Essa história foi criada e originalmente publicada no tópico dos Seguidores de Odin (bRO Chaos) no antigo fórum do Ela surgiu aos poucos, durante o RP (RolePlay) do Resgate de Serena Mayfair (originalmente publicado no tópico do Primus Justicae Divinae - bRO Chaos). Nessa versão, a história foi melhorada e ampliada, cobrindo toda a vida de Raposa Noturna.
O local
da história é Astor, e foi criado e desenvolvido por
mim. É o local de campanha das minhas aventuras de D&D
3.5, com detalhes e aspectos das cidades do meu mestre de RPG
Rodrigo, e sempre melhorado com as idéias das pessoas. Ele
possue religião própria - a dos Dragões (também
conhecida como a Lua dos Dragões) e usa a religião de
Greywalk. Raças citadas seguem o padrão D&D de
descrição de personagem, e classes/classes de prestigio
mostrada, são derivadas do Livro do Jogador D&D 3..5,
Mestre do Mestre D&D 3.5 e demais suplementos do universo de D&D
3.5 Greywalk.
O outro local é Rune Midgard, levemente
modificado pra que essa história não perdesse seu
sentido. Rune Midgard é o mundo de Ragnarok Online, e eu sigo
suas cidades, personagens/classes/magias/habilidades (salvo Zanzar
Ten) e histórias. (Mas vocês sabem, é uma fanfic,
passível de modificação sempre).
E meus agradecimentos para: Kuruca, que permitiu que eu escrevesse sobre Tiberius Maximus (Galaxy Rangers - bRO Chaos). E agradeço a todos que permitiram a citação de sues personagens para essa história (Guerreiros Rúnicos, Primus Justicae Divinae, Ordem do Dragão, Ordem da Luz - bRO Chaos).
Essa história é dedicada a meu grande amigo Fernando – grande Sancho Pança!
Um Seguidor de Odin Nunca Desiste! – Sancho-Pança
As
Memórias de Raposa Noturna
Prólogo
Era a música.
O som melodioso da flauta tocava o coração daqueles que ouviam. A música era saudosa, porque assim se sentia quem a tocava, e triste, porque era como estava.
Aquela canção falava sobre um amor interrompido, que jamais seria esquecido e de uma promessa nunca desfeita. Raposa Noturna não lembrava do final da música. Mas isso era somente uma das muitas coisas que ela não lembrava. Não sabia dizer quando ouviu aquela música pela primeira vez se fora em Ismir ou com o amado Induir.
Abandonou a flauta e uma lágrima deslizou por seu rosto. A música terminara e assim tão de repente ela sentiu uma imensa vontade de chorar. Cobriu o rosto e forçou-se a isso, mas somente a lágrima solitária rolou por sua face e voou brilhante no ar, antes de atingir o chão da floresta de Payon.
Não chorava por Induir, mas sim porque estava tudo errado. Olhou para a flauta que havia ganhado de Induir e lamentou não poder tocar nada a ele, porque nunca sabia as notas finais. De alguma maneira ela sabia que Induir a escutaria, ele sempre a escutava. Morava em seu coração, na parte boa, na parte que não fora devorada pela maldade.
Aquela parte boa tinha um dono, e seu nome era Tiberius. Ele não era como Induir, não tinha seus refinamentos, sua magia, seu dom com a música. Mas ele nunca precisou ser como Induir para que ela o amasse, na verdade ele só precisou mostrar a ela quem era para que isso acontecesse. Havia algo nele, algo que ela não sabia dizer o que era, mas que ela acreditava e que precisava. Não queria outra coisa, somente ele.
Os homens eram opostos, mas tinham o coração repleto de coragem, a coragem que parecia influencia-la. Coragem para não desistir de ser livre, para não sucumbir aquela sedução.
Deram a ela a pureza de seus corações, e não esperavam nada em troca. Como os costumes de Astor, você não poderia amar e ter alguém se não desse algo em troca, e geralmente as pessoas sacrificavam ou ofertavam aos amados aquilo que tinham de mais puro ou de melhor. Todos costumavam ser melhores para poder conquistar o que pensavam ser seu. Raposa nunca fora uma simples elfa, e disso ambos sabiam. Induir ganhara sua confiança, e nunca existiria alguém que Raposa mais confiasse do que nele. O sagrado que havia nela fora corrompido e não havia mais o que ela ofertar a Tiberius, que não fosse o que havia de bom em seu coração.
Amava os dois de forma diferente. Para cada um deles, Raposa dedicou um amor especial e nunca se sentiria dividida entre eles. Por um suspirava um amor que iria além da compreensão humana e por outro um amor eterno e dedicado.
Raposa gostaria de dizer a Induir que a música a fizera melhor e quando as trevas se apossaram dela, ela o escutara tocar e a salvara. A paixão de Induir pela música era admirada por Raposa e quando ele se foi, tudo o que ela fez foi aprender a amar como ele amava. Fora difícil amar quando não se acreditava mais poder fazer, mas novamente ela havia feito algo por ele, para que Induir apreciasse quando Raposa o libertasse de sua condenação. Ela havia jurado que o tiraria de lá e quando isso acontecesse, ela finalmente poderia descansar.
Pensou em Tiberius, quando ele havia jurado ajuda-la. Por ele, Raposa abriria mão de sua imortalidade, para viver intensos dias mortais ao lado dele. Gostaria de morrer quando ele se fosse e toda vez que pensava em dizer isso a ele, lembrava-se que não era possível. Sua alma fora condenada a imortalidade e havia sua promessa, e Raposa nunca poderia esquece-la. Aquela era a única coisa que ela havia jurado em todos os seus milênios de vida.
Sim, porque ela era tão antiga quanto o tempo dos humanos em Astor, mas ela vivia num sonho. Quando tudo o que tinha como seu foi tocado e destruído, ela despertara. Havia mais maldade nas mãos de Edward do que no mundo, e mesmo toda aquela maldade não a fazia temer, como Edward fazia. Ele a queria. Queria que ela fosse dele, como ele e para ele. Tudo o que Edward tocou ele destruiu ou converteu a seu poder, assim como havia feito com ela.
Padmantha era seu nome, Lux-Aliel o de sua mãe e de suas terras. Padma, como era chamada, era Rainha de Luxaliel. O poder nunca a interessara e então havia tomado o posto eterno de princesa. Sabia que se um dia voltasse a Astor novamente, teria que escolher a nova Rainha. Enquanto isso, o consorte de sua mãe, seria o Regente.
As músicas de Lux-Aliel!
Raposa olhou para a delicada flauta e a levou aos lábios novamente. A melodia soou novamente triste e foi interrompida quando ela não se lembrava mais de como continuar. Abaixou a cabeça triste. Ela sabia porque tudo não tinha final, porque aquelas lembranças foram tiradas dela. Raposa não possuía um final, e era lembrada disso a todo instante.
Haveria tempo de sobra pra tentar lembrar.
- Raposa! – ela olhou para baixo e viu Tiberius deitado no pano que ela havia estendido antes. Ele fez um sinal, a chamando com a mão e Raposa saltou do galho e foi até ele. Com atenção, ele observou o rosto triste dela e não disse nada, quando ela deitou ao lado dele e apoiou a cabeça em seu peito.
Fechou os olhos e desejou que Tiberius visse a mesma maravilha que ela tinha como lembrança de seu lar.
"Sinta o cheiro dessa floresta. Ela não é magnífica? Ah sim... Astor... estou em casa novamente..."
