Decadence avec Elegance

Capítulo 1 – A Festa

Notas Iniciais:

Esta é minha primeira 'short-fic', e claro, é inspirada em Robert Pattinson. Porém, sintam-se à vontade para imaginar os personagens conforme desejarem.
Publicarei a história dividida em seis partes, cada uma se passando em um ambiente diferente.

Trilha sonora: I put a spell on you (David Gilmour feat Mica Paris)
Espero que gostem e, por favor, não esqueçam de deixar reviews, é importante saber se estou caminhando na direção correta.

Trailer de Decadence avec Elegance:

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Boa leitura!


"I don't care if you don't want me... 'cause I'm yours, yours, yours, anyhow." [I put a spell on you - Jay Hawkins]

Dominique PDV

A festa no Palacete

Paris,

O salão estava quase vazio. Alguns endinheirados bêbados jogavam conversa fora com garotas belas que prestavam menos atenção em sua conversa do que em seus relógios Cartier.

Agora era possível observar melhor o esplendor do luxuoso recinto, nascido para emoldurar as reuniões mais glamourosas de um setor da sociedade quase inalcançável. Um seleto grupo de pessoas que criaram uma atmosfera tão mística e irreal em torno de si, que era quase aceitável crer que tal perfeição era possível.

Para mim aquilo tudo era muito sem significado e cansativo.

Eu só queria ficar ali bebendo champagne requintado, tentando aplacar aquele calor interno que despertava um desejo inexplicável dentro de mim. Beberia até o ponto de esquecer que eu voltaria para meu apartamento vazio e dormiria mais uma noite sozinha.

Permaneci sentada por mais alguns minutos observando jovens garotas se esforçando para manter a dignidade dentro de seus sapatos de grife apertados, competindo para ser a mais interessante nas idas duas horas da manhã daquele entediante evento de moda.

Havia um homem em seus quarenta e tantos anos, com um bronzeado alaranjado e cabelos grisalhos falando alto e distintamente, cercado por pessoas eufóricas demais para o horário – via-se que já tinham bebido ou outras coisas mais além da conta.

Observei minha figura pálida no espelho finamente decorado com ornamentos no estilo barroco. Esta noite eu estava especialmente bonita.

Minha maquiagem ressaltando o azul profundo dos meus olhos com sombras escuras e um batom clarinho que apagava o contorno dos meus lábios, mas com eficiência deixava minha aparência misteriosa e passava o recado: não estou para conversa.

Anos convivendo em um meio onde tudo se tratava de luxo e boa aparência fizeram com que eu desenvolvesse um senso apurado de como usar esses atributos em meu favor. E pelo mesmo motivo, com o tempo, despertou um desprezo crescente por todas aquelas futilidades. Ainda assim eu não os descartava completamente quando podia tirar vantagem deles.

Acabei me dando por vencida, constatando que aquela noite não me renderia mais nada nem mudaria minha condição. Levantei do assento acolchoado de veludo e desfilei preguiçosamente meu vestido longo azul-petróleo pelo salão, examinando o ambiente em busca de qualquer coisa que despertasse meu interesse. Já começava a ter uma agradável sensação de leve torpor, efeito das taças de champagne que havia tomado propositalmente em excesso. Agora sim eu estava satisfeita, pronta para ir embora.

Uma visão ao final do salão, fumando, apoiado na opulenta portada que dava passagem para o terraço do palacete, me fez mudar de idéia. Parei no meio do ambiente diante daquela figura longilínea, testa reta alinhada com o nariz também reto, formando um perfil que parecia aquelas esculturas italianas lapidadas por Michelangelo. Seu visual nostálgico tinha as aparências de um James Dean moderno, perfeitamente embrulhado em um terno cinza de fio acetinado – um Marc Jacobs, sem dúvida – simplesmente delicioso.

Senti um beliscado em meu útero, lançando uma corrente de adrenalina até a superfície da minha pele. Eu precisava tê-lo. Agora.

Não me sentia nem um pouco inibida, na verdade, eu era quase uma profissional nesse tipo de conquista. Eu sabia o que queria e como conseguir isso.

Peguei duas taças de prosseco da bandeja que o último garçom servia e me dirigi ao meu alvo, passando pela portada tão próximo dele que ele poderia sentir meu perfume. Estendi uma taça da bebida para o desconhecido, me posicionando diante dele e examinando-o atentamente agora que estava mais próximo.

Gostei do que vi. Ele realmente parecia uma escultura. Sua expressão compenetrada meu deu a sensação de que ele estava profundamente imerso em algum pensamento misterioso.

Sobrancelhas grossas escondiam seu olhar, como cortinas em grandes janelas, protegendo o que está escondido lá dentro. Não tinha certeza se a cor de seus olhos era verde ou azul acinzentado, a iluminação branda do local não ajudava muito. No entanto aqueles olhos imediatamente me hipnotizaram e, por alguns instantes, minha mente ficou embaralhada e eu quase esqueci o que estava fazendo ali.

- Última dose de glamour da noite – Sorri tentativamente.

- Um pouco de glamour nunca é demais, não é mesmo? – o estranho aceitou minha oferta gentilmente e devolveu um sorriso torto, soltando uma lufada de fumaça de seu cigarro e juntando as sobrancelhas formando uma ruga na testa.

- Talvez, mas não é algo que desperte meu interesse.

- E o que interessa você a uma hora dessas da madrugada? – O estranho provocou, inclinando-se em minha direção. Mais um pouco e eu me atiraria contra ele e me penduraria em seu pescoço.

- Definitivamente não é glamour – respondi me afastando dele, caminhando lentamente em direção à balaustrada do terraço, contornando uma enorme mesa de mármore Calacata Gold que se apoiava sobre um robusto pé de madeira trabalhada, permitindo que ele tivesse uma visão geral de minhas costas nuas e de minhas formas, delineadas pelo tecido suave de seda do vestido.

– Talvez esteja pensando em um meio de fazer com que esta noite não tenha sido completamente perdida – continuei, parando diante do parapeito, pus a taça apoiada sobre a balaustrada e olhei para o vasto jardim do palacete, ornamentado com as cores variadas da vegetação, dando os primeiros indícios que a primavera já havia iniciado.

Minha presa caminhou em minha direção através dos ladrilhos em preto-e-branco, que formavam uma espécie de tabuleiro de xadrez em escala humana, se aproximando deliberadamente mais do que a distância normal que dois desconhecidos se permitem estar.

Senti sua presença muito perto de mim, como se ele estivesse emanando uma onda que se propagava e me capturava por trás. Seu braço roçou a lateral do meu corpo quando ele colocou sua taça de prosseco no parapeito, ao lado da minha. Ouvi sua voz próxima de meu ouvido:

- Podemos dar um jeito nisso... – Respondeu com uma voz rouca que arrepiou os pelinhos na minha nuca - A propósito, sou Robert. Meus amigos me chamam de Rob.

- Dominique. Quem sabe daqui a alguns instantes, quando estivermos mais íntimos, você pode me chamar de Nick, como meus amigos me chamam – respondi diretamente, me inclinando sobre o parapeito sabendo que, com nossa proximidade, inevitavelmente meu derrière encostaria de leve em sua área de lazer.

Percebi que ele prendeu a respiração com o contato inesperado e sorri maliciosamente sem que ele visse e imediatamente senti minha calcinha molhando de excitação.

- Olá Nick,acho que já estamos íntimos o suficiente – Robert cumprimentou bem-humorado.

Dei uma risadinha alta e mudei de posição, transferindo o peso de uma perna para a outra em um movimento lento, pressionando um pouco mais meu traseiro contra o corpo dele e senti seu membro se manifestando entre minhas nádegas, sobre o tecido fino de meu vestido.

Eu poderia prolongar aquelas provocações por mais algum tempo, mas eu não estava interessada em uma sessão romântica na sacada de uma residência antiga em plena primavera de Paris.

Eu queria uma transa rápida que satisfizesse o desejo que me consumiu a noite inteira. Robert acendeu a faísca que eu precisava para me incendiar de luxúria ao final da festa.

Posicionei-me ereta novamente e me virei de frente para Rob, seus olhos agora estavam brilhando em chamas de desejo. Ele parecia totalmente disposto a participar de minha envolvente investida, completamente fascinado com minha desenvoltura.

- Você é bem direta ao ponto, eu gosto disso.

- Não vejo necessidade de retardar algo que eu sei que quero agora e que é inevitável.

- Quem sou eu para me opor à sua vontade...

Dito isto, pôs sua mão em meu quadril e me puxou para junto de si, me envolvendo em um beijo voraz, urgente e eu respondi com a mesma disposição, saboreando-o, bebendo sua saliva enquanto nossas mãos exploravam cada proeminência e cada depressão de nossos corpos, fazendo um reconhecimento de campo.

Entregues às carícias, não demos muita importância à presença de alguns convidados restantes no interior do salão, que mal se davam conta do que acontecia ali no terraço.

O estado de semi-embriaguez que o champagne me causou só excitou mais minhas terminações nervosas que se tornaram mais sensíveis a cada toque, cada textura que entrava em contato com minha pele. Com os olhos fechados, eu simplesmente me deixei mergulhar naquele mar de sensações táteis, sons e perfumes.

Robert tinha um cheiro gostoso de álcool misturado com perfume masculino e cigarro. Era aquele tipo de homem que consegue fazer cigarro e bebida ter um gosto bom, quando experimentados diretamente em sua boca.

Meus dedos passeavam por sua nuca penetrando na floresta de seus cabelos cor de bronze, segurando-o firmemente e controlando a pressão entre nossas bocas. Tracei o contorno de sua mandíbula com a ponta de minha língua sentindo sua barba levemente por fazer espetando, até alcançar o lobo de sua orelha. Sussurrando incoerentemente em seu ouvido, dava algumas mordicadas na ponta e, cada vez que eu aumentava a pressão das mordidas, mais forte ele apertava minha bunda, me pressionando contra sua volumosa ereção.

Minha outra mão deslizou por seu peito tateando o abdômen definido até o cós da fina calça Marc Jacobs cinza e habilmente desabotoei o cinto e baixei o zíper da calça. Virei nossos corpos posicionando-o contra a balaustrada e fui descendo beijando e arranhando meus dentes ao longo de seu pescoço, descendo em direção ao meu objeto de desejo.

Robert se apoiava contra a balaustrada com uma mão e com a outra segurava meus cabelos firmemente. Ajoelhei-me diante dele e habilmente tirei seu membro rígido de dentro da cueca boxer da mesma cor da calça que ele vestia. Adoro homens com senso de estilo, e tinha ali um tipo genuíno entre minhas mãos.

Sem perder tempo, acariciei-o com as duas mãos, com o rosto voltado para o alto, assistindo a cada reação em seus olhos. Eu tinha consciência do impacto que havia causado com minha abordagem inesperada, aquilo excitava a mim tanto quanto a ele.

Deslizei uma mão para o traseiro dele e apertei com força e comecei a lamber a cabeça úmida de seu membro em movimentos circulares e espalhando a lubrificação por toda sua extensão.

Que gloriosa visão a daquele homem divino se contorcendo de prazer em minhas mãos. Ele agarrava meus cabelos com mais força controlando a intensidade do movimento.

Eu já estava no ponto, precisava senti-lo dentro de mim imediatamente. Acho que estávamos em plena sintonia, pois quando este pensamento passou pela minha cabeça ele murmurou com os dentes cerrados:

- Porra, você vai acabar comigo, eu vou gozar na sua boca se continuar assim!

Dizendo isso, Robert agarrou abruptamente meus dois braços e me ergueu mergulhando o rosto entre meus cabelos e me empurrando em direção à grande mesa de mármore atrás de mim, desceu as duas mãos para minha bunda e segurando-a firme, suspendeu-me me posicionando sobre a mesa.

Deitei-me sobre a pedra fria com os braços abertos e arqueando minha coluna enquanto Robert afastava minhas longas pernas apoiando meus pés sobre o guarda-corpo da sacada.

Louca de tesão e inebriada pelo álcool, implorei para que aquele deus grego me possuísse naquele instante.

- Eu quero você agora.

Solícito, Robert deslizou seu longo dedo pela parte interna de minha coxa e enfiou-o na parte de baixo de minha calcinha de renda preta com cetim, roçando de leve em meu clitóris, o que lançou uma onde de calor percorrendo minhas veias até se apoderar de todo meu ser. Arrastou a lingerie ao longo de minhas pernas, até passar pelas sandálias salto 15 que eu havia ganhando em um desfile há algumas semanas, e guardou-a no bolso lateral de sua impecável calça social.

Robert introduziu com urgência toda a extensão de seu membro de uma vez em mim, invadindo-me impiedosamente em uma dança rápida e precisa, dilatando meus músculos internos e me preenchendo por completo.

Nossas respirações aceleravam em sincronia e a cada penetração os movimentos se tornavam mais frenéticos. Mordi o lábio inferior com força para conter um gemido alto, joguei a cabeça para trás me deliciando com o conjunto de sensações que brotavam dentro de mim.

Mais algumas investidas e Robert atingiu o clímax, desaguando seu prazer em mim e eu, quase que simultaneamente encontrei meu alívio, convulsionando em torno dele com os olhos bem abertos assistindo o espetáculo que era aquele belo estranho estremecendo de prazer entre minhas pernas.

Ele inclinou o tórax sobre mim, envolvendo as laterais da minha cintura me colocando sentada sobre a mesa. Beijou-me fervorosamente, como se fôssemos amantes que se encontravam após longo período de ausência.

- Você é simplesmente incrível – sussurrou sobre meus lábios túrgidos.

A voz dele estava rouca, e ele ofegante. Aquele homem era um poço de tesão sem fim. Tê-lo como amante oficial não seria má idéia... Mas eu não queria homens por perto complicando minha vida.

- Obrigada por salvar minha noite. Você não tem idéia de quão entediada eu estava. Agora vou dormir como um anjo.

- Poderíamos...

- Eu preciso ir, Robert.

- Espera, será que não podemos trocar algumas palavras? Quero dizer, isso tudo foi maravilhoso, inesperado. Você não pode negar, tenho certeza que sentiu o mesmo que eu.

Ah não, melodrama no final da noite depois de uma transa sensacional estava totalmente fora dos meus planos, preciso dar o fora daqui antes de arruinar o restante da minha noite e a sensação gostosa de relaxamento pós-orgasmo que eu estava curtindo tanto.

- Ok, senti o mesmo sim. Falamos sobre isso outra hora. Tenho um encontro com minha cama e já estou atrasada. Obrigada, você foi adorável, perfeito. Boa noite, Robert.

- Deixe que ao menos eu te leve para casa... Nick...

Ergui-me sobre meus pés, dei-lhe um leve beijo sobre seus lábios semi-abertos, completamente chocado, e afastei-me agilmente antes que ele tentasse me deter.

Caminhei rapidamente através do salão vazio, que agora parecia enorme com seu mobiliário requintado. Uma brisa fria da madrugada brincava com a barra do meu vestido subindo por minhas pernas me fazendo lembrar que estava sem calcinha. Meus lábios se retorceram em um discreto sorriso de contentamento. Isso definitivamente é muito sexy.

"Se não estivesse tão cansada e sem o menor espírito para ter companhia agora, eu teria levado Robert para casa para mais uma ou duas ou mais sessões loucas de sexo, desta vez sem pressa, me permitiria explorar melhor aquela fonte dos desejos maravilhosa que era aquele homem."

Recolhi minha pashmina e minha bolsa na chapelaria e dirigi-me ao ponto de táxi no outro lado do boulevard. Para minha sorte,o táxi não demorou muito, e quando deu partida seguindo pelo boulevard vazio, pude ver Robert se aproximando da entrada do palacete à minha procura.

Eu não podia negar que ele era maravilhoso, até onde eu conhecia. A idéia de vê-lo novamente também não era de todo reprovável. No entanto, ele não era o primeiro e nem seria o último homem maravilhoso que cruzou meu caminho e deixei passar por pura falta de interesse em me comprometer.

Estar durante boa parte da minha vida nesse universo onde as pessoas praticamente são objetos, ninguém se importa com ninguém a menos que tenha um sobrenome famoso e/ou uma conta bancária recheada, me fez construir em torno de mim uma fortaleza impenetrável, restrita somente a pessoas as quais eu conhecia de longa data e minha família.

Porém a vida em Paris era solitária o suficiente, já que minha família morava no interior do país, na região de Rhône-Alpes e quando eu não estava viajando pelo mundo a trabalho, me recolhia em meu mundinho particular, sem companhia para meus dias de descanso.

O táxi parou em frente a meu endereço na Rue De La Fontaine Au Roi, localizada no histórico bairro de Republique.