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Harry sabia que estava com problemas quando a enfermeira largou as ataduras e saiu correndo do quarto. Ela tinha aprendido a identificar os passos irritados do cirurgião chefe de St. Mungo, exatamente como a maior parte da equipe. Eles evitavam o homem como o diabo foge da cruz quando ele andava desse jeito, o que geralmente era um mau prenúncio para Harry também. A porta de seu quarto se abriu, e bateu na parede violentamente. O jovem auror observou como as narinas do Curador se dilataram, e como seus olhos se estreitaram perigosamente ao ver sua túnica rasgada e manchada de sangue jogada num canto do quarto, descartada pela equipe que o atendeu logo que chegou, os olhos frios e calculadores passearam por todos os detalhes antes de se se focarem apenas nele, fazendo-o engolir em seco.
- Parece pior do que é, eu juro. – Harry disse, estranhando a hesitação em sua voz.
Draco o ignorou, pegando as ataduras que a enfermeira tinha deixado na cama e indo examinar os cortes que Harry tinha por todo o corpo. A proximidade do loiro era o bastante para Harry sentir o cheiro de seu perfume, aquele que ele adorava e que Draco sempre usava quando queria seduzi-lo.
- Foi um feitiço cortante bastante feio… e doloroso. – Harry disse, com esperança de que isso fizesse o loiro ficar com pena.
Draco sacudiu sua varinha, e fez uma prancheta levitar da porta do quarto até flutuar à sua frente.
- Excelente, uma combinação que impede o uso de magia para cicatrização. – Draco resmungou.
- Eu sei disso, mas pelo menos puderam fazer parar de sangrar.
- Não falei com você, auror Potter. – Draco disse, olhando feio para seu paciente e começando a enfaixar um corte feio em sua coxa. – Só estava cometando seu prontuário.
Harry revirou os olhos, e puxou o loiro para junto de si, prendendo-o com suas coxas ao redor da sua cintura. Draco se recusou a se sentir afetado pelo peito musculoso de Harry pregado ao seu, ou pela cueca apertada que não deixava nada para a imaginação.
- Vamos lá, Curador Malfoy. – Harry disse, com sarcasmo. – Sabe que não vim sujar sua emergência de sangue de propósito.
- Você nunca planeja isso, é verdade, mas sempre acontece do mesmo jeito. – Draco disse, a raiva se drenando do seu corpo, sendo substituída por derrota e tristeza. – E eu sempre tenho o meu coração saindo pela boca, quando escuto que meu marido está sujando a porra da minha sala de emergência com sangue.
- Me desculpe. – Harry disse, realmente arrependido, ele odiava ver Draco preocupado. – Mas eu já estou bem, foi um susto.
- Desta vez sim, mas até quando?. – Draco disse. – E você ainda quer ter filhos.
- Sim, eu quero. – Harry disse. – Seu pai ficaria tão feliz, ele está tão solitário em Malfoy Manor, ele precisa de crianças correndo por lá.
- Você o ameaçou de morte no último jantar de família. – Draco disse, aconchegando o rosto na curva do pescoço do marido. – Não finja que gosta dele só para me manipular.
- O desgraçado seduziu minha melhor amiga, e ela é nascida trouxa, pelo amor de Merlin! – Harry protestou, ainda horrorizado com o pensamento.
- Granger parecia muito contente por ter sido seduzida. – Draco provocou. – Se os boatos são verdadeiros, meu pai é muito eficaz satisfazendo mulheres…
- Os Malfoy são umas vadias. – Harry resmungou, empurrando o marido e fazendo beicinho. Draco sempre o provocava.
Draco deu-lhe um tapa na coxa, bem em cima do corte, fazendo-o soltar um grito nada masculino.
- Sou um Malfoy muito bem casado, tenha mais respeito. – Draco disse, voltando a enfaixá-lo. – Sério, testa-rachada, pare de me assustar assim.
- Eu vou tentar. – Harry disse, sério.
- Eu não vou criar seus filhos teimosos e difíceis sozinho. – Draco disse, com os olhos brilhando de lágrimas.
- Oh, amor, não seja tonto, eu nunca deixaria seu pai sem supervisão… meus rapazes terminariam tendo bengalas e aterrorizando os coleguinhas da creche.
- Quer dizer que vai deixar de servir de alvo para bandidos de segunda? Promete? – Draco perguntou, terminando com os curativo e soando muito casual.
- Quando providenciarmos nossos bebês, claro que sim, prometo que vou ir bem mais devagar no trabalho. Prometo isso. – Harry disse, sabendo que Draco iria postergar esse tema por muito tempo, sua carreira em Medimagia era muito demandante também, o que deixava Harry numa posição confortável. Por isso se surpreendeu ao sentir uma onda de magia selando a promessa.
- Oh, ótimo! Pansy já veio hoje para fazer os testes, ela será minha barriga amiga, quer que eu fale com Granger? Ou você prefere a Weasley? – Draco perguntou, ignorando o olhar estupefato de Harry. – Tem razão, seus genes e da ruiva iriam resultar numa criança hiperativa…
- Você me enganou! – Harry disse, chocado.
Draco revirou os olhos.
- Sou filho de Narcissa Malfoy, ela mentiu para Voldemort na cara dele, o que diabos esperava de mim?
