É incrível! Você tenta escrever uma coisa legal de ler mas o site destroi a formatação da coisa. Tudo bem... Agente tenta se virar com o que tem. Ficou pequenininha, mas é significativa.
Antes de mais nada é necessário avisar que a a fic contem spoilers, e que é preciso a leitura até o capitulo 86/87 para entender exatamente do que se trata.


"Vem até aqui para que eu possa derramar minha coragem em teu ouvido e castigarei com a valentia de minhas palavras todos os obstáculos ao círculo de ouro que parecem coroar-te o destino em um poder sobrenatural."

Lady Macbeth – Cena IV, Ato Primeiro.

Lá estava eu, preparada como sempre. Pegava a espingarda do caixote e colocava minha jaqueta com a determinação que nunca me faltou. Eu dizia palavras que encorajavam, e até mesmo brincava em culpar a ele por tudo que aconteceria a seguir. Tudo bem, o culpado é ele mesmo.

Por fora eu era a Hawkeye de sempre: a sniper conhecida por raramente errar um tiro; a destemida, temida e leal tenente de Roy Mustang; e agora, uma das desertoras do exército. Nada impedia que também eu fosse conhecida como aquela que morreu tentando realizar sonhos que nem mesmo eram seus.

Por dentro, eu tremia de irritação, mas me mantinha calma por pura teimosia. Estava inquieta pela possibilidade de nunca mais... Não, eu sempre o terei ao meu lado. É o único lugar de onde eu posso vigiá-lo e assegurar-me que ele fique bem. O coronel parece forte, mas na verdade é tão inseguro quando qualquer um. Eu tenho a eterna missão de ser dura quando necessário, e a amável responsabilidade de nunca deixar-lhe faltar à coragem necessária.

Perco-me em devaneios até que sinto o perfume daquele com quem me preocupava. Logo ele irrompe pela porta, confiante. Seu semblante brincalhão é sério ao mesmo tempo, e vejo que ele não se modificou em ponto algum desde que nos vimos há certo tempo. Logo faz piada, tentando animar a situação tensa. Faz perguntas, e pergunta se fugir é nossa intenção. Nunca me passou pela cabeça tal hipótese, e logo imagino que indagar esse absurdo é somente mais uma piada.

"Queres possuir o que estimas como ornamento da vida e viver como um covarde em tua própria estima, deixando que um 'não me atrevo' vá atrás de um 'eu gostaria', como o pobre gato do adágio¹?"

Lady Macbeth – Cena VII, Ato Primeiro.

De nada mais desejo saber que não sejam suas ordens. Silêncio enquanto ele me olha com certa dúvida no olhar, e depois de discursar sobre nossa situação apenas diz que devemos fazer o possível para não morrer.

Eu poderia dizer o mesmo para ele, mas é apenas obvio. Limito-me a bater continência, e sigo atrás dele pela porta, para o que acredito ser o futuro.

Se vamos ou não alcançar nossos objetivos, eu não sei. Mas eu, ele e qualquer uma aqui presente vai fazer o impossível e o necessário para que isso aconteça.

Quando tudo acabar terei certeza de me portar como uma boa assistente, apenas obrigando-o a assinar a papelada e dizendo exatamente o que ele tem que fazer e quando fazer.


[1]Catus amat pisces, sed non vult tingere plantas - O gato queria comer o peixe, mas não queria molhar os pés.
As Always guys... Review, review, review ^^