Princeton-Plainsboro Teaching Hospital.

Sala da Cuddy.

Cuddy estava mergulhada nas lembranças do dia anterior.

Flashback on.

"Por que você sempre tem que ser do contra?" questionava ela, encarando House em questionamento

"Eu não sei" respondeu ele. E poucos segundos depois ele a deu um beijo que mudaria algo entre eles.

Flashback off.

Por que ele havia feito aquilo? A dúvida pairava sobre sua mente. Será que um dia ela teria a resposta? Talvez sim, talvez não, ela só podia esperar.

Resolveu fazer uma coisa, pegou o telefone, discou e depois de esperar por alguns instantes falou:

- Alô? Preciso de seus serviços.

- Em que podemos ajudá-la? – perguntou a voz masculina do outro lado da linha.

Sala de House.

Estava deitado em sua poltrona, mas não dormindo. Pensando sobre o que tinha feito no dia anterior e só um nome ecoava em sua mente.

Lisa Cuddy.

Ele ouviu a porta se abrir.

- Vá embora! – Exclamou, mas foi em vão. Sentia que a presença continuava ali.

- Como está a Cuddy? – perguntou Wilson de pé o observando.

- Ela está bem. Por que levaria mais que algumas horas superar o fato de não adotar um bebê? – falou House sem olha-ló

- Falou com ela? – perguntou Wilson

- Eu, dei uns amassos nela e agora ela está no meu pé. – respondeu House.

De repente eles ouviram a porta se abrir. House sentiu o perfume feminino adentrar suas narinas e logo percebeu quem era.

- House, convoque sua equipe, quero todos na minha sala em 10 minutos. E você também, Wilson. – falou Cuddy e saiu andando de volta para sua sala.

Logo que ela saiu, House olhou para Wilson e se levantou. Bipou sua equipe e depois saiu mancando para a sala de Cuddy, seguido de Wilson.

- Agora você obedece sem questionar? – questionou Wilson

- Ela é chefe, é melhor obedecer logo. – respondeu House entrando no elevador.

Sala de Cuddy.

House entrou ao seu estilo, sem bater na porta e encarou Cuddy. Ela o observava calmamente, enquanto esperavam o resto da equipe chegar. Estavam sós ali e a tensão sexual aumentou.

- Queria falar comigo, chefinha? – perguntou ele, quebrando o silencio.

- Vamos esperar o resto da equipe e então falarei sobre o que se trata. – respondeu ela.

House a olhava com desejo, estava linda, ela sempre estava, mas agora ele a viu mais bela que antes. Queria ir até ela e repetir o ato da noite anterior, não sabia por que, mas, apesar dos 20 anos desde Michigan ela ainda mexia com ele.

De repente ele é acordado de seus pensamentos ao ouvir a porta se abrir, os ducklings haviam chegado, seguidos por Wilson, Chase e Cameron. Assim que todos se acomodaram, Cuddy começou a falar:

- Bem, já que estão todos aqui vou explicar o motivo da reunião. – falou ela se levantando. – Vou me ausentar do hospital por tempo indefinido e quero que tanto a equipe antiga quanto a equipe atual tome conta do Dr. House... E você Wilson quero que fique no meu lugar até que eu volte... Bem, era isso, dispensados.

Os ducklings – antigos e novos – se retiraram, sabendo que não adiantaria argumentar com a chefa. Wilson acenou positivamente a cabeça para Cuddy e saiu logo depois. House ficou encarando-a.

- Você também já pode ir, Dr. House. – falou Cuddy e voltou a se sentar.

- Para onde você vai? – perguntou ele.

- Por que o interesse? – questionou ela

- Primeiro, não se responde uma pergunta com outra pergunta, Segundo, acho que eu devia saber onde minha chefa vai passar as "férias". – respondeu ele se sentando. – Está fugindo de algo? Ou... Alguém?

- E você, tomando muito Vicodin? – ironizou ela

- Está fugindo da pergunta. – disse ele

- Não estou fugindo nem de nada, nem de ninguém. Apenas vou tirar um tempo para mim. – de certa forma aquela frase era mentira e House percebeu isso.

- Você não sabe mentir. – falou ele.

- Não dá para enganar o profissional... Agora vá House, tenho muito trabalho. – falou ela indicando a porta com a mão.

- Sabe que vou descobrir não sabe? – falou ele se levantando

- Sei, por isso é que vou te deixar descobrir sozinho... Tenho uma reunião com o conselho agora, então quando sair, apague a luz. – falou ela saindo de sua sala deixando sozinho lá.

Sabia que era melhor se afastar um pouco, precisava pensar, era difícil conviver com ele, mais que o normal agora. Precisava de um tempo para se acostumar com isso.

Sala de Wilson.

House entrou sem bater o que fez Wilson descobrir quem era, por isso nem levantou o olhar.

- Eu não sei para onde a Cuddy vai. – adiantou-se Wilson

- Nossa! Pensei que sua bola de cristal estive funcionando adivinhou o que eu ia perguntar. – falou House

- Por que interessa para onde ela vai? – perguntou Wilson

- Para impedi-la não quero você mandando em mim. – respondeu House

- Ate parece... – falou Wilson ainda sem olhar para ele – Você é que gosta dela mandando em você e acha que mais ninguém deve fazer isso.

- Pensei que tinha vindo conversar com o meu amigo e não com um terapeuta ou um vidente. – falou House saindo da sala.

Algum tempo passou desde que Cuddy havia deixado o hospital. House estava estranho, não prestava muita atenção nos pacientes, estava sentindo algo estranho,estava sentindo falta de Cuddy... Saudade. Como queria que ela entrasse neste momento em sua sala, nem que fosse para ordenar que ele interrompesse o tratamento de seu paciente, por ser perigoso. Queria vê-la, sentir seu perfume, mergulhar seus olhos azuis nos azuis dela. Pegou sua bengala e levantou-se saindo de sua sala.

Sala de Cuddy.

Ao ver a sala vazia, sabendo que Wilson demoraria a voltar House entrou na sala e começou a remexer nas gavetas da mesa de Cuddy a procura de algo que o ajudasse a descobrir onde ela estava, mas foi em vão não encontrou nada que o ajudasse. Então resolveu olhar no computador. Viu que Wilson acabou deixando esse ligado sem a senha. Procurou na agenda dela, nada. E então resolveu procurar no e-mail... Bingo! Achou a confirmação da companhia aérea da compra de uma passagem para Boston, vôo que havia sido cancelado, mas também achou a um e-mail do hotel onde ela estava hospedada. Então ela havia ido de outro jeito... De carro. Para ele era o suficiente, se levantou e saiu da sala.

Voltou para a sua e deu um telefonema.

Boston. Saguão do Hotel. No mesmo dia.

Cuddy havia ido a Boston de carro então levou uns dois dias. Estava agora mesmo indo para o seu quarto. Entra, coloca sua mala no chão e vai para o banheiro e vê que este estava trancado tenta abrir a porta, mas em vão, pensa em ligar para a recepção para falar sobre o banheiro, mas antes que ela pudesse tocar no telefone, escuta a porta do banheiro se abrir.

- Esqueci de colocar a plaquinha "ocupado" na porta. – falou uma voz masculina com sarcasmo, Cuddy reconhecia aquela voz e virou-se para encarar os olhos azuis de House.

- O que faz aqui? – perguntou ela

- Invadindo o seu banheiro. – respondeu ele

- Não digo no meu quarto, mas aqui em Boston. – falou ela

- Antiguidades... Te comprei um espartilho victoriano... Se quiser visto em você. – falou ele maliciosamente

- Devia estar no hospital. – falou ela ignorando a brincadeira e cruzando os braços.

- Posso falar com equipe por telefone. – argumentou ele.

- Por que veio? – perguntou ela

- Precisava falar com você.

- O Wilson está no meu lugar.

- O Wilson não manda em ninguém.

- Podia ter me ligado.

House abaixou a cabeça, não teria coragem para dizer a verdade.

- Posso dividir o quarto com você? – perguntou ele voltando a encará-la com malicia.

Cuddy riu sem achar graça.

- Preciso responder? – questionou ela.

- Isso é um sim? – perguntou ele ainda com a cara de safado

-Não! – exclamou Cuddy com certo espanto.

- Tudo bem, então vou indo. – falou ele e saiu andando/mancando em direção a porta.

- Você tem quarto aqui? – perguntou ela antes que ele saísse.

- Sim. – respondeu ele e saiu.

Cuddy gostaria de ficar perto dele, mas sabia que poderia acabar se machucando.

Salão de festas do Hotel. – Naquela noite.

Cuddy estava sentada numa mesa sozinha, usava um vestido vermelho vinho de um só ombro, os cachos soltos, e como sempre hidratados, maquiagem leve, estava linda, mais que o habitual. Vários homens já a haviam convidado para dançar ou pedido para lhe fazer companhia, mas ela, gentilmente recusava. Queria esquecer House, mas não queria fazer isso nos braços de outro. Foi quando se distraiu com a música e não notou outro homem se aproximar.

- A senhorita me daria a honra desta dança? – perguntou o homem acordando Cuddy de seus pensamentos, ao olhar para o cavalheiro ao seu lado se surpreendeu. House usava smoking, com direito a gravata borboleta, o cabelo estava arrumado. A música era lenta, Cuddy sorriu para ele e aceitou. Caminharam juntos ate a pista de dança. Ao chegarem lá, House colocou as duas mãos envolta da cintura de Cuddy, e ela colocou os braços envolta do pescoço dele.

Encaravam-se calmamente.

- Está bonita. – falou House, tentando parecer calmo o pânico de ter falado aquilo o dominou, mas ele não se deixou demonstrar.

Cuddy se surpreendeu com o comentário dele.

- Obrigada. – agradeceu ela – O que há com você? Está diferente.

- Honey, sempre sou charmoso. – falou ele

Cuddy riu.

- Está elegante. – falou ela. – Mas continua convencido.

Desta vez House riu.

- Então já posso descartar a hipótese de você ter caído e batido a cabeça, pois continua convencido. – brincou ela

Ele sorriu. De repente seu celular toca. Ele ignora. Cuddy olha para ele.

- Atende. – ordenou ela.

Ele obedeceu.

- Sherlock Holmes, pois não? – falou House arrancando risadas de Cuddy.

- Paciente de 11 anos com artrite, veias cranianas salientes, pele seca e enrugada, baixa estatura, calvície prematura, cabelo branco proeminentes... – House interrompeu Foreman.

- Nem precisa continuar, ele/ela vai morrer daqui a dois anos. Ele/ela tem progeria doença genética super-rara e por enquanto sem tratamento. Comprem as flores para o enterro. – E desligou o celular.

- Então? – perguntou Cuddy.

- Paciente com Progeria. – respondeu ele

- Viu? Era importante. – falou ela

- Nem tanto o paciente provavelmente vai morrer em dois anos. – contou ele

- Sinto muito. – falou ela

- Tudo bem. – falou ele

- Bem, tenho que ir. – falou ela se soltando.

- Posso te acompanhar ate seu quarto? – perguntou House

Cuddy apenas balanço positivamente a cabeça.

Saíram caminhando pelo hotel, um silencio perturbador os acompanhava. De repente Cuddy o sentiu entrelaçar seus dedos aos dela, no começo se espantou, mas depois se permitiu unir sua mão a dele.

Quarto de Cuddy. – Pouco depois.

- Bem, chegamos. – falou Cuddy na porta do quarto.

- Vai me convidar para entrar? – perguntou ele sorrindo maliciosamente.

Cuddy sorriu e deu-lhe um leve tapa no ombro, mordendo os lábios.

- Não abusa. – falou ela.

House sorriu.

- Boa noite, House. – falou ela

- Boa noite, Cuddy. – falou ele, pegou a pelo queixo e deu-lhe um selinho, em seguida foi para seu quarto.

Cuddy se surpreendeu com o ato de House e entrou sorrindo em seu quarto. Então viu sobre sua cama um lindo buque de rosas vermelhas. Surpresa pegou o buque e notou um cartão de papel vermelho escrito: "Te quero. G.H."

Cuddy atirou-se na cama, como uma adolescente, e mergulhou em seus pensamentos.

Quarto de House. – Naquela noite.

House estava na banheira relaxando, ou melhor, pensando.

Lisa Cuddy, será que ela tinha lido o cartão? Se tivesse lido o que será que achou? Qual foi sua reação? Muitas perguntas pairavam na mente de House. Mas uma certeza ele tinha. Estava apaixonado e não ia perdê-la. Lisa Cuddy seria sua.

Sala de café da manhã do hotel. – No dia seguinte.

House entrou na sala do café e olhou para todos ali presentes ate avistar Cuddy, a médica estava distraída lendo o jornal enquanto tomava um café. House pegou seu café e se aproximou dela.

- Posso sentar com você? – perguntou ele

Cuddy apenas balançou positivamente a cabeça sem olhá-lo.

House sentou de frente para ela e ficou admirando-a.

De repente Cuddy abaixou o jornal e com um olhar doce o encarou.

- Obrigada pelas flores. – falou ela – Como conseguiu colocá-las sobre a minha cama?

- É fácil subornar o faxineiro para lhe emprestar a chave do quarto dos outros. – respondeu ele.

Cuddy sorriu.

-Vai fazer algo hoje à noite? – perguntou ele

- Não sei, mas acho que não. Por quê? – falou ela

- Nesse caso, Less, aceita sair para jantar comigo essa noite? – perguntou ele educadamente, sem malicia, nem ironia.

Less, ele não a chamava assim desde Michigan. Cuddy sentiu um arrepio na espinha, mas não permitiu-se demonstrar.

- Aceito... Greg. – respondeu ela

House sorriu, ela havia entrado no seu jogo, chamando-o pelo apelido de Michigan.