Olá! Essa história tem apenas 4 capítulos. Espero que gostem!
Hermione esperou por qualquer sinal de Severus. Ela tentou manter seus nervos sob controle, no entanto, estava falhando miseravelmente. Por um momento, ela parou para pensar no que sua mãe iria dizer sobre isso se estivesse viva.
Certamente ficaria desapontada por ter criado uma filha com tanto zelo para ficar naquele estado por estar esperando por um homem.
Naquele momento, ela se considerou um desastre total.
Não demorou muito para encontrar a coruja dele na janela. Aparentemente, Hermione Jean Granger, tinha levado outro bolo.
Como costumava acontecer, ele tinha desmarcado, pela terceira vez naquela semana, o jantar que ele mesmo havia proposto.
Fazia três anos que ela trabalhava com ele em Hogwarts. Com o passar dos anos, eles passaram a ser amigos. Por isso, ela não queria se envolver. Não queria se apaixonar. No entanto, ela falhara. Mas até então, ele parecia indiferente. Parecia não notá-la.
Tudo mudou após o aniversário dele. Os funcionários do Castelo haviam elaborado uma festa surpresa. E ela ficara responsável em encomendar o bolo. No final, o que tinha sido uma tarefa difícil, acabou sendo algo que a deixou feliz. Ele tinha achado o bolo mais que tolerável, ela lembrou sorrindo. Aparentemente, ele não era um homem um paladar para doces.
Flashback On
- O que é engraçado? - Ele perguntou com um bocejo.
- Você tem um pouco de glacê no nariz. - Ela falou, com uma pequena risadinha, ainda bastante embriagada.
- E você demorou todo esse tempo para me falar? – Ele perguntou revirando os olhos.
- Sinto muito. Mas eu não pude me ajudar. Foi engraçado pensar que você gostou tanto do bobo que quis que seu nariz também provasse. - Hermione riu.
Ele franziu a testa. E tentou manter uma expressão séria.
-Desde quando eu gosto de bolo? – Ele perguntou enquanto se aproximava dos aposentos dela.
- Bem, você disse que o bolo era tolerável. Então, pode-se dizer que você gostou. - Falou brincalhona.
- Merlim, Granger! Como você pode ter tanta certeza sobre isso quando a única coisa que eu disse era que o bolo era tolerável?
- Eu te conheço o suficiente para saber que tolerável é o mais perto que algo que você gostou vai receber como classificação. Você come todas as manhãs ovos mexidos com bacon e sempre que eu te pergunto se está bom, você me diz que está tolerável.
Ele olhou para ela um pouco horrorizado, mas logo fez um barulho que parecia ser uma gargalhada.
- Certo, você tem um bom ponto. - Ele respondeu. – Mas certamente aquele vinho de Longbottom não é nada tolerável. – Ele se aproximou ainda mais dela e sorriu. Hermione fechou os olhos, sua respiração de repente tornou-se desigual, e seu corpo inteiro estremeceu.
Flashback Off
No fim daquela noite, apesar do aniversariante ser ele, quem havia ganhado o presente era ela. Hermione não podia acreditar que ele, de livre e espontânea vontade, havia a beijado. Ele disse que a encontraria no outro dia. Mas, desde então, ele mal pôde ser visto.
Quando enfim apareceu, algumas semanas depois, ele a convidou para jantar e por um momento ela realmente acreditou que eles se tornariam mais do que amigos. No entanto, pelo que ela percebeu, ele parecia ter desistido da ideia. Pois havia desmarcado novamente. Desmarcar o jantar três vezes era ridículo. Ela esperava, pelo menos, um mínimo de consideração. Quem poderia dar um beijo daquele e sumir por tanto tempo? Merlim, ele morava no mesmo castelo que ela. Isso era um absurdo.
Por um momento, ela acreditou que ele poderia ser sua salvação. De acordo com a lei do casamento, ela tinha um pouco mais de um mês para se casar, portanto, pouquíssimo tempo para conseguir um marido. Pesando sobre isso, Hermione leu a carta do Ministério mais uma vez antes de dobrá-la novamente e colocá-la cuidadosamente no bolso.
Por alguns instantes, ela pensou na sorte de seus amigos por já estarem casados. Ron estava mais do que feliz com Luna. Harry estava com a única mulher que ele sempre quis estar. Harry e Ginny tinham acabado de ganhar o primeiro filho. O pequeno James.
Por sorte, eles não teriam que entrar em um casamento sem amor.
Por mais que magoasse, sabia que Severus certamente não a amava. E ela sabia que talvez não sentia qualquer emoção semelhante a dela.
Melhor do que ninguém, Hermione sabia qual era o tipo de mulher que ele se interessava. Era tola em imaginar que um dia pudesse ser mais que amiga para ele. Certamente aquele beijo tinha sido consequência de todas as garrafas de vinho consumidas naquela noite.
Dificilmente ele se sacrificaria para se casar com ela. Ele se sacrificou tanto pelos outros que ela também não poderia pedir isso a ele.
Por isso, ela não teria outra opção. Teria que se casar com alguém que o Ministério escolhesse. E, portanto, estaria condenada a um casamento sem amor.
(...)
No dia seguinte, na hora do jantar, ela foi surpreendida por Severus em frente aos seus aposentos. Eles andavam silenciosamente pelos corredores. Porém, ao se aproximar do Grande Salão, ele puxou o ombro de Hermione para a direção oposta.
- Por aqui, Hermione. – Sussurrou ele.
Ela assentiu, internamente Hermione sorriu e permitiu-se puxar para a porta.
Ter sumido por tanto e ter se materializado daquela forma tão misterioso quanto ele estava, pareceu um pouco estranho, quando Hermione parou para divagar sobre isso.
Era a primeira vez que ela estava na Mansão Snape. Quando ela entrou em sua sala de jantar, pôde ver a mesa posta para dois. Ela olhou para ele tentando encontrar em seus olhos o que aquilo podia significar, mas a única coisa diferente de todos os outros dias eram seus cabelos indisciplinados.
Rapidamente, Hermione sentou-se, percebendo que agora ele parecia mais tenso seu rosto imediatamente mudou para uma preocupação.
- O que há de errado, Severus? Você se quer disse o que estamos fazendo aqui. – Perguntou ela com um pouco de medo.
- Eu estava te devendo um jantar. – Respondeu simplesmente.
- Claro. – Suspirou chateada com sua indiferença.
- Hermione. - Ele disse, agarrando sua mão a dele. Ele podia jurar que havia um pouco de esperança no olhar que ela o deu. – Sinto muito por ter sumido por tanto tempo.
- Me evitado você quis dizer. – Ela o corrigiu e ele apenas bufou.
(...)
Uma ou duas horas depois, quando o jantar havia terminado, eles se sentaram em frente a lareira com uma xícara de chá.
Ela percebeu que ele estava perdido em seus pensamentos. Ela odiava quando ele fazia isso. Dava a impressão que ele não estava com ela por inteiro.
Como se adivinhasse seus pensamentos, ele olhou par ela como se estivesse procurando as palavras certas para o que tinha que dizer.
- Hermione, eu gostaria de te falar algo. Antes que todos saibam. Tem haver com o fato de eu estar ausente nos últimos dias. – Falou parecendo constrangido e, até mesmo, um pouco culpado.
Ela olhou para ele com apreensão.
- Eu irei me casar. – Disse estridentemente.
- O quê? - Hermione ainda não podia acreditar no que tinha ouvido.
Ela fechou os olhos, respirando profundamente esperando que a crescente onda de desespero diminuísse o suficiente para deixá-la pensar sobre o que ele acabara de dizer. Seu inconsciente dizia que não passava de uma brincadeira, mas o olhar dele apenas confirmava o que sua boca acabara de falar.
A dor que ele pôde ver nos olhos dela só serviu para tornar as coisas ainda mais difíceis para ele. Ele não esperava essa reação. Parecia que ele significava algo para ela. Ele mal podia admitir isso para si mesmo, mas ele tinha vindo a gostar de Granger. No entanto, parecia que o destino não queria colaborar com ele. Com a lei matrimonial quase em vigor, ele estava preste a fazer o pedido a ela. Mas sua atual circunstância o impediu.
- Com quem? – Ele a viu perguntar, com uma voz que conseguiu partir seu coração em dois.
- Narcisa Malfoy. – Disse num sussurro.
Hermione deixou escapar um soluço. E, logo em seguida, as lágrimas começaram a se arrastar por suas bochechas. Ele nunca tinha visto Hermione parecer tão frágil. Ele só queria abraçá-la. Em vez disso, ele alcançou sua mão, oferecendo solidariedade com esse simples gesto. Mas por dentro ele também estava destruído.
Flashback On
Fazia mais de duas horas que ele estava conversando com o afilhado e ele ainda não tinha conseguido absorver o pedido de Draco. Para ele, parecia insano.
- Draco, você percebe o que você está me pedindo? - Esbravejou Snape.
- Isso não é tão ruim - Ele disse com esperança e Severus bufou em troca. – Padrinho, é a única forma que achei. Tenho certeza que papai queria o melhor para ela.
- Seu pai preferiria que sua mãe estivesse em baixo da terra junto com ele só para não ter que ver outro homem com que era dele, Draco. - Grunhiu.
- Oh, talvez você esteja certo. - Ele pegou mais um pouco de whisky e completou seu copo. - O que você acha que minha mãe deve fazer então? Desistir do mundo mágico e não ter que se casar por causa dessa lei insana ou se casar com qualquer um que o Ministério escolher? Certamente tal homem fugiria com toda sua fortuna na primeira oportunidade.
Severus parecia pensativo.
- Talvez você possa pensar em um candidato que interessaria sua mãe, Draco. Uma vez que você consiga isso, o problema estará acabado.
- Mas ela ficará louca. – Disse como se o mundo estivesse prestes a terminar.
- Eu não confiaria que Narcisa seria confortável comigo como marido. Nós dois sabemos que ela e eu não temos uma única coisa em comum.
- Padrinho, se não fosse extremamente importante, não estaria te fazendo esse pedido. Mas tudo bem. Você parece ter tomado uma decisão.
No fundo, Snape sabia que as preocupações de Draco tinham fundamento. Ele mesmo tinha ouvido uma daquelas coisas por auto.
Ele só não queria perder o que ele poderia construir com Hermione. Mas lembrou-se também que aquilo tudo poderia ser apenas uma ilusão da sua cabeça. Ela era tão jovem e bonita. E ele, por outro lado, não passava de um velho mal humorado.
E ele não podia se esquecer que Lucius tinha sido seu melhor amigo. Ele faria isso.
- Certo, Draco. Me casarei com sua mãe. – Respondeu com o coração de afundando.
- Isso é uma promessa?
- Sim, Draco. É uma promessa.
Flashback Off
- Eu preciso ir. Eu preciso de um ar.
- Hermione.
- Eu tenho que ir. - Ela respondeu totalmente perdida.
- Precisamos conversar, Hermione.
- Não agora, Severus. Eu preciso digerir isso. Eu falo com você outra hora.
Ela chegou tão rápido a porta que mal deu tempo dele raciocinar. Severus examinou seu jardim procurando por qualquer indício que mostrasse que ela ainda estava ali. Mas a única coisa que ouviu foi um pequeno som de aparatação. Era tarde demais. Severus suspirou e fechou a porta.
(...)
Ela deitou-se na cama com uma bagunça de cobertores em baixo dela. A luz da lua entrava pelo pequeno espaço que a cortina não tapava e batia em seu rosto. Ela se agitou, e sua respiração ainda estava presa em sua garganta. Ela só queria que tudo aquilo não passasse de um pesadelo e que o homem que ela tanto amava não estivesse prestes a se casar com outra.
Ela encontrou-se rezando para todos os deuses para que tudo fosse como ela tanto sonhara. Naquela noite, Hermione não conseguiu dormir.
