Então povo, obrigada a todos por terem clicado no link e decidido dar uma chance a essa história, espero do fundo do coração que gostem e que comentem. Desde já amo a todos vocês ! =D
E nii... você é dez =D O grande incentivo por trás de todas as fic, incluindo esta também ! Obrigada pela paciência, carinho, dedicação e amizade. Um bjão :*
E por fim... Divirtam-se...
Um resumo mais completo pra vocês:
Eu nasci e cresci no interior do Japão, num lugar bem esquecido pelo resto do país, onde vivíamos do pequeno cultivo da soja. Mas não éramos os únicos que buscavam produzir e vender esse produto. Com o tempo, passaram a surgir muitos grandes produtores que chegavam a recolher o quádruplo do que produzíamos. Pra tentar salvar o negocio, meu pai fez altos empréstimos que, infelizmente, não corresponderam ao esperado. A dívida se agravava cada vez mais, porém não sabíamos o que fazer diante daquela situação. E quando pensei que não tinha como piorar, eu me enganei...
Mas onde há escuridão ali há também a luz e pude aprender isso de muitas formas. Muitas vezes tropeçando e cambaleando, por vezes até caindo. Mas nenhuma vez chegando a desistir de meus objetivos. Mesmo em meio ao caos que se tornou a minha vida, conheci muitas pessoas que me ensinaram tanto quanto eu acredito que aprenderam. Mas minha maior lição foi amar, de uma forma como eu nunca achei possível.
Hoje, eu olho a vida de uma perspectiva muito diferente da qual eu olhava naquela época, tanto que só mesmo contando melhor a minha historia pra poder explicar...
- xxx - xxx - xxx -
E pensar que um dia nos sentimos seguros
Seguros com relação a tudo a nossa volta.
Nossas bases, nossos pilares,
aquilo que julgamos ser indestrutível,
mas que na verdade, são apenas meras ilusões.
Verdades idealizadas em um mundo de mentiras...
Nossos ideais se quebram,
Nossa segurança se esvai
E logo, no mundo real,
poucas coisas são as que sobram.
E é claro,a esperança...
de apenas isso ser verdadeiro.
Capitulo 1 – Dor.
Parada na soleira da porta vi minha mãe em prantos, chorando sobre a cama. Não conseguia entender absolutamente nada, nunca sequer a havia visto chorar. Seu rosto estava contorcido de dor.
Ela acabou se assustando quando me viu e se levantou, enxugando o rosto molhado. Ficou um tempo olhando pra mim, não sabendo se aproximava ou pedia pra que eu entrasse. Decidi então me aproximar. Eu precisava saber o que estava acontecendo.
Sem pensar, envolvi-a num abraço.
Achei que "Não iria importar o que fosse, juntos, poderíamos enfrentar e superar". Afinal, esse sempre foi o lema da nossa família.
– Sakura, filha – Ela se encolheu mais nos meus braços.
– Está tudo bem mãe. – tentava acalmá-la – Vai ficar tudo bem. Se você quiser, não precisa me contar. – De repente ela se afastou de mim. Pelo visto minhas palavras tiveram o efeito contrario.
– Não Sakura, não dá – Com a voz trêmula ela continuou. – Você precisa saber, antes de tudo, que a culpa não foi minha, nem sua e nem de ninguém. Na verdade nem eu sei bem o porque... – Agora eu realmente não estava entendendo o sentido daquela conversa. – Sakura, seu pai ele...
Ele... ele o que?
Ela não terminava a frase e aquilo fez meu coração disparar. Por que minha mãe colocou meu pai no meio da historia?! o que aconteceu?
– Seu pai, ele... foi embora – suspirou.
Ela precisou juntar todas as forças que tinha pra me contar aquilo. E foi tão doloroso pra ela dizer quanto foi pra eu ouvir.
Demorei ainda alguns segundos pra finalmente processar o que tinha acabado de escutar. Senti um enorme choque passar por todo o meu corpo, seguido de um cabeça latejava e era como se não tivesse mais ar em volta. Meu coração nunca doeu tanto, estava completamente contrito.
As grossas e calejadas mãos de minha mãe seguraram as minhas. O que por um momento me despertou do transe, dos pensamentos que me envolviam em um misto de sensações.
Sentia meus olhos lacrimejarem e as primeiras gotas queimarem o meu rosto.
Minhas pernas formigavam e apenas senti que precisava sair dali, correr, fugir.
Quando me dei conta novamente, eu já havia disparado. Buscava correr o máximo que podia. Minhas vistas embaçadas me faziam tropeçar em coisas que nem me interessava saber, apenas continuava correndo. Aos poucos a imagem da minha casa ia sumindo, até que não era mais possível vê-la.
Finalmente parei diante da enorme arvore central daquele resto de arvores que ainda sobreviviam ali em meio a tantas plantações. Subi os degraus pregados nela que me levariam a uma pequena casa de madeira construída em cima de dois dos seus maiores troncos. Meu pai que me ajudou a construir e ali, já por muito tempo, era meu pequeno lugar de refúgio.
Enxugava inutilmente o rosto que novamente era encoberto de lagrimas.
Abri a porta, ainda na esperança de encontrá-lo lá, de talvez aquilo tudo ser apenas uma brincadeira de mau gosto.
Mas não era.
Ele não estava lá. Havia apenas, em cima de uma mesinha de madeira no canto, uma velha foto em preto e branco, uma das poucas que tiramos em família.
Peguei então a foto e sentei no canto daquele cômodo, olhando-a durante um longo tempo e pensando nas inúmeras lembranças, risos e tudo que foi dado em troca de um amor de mentira. Daquele que fingiu me amar desde o inicio pra depois simplesmente virar as costas e me abandonar.
Já exausta deitei no chão frio, abraçando meus joelhos.
Continuei ali por muitas horas, até que o cansaço finalmente me venceu.
