De: MarciaBS

Título: E se fosse verdade 2

Classificação: PG-15

Gênero: Romance/Suspense

Publicada: 07/11/2010

Disclaimer: Não há nenhum lucro, nem violação de direitos autorais ou marca registrada nessa obra.

Sumario: "Eu não ia deixar aquele misterioso deus grego sulista escapar assim tão fácil, afinal nenhum homem era tão quente quanto Pierre Meyer."

Nota: Continuação da fic "E SE FOSSE VERDADE", sem ler a fic inicial você nem irá conhecer os personagens ou entender o início de tudo.

E SE FOSSE VERDADE 2

Capítulo 1 – Uma estranha reunião

Aquele dia prometia.

Era simples. Era o dia mais feliz da minha vida. Não. Era o dia mais perfeito da minha vida e ainda eram apenas sete horas da amanhã.

Nunca fiquei tão contente em ter aceitado o estágio naquela empresa servidão. Ta legal que a minha chefinha era a coisinha mais fofa e compreensiva do mundo, mas aquelas bilhares de horas sem nenhum centavinho a mais eram de matar. Sem contar com o grosso do gerente do RH que achava que mandava em alguma coisa naquela empresa. Pobre coitado.

Espanta tudo e respira fundo. Nada de pensar em seres insignificantes. Esse dia é perfeito. Aguardado com louvor.

Sim, nesse dia, eu Kelly Stewart iria conhecer o deus grego sulista dono da maior e mais lucrativa vinícola do sul do país, Pierre Meyer.

E se não bastasse isso tudo, o cara era lindo, loiro, com maravilhosos olhos azuis, um sorriso de arrasar quarteirão, uma voz rouca super sexy e para fechar com chave de ouro tinha apenas vinte cinco aninhos.

Suspirei boba me recompondo ao chegar em meu andar e me encaminhei para minha estação de trabalho.

- Bom dia! – sorri feliz assim que cheguei à minha mesa.

- Bom dia! – Isabella me respondeu com sua fingida empolgação, possivelmente me achava louca, mas eu não podia acreditar que ela não estava feliz.

- Empolgada com nossa reunião à tarde?

Praticamente pulei na mesa dela. Aquele era o dia mais feliz para minha pessoa naquela empresa e ela precisava saber. Com certeza Isabella também deveria estar suspirando pelo deus grego sulista. Ela não devia ser mais velha do que ele.

- Com quem é nossa reunião para deixá-la tão entusiasmada? – ela me perguntou sorrindo verificando os documentos em cima da mesa.

- Pierre Meyer!

Quase soltei gritinhos de felicidade esperando os olhos dela brilharem como os meus, mas tudo o que Isabella fez foi me olhar com uma cara de interrogação daquelas bem grandes que me deixou desconcertada.

- Como assim você não o conhece? – eu a acusei apontando o dedo de forma intimidadora e inconscientemente colocando a mão na cintura antes de começar a enumerar, tive a ligeira impressão que deveria estar parecendo muito minha mãe nos seus momentos "Eu não acredito que você não conhece fulana" – Lindo, loiro, olhos azuis e dono da maior vinícola no sul do país?

- Achou que faltei a essa aula.

Olhei indignada para minha chefa desatualizada e voltei para minhas funções antes que voasse no pescoço dela até fazer aquele ser obtuso se dar conta de quem era Pierre Meyer. Se bem que era menos uma concorrendo comigo naquela empresa. Abri um enorme sorriso e voltei para minha rotina de trabalho cantarolando as minhas músicas prediletas.

Infelizmente o tempo parece se arrastar quando estamos empolgadas para algum acontecimento futuro e eu pude acompanhar cada segundo marcado no relógio lilás no meu pulso. Escovei o cabelo umas trinta vezes para ter certeza que ele estaria liso e brilhante. Retoquei a maquiagem umas dez e fiz questão de tomar uma vitamina em vez de almoçar para não ter perigo de alguma gordura inapropriada aparecer no meu conjunto social altamente responsável.

Sapato bico fino vermelho, meia calça cor da pele, saia cinza chumbo acima do joelho, cinto combinando com sapato, blusa branca de cetim e o blazer combinando com a saia. Linda, perfeita e social. Como uma boa executiva deve ser.

Depois de tanta espera finalmente me vi caminhando até a sala de reunião logo atrás da minha chefa. Meu coração parecia querer fugir do peito tamanho era o meu nervosismo, mas mantinha minha expressão de completamente boba que não queria sair do meu rosto de jeito nenhum.

Quase gemi quando o vi. Pierre era mais alto que eu esperava, eu tinha mais de um e setenta de altura sem salto e ele era mais alto assim mesmo, ombros largos, impecavelmente vestido num terno cinza, combinando comigo fiz essa feliz anotação mental, intensos olhos azuis e um sorriso que me deixou com as pernas moles.

O único problema era que os intensos olhos azuis e o sorriso de parar quarteirão estavam todos voltados para minha chefa, Isabella que sorriu sem graça quando ele pegou sua mão e a beijou.

Certo. Pierre Meyer, o deus grego sulista havia beijado a mão da minha chefa. Na minha frente e se encaminhado para a mesa de reunião me ignorando completamente. Me senti um lixo completo, pois até minha chefa que era sempre tão atenciosa e fazia questão de me inteirar no meio das conversas me deixou lá parada perto da porta.

Só quando ouvi uma risadinha rouca, mais parecia um latidinho infeliz de cachorro, que percebi que o tal do senhor Meyer também tinha um estagiário. Ele parecia muito à vontade sentado, atrás do chefe ignorador de estagiarias, e rindo disfarçadamente da minha cara e pra piorar percebi que tinha ficado de boca aberta.

E naquele instante simples eu soube que nunca mais teria a mesma consideração pela minha chefa e que faria de tudo para chamar a atenção do MEU deus grego sulista.

Aquela era a mais estranha reunião que já havia participado. Pierre parecia conhecer Isabella e pela cara de confusão dela, eu tinha certeza que ela não se lembrava de onde. Ele manteve os olhos azuis lindos fixos nela durante toda a reunião e para completar minha desgraça a sala estava quente. Eu iria matar o responsável pela refrigeração por estar me fazendo suar bem na frente do meu deus grego sulista e perfeito.

O cabelo loiro continuava impecável e eu tinha certeza que o meu começava a desarmar devido ao suor que escorria pela lateral do meu rosto. Aproveitei e abri discretamente dois botões da minha blusa social de cetim que estava quase colada em mim por culpa do calor da sala somado ao blazer.

Porque eu tinha que ter ido aquela reunião com aquele maldito blazer?

Ouvi um barulho e percebi que Isabella havia deixado a caneta cair no chão. Olhei para ela interrogativa, mas ela parecia perdida, sendo assim me abaixei para pegar a caneta caída. Quando levantei o olhar senti meu rosto corar completamente.

Os olhos azuis de Pierre estavam fixos em mim.

Não exatamente no meu rosto, mas no meu decote que devido a posição deixava todo o meu colo a mostra. Meu colo, meu sutiã e se duvidar até meu umbigo a mostra para ser franca. E não eram só os olhos azuis de Pierre. Os negros do estagiário dele também estavam fixos em mim. Subi rápido e franzi a testa. Parecia ter ouvido um rosnado baixo. Devolvi a caneta para minha chefa, que continuava com seu olhar perdido, e quando olhei novamente para Pierre ele parecia concentrado apenas em Isabella.

Suspirei. Minha mente devia estar me pregando peças. Era claro que eu havia apenas imaginado o olhar daquele deus grego em mim. Pura ilusão de ótica. Um cara rico e famoso não iria ficar olhando estagiárias mais novas. A única pessoa que tinha os olhos fixos em mim era o próprio estagiário dele.

Eu não tinha certeza se estava feliz ou triste com o fim da reunião.

Pierre piscou para Isabella entregando um envelope pardo nas mãos dela e saiu sem nem olhar para trás. Não consegui conter um suspiro, mas me recriminei ao ouvir a risada rouca tipo tosse de cachorro filhote do rapaz que me olhou de cima a baixo e seguiu atrás do deus grego.

Bati a mão na testa, eu era tão estúpida em algumas ocasiões.

Voltei para minha mesa e me assustei quando Isabella pulou da mesa dela arrumando suas coisas com um sorriso bobo nos lábios.

- Aonde você vai nessa pressa toda?

Perguntei e a vi abrir ainda mais o sorriso.

- Não sei.

Certo. Minha chefa havia pirado, ou pior. Ela havia levado o envelope. O que podia significar em encontro com o meu deus grego sulista em algum lugar qualquer da cidade. Cruzei os braços emburrada. Porque essas coisas sempre aconteciam comigo? Isabella nem sabia quem era o deus grego sulista e agora estava indo se encontrar com ele furtivamente.

Bati a mão na mesa chamando atenção de algumas pessoas e pedindo desculpas me levantei levando minha bolsa. Só desliguei o monitor, pois não daria tempo de fazer tudo direitinho como eu gostava de deixar. Eu precisava seguir minha chefa.

Corri as escadas pulando os degraus e torcendo para não quebrar um salto ou até mesmo a perna no meio do caminho. Sorri ao chegar ao estacionamento e ver Isabella se encaminhando para seu carro a passos rápidos. Felizmente meu carro estava perto e corri para ele sempre olhando sobre o ombro em direção a minha chefinha ladra de deuses gregos sulistas.

Eu não tinha idéia do que faria quando chegasse ao local do encontro.

Se fosse um restaurante eu entraria e pediria uma mesa. Após alguns minutos iria até a mesa com um grande sorriso falso no rosto e seria devidamente apresentada ao meu deus grego. Era um ótimo plano, mas eles poderiam não me dar muita atenção do mesmo jeito.

E se fosse um daqueles restaurantes mega chiques e caros que os grandes executivos costumavam ir?

Suspirei, odiava quando precisava usar o cartão de credito sem limites do meu pai. Ele ficaria falando no meu ouvido sobre responsabilidade financeira durante horas a fio e ainda me chantagearia dizendo que não iria mais pagar minhas aulas de academia.

Ok. Eu poderia sobreviver sem academia durante alguns meses. Era uma boa causa. Uma ótima causa na verdade.

Quando percebi que o carro de Isabella se afastava da zona nobre da cidade senti um bolo se formar no meu estomago vazio. E se não fosse para um restaurante que ela estivesse indo? Pelo menos eu não conhecia nenhum restaurante no mínimo aceitável por aquelas bandas, mas seus amigos de faculdade viviam falando de lá.

Era uma região lotada de motéis.

O bolo no estomago despencou. Mas a minha chefa, Isabella Swan, parecia tão santinha. Tão certinha. Era incrível como não se conhece as pessoas mesmo depois de um ano de convívio profissional.

E o que eu faria se ela entrasse em um daqueles motéis que começavam a surgir na avenida? Ali não dava para entrar e pedir um quarto na maior cara de pau. Ta certo que eu já não era mais menor de idade, mas nunca tinha ido num desses.

Imagina a cena, eu entrando no quarto e encontro o deus grego sulista sem roupa, bem isso parece interessante, junto com minha chefa, realmente totalmente desnecessário, dando aquele amasso. Não. Não era algo que eu poderia fazer de maneira nenhuma. O jeito era torcer para ela não entrar naqueles centros de lazer e assim manter minha mente longe de coisas pervertidas relacionadas a isso.

Suspirei aliviada quando ela pegou a saída que dava no aeroporto.

Mas o que ela estaria fazendo no aeroporto? Arregalei os olhos assustada. E se aquela saída rápida da minha chefa não tivesse nada haver com o meu deus grego sulista. E se ela estivesse apenas indo encontrar um amigo ou ex-namorado que estava chegando de viagem? Ela tinha estado bem desligada na reunião e nem parecia ter ligado muito para Pierre Meyer.

Bati a testa no volante.

Eu era uma estúpida impulsiva, mas já que eu estava ali ia até o fim da minha perseguição. Quem sabe eu não estava certa e minha chefinha certinha estava fugindo para o sul do país com o sonho de consumo de todas as brasileiras?

Estacionei o carro de qualquer maneira e corri para o saguão. Rodei tudo e nem sinal da minha chefa. Comecei a me irritar e correr ainda mais. Tinha total consciência que estava descabelada e desalinhada, mas aquilo não parecia ter importância no momento. Eu precisava saber se minhas suspeitas tinham fundamento. Eu precisava confirmar que não tinha nada haver com Pierre aquela corrida para o aeroporto.

Por algum motivo estúpido parei enfrente a tela que mostrava os vôos que estavam partindo na tela. Apenas um para Montreal estava saindo naquele instante. Senti uma lágrima solitária escorrer pelo rosto possivelmente borrando a minha frágil maquiagem por todos os acontecimentos daquela tarde.

Abri os olhos e me vi refletida no espelho.

A imagem da derrota. Minha roupa estava um lixo, minha blusa branca havia saído da saia na corrida, minha meia calça tinha um fio puxado, meu cinto estava torto, meu cabelo parecia um ninho emaranhado castanho e minha maquiagem parecia daquelas loucas de fim de noitada. Bufei batendo o salto no chão e sentindo dor na perna enquanto tentava arrumar a minha juba.

Uma risada rouca que lembrava um cachorro chamou minha atenção e me virei rápida perdendo o equilíbrio e me apoiando precariamente na pessoa parada bem atrás de mim. Levantei os meus olhos castanhos claros e congelei no lugar. Brilhantes olhos azuis me encaravam risonhos e eu senti meu corpo inteiro aquecer de maneira impressionante.

Depois disso eu simplesmente apaguei.

Olá minhas flores! Vocês devem estar se perguntando que raios é essa fic, pois é, depois que conclui "E SE FOSSE VERDADE" varias pessoas me perguntaram por uma continuação e eu fique enrolando por esses sete meses, mas enfim estou trazendo o continuação.

Espero que vocês gostem...

Beijinhos...

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