Draco andava pelas masmorras sem rumo, como se estivesse perdido. E de fato, ele estava.

Não perdido em termos físicos. Ele conhecia aquelas masmorras como a palma de sua mão, afinal ele era um sonserino. As masmorras era o único lugar que os outros alunos não se atreviam a chegar perto. Porque geralmente se perdiam. E nada de bom acontecia nas masmorras àqueles que não eram sonserinos, principalmente naquela hora da madrugada. Ele estava perdido em outro sentido. Ele estava perdido dentro de si mesmo.

Por escolhas dos outros, Draco teve de fingir ser uma pessoa que não é e fazer coisas que não queria, por medo. Ele tinha medo de decepcionar seu pai. Ele tinha medo de que o Lorde das Trevas pudesse fazer alguma coisa a sua família caso ele falhasse nessa missão. Ele não pôde ficar com a menina que realmente amava. E ele não havia escolhido nada disso para si.

Ele estava a ponto de contar a Ginny tudo sobre o armário sumidouro na sala precisa. Sobre os planos de Voldemort para matar Dumbledore. Ele fez o diálogo em sua cabeça milhares de vezes. E em nenhuma delas Ginervra foi compreensiva. Muito pelo contrário, ela sempre acusava Draco. Dizendo que ele havia escolhido esse caminho pra sua vida. E que eles teriam de se separar inevitavelmente. Pois um dia seriam inimigos na provável guerra que viria.

Ele ouvia sua voz melodiosa dizendo várias frases da forma mais seca possível: "Você é inacreditável. Toda vez que eu acho que te entendo, você vai e faz algo tão... Absurdo que me desafia de formas que ninguém mais poderia sequer pensar em fazer."

" Como você pode Trair a confiança de Dumbledore? Ele é nosso diretor Malfoy. E como você ousa em sequer pensar que deve matá-lo só porque Voldemort te disse para fazê-lo?"

Ele por fim, respirou profundamente mais uma vez. Sabendo que o destino dele estava selado. Ele estava fadado a ser o menino que fez as escolhas erradas. Sem nem ao menos ter o direito de fazê-las.