Ei, galerinha! Gabiis P aqui com mais uma historia desse casal maravilhoso. A muito tempo atrás vi uma historia assim, me apaixonei... mas a escritora não terminou. Sim, uma dor no meu coração quando historias boas, bem escritas, são deixadas de lado assim, mas cá estou eu humildemente, escrevendo minha versão do mesmo estilo (no caso do James sendo cego, ok? Não plagiei ninguém!). Espero que gostem, e se gostarem comentem seus lindos ;D


James Potter

Eu me arrependia.

Arrependia-me a cada novo dia quando sentia o calor do sol em minha pele e não podia ver seu brilho. Quando sentia a chuva caindo sobre minha cabeça e não podia ver o acinzentado do céu, nem os clarões dos relâmpagos cortando o ar.

Passei anos confiando em pessoas erradas e evitando as certas. No final os dois me viraram as costas.

Sempre fui o dono da escola, sonho das garotas, melhor aluno e melhor atleta. Até o acidente.

Deveria ter sido uma noite de festa agradável. Aquela bombinha não deveria ter caído e estourado em minhas mãos , acertando meus olhos e assim também causando a pior dor da minha vida. Aqueles que eu chamava de amigos não deveriam gritar desesperados enquanto em caia de joelhos no chão, minhas mãos passando por meu rosto e saindo encharcado por algo pegajoso.E, principalmente, eu não deveria perder minha visão.

Nos meses que se seguiram eu tive que enfrentar muitas coisas. A tristeza de meus pais quando todos os médicos que buscavam diziam que não havia nada a ser feito por mim, a pena palpável na voz de todos os que iriam me visitar, a dura realidade de que eu estando cego já não era mais bom para pertencer ao grupo de populares; minha fúria e as longas sessões de terapia que se seguiram desta.

Mas por fim eu aceitei. Estava cego e não importa quando ódio eu sentisse, nada mudaria minha situação.

Voltei para a escola. Mantinha-me longe das pessoas e elas de mim. Aprendi a ter calma com o jeito cuidadoso e penoso com que todos, sejam professores ou alunos, me tratavam.

E quando eu achava que as coisas não podia piorar, elas melhoraram.

Acabei por fazer amizade com o enquencreiro Sirius Black e o reservado Remus Lupin. Junto aos dois sentia que minha vida não era tão ruim quanto antes e poderia enfrentar qualquer coisa.

Claro que isso foi antes de eu conhecê-la.


Corredores de Imperial High School

10:27

Caminhava hesitante pelo corredor. Havia me esquecido de dobrar minha bengala e por na bolsa e agora aqui estava eu andando pelos corredores usando apenas a parede para me guiar. Toquei uma mureta e pela sensação da escultura sob meus dedos já sabia exatamente onde estava. Afastei-me levemente da parede e voltei a andar, só que dessa vez mais rapidamente. Precisava encontrar Sirius já que foi ele que pediu para professora o deixar ir buscar meu "instrumento-guia" – foram suas palavras – antes que suas duas aulas acabassem, pra mim não ser pisoteados pelos alunos na troca de aula.

Nha! Ele só queria era sair daquela aula.

Perdido em pensamentos eu nem ouvi os sons de passos até que fosse tarde demais. Um corpo pequeno, pude perceber rapidamente, se chocou com o meu enviando nós dois ao chão .

Tentei suavizar a queda da outra pessoa o máximo, levei minhas mãos para frente do corpo e dobrei o joelho. Funcionou. As mãos e joelho pressionados contra a pedra do chão impediram que a pessoa que trombei fosse esmagada por mim. Mas obviamente que isso não impediu a garota – foi minha dedução pelo tamanho do corpo – caísse ruidosamente no chão de pedra e seus livros – percebi pelo barulho – se espalhassem no chão.

Ouvi seu um leve gemido de dor e fiquei preocupado imediatamente . Será que ela tinha batido a cabeça no chão?

– Me des... – minha fala foi interrompida quando uma mão veio, forte e rápida, contra meu rosto – Porra! – foi a primeira coisa que consegui dizer depois de alguns segundos de silêncio.

– Seu idiota! – apesar do tom irritado e alterado, sua voz era doce – Porque fez isso?

– Não foi intencional – murmurei me retirando de cima dela.

– Ah, claro! – sarcasmo pingava em sua voz – Você acidentalmente andou na minha direção que nem um louco que nem pra desviar presta!

– Porque você não desviou?- confesso que seu tom me irritou. Estava tão acostumado com as pessoas me tratando cuidadosamente que nem sequer lembrava o que era ter alguém furioso comigo.

Mas, hey, eu que era o cego da historia. Essa maluca devia ter me reconhecido e mudado de caminho imediatamente.

– Hã... talvez porque tivesse vários livros bloqueando minha visão? – foi a resposta irônica – Você que tinha que ter desviado!

– Tenho outro tipo de coisa bloqueando minha visão.

– Tipo o que? Esse óculos ridículo?

Hey! Ele não é... – me lembrei imediatamente que quem tinha me dado os óculos essa manhã foi Sirius – Ele é ridículo?

Ouvi seu bufo irritado seguido por outros sons de coisas se chocando. Ela pegando seus livros talvez?

– How! O que você fez com ele garota? – a voz preocupada de Sirius, camuflada por um tom de brincadeira, invadiu meus ouvidos.

– Não fiz nada, só o trouxa do seu amigo que fica se fingindo de cego.

O clima pesou imediatamente. Eu fiquei paralisado instantaneamente enquanto ouvia Sirius soltar um leve ofegar, podia até visualizar seus olhos arregalados.

Sem dizer uma palavra estendi a palma da mão na direção que ouvi a voz de Sirius, e segundos depois senti minha bengala ser posta ali.

– O que é... – a menina começou a dizer confusa, mas eu a interrompi bruscamente.

– Nesse caso não é fingimento. Eu sou realmente cego – levantei com facilidade e recomecei a andar deixando, com certeza, os dois paralisados de choque.

Lilian Evans

Troquei o peso de perna, o lábio preso entre os dentes ao observá-lo caminhar em minha direção. Seus passos tão seguros que qualquer pessoa que não o conhecesse pensaria ser mais uma pessoa comum.

Juntando toda minha coragem, chamei:

– Ei, Potter! – sua cabeça se inclinou levemente para o lado, tentando adivinhar de onde veio a voz – Preciso falar com você.

– Seria um ótimo começo saber que você é primeiro – disse sarcasticamente. Sua mão tateou o ar até encontrar a parede, onde ele se encostou e dobrou com rapidez sua bengala.

A minha cabeça vieram varias perguntas, mas nenhuma delicada demais para se fazer. E também não achava que ele compartilharia comigo, não depois do chilique que dei dois dias atrás.

– Meu nome é Lily Evans a...

– Não conheço nenhuma Lily Evans – comentou preguiçosamente, me interrompendo.

Soltei um bufo irritado. Já estava me arrependendo da minha decisão.

– A garota que te esculachou antes de ontem? – retruquei docemente.

– Ah! – o sorriso que ele abriu a seguir me deixou tanto irritada com sua posse arrogante quanto admirada por eu tinha que admitir que aquele sorriso era desconcertante demais.

Na verdade, ele todo era desconcertante demais.

Pele bronzeada, cheio de músculos, cabelos negros bagunçados, óculos escuros ajudando na sua posse de bad boy e sorriso branco na boca carnuda. Aquele garoto era realmente muito gostoso para ser apenas um aluno de colegial, geralmente pessoas assim eram universitários.

Claro que tinha percebido tudo isso quando nos esbarramos, principalmente a parte dos músculos, afinal quando ele me impediu de cair no chão todo seu corpo tinha ficado colado com o meu e deu para perceber direitinho cada músculo daquele corpo; porem estava irritada demais pensando que ele tinha feito de propósito para ligar para seu físico.

– Que é? Veio me acusar de outra coisa? Gravar uma velhinha pelada talvez? – fechei a cara enquanto seu riso preenchia o corredor vazio.

– Na verdade, vim pedir desculpas – praticamente rosnei, esquecendo minha idéia de ser pacifica e não explodir.

– Claro, claro. – seu semblante se tornou frio, qualquer sinal de riso sumindo rapidamente – Peça desculpas ao cego assim sua consciência não ficará pesada por fazê-lo sofrer alem da dor que já sofre.

Ele sabia atiçar minha curiosidade. Será que já tinham feitos quantas vezes isso com ele?

– Seu amigo me convenceu. Por mim não te pedia desculpas nem sob pena de morte.

A sobrancelha, escondida pelo óculos escuros, se levantou levemente.

– Você não é lá muito agradável, não? – perguntou curiosamente.

Decidi ignorar seu comentário.

– Estava de TPM naquele dia, te pedir desculpas seria a mesma coisa que me desculpar por seu mulher. Ou seja, não vai acontecer. Alem do mais você ser cego não quer dizer nada, se eu estou errada na historia eu vou e me desculpo, ponto final.

Ele ficou alguns segundos em silencio. Do nada perguntou:

– Tem com quem almoçar hoje?

E foi assim meus caros amigos, que começou minha amizade com James Potter e seu bando, intitulados ridiculamente de Marotos.