She's Leaving Home

Wednesday morning at five o´clock as the day begins

Silently closing her bedroom door

Leaving the note that she hoped would say more

She goes downstairs to the kitchen

Clutching her handkerchief

Quietly turning the backdoor key

Stepping outside she is free

Ela se levanta e sai; não há mais momentos para desculpas nem explicações. Ela não pode deixar nem uma brecha para que o arrependimento a domine e ela se mantenha bem trancada dentro de casa.

Não é seguro, ela pensa, com um falso sorriso nos lábios, a dor escorrendo por seu peito.

Ela acha que todos estão dormindo, mas sua mãe a observa pela fresta da porta do quarto, como ela sempre fez. É cedo demais, o sol nem nasceu ainda e ela já está deixando sua casa.

Antes que seja tarde demais, ela tenta se auto-consolar, mas não é possível. Ela sente dor – e raiva, arrependimento, saudades antecipadas.

Ela pensa no sorriso dele e sorri. Porque só ele a faz sorrir ultimamente. Só ele a acalma, a abraça, afaga seus cabelos ruivos e diz que vai ficar tudo bem, mesmo sem ter certeza se vai.

A porta bate com o vento e sua mãe se levanta, achando que ela foi embora. Ela ainda está ali, amarrando seus cabelos num rabo de cavalo e se olhando no espelho da sala uma última vez. A despedida de seu reflexo na casa a que ela não pertence mais.

E sua mãe desce, enfiada em um roupão branco com cheiro de lar, mas Lily ainda está ali. As duas se olham e se tornam cúmplices. Ela continua a prender seu cabelo como se ninguém estivesse na sala.

"Tem uma mecha solta." Sua mãe não cita nomes; ela atravessa a sala sem direcionar o olhar para a filha e vai até a cozinha. O barulho do café escorrendo para a xícara é tudo que se ouve. Ela ajeita a gola e murmura um 'obrigada' que ninguém escuta.

Lily está de frente para a porta e toca a maçaneta gelada enquanto os passos de sua mãe ecoam pela casa, subindo as escadas. Ela pára no topo.

Alguém tem que dar o primeiro passo. Ela sai de casa e bate a porta sem olhar para trás. Desistiria se olhasse. A mãe volta para a cama.

São nove horas, e seu pai acorda para chamá-la, mas ela não está lá. Ele corre por toda a casa, mas nunca vai encontrá-la. A esposa está de pé novamente, o roupão branco com cheiro de Lily e um papel amassado na mão. O diálogo é curto e doloroso.

Ele diz que não sabe por que ela foi, mas a mãe diz para simplesmente deixá-la ir. A casa fica vazia mesmo que todos ainda estejam lá.

O coração dela está pesado, mas ela está na estação de trem, o malão ao seu lado, e ele se aproxima. Tudo pára quando ele sorri e apressa o passo em sua direção. O medo parece desaparecer e, de repente, tudo está bem. A guerra já não importa mais – nem tudo que ela deixou para trás, nem tudo que eles tinham pela frente.

Ele a beijou, a ergueu no ar e, juntos, entraram no trem. Ela estava indo para casa, afinal.

Friday morning at nine o´clock she is far away

Waiting to keep the appointment she made

Meeting a man from the motor trade


N/A: Beca, essa é pra você, que ficou sem presente no último AS e que fez aniversário dia 12. Super atrasado, mas o que vale é a intenção. Te amo, Bebeca! Espero que goste s2 E obrigada a Giu, amor da minha vida, que betou pra mim! Te amo gata s2 E foi baseada na música dos Beatles, She's leaving home, para o projeto Twist and Shout da seção JL