Olá leitoras e leitores, fic nova para vocês. Espero que vocês gostem e que acompanhem! Ainda não sei como vai ser o esquema de post, nem como a estória vai acabar pois só tenho uma parte escrita, ainda assim farei de tudo para atualizá-la sempre que possível. Boa leitura. :)


Selena trancou o pequeno café dando um até logo a seu companheiro de trabalho e passou a corrente e o cadeado nos puxadores grandes de inox. Quando virou para a rua, David já desaparecia na esquina acima. Subiu o zíper de seu casaco e colocou o capuz tentando se proteger do vento gélido da madrugada. A rua estaria vazia se não fosse a presença dela e de um homem acasacado do outro lado da rua.

Suspirou pelo cansaço assistindo o vapor de sua respiração subir aos céus. Tomou o caminho oposto ao de seu companheiro descendo a rua a passos largos. Morava num pequeno apartamento três quadras abaixo do café e por isso sempre fechava o estabelecimento.

Guardou as mãos nos bolsos do casaco apertando o passo quando percebeu que o homem estava logo atrás de si. Um táxi passou pela rua lhe impedindo de atravessar a pista. Olhou para trás percebendo o homem a um braço de distância.

Atravessou a rua sem se importar com o sinal vermelho e suspirou aliviada quando viu o homem reduzir a velocidade da caminhada, mas ainda assim prosseguiu andando o mais rápido que podia sem chamar atenção. Agarrou-se à bolsa tentando se sentir segura sem tirar os olhos do homem que a perseguia.

Se sobressaltou ao ouvir uma lata de lixo cair num beco escuro entre dois blocos. Um homem corpulento avançou em sua direção lhe fazendo dar alguns passos para trás encontrando com o sujeito encapuzado de instantes antes.

- Olá, belezinha.

Selena tentou avançar, mas esbarrou no outro homem. Um pânico invadindo seus sentidos de repente, seu coração disparando e sua respiração ficando rápida e entrecortada, passou os olhos pela rua tentando achar um jeito de escapar, mas se viu cercada. O medo mal lhe dava condições de pensar.

- Não precisa se assustar, princesa.- o maior passou a mão pesada por seu braço e instintivamente ela tentou se esquivar. Sentiu a mão grande apertar seu braço fino.- Se você resistir, vai ser pior.

O homem de casaco tirou o capuz e Selena viu que ele tenha uma cicatriz que o marcava no rosto de cima a baixo do lado esquerdo. As feições duras mal iluminadas passavam obstinação, o que fez a garota tremer. Foi puxada sem delicadeza para o beco escuro e gritou por ajuda.

- Não pense nisso.- os dentes amarelos do homem marcado ficaram amostra quando ele puxou um pedaço de pano sujo de dentro do bolso do casaco. Sem jeito, amarrou no rosto da latina quase tapando sua respiração como forma de abafar seus gritos.- A gente vai ser rápido com você.

O maior dos dois prendeu seus braços para trás enquanto o outro tentava tirar suas roupas. Se debateu tentando parar as ações dos sujeitos, sentiu os braços serem puxados com mais força e urrou de dor.

Tentou pedir para que parassem, mas não encontrou a própria voz, as lágrimas encheram seus olhos lhe impedindo de enxergar. O vento gelado da madrugada tocou suas penas que foram abertas e ela se desesperou tentando fechá-las. Se debateu buscando fugir quando a mão pesada lhe empurrou para o chão fazendo com que batesse as costas com força no solo úmido, arfou buscando o ar que lhe faltou por alguns instantes.

Selena sentiu línguas e mãos em seu centro e começou a chorar quando percebeu que não havia escapatória. As risadas cruéis chegavam cínicas a seu ouvido, debochando de seu sofrimento, de seus inúteis pedidos de ajuda.

Não soube precisar o tempo que passou naquele beco, nem quantas vezes sentiu aqueles homens deslizarem seus corpos para dentro do seu. Pensou que depois da quarta ou quinta vez desistiu de lutar, desistiu de fugir das mãos rudes que lhe puxavam e batiam, lhe prendiam e estapeavam deixando marcas em seu corpo e em sua alma.

Antes de subirem as calças para irem embora, um dos homens lhe esbofeteou o rosto e o resto das forças que ainda tinha se foi. Tudo que Selena pediu naquele momento é que Deus lhe deixasse morrer.