Disclaimer: Esta fic é uma mistura do livro As brumas de Avalon, que conta a história do Rei Artur, com Harry Potter. Ela utiliza nomes e fatos que não pertencem a mim, tanto no universo de Harry Potter quanto no d'As brumas de Avalon.

Eu considero prejudicial a leitura da fic sem um conhecimento básico do livro. Nenhum dos rituais citados são estudados ou qualquer coisa assim, são apenas fruto da minha imaginação. A religião que cultua Deusa da história é céltica, que deu origem às Wiccas, mas há obviamente algumas diferenças.

Prólogo

No sétimo ano do Trio Maravilha a situação era caótica no mundo bruxo. Como um ato desesperado,Alvo Dumbledore resolve pedir ajuda a forças quase inteiramente esquecidas. Era necessário um dia propício para o ritual. Seria no Dia das Bruxas, o Samhaim, quando se diziam que as almas podem voltar a este mundo.

Os preparativos foram feitos. Tudo foi planejado. Os alunos... era melhor que não soubessem de nada. Eles precisavam se concentrar nas aulas, especialmente agora que Voldemort estava tão ousado e eles talvez tivessem que interrompê-las. No dia fatídico...

- Alunos! Meus queridos alunos... como vocês sabem, a situação está muito ruim fora dos muros do castelo. Os Comensais estão cada vez mais ousados e maldosos. Pessoas morrem sem que suas famílias saibam o que aconteceu. – os alunos ouviam com dor o que o diretor dizia. Muitos deles sabiam por experiência própria o que era perder alguém querido. - Assim sendo, tomei uma decisão. Nossa força não é suficiente para detê-los. É necessário apelar... apelar para forças antigas, há muito adormecidas. Eu vou apelar para as Quatro Damas, as Quatro Senhoras de Avalon. - sua voz se ergueu, e ele não era mais um velho alquebrado e sim um sábio cheio de poder e mistério. Suas palavras não se dirigiam mais aos alunos, e sim ao vento. Eram palavras de um ritual. – Na noite em que os mortos andam pela terra, eu invoco as Quatro Faces da Deusa! Venham, eu imploro, quando a humanidade precisa de vocês!

As suas palavras ficaram no ar por um segundo, e parecia que nada iria acontecer. Então, as portas do Salão se abriram com um estrondo e uma ventania terrível entrou, apagando todas as velas. Quando estas se acenderam novamente sem que ninguém o tivesse feito, todos os olhos se voltaram para as quatro figuras em frente à mesa dos professores. Todas elas trajavam um manto de um azul da cor do céu em noites de tempestade. Um capuz cobria seus rostos. Levavam um pequeno punhal curvo na cintura e um pingente em forma de lua como único adorno. Elas falaram ao mesmo tempo, e suas vozes reverberaram no íntimo de cada pessoa no Salão como um eco dentro deles mesmos. Suas vozes eram baixas, mas eram poderosas como o mar em fúria. Todos no Salão prenderam a respiração.

-Você chamou, e estamos aqui. Você pede ajuda, mas não nos oferece nada em troca? Exigimos condições. Ajudaremos você com todo o poder de Avalon, mas exigimos uma troca. Nossa sabedoria está perdida e não há filhas para as quais possamos passá-la. Nós exigimos uma de suas alunas e um de seus alunos para dar continuidade a Sabedoria de Avalon! Depois da Guerra eles serão nossos aprendizes. Concorda com isso, Alvo Dumbledore, você que é a reencarnação do Merlim da Bretanha?

-Não posso decidir por eles, mas não farei objeção alguma se aqueles que forem os seus escolhidos aceitarem seus destinos. Escolham aqueles que são dignos de tal tarefa!

-Muito bem. Nós escolheremos uma virgem de coração puro. Aquela que um dia foi Sianna, a Grande Rainha, venha! – Virgínia Weasley levantou-se e andou até elas. Mais tarde não se lembraria da nada desde que Dumbledore citou as palavras do Ritual. Ela ajoelhou-se em frente as mulheres, a cabeça baixa. – Há neste salão um homem que veio do passado. O Grande Rei, o Pendragon. Draco Malfoy! Você carrega os dragões, a marca do Grande Rei, em seu nome. Uma vez já os carregou em seus pulsos. Venha! – também ele se levantou e seguiu até as quatro mulheres, e parou na mesma posição que Virgínia, lado a lado. Uma das mulheres se adiantou, parando em frente a eles, e eles levantaram a cabeça. Lentamente ela baixou o capuz, e eles viram uma jovem alta e loura. Seus traços eram leves e ela parecia cheia de frescor, como a primavera.

-Meu nome é Igraine, e eu sou a Virgem. Vocês juram servir e honrar esta forma da Deusa?

-Eu juro. – suas vozes já não eram as mesmas. A jovem, chamada Igraine, recuou, mas não voltou a cobrir o rosto. Avançou outra mulher. Seus cabelos eram ruivos, seu rosto era cheio e redondo. Só de olhar para ela já se sabia que ela tinha dezenas de filhos. Esta, por sua vez, era como o verão, a época da colheita.

-Eu sou Morgause, e sou a Mãe. Vocês juram servir e honrar esta forma da Deusa? – novamente eles juraram. Morgause também recuou, e outra tomou-lhe o lugar. Esta, por sua vez, era velha. Era pequena e morena, de olhos castanhos. Parecia um velho recipiente que guardava a experiência e sabedoria de anos e anos. Ela era o outono: conhecia a beleza do verão e da primavera, mas estava sempre à espera do inverno.

-Eu sou Viviane, e sou a Sábia. Vocês juram servir e honrar esta forma da Deusa? – depois de jurarem para esta mulher, chegou a vez da última e mais aterrorizante Senhora. Ela era também jovem, mas parecia tão cheia de dor e mágoa que poderia ter cem anos. Seus cabelos eram longos e negros como a noite, seus olhos eram de um azul profundo. Sua pele parecia translúcida de tão branca. Ela era o inverno. Era fria e bela, e sua tristeza apertava o coração de quem olhasse seu rosto.

-Meu nome é Morgana, e eu sou a Morte. Eu levo a vingança e a justiça. Vocês juram servir e honrar esta forma da Deusa?

-Eu juro. – E então Sianna e o Pendragon deram as mãos, e as palavras saíram da boca dos dois como se estivessem esperando a vida inteira para serem ditas. – Nós juramos pela terra, pelo fogo, pelo ar, pela água e pelo nosso próprio sangue. Reforçamos o juramento feito anteriormente e o validamos para estas vidas e as que vierem depois. Eu juro.

De repente, os dois saíram do transe e desabaram no chão. As quatro mulheres voltaram-se para Dumbledore.

-Merlim, nós nos damos por satisfeitas. Quando chegar a hora, nossa força virá através de Sianna. - Suas vozes se ergueram e elas passaram a se dirigir a todos no Salão. – Nós profetizamos! Em breve haverá uma batalha como as de antigamente. De um lado haverá o Mal e a Sombra, e do outro estarão vocês, que são a Luz. A chave da batalha está nas mãos de Sianna. Na hora da batalha o Pendragon habitará dois corpos, e um deles terá que morrer. É dada a profecia! – as quatro mulheres ergueram os braços e novamente o vento varreu o Salão. Entrou e rodopiou em volta delas, agitando seus mantos, que as envolveram. Quando o vento se foi elas não estavam mais ali.

Com ar cansado, Dumbledore ergueu-se, ordenou que alguém levasse os meninos para a enfermaria e deu por encerrado o banquete. Ainda sem reação, os alunos retornaram para suas casas.