A chave para o seu coração

Capítulo I. "A chave de cada coração."

A vida de Aioria sempre foi muito boa, apesar da morte dos pais, da traição dos tios e, é claro, da mudança para Tókio. A capital japonesa era muito diferente do lugar onde foi criado e de onde guarda boas lembranças.

Aioria e seu irmão, Aioros, nasceram na Grécia e moraram durante muito tempo numa fazenda, próxima a Atenas, que pertencia ao seus pais. Ele ainda era muito novo quando os pais morreram num incêndio no hotel onde toda a família estava hospedada. Depois disso, a mudança para a casa dos tios. Um casal pobre que, a princípio, recebera os dois irmãos de braços abertos. Mas a ambição da irmã do pai de Aioria era maior que o carinho pelos sobrinhos. Logo, o dinheiro da pensão que o pai dos garotos havia deixado, já não era usado para o bem destes, e sim, para os caprichos da tia e de seu marido. Sorte deles isso não ter durado muito, assim que Aioros completou a maioridade, dezoito anos, ele e o irmão se mudaram, e foram morar em Tókio, tendo agora o direito de administrar a pensão deixada pelos pais, assim como todos os bens da família. Desde que chegou ao Japão, Aioria nunca comentara com ninguém o seu passado. Hoje, passados três anos fora da Grécia, Aioria e Aioros moravam em um bom apartamento num bairro respeitado e conhecido de Tókio. Era um dia chuvoso e a preguiça tomava conta de Aioria, o impedindo de sair do quentinho das cobertas. Mas, ao ouvir o irmão chamar para o café da manhã, lembra-se que hoje é o primeiro dia de aula, e graças a saudade dos amigos, ele resolve sair da cama.

Marin olha a cidade pela janela do ônibus, realmente era um lugar bonito, apesar da chuva que caía tão calmamente que chegava a causar bocejos até nas crianças mais espoletas do ônibus. O céu nublado e a chuva fina que caía, não era uma recepção muito boa para ela, mas qualquer coisa era melhor do que voltar àquele orfanato. Mesmo com a manhã triste e amarga daquele dia, a jovem se sentia motivada, sabia que morar sozinha e estudar sem um tostão no bolso não seria muito fácil, mas estava decidida de que nada, nada mesmo, a faria voltar ao "Lar de Crianças Renascença". Ao sair da rodoviária, procurou primeiramente a casa de suas amigas, June, Shunrei e Shina. Marin só era mais nova do que Shina. Assim que chegou, foi recebida com beijos e abraços, tomou o café da manhã contando sobre como estavam as coisas no orfanato e o que planejava fazer agora que estava na capital. Assim que as meninas foram para a escola, Marin também foi, queria conhecer a escola onde começaria a estudar no dia seguinte, assim que a papelada fosse encaminhada. Elas chegaram cedo ao colégio e deu tempo de apresentar Marin a quase todo mundo. Quando foi a vez de mostrar o garoto por qual as amigas de Marin e todas as outras meninas da escola suspiravam o sinal tocou, avisando que aquele primeiro dia de aula começou. Marin passou o resto da manhã procurando emprego, mas as coisas estavam difíceis, principalmente para uma garota sem muita experiência como ela. A busca terminou sem avanço nenhum. Desanimada, ela voltou pra casa e preparou o almoço, talvez a refeição com as amigas a animasse um pouco.

O primeiro dia de aula foi realmente animado para Aioria, rever seus grandes amigos lhe fazia muito bem. Convidou seu melhor amigo, Miro, para almoçar com ele, seu irmão só voltaria da faculdade à noite e Aioria não gostava de ficar sozinho em casa, se sentia abandonado, lembrava dos tios. Era melhor agüentar as reclamações do amigo do que lembrar de um passado rancoroso como aquele. Mas ao chegarem na frente do prédio, lembrou-se que havia perdido a chave de casa e que a cópia era feita a partir da chave do irmão, e que ele precisava buscá-las hoje, senão, nem ele nem o irmão teriam onde dormir.

Aioria e Miro vão até o chaveiro, no outro lado da cidade.

A campainha toca, Marin abre a porta e se depara com June, Shunrei e Shina.

- Por que vocês não abriram a porta? – pergunta Marin.

- Quem sabe porque a minha chave está com você, a da Shunrei está no chaveiro sendo copiada e a June, esqueceu a dela aqui? – Marin já estava acostumada com o mal humor de Shina, sabia que a educação nunca foi o forte da amiga. – Então já foi buscar a chave no chaveiro?

- Ih! Esqueci! Mas não se preocupem eu vou agora. – Marin sai, pega o guarda-chuva.

- E o almoço? Você que fez e vai nos deixar come-lo sem sua companhia? – a preocupação de Shunrei era muito bonita, mas ela tinha que buscar aquela chave, não queria prejudicá-las por causa de seu esquecimento.

- Não estou com fome! Tchau! – assim que Marin fechou a porta, Shina voou encima da comida, mas Shunrei se meteu na frente.

- Ninguém vai tocar nessa comida até a Marin voltar! E é bom me obedecerem! Vocês nunca me viram irritada, não queiram descobrir agora! – As frases de Shunrei deixam Shina e June surpresas, realmente a doce Shunrei nunca havia falado assim antes.

O chaveiro estava pretendendo fechar mais cedo naquele dia, estava tudo muito parado e com aquele frio e aquela chuva, seria difícil alguém precisar de seus serviços. Ele já está quase fechando sua banquinha quando dois garotos e uma garota chegam, eles começam a falar todos de uma vez.

- Por favor! Um de cada vez! – pede o chaveiro sem entender nada.

- Eu vim buscar minha chave. – disseram Marin e Aioria ao mesmo tempo.

- Senhas, por favor? – pergunta o chaveiro procurando as chaves na parede, em meio um monte de outras chaves com pequenos números escritos encima dos pregos onde as chaves se encontravam penduradas.

- 68734. – disse Marin.

- 68735. – falou Aioria logo depois.

- Deixa eu ver.. – Ele pega dois pequenos molhos de chaves encima do balcão e entrega aos jovens. Estes reconhecem as chaves que entregaram para que fossem tiradas as cópias.

- Aqui estão. – o velho entrega mais dois molhos de chaves, um pra cada um. Logo eles deduziram que eram as cópias.

- Obrigado – Agradeceram juntos, Aioria e Marin se olham contrariados, e depois cada um sege o seu caminho.

Vários pensamentos tomam conta da mente de Aioria e Marin, ambos sobre o encontro a pouco no chaveiro. Os dois conseguem tirar a força esses pensamentos e seguem para suas casas. O velho chaveiro observa cada um deles se distanciando. Ele solta um pequeno riso.

- Nem sempre nos é entregue a chave certa, e nem sempre devemos entrar pela porta que achamos correta. – mais um riso escapa do velho, que fecha a banca e pega o primeiro ônibus que para.

Marin e Aioria tentam abrir a porta de suas casas com suas chaves novas, mas nenhuma delas se encaixa na fechadura. Mas a chave que foi copiada parece estar funcionando bem. Ambos decidem que amanhã após a aula passaram no chaveiro para reclamar, hoje ele já deve ter fechado a banca, mas eles não imaginam que outros encontros entre eles podem acontecer por causa de uma simples chave....

Oi cambada!!!! O que vocês acharam dessa fic q eu fiz pra minha amiga Dana?

.::.Sarah-chan.::.