreu.

— Obrigada — eu me sentia na obrigação de agradecê-lo. Sesshoumaru somente nesse instante me olhou, não disse nada, não sorriu, nem um "hm" ele fez. Somente me deu as costas em seguida e caminhando para outra direção, provavelmente indo atrás de Rin. Ele caminhava majestosamente em direção à floresta e a luz da lua cheia no céu, o deixava ainda mais encantador. Eu fiquei o olhando algum tempo, mesmo quando ele sumiu eu não deixava de olhar, como alguém pode ser tão solitário?

Um brilho rosado chamou minha atenção à direita, me virei a tempo de ver o corpo de Kikyou ser envolto e a presença da Jóia ir sumindo gradativamente... Eu não podia acreditar que Inu-yasha estava fazendo aquilo comigo! Eu não queria continuar ali, não queria vê-los felizes e sorrindo da minha desgraça, a pobre garota que acreditou que seria a escolhida... E eu aqui, me senti mais abandonada do que todas as outras vezes... — Kirara — eu disse me aproximando dela e me sentando na ponta, minha voz não passava de um sussurro — Vamos para a tribo dos lobos ao Leste — Kirara levantou vôo e só ali, me permitir derramar as lágrimas que a tanto custo segurava, com somente a lua sendo testemunha da minha dor.

Depois de algum tempo voando, eu sabia que estávamos nos aproximando da tribo de Kouga. Ele ainda continuava desacordado, mas já não resmungava mais. Eu também já não chorava mais, de nada iria me adiantar, mas também quando eu voltasse ao vilarejo eu voltaria para casa e esqueceria tudo o que eu tinha passado aqui. Ruim que nesse processo eu irei perder bons amigos, mas eu não posso mais ficar perto de Inu-yasha. Eu não quero mais ficar perto dele. O sentimento de rejeição e abandono é o pior de todos! E mais ainda o de enganação, não por parte dele, claro... Da minha!

Kirara começou a baixar e eu já era esperada por alguns lobos, eu já não era mais recebida com raiva por eles, pelo menos ali eu sabia que eles me respeitavam e me recebiam como qualquer outra pessoa, ou no caso Youkai — O que aconteceu mana Kagome? — Kinka perguntou preocupado com Kouga. Ginta ao seu lado estava da mesma forma, inquieto. Kouga tem bons amigos...

— Naraku arrancou os fragmentos dele na batalha final — eu disse explicando para ele, enquanto alguns lobos o retiravam de cima de Kirara, o levando para dentro de uma caverna, não sei se era algum tipo de hospital. Sabia que aquela não era a caverna dele — Ele ficou muito ferido, mas acredito que ele já esteja se recuperando. Ele é forte! — e dei uma piscada de olho. Kinka e Ginta sorriram felizes.

— Obrigada por trazê-lo de volta — a voz feminina chamou minha atenção, eu sabia que Ayame não era daquela tribo, mas ela provavelmente estava muito preocupada com ele. Fazia algum tempo que Kouga estava viajando sozinho e eu sempre soube do amor dela por ele — Eu serei eternamente grata por trazer meu noivo em segurança — espero que ele possa retribuir esse sentimento por ela, um dia.

— Kouga é um grande amigo, eu não poderia abandoná-lo — dei um sorriso simples, mas magoado. Sabia que tinha ficado visível a dor em meu olhar, mas eu não podia fazer nada. Subi novamente em Kirara — Diga para ele ficar bem logo — ela somente assentiu — Vamos Kirara.

Novamente estávamos nos locomovendo, mas dessa vez para o vilarejo da Vovó Kaede e para o fim de minha jornada nessa Era...

Quando chegamos já estava próximo das cinco da manhã, ou algo do gênero... E eu não dormi nem um pouco. Vim todo o caminho zelando pela segurança dos meus amigos – afinal estávamos muito alto e um deles podia cair – e também porque estava pensando em como eu pude ser tão burra, tão idiota e tão cega! Inu-yasha sempre deixou claro a escolha dele por Kikyou e eu que sempre me enganei acreditando que em algum momento ele poderia me escolher... A vontade que eu tinha era de sair correndo para o poço come-ossos, mas eu não podia ir embora sem me despedir deles. Meus amigos, são tudo o que vale a pena nessa porcaria toda. Quando estávamos chegando Sango começava a despertar.

— Não se mexa — eu disse rapidamente antes que ela caísse de Kirara — Estamos alto ainda.

— Já estamos voltando? — ela perguntou me olhando de forma estranha devida sua posição. Sua expressão era de dor e estava claro o seu desconforto, provavelmente algum lugar deveria estar doendo.

— Sim, Naraku foi enfim derrotado — eu disse já avistando o vilarejo. Kirara começou a baixar em frente à casa da vovó. Eu desci primeiro, Sango estava com dor ainda e se movimentava lentamente, entrei na casa da vovó e a chamei — Vovó Kaede, Miroku precisa de cuidados!

Ela rapidamente veio comigo vê-lo. Kirara ajudou a colocá-lo para dentro, após isso ela nos colocou para fora para cuidar melhor dele. Eu fui andando em direção ao poço quando Sango apareceu ao meu lado, com o apoio da Kirara.

— Aonde vai? — eu nada disse e continuei a andar, ela passou a me seguir. Sango havia montado em Kirara e ela andava devagar ao meu lado para me acompanhar. Sango sabia para onde eu ia, mas mesmo assim perguntava — Kagome... — eu a interrompi.

— Ele usou a Jóia para revivê-la Sango — eu disse andando a frente dela — ele já fez a escolha dele e eu não posso mais ficar aqui — eu a olhei por cima do ombro, sua expressão de chocada — Simplesmente não dá mais...

— Mas você vai embora? — ela perguntou baixo — Tipo, para sempre? — eu assenti de costas para ela — Você não pode fazer isso conosco Kagome!

— Eu sei — o poço já era visível e eu estava contendo minha vontade de correr até ele — Mas eu não sou mais bem-vinda aqui... Já não sou mais necessária. — eu corri na direção do poço, não agüentava mais nada aquilo e também antes que ela me impedisse — Adeus minha grande amiga — e pulei no poço.

— KAGOME! — eu escutei Sango gritar enquanto eu caia, mas algo aconteceu. Eu me espatifei no chão do poço. Não pode ser... Quando olhei para cima Sango me olhava chocada — Kagome... — ela colocou a mão na boca em choque, eu também estava. Não, não, não! — Você não pode mais voltar?

— Não pode ser Sango — eu disse sentindo meus olhos marejando. Eu escalei novamente o poço e pulei de novo, nada aconteceu. Um pensamento me ocorreu — Mas é claro! — eu disse enquanto subia novamente e me sentava na beirada do poço, com Sango ao meu lado e Kirara sentada a nossa frente — Eu vim para cá graças ao poder da Jóia, como ela não existe mais, nada me liga ao outro mundo...

— E Inu-yasha sabia disso, mas mesmo assim usou a Jóia — Sango continuou ao meu lado — Lembra-se daquela vez que ele te tomou a Jóia e você não conseguiu voltar? — eu assenti — Você só conseguiu voltar porque Shippou quem estava com a Jóia e caiu dentro do poço...

— O que eu faço agora? — eu perguntei um pouco desolada, eu não quero ver Inu-yasha e muito menos ela. Pior ainda, vê-los juntos! — Eu não posso ficar aqui por enquanto... Eu não suportarei, Sango.

— E vai para onde? — ela perguntou me olhando duramente — Inu-yasha vai te procurar onde você for... — ela suavizou o olhar — Ele não vai entender seus sentimentos, na verdade acho que ele nunca os levou em consideração...

— Mas eu preciso ir embora daqui de qualquer jeito — eu disse olhando para o nada. Não quero ficar próximo dele, e nem dela. Eles esfregando na minha cara o amor deles que sempre esteve presente, e os meus pobres sentimentos aos frangalhos! — Eu preciso ficar mais forte Sango! — eu disse decidida, tanto fisicamente quanto sentimentalmente.

A ajudei a subir em Kirara novamente e voltamos para o vilarejo, ambas em silêncio total, acho que mais perdida em pensamentos do que nunca. Eu segui para a casa da vovó com Sango ao meu lado, dando apoio a ela. Ela ainda estava cansada e precisava de descanso, além dos cuidados para as feridas dela.

Assim que entrei na cabana um pequeno youkai ruivo pulou sobre mim, quase derrubando a mim e a Sango — Kagome! — ele me abraçava apertado. Pelo jeito ele deveria ter acabado de acordar.

— Olá meu menino — eu afaguei seus cabelos — eu estava com saudades — ele sorriu para mim — Mas, aproveitando que todos estão aqui, vovó eu tenho um pedido a te fazer.

— Que seria? — ela disse cobrindo Miroku, ela tinha acabado de terminar seu atendimento a ele. Seu rosto e corpo estavam repletos de curativos e tinha também o pano em sua testa deixando claro que ainda tinha febre. Sango estava sentada próxima a ele e era claro em seu olhar a preocupação com o monge.

— Eu quero ficar mais forte e ser capaz de exercer meu poder de sacerdotisa — eu disse a olhando nos olhos, não podia vacilar agora, tinha que me manter firme! — Eu não posso mais voltar para casa, em vista que Inu-yasha usou a Jóia para reviver Kikyou e não se preocupou comigo, ele sabia que eu não podia voltar sem a Jóia e mesmo assim a usou. O poço come-ossos foi selado novamente me impedindo de passar — eu dei um suspiro, falar disso ainda dói — Porém, se eu for mais forte, eu poderei ir e vir quando quiser... Poderei passar pelo poço sempre que eu quiser, usando somente meu poder.

— Entendo, então de qualquer forma você terá que ir treinar — ela disse se sentando melhor. Ela ficou em silêncio alguns instantes, assim como todos nós — Eu conheço sim alguém, mas não será fácil e muito menos rápido Kagome.

— Eu não quero que seja rápido vovó — eu disse a olhando determinada, e realmente era verdade, tudo o que eu menos queria no momento era algo rápido — Eu quero ficar mais forte, não importa o tempo que for necessário — eu segurei em sua mão dando um sorriso — Eu somente quero ser alguém forte e útil para as pessoas que amo. Poder protegê-los e ajudá-los por mim mesma!

Ela me dirigiu um sorriso e deu um beijo em minha testa — Eu vou te ajudar pequena — ela disse dando um sorriso — Você vai treinar com o melhor Sacerdote existente, Fujimoto é muito rígido, mas sei que conseguirá se sair bem — ela se levantou — Espere um pouco... — e saiu da cabana.

— Você tem certeza Kagome? — a voz de Sango se fez presente novamente — Não é mais necessário, já que Naraku morreu... — eu percebi que ela não queria que eu fosse. Eu a abracei e ela me abraçou de volta.

— Não se preocupe, eu não vou mais embora para sempre — eu disse sem olhá-la — Mas no momento eu não conseguirei continuar aqui, com eles...

— Eu entendo, ainda bem que eles não chegaram ainda — ela disse dando um sorriso — Ele vai ficar louco quando descobrir...

— Não tem porque — eu disse me afastando para olhá-la — ele a escolheu, não devo satisfações do que eu faço ou deixo de fazer a ele, da minha vida cuido eu... — eu dei um sorriso — Vou voltar como uma pessoa mais forte!

— Vai voltar mesmo né Kagome? — Shippou perguntou com os olhos marejados — Eu não quero perder mais ninguém que eu amo... — ele fechou os olhos dando uma piscada mais longa — Sabe que eu gosto muito de você...

— Vem cá — ele subiu em meu colo — Mesmo que demore algum tempo, assim que eu sair de lá, eu venho correndo para cá! — eu o afaguei nos cabelos — Não se preocupe, você é meu menininho e sempre o será — e o beijei na testa. — Sabe que eu te amo, você para mim é como meu filho Shippou!

— Kagome — Kaede me chamou depois de quase trinta minutos, eu saí sendo seguida por Sango e Shippou — Já está tudo pronto para sua partida — ela disse e um youkai apareceu, sei que é youkai pela energia, porque na aparência era de humano — Esse é Takeo, ele vai te levar até o seu destino — eu o olhei desconfiada — não se preocupe, ele mora no templo do Sacerdote Fujimoto — eu assenti.

— Tchau Shippou — eu disse dando um beijo na testa dele e o abraçando, depois me virei para Sango que tinha os olhos marejados — Não chore, se não eu choro também! — eu a abracei — Cuide bem do meu pequeno e diga ao Miroku que eu peço desculpas por ir sem me despedir, aposto que quando você explicar ele entenderá. — ela assentiu — Até mais Sango. Vovó, obrigada!

— Até minha pequena — Kaede disse me dando um abraço — Você estará em ótimas mãos.

— Obrigada, novamente, pela a ajuda vovó — eu disse dando um sorriso. Eu ajeitei minha mochila, que não continha quase nada e me virei para Takeo — Vamos? — ele somente assentiu e passou a caminhar.

Eu o segui, nesse momento estou dando passos para aquilo que eu quero. — Kagome, espere! — Sango me chamou e ambos paramos — Eu te levo até lá, deve ser longe, não é Senhor Takeo? — Ele somente assentiu. Esperou eu subir em Kirara e quando o fiz ele passou a andar muito rápido. Nós o seguimos, eu estava feliz que estava em fim conseguindo aquilo que eu queria.

O lindo amanhecer era a testemunha. Eu irei esquecer esse sentimento e me tornar alguém capaz de se defender sozinha, para que palavras como aquelas nunca mais me firam novamente!