(N/A): Heii gente, aqui estou eu com - sim, mais uma - adaptação, esse é o segundo da serie de Hannah Howell, mas esse não tem nada a ver com o primeiro. A única semelhança é a família com poderes.

E muito provavelmente, só vou continuar a história quando acabar A vidente, só postei esse capítulo para ver se a história renderia reviews.

Sim, nada dessa história me pertence, os personagens é claro a maravilhosa tia Jô e a história em si, é uma adaptação de "A Sensitiva" de Hannah Howell.

Espero que gostem, bjoos.


Londres, Outono de 1788.

Ter uma faca apontada para o pescoço pode fazer uma pessoa enxergar com clareza a opinião que a pessoa tem sobre a própria vida, Hermione concluiu. Ela permaneceu imóvel enquanto o homem corpulento, um tanto fétido, que a segurava de modo desajeitado ajeitava sua posição. De Repente, toda a raiva e do todo o ressentimento por ter sido tratada por suas meias-irmãs como se ela não passasse de uma mera criada pareceu insignificante, um
problema sem importância.

É claro que isto podia ser alguma forma de castigo cósmico por todas as vezes que desejou mal para suas meias-irmãs, ela pensou quando o homem a ergueu o suficiente para que seus pés saíssem do chão. Um dos dois comparsas amarrou seus tornozelos de um modo semelhante ao que prendeu seus pulsos. Seu raptor carregou-a por um beco escuro que cheirava tão mal quanto ele. Poucas horas antes apenas, ela havia visto Gina saindo para um passeio de carruagem com seu futuro noivo, Lorde Potter. Espiando da janela quebrada de seu quartinho no sótão ela tinha incontestavelmente, nutrido o desejo perverso que Gina tropeçasse e caísse sobre o monte de estrume próximo às rodas da carruagem. Hermione achou, no entanto, que ser levada por um bandido armado à faca e seus dois comparsas grandalhões fosse uma punição um tanto severa para um desejo infantil nascido da inveja. Ela, afinal, nunca desejara que Gina morresse o que Hermione temia ser seu destino.

Hermione suspirou e admitiu com tristeza que era parcialmente culpada pela sua atual situação de apuro. Tinha passado muito tempo com seus meninos. Até mesmo Teddy a apressara para que ela não voltasse para casa no escuro. Era embaraçoso pensar que um garotinho de cinco anos tinha mais bom-senso que ela.

Ela deixou escapar um gemido de dor, emudecido por uma mordaça imunda, quando seu raptor tropeçou e a fria lâmina arranhou sua pele. Por uma fração de segundo, o medo que ela lutava para controlar inflou dentro de seu corpo com tanta força que ela achou que fosse desmaiar. O calor de seu sangue penetrando pelo decote de seu vestido só intensificou ainda mais o temor. Levou alguns minutos para que conseguisse agarrar algum fiapo de calma ou Coragem. A noção de que seu sangue estava fluindo muito lentamente para que seu pescoço tivesse Sido de fato cortado ajudou a controlar o pânico crescente.

-Tem certeza de que não podemos tirar ao menos uma lasquinha, Jud? - Perguntou o maior e o mais peludo dos comparsas do seu raptor.

- Ordens são ordens - respondeu Jud enquanto ajeitava uma faca sobre o pescoço dela. - Uma lasquinha vai custar mais fazer do que ela vale.

- Nenhum de nós vai abrir a boca, e a belezinha aqui não vai poder dizer nada.

-Não vou permitir que você arrisque. Ela pode reagir e isso deixa hematomas. As marcas dirão tudo e aquela vadia da Sra. Dolores vai perceber. E depois não vai querer pagar por este servicinho noturno.

- Sim, aquela cafetina velha certamente vai querer tirar alguma vantagem disso. Mesmo assim, é uma pena que eu não possa experimentar um pouquinho antes que ela seja vendida para qualquer um por uma ou duas moedas.

- Pegue a sua moeda primeiro e depois compre uma pequena se quer tanto.

- Mas não sera tão limpa e nova , sera?

- Quando você tiver dinheiro para tirar uma lasquinha, esta aqui já não será mais limpa, se aquela bruxa velha a usar do mesmo jeito que faz com as outras.

Hermione se deu conta de que estava sendo levada a um uma vez teve de juntar todas as suas forças para não ficar cega de medo. Ainda estava viva, repetiu a si mesma varias vezes, e pelo visto ainda continuaria por um bom tempo. Lutou para fugir deste pensamento. Não ia adiantar nada ficar pensando nos horrores aos quais poderia ser forçada a encaram antes que pudesse fugir ou ser encontrada. Ela precisava se concentrar em uma coisa apenas - Escapar.

Não era fácil, mas Hermione se esforçou para prestar atenção no caminho que eles estavam Fazendo. Porém, com a escuridão, com as voltas e com as curvas, era quase impossível guardar um ponto de referência ou um sinal qualquer que pudesse marcar o caminho de volta do local perigoso para onde ela estava sendo levada. Ela precisava se prender com a força à esperança de que realmente iria conseguir fugir, e à necessidade de voltar para os seus meninos que não tinham mais ninguém para cuidar deles.

Ela foi levada para a cozinha de uma casa. Havia duas mulheres e um homem lá, os quais apenas deram uma olhada na sua direção antes de retomarem o trabalho que estavam fazendo. Não foi nada encorajador o fato de eles parecerem tão acostumados com uma cena como esta, tao indiferentes e desinteressados.

Enquanto seus raptores a carregavam por uma escadaria escura e estreita, Hermione ouviu vozes e música vindos do andar de baixo, da parte da frente da casa, que parecia ser tão grande quanto as ruelas que levavam até lá. Quando chegaram a um corredor pelo qual seguiram, ela ouviu alguns murmúrios vindos de trás das portas fechadas. Outros sons escapavam dos quartos, mas ela fez um esforço tremendo para nem tentar Imaginar o que os motivava.

- É Aqui, quarto Vinte e Dois - murmurou Jud. -. Abra a porta, Tom

O Homem grande e peludo abriu uma porta, e Jud carregou Hermione para dentro do quarto. Ela teve tempo apenas de ver o quão pequeno era o lugar, pouco antes de Jud jogá-la sobre uma cama, que ficava no meio do cômodo. Uma cama surpreendentemente limpa e confortável. Hermione desconfiou que, apesar da péssima localização, ela tinha sido trazida para um dos melhores bordéis, um que prestava serviço aos cavalheiros distintos e ricos. Ela sabia, entretanto, que isso não significava que poderia contar com alguma ajuda.

- Traga aquela cafetina velha Aqui, Tom - Disse Jud. - Quero acabar logo com isso. - Assim que Tom saiu, Jud baixou os olhos zangados para Hermione. -Acho que você nem desconfia por que aquela velha senhora todo-
Poderosa quis tirar você do caminho, não é mesmo?

Hermione negou, balançando a cabeça lentamente enquanto sentia um frio no estômago só de imaginar o motivo.

- Não faz sentido para mim. Não pode ser por ciúmes ou algo assim. Ou será que ela achou que você pudesse roubar o homem dela. Você nem é tão sofisticada e se veste tão bem quanto ela, nem tem aquelas belas curvas. Uma ratinha parda e magrela como você, não merecia ser tratada como se fosse uma qualquer meretriz. Então, por que ela deseja tanto mal a você, hein?

"Ratinha parda magrela?" Hermione pensou profundamente ofendida enquanto encolhia os ombros em resposta a eles.

- Por que esta assustando a menina assim, Jud? - Perguntou o Homem alto e extremamente musculoso que estava ao Lado. Jud deu de ombros.

-Só estou curioso, Mac. Só curioso. Isso não faz nenhum sentido para mim.

- Nem Precisa. O dinheiro é bom. Isso é tudo o que importa.

- Sim, talvez. Como eu Disse, só fiquei curioso. Não gosto de mistérios.

- Eu não sabia disso.

- Bem, mas é Verdade. Não quero fazer parte de algo que não entendo. Isso pode significar encrenca.

Hermione desconfiava que, se nã estivesse amordaçada poderia solucionar o mistério para seu raptor. Ele tinha raptado a filha de um marquês, levado-a amarrada e amordaçada para um bordel e iria abandoná-la aos cuidados de uma madame, uma mulher em que ele abertamente não confiava e de quem não gostava. O que exatamente o idiota considerava encrenca? Se fosse apanhado, ele seria julgado e enforcado num piscar de olhos. E isso seria pouco se comparado ao que os parentes dela iriam fazer se encontrassem o idiota. Será,
que ele poderia estar mais encrencado? Ela deixou escapar um gemido rouco quando a mordaça foi removida.

- Água - sussurrou desesperada para se livrar do gosto horrível do trapo sujo.

O que o homem lhe deu foi uma caneca de cerveja fraca, mas Hermione achou que talvez fosse melhor tomar aquilo mesmo. Se houvesse Água naquele lugar, sem dúvida seria perigoso beber. Ela tentou não respirar muito profundamente enquanto era amparada para que pudesse Beber. Hermione tomou a Cerveja o mais rápido que pode, pois queria que o homem ficasse o mais distante possível. Qualquer pessoa que cheirasse tão mal quanto elemento certamente téria uma vasta tropa de criaturas compartilhando sua podridão, cuja visita ela não ansiava receber.

Quando a caneca ficou vazia, ele deixou que ela caísse de costas sobre a cama e disse:

- Agora, nem pense em fazer barulho, gritar por socorro ou coisa do tipo. Pois, ninguém aqui vai lhe dar ouvidos.

Hermione abriu a boca para dar uma resposta atravessada e então franziu a testa. A cama podia estar limpa e confortável, mas não era nova. Um calafrio familiarizado percorreu seu corpo. Mesmo enquanto ela pensava que aquele era um péssimo momento para o seu dom se apresentar, sua mente se encheu de lembranças violentas que não eram suas.

- Alguém morreu nesta cama - Ela disse com a voz um pouco trêmula por causa das recordações arrepiantes do passado.

- O Que Diabos Você esta falando? - Interrompeu Jud.

- Alguém morreu nesta cama e ela não partiu em paz. - Hermione sentiu certa satisfação ao perceber o quanto suas palavras perturbavam seus raptores

- Você esta Falando bobagens, mulher.

- Não. Tenho um dom, sabe?

- Você consegue ver espíritos? - Perguntou Mac, olhando nervoso ao redor.

-As Vezes. Quando eles querem que eu os veja. Desta vez foram apenas as lembranças do que aconteceu aqui - Ela mentiu

Os Dois Homens se entreolharam com uma mistura de medo, curiosidade e desconfiança. Pensaram que ela estava tentando engana-los de algum modo para que acabassem libertando-a. Hermione desconfiou que eles provavelmente estavam imaginando se ela seria capaz de invocar alguns espíritos para ajuda-la. Ainda que conseguisse, ela duvidava de que isso pudesse ser útil ou até mesmo que esses homens fossem capazes de ver. Certamente eles não tinham nem notado o espírito horrível parado ao lado da cama. Pois se tivessem já teriam
saído correndo do quarto. Apesar de tudo que ela tinha visto e experienciado ao longo dos últimos anos, uma visão da adorável jovem, com o vestido branco ensopado de sangue, causou um friozinho na espinha. Hermione se perguntou por que as aparições mais horríveis eram as mais nítidas.

Uma porta se abriu e antes que Hermione se virasse para olhar, ela viu uma expressão no Rosto do fantasma que quase a fez sair correndo do quarto. Fúria e repugnância pura contorceram o belo rosto do espírito até ele parecer demoníaco. Hermione olhou para para as pessoas que entravam no quarto. Tom retornava acompanhado de uma mulher de meia-idade e duas mocinhas seminuas. Hermione olhou para o fantasma à direita e notou que toda aquela raiva e todo aquele ódio estavam voltados diretamente para à senhora.

"Tome Cuidado"

Hermione quase deixou escapar um palavrão quando as palavras ecoaram na sua Mente. Por que os espíritos sempre sussurravam Palavras tão agourentas sem adicionar nenhuma informação pertinente, como com quem ela deveria tomar cuidado ou com o que? Alem do mais, o momento era extremamente inoportuno para este tipo de distração. Ela era Prisioneira em uma casa de má Reputação e estava encarando a morte ou qualquer outro eufemismo que pudesse ser usado para um destino pior que esse. Não havia nem um pouco de tempo para lidar com espectros lúgubres ensopados de sangue sussurrando avisos misteriosos. Além disso, precisava com toda sua consciência e com todas suas forças para não se deixar Levar pela histeria que se inscrevia dentro de seu peito.

- Isto vai causar uma grande encrenca - Hermione falou para a mulher mais velha e não se surpreendeu quando todos a ignoraram.

-Ai esta ela- Disse Jud. - Agora, dê o nosso dinheiro.

- A dama está com o dinheiro de vocês - respondeu a Mulher.

- Não é nada esperto tentar me enganar, Dolores. A dama disse que você estava com o nosso dinheiro. Agora, se ela não quis pagar a você isso não é problema meu. Fiz o que me mandaram e fiz rápido e certo. Peguei uma vadia, trouxe para cá e agora quero o meu dinheiro. Missão cumprida. Agora, o pagamento.

Dolores o entregou descontente. Hermione observou Jud contar cuidadosamente o dinheiro. O homem sabia contar o suficiente para ter certeza de que não estava sendo enganado. Após olhar desconfiado para ela, ele guardou o dinheiro no bolso e então franziu a testa para a mulher de quem ele chamava de Dolores.

- Agora ela é toda sua - Jud disse - apesar de eu não saber o que você vai fazer com ela. A moça nem é isso tudo.

Hermione estava cansando de ser menosprezada por Este bandido piolhento.

- Falou o bonitão do pedaço - Hermione murmurou e o encarou com um leve Sorriso.

- Ela é limpa e nova - Disse Dolores, ignorando a cena e fixando seus olhos frios em Hermione. - Tenho vários cavalheiros querendo pagar uma boa quantia para ser o primeiro. Há um homem esperando especialmente por esta, mas ele só chegará amanhã. Para esta noite, tenho outros planos para ela. Acabaram de chegar uns cavalheiros muito ricos e estão à procura de algo especial. Diferente, como eles disseram. Eles tem um amigo que está prestes a se casar e desejam dar a ele uma festa de despedida de solteiro. Ela vai servir direitinho para isso.

- Mas e o outro sujeito não a quer intocada?

- Até onde ele saberá, ela será. Agora, saiam daqui. Eu e as meninas precisamos embrulhar este presentinho.

Assim que Jud e seus homens se fora, Hermione disse:

- A senhora faz alguma ideia de quem eu sou? - Ela ficou muito orgulhosa do tom altivo que conseguiu alcançar, mas a Sra. Dolores não pareceu nem um pouco impressionada.

- Você é alguém que irritou profundamente uma dama rica - respondeu Dolores.

- Sou Lady Hermione ...

Ela não conseguiu terminar, pois Sra. Dolores a segurou pela mandíbula, forçando-a a abrir a boca e começou despejar garganta abaixo um líquido que saia de dentro de um delicado frasco de prata. Duas moças
seguraram sua Cabeça para que Hermione não conseguisse virar o rosto ou cuspir. Ela sabia que não queria aquela bebida dentro de seu corpo, mas não podia fazer nada além de engolir o que lhe era forçado.

Enquanto ainda tossia engasgada por causa do abuso, as mulheres a desamarraram. Hermione se debateu o quanto pode, mas elas eram muito fortes e espantosamente habilidosas em despir alguém à força. Como se ela já não estivesse com problemas o suficientes para lidar, o fantasma a afogava em sentimentos de medo, desespero e desamparo. Hermione sabia que estava prestes a ficar histérica, mas era incapaz de se controlar. Isso só aumentou ainda mais o seu terror.

Então, lentamente, aquele pânico sufocante começou a diminuir. Apesar das mulheres continuarem o trabalho delas, despindo-a, dando um banho rápido com água perfumada e vestindo-a com um vestido de renda transparente que a deixaria chocada dos pés a cabeça só de pensar em usá-los, Hermione começou a se
sentir mais calma, a cada respiração. O Líquido que foi forcada a beber devia ser algum tipo de droga. Essa era a única explicação para estar deitada quase sorrindo enquanto estas três aves de rapina a preparavam para sacrificar sua virgindade.

- Pronto, esta um docinho agora, não está, querida? - Murmurou Dolores enquanto começava soltar os cabelos de Hermione.

- Você não passa de uma vadia malvada - Hermione disse suavemente e sorriu. Uma das moças riu e Dolores a esbofeteou com forca. -. Malvada. Quando a minha família descobrir o que você fez à mim, você ira pagar muito mais que sua mente mesquinha e sórdida jamais seria capaz de imaginar.

- Ah! Mas foi sua família que vendeu você para, garota estupida.

- Não aquela família, sua megera. A família dos meus verdadeiros pais. Na Verdade, eu não me surpreenderia se eles já não estiverem desconfiados, vendo nas suas mentes o meu sofrimento.

- Você só esta falando bobagem.

Por que todos dizem isso? Hermione se perguntou. Mas ainda restava juízo e senso de autoproteção o bastante na sua mente nebulosa para faze-la perceber que não seria uma boa ideia começar a falar sobre todo o sangue que havia nas mãos daquela mulher. Mesmo que a mulher não acreditasse, Hermione não tinha como ter certeza dos fatos e desconfiava que a Sra. Dolores seria capaz de silenciá-la só por questão de segurança. Com uma droga mantendo-a cativa como nenhuma outra corrente poderia, Hermione sabia que não estava em condições de nem mesmo tentar salvar si mesma.

Quando Sra. Dolores e suas subordinadas terminaram, ela se sentou e avaliou cuidadosamente Hermione.

- Hum, hum. Acho que estou começando a entender.

- Entender o que, Noiva do Belzebu? - Perguntou Hermione, que percebeu pelo modo como a mulher abria e fechava as Mãos que a Sra. Dolores estava louquinha para lhe dar uma surra.

- Por que a dama refinada queria que você fosse embora. E Você vai pagar caro por ter me insultado, minha menina. Muito em breve. - A Sra. Dolores tirou quatro lenços de seda da bolsa de lona enorme que trazia consigo e entregou-os para as mocinhas. - Amarrem-na à cama - Ela ordenou. - Você é pura, não é? - A Sra. Dolores balançou a cabeça e riu. - Meus clientes vão adorar isso. Venham, meninas. Vocês tem trabalho a fazer e é melhor trazermos logo aquele homem para se divertir com o seu presente antes que a poção comece a perder efeito.

Hermione fitou a porta durante alguns segundos depois que todos se foram. Todos, menos o fantasma, ela refletiu, e finalmente voltou sua atenção para o espectro que agora tremulava aos pés da cama. A jovem parecia tão triste, tão derrotada, que Hermione concluiu que o pobre fantasma provavelmente havia se
dado conta de todas as limitações de sua condição. Apesar das lembranças presas à cama terem contado a Hermione como a mulher tinha morrido, elas não contaram quando. Entretanto, ela estava começando a desconfiar que não fazia muito tempo.

- Eu gostaria de ajuda-lá - Disse Hermione -, mas neste momento não posso. Você deve ter percebido. Se eu conseguir me livrar daqui, juro que vou me esforçar para lhe dar um pouco de paz. Quem é você? - Perguntou, embora soubesse que muitas vezes era impossível obter respostas sensíveis e coerentes de um espírito. - Sei como você morreu. A cama guarda ainda lembranças sombrias e eu vi.

-. Meu nome é Luna e a minha vida foi roubada.

A Voz era clara e suave, mas pesada de sofrimento, e Hermione não tinha certeza se ouviu a voz dentro da sua cabeça ou se o fantasma de fato falou com ela.

- Qual é o seu nome completo, Luna?

- Meu nome é Luna e fui apanhada, assim como você. Minha vida foi roubada. Meu amor perdido. Fui arrancada do Céu e atirada no inferno. Agora me encontro abaixo.

- Abaixo? Abaixo do que? Onde?

- Abaixo, estou coberta de Pecados. Mas não estou sozinha.

Hermione soltou um palavrão quando Luna desapareceu. Ela não poderia ajudar o espírito naquele momento, mas lidar com ele tinha se mostrado uma distração necessária. Isso a ajudou a se concentrar e lutar contra o poder da droga. Agora estava sozinha com seus pensamentos e ele se tornavam muito estranhos. Pior, toda a sua proteção estava lentamente se desfazendo. Se não encontrasse algo em que se concentrar logo, estaria aberta para os pensamentos de cada um, cada um dos Sentimentos e cada espírito que estivesse vagando pela casa. Considerando o que se passava nesta casa, isso poderia facilmente se tornar uma tortura insuportável.

Ela não sabiá se ria ou se chorava. Estava amarrada a uma cama, esperando por um estranho que iria usar Seu corpo indefeso para satisfazer suas necessidades masculinas. A Poção que a Sra. Dolores forçara-a garganta abaixo estava exaurindo suas forças e toda a sua habilidade para se fechar de tudo de desagradável no mundo, dos vivos e dos mortos, com uma velocidade incrível. Neste momento, ela podia sentir o peso crescente das emoções indesejadas, os sussurros que tão poucos eram capazes de ouvir. Os espíritos da casa estavam
agitados, sentindo a presença daquela que poderia ajuda-los a tocar o mundo dos vivos. Mas não valia a pena se preocupar com isso, ela concluiu. Hermione não sabia se alguma coisa poderia ser pior do que o que ela já estava sofrendo e o que estava por vir.

De Repente, uma porta se abriu e uma das acompanhantes da Sra. Dolores conduziu um homem para dentro do quarto. Ele estava com os olhos vendados e fantasiado de romano. Hermione fitou-o assustada enquanto ele era trazido até a lateral da cama, e então ela soltou um gemido abafado. Foi fácil reconhecer o homem apesar da venda e da fantasia. Hermione não ficou nada satisfeita em descobrir como as coisas definitivamente poderiam piorar - e muito

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