Sakura Card Captors e seus personagens não me pertencem e sim a CLAMP.
Essa fanfiction não tem fins lucrativos
IMPORTANTE: Essa fanfic contém Yaoi
Casais: SyaoSaku, TouyaYue, EriTomy.
Antes de começar a ler a fanfic, por favor leia os seguintes avisos importantes:
O casal principal dessa história é formado por Syaoran e Sakura, porém nos primeiros capítulos da fic haverá Yaoi, e com o nosso querido Syao no meio. Por isso se você realmente não gosta desse tipo de texto, não leia.
Um dos casais secundários da fic será Yaoi também, formado por Touya e Yue. Então se você não gosta desse estilo de texto... Bem você já sabe.
Agora se você não se importa, boa leitura e espero que goste desse primeiro capítulo.
Kimi ga Ita Scene
O clima da sala era tenso. Touya Kinomoto tamborilava, impaciente, os dedos na mesa enquanto esperava. Estava sozinho no cômodo, porém não era isso que de fato o deixara exasperado; precisava de alguém para quem pudesse queixar-se do seu mais novo problema.
Antes que esticasse o braço até o telefone para contatar a secretária mais uma vez naquela manhã, a porta de sua sala abriu-se.
- Com licença, Kinomoto-san. - pediu o jovem de cabelos castanhos, entrando atrapalhado. - Desculpe pelo atraso. - Syaoran fechou a porta à suas costas, tentando equilibrar as várias pastas que trazia nas mãos. Posicionou-se, então, em frente ao outro.
- Quantas vezes precisarei lhe dizer para me chamar apenas de Touya? - indagou o moreno apoiando a cabeça na mão direita, observando-o com o semblante desolado. - Nos conhecemos há três anos.
- Desculpe, Kino- Touya.
Syaoran constrangeu-se um pouco com o olhar meticuloso de seu chefe sobre si. Sua aparência não estava muito boa, afinal saíra apressado de seu apartamento. Os cabelos estavam desalinhados, assim como o terno marrom que usava. Nem mesmo amarrara a gravata, que mantinha descansada sobre a nuca, cada ponta de um lado do pescoço.
- Eu estava começando a ficar preocupado com a sua demora. Você é sempre tão pontual. - comentou, deixando finalmente de mirá-lo e começando a brincar distraidamente com um lápis sobre a mesa bem organizada.
O mais jovem observou-o antes de responder. Estava mesmo preocupado? Kinomoto Touya, presidente bem sucedido da famosa empresas de jogos para computador C-G.K, era muita vezes um enigma para ele. E talvez fosse por isso que o homem de trinta anos vinha povoando seus pensamentos durante os últimos meses.
- Syaoran? - chamou o presidente, levantando-se da cadeira.
- Hã? Ah, desculpe... Eu. - Os olhos ambarinos piscaram algumas vezes, numa tentativa de concentrar-se no que realmente viera fazer na sala do chefe. - Bem, me atrasei por que passei a madrugada terminando os esboços para o novo projeto.
Touya havia contornado a mesa, recostando-se de costas no móvel. Seu terno preto, bem alinhado, contrastava com a gravata cor de vinho; a visão dele daquela maneira fez Syaoran pensar mais uma vez no quão ele era atraente.
Deixando os devaneios de lado, o diretor de markenting começou a mexer em seus papéis, sob o olhar do mais alto, que então se pronunciou.
- Sinto lhe dar esta notícia, mas a verdade é que sua noite em claro foi um esforço vão. - ponderou, fazendo o outro olhá-lo confuso. - O contrato com o Kojiro-san foi rompido.
- Como? - exclamou Syaoran descrente. - Mas...
- Eu sabia que aquele baka faria tal coisa quando eu desse um pé na bunda dele. - Touya disse naturalmente, mexendo nos cabelos. - Eu lhe proporcionei três semanas maravilhosas, e assim que ele me paga.
Syaoran abriu a boca, mas nada disse. Não conseguiu. O contrato que levaria a C-G.K para as alturas no ranking dos jogos mais vendidos, fora rompido por um simples capricho do presidente?
Não era a primeira vez que ele se envolvia amorosamente com um possível sócio, e provavelmente aquela não seria a última. Syaoran tinha conhecimento dos diversos casos e a maioria das conquistas de seu patrão, fossem essas femininas ou masculinas, porém escutá-las pela boca do próprio Touya afetava-o.
- Que cara é essa, Syao? Olha aquele contrato não era tão importante assim, ok? - argumentou o moreno, devido o estado de choque do outro.
Novamente nenhuma resposta.
Isolado em seus pensamentos, foi como se os últimos anos da vida de Syaoran até aquele momento passassem diante de seus olhos. Sua trajetória de conquistas, suas grandes vendas pela empresa C-G.K... O chinês, que deixara seu país de origem para trabalhar no Japão, era considerado um gênio do marketing em seus vinte e seis anos. Mas tivera também muitos contratempos devido às peculiaridades de Touya Kinomoto. Com aquilo na mente, atormentou-se em pensar nos sentimentos que o moreno começara a despertar em si depois dos anos de convívio. Como poderia estar atraído por aquele ser irracional?
- Kojiro-kun era um bom amante, mas eu não podia continuar com ele... Ora, quem poderia imaginar que ele venderia seu jogo pro concorrente. - continuava dialogando sozinho, enquanto o chinês mantinha-se estático em sua frente.
Touya deu alguns passos em direção ao amigo, ficando um pouco mais próximo. Agitou a mão direita na frente dos olhos do outro que só faziam piscar. Estava começando a ficar preocupante.
- Aquele jogo não era tão bom assim, afinal. Não vai fazer sucesso.
Algo pareceu despertar em Syaoran.
- Era um ótimo jogo. - disse, deixando que suas pastas caíssem no chão, espalhando os papéis com os esboços. Cerrou os punhos, fechando os olhos enquanto respirava fundo.
Estava cansado daquelas situações. Cansando do tom impassível com que Touya tratava sua vida amorosa do mesmo jeito que falava de seus negócios. Não suportava mais a calma com que ele levava os problemas, que sempre eram causados por suas próprias besteiras. Acima de tudo, estava cansado de sofrer por ele.
- O que há com você? Não é a primeira vez que acontece isso. - falava Touya, olhando-o incrédulo. - Não vai ser desta vez que a C-G.K. vai desmoronar.
- Não é a primeira vez. - repetiu Syaoran, abrindo os orbes fora de foco. - Esse é o problema! Droga, quantas vezes vamos perder negócios por culpa dessa sua maldita tara por sócios?
- Tara... ? - Ficara confuso por um momento, mas depois de instantes achou-se na obrigação de revidar. - Ora, não é minha culpa se ele quis da...
- Me poupe dos detalhes! - Estava demasiado furioso. Sua vontade era pedir demissão e ver de longe Touya Kinomoto afundar com seu barco.
- O que há com você? - indagou novamente, com o tom de voz mais alto. Agarrou-o, então, pelos ombros, mirando-os os olhos. - Por que está irritado? Não vai ser o Kojiro-kun que vai nos arruinar.
- Pare de chamá-lo de Kojiro-kun! - explodiu, ficando fora de sua razão. - Se não tivesse se envolvido com aquele baka, nada disso estaria acontecendo! O que ele tinha de tão bom assim para te atrair? - Precisava saber, talvez pudesse fazer o mesmo para que ele o notasse.
- Mas o que...? Até parece que você está com ciúmes... - E então algo passou pela sua mente. Por um momento entrou em estado de choque como o outro estivera há minutos atrás. - Será que você... - Seus olhos foram tomados por um brilho misterioso. - Você gosta de mim? - perguntou, posicionando a mão carinhosamente na face de Syaoran.
E instantaneamente o chinês corou. O que deveria dizer naquele momento? Sua raiva se esvaíra rapidamente, dando lugar a ansiedade. O coração parecia que lhe escaparia pela boca.
- Eu... Do que está falando? - Por um impulso, distanciou-se do toque do mais velho. Abaixou-se, recolhendo os papéis nervosamente, a fim de ganhar tempo e pensar em como reverter a situação. - Não seja baka, eu não gosto de homens. Não sou pervertido como você!
Estava confuso. Por que ele interessava-se em saber sobre seus sentimentos? Se soubesse realmente que o amava, faria de Syaoran mais um de seus casos? O chinês não queria ser mais um na lista.
Touya agachou-se ao seu lado, começando a ajudá-lo. E na pressa de terminar com aquela cena, Syaoran acabou pegando na mão do amigo, como se pegasse mais um de seus papéis.
- Desculpe... Eu...
- Você gosta de mim? - Ergueu-se, puxando consigo o seu diretor de marketing. Os olhos âmbares encontraram-se com os castanhos escuros, numa súplica silenciosa. - Não me olhe desse jeito... Você vai acabar me conquistando.
E antes que mais uma palavra fosse dita, os lábios do presidente encostaram-se nos do mais novo. Seus olhos fecharam-se, enquanto as mãos rodeavam o corpo definido do chinês, aproximando-os. Os corpos de ambos eram fortes, másculos, porém encaixavam-se perfeitamente.
Syaoran manteve os orbes arregalados pela surpresa, porém quando Touya aprofundou o beijo, fechou-os também aproveitando o mar de sensações que o mais velho lhe proporcionava. Talvez fosse o único momento que sentiria tudo aquilo.
Continua...
Bom, esse capítulo foi mais uma introdução do que está por vir. Imaginar o Touya e o Syaoran juntos é estranho, não?
Mas eu tive a ideia dessa fic subitamente, e então não quis desperdiçar.
