Capítulo 1

Sarah

Santuário de Athena...

Casa de Virgem...

"Vamos, Shaka o que custa?" – Milo atazanava o loiro indiano para ir para uma boate.

"Pela enésima vez, Milo, NÃO."

"Prefere ficar enfurnado aqui em Virgem do que sair para se divertir?"

'Ah se ele soubesse' o indiano pensou.

"Prefiro sim, tenho coisas mais produtivas para fazer"

"Vamos, Shaka, você não tem nada a perder" – disse Shura.

"Já disse que não"

"Deixa ele, gente. Ninguém podem obrigá-lo a fazer nada" – disse Kanon já se encaminhando para a saída sendo seguido pelos outros.

Assim que estavam todos a uma distância considerável, Afrodite se voltou para ele.

"Tem certeza que não quer ir, Sah?"

"Não devia me chamar assim dentro do Santuário. Não é seguro, Hesekiel"

"Shaka, se você realmente o ama, ela terá que aparecer".

"Afrodite tem razão." – disse Mu - "Estaremos no Panta Rhei(1)"

Boate Panta Rhei, BEM³ de madrugada...

Uma atraente mulher de longos cabelos loiros e olhos azuis caminhava em direção a uma certa mesa, ocupada por três certos rapazes meio a contragosto, ela vestia uma blusinha branca de alcinhas, uma saia preta de pregas e uma sandália de salto alto também preta.

'Não acredito que estou fazendo isso' ela pensou nervosa passando a mão pelos cabelos.

Sarah Bergstron Gandhi. Meio sueca e meio indiana. Descendente do grande Mohandas Gandhi, chamado de Mahatma (Grande Alma em sânscrito(2)).

"Hesekiel, Mu" – ela chamou, e os cavaleiros sorriram ao vê-la.

"Que bom vê-la aqui" – Afrodite a abraçou – "Kanon e Shura, essa é Sarah Bergstron, minha querida prima"

Ela cumprimentou cordialmente os dois cavaleiros.

"Não é daqui, é Sarah?" – perguntou Kanon.

"Ah não, não, eu vim da Índia, sou meio indiana e meio sueca"

"Legal, temos um amigo indiano também. O nome dele é Shaka, mas odeia sair para essas festas" – disse Shura.

"Sabe, ele também é loiro de olhos azuis. Vocês são bem parecidos" – disse o marina.

Sarah ficou mais branca que sua blusinha.

"Deve ser só coincidência" – disse Mu sentando-se e indicando uma cadeira para ela fazer o mesmo. – "Cadê o Milo Dite hein?"

"Dançando" – Shura e Kanon disseram em uníssono.

Sarah olhou na direção que eles apontavam e ficou hipnotizada coma cena.

A batida eletrônica pulsava na pista enquanto o grego dançava. Movia-se de modo sensual, cheio de volúpia, transpirando malícia. A roupa, colada na pele, desenhava os contornos perfeitos do corpo bem talhado, resultado de anos de treinamento.

Milo agora estava de olhos cerrados. Seus braços estavam levantados de forma a deixar suas mãos um pouco acima da cabeça. Seu corpo jogava em balanços durante a música e seus lábios eram constantemente umedecidos por sua língua enquanto acompanhava a melodia.

Sua mão direita começou a trilhar um caminho. Foi levemente descendo de onde se encontrava, acima de sua cabeça, passando por seu rosto em toques leves pairando por cima de seus lábios entre abertos e encostando suavemente na ponta de sua língua.

Milo sabia como chamar atenção.

Sua mão voltou a se movimentar descendo mais um pouco tocando seu pescoço e seguindo caminho aos botões da blusa branca que já estava transparente.

Em seu rosto um sorriso malicioso começou a despontar. Sua cabeça seguindo o rítimo da música balançada de um lado para outro fazendo seus longos cabelos balançarem.

Sorrindo e já não tão absorto agora desceu a outra mão que atualmente se encontrava apoiada em sua nuca, em direção aos botões da blusa. E aos poucos e de forma sensual voltou a brincar com suas mãos por cima do tecido enquanto olhava a sua volta.

Sentia-se bem assim, gostava de chamar atenção, de ser desejado, cobiçado... Milo não era hipócrita. Sabia o que tinha e como usar.

Voltou a cerrar os olhos mais uma vez ao abrir o primeiro botão de sua blusa sentindo o contato de seus dedos tocando na pele quente e úmida. Soltou um suspiro desejando que aquele toque fosse de alguém. Não queria passar o restante da noite sozinho e sabia que não passaria, isto era certo, tão certo quanto no dia seguinte treinaria. E pensando nisto, sorriu internamente enquanto continuava a abrir devagar os botões. 'Como seria a nova vitima? Seria ela bonita? Simpática?' Pensava enquanto já abria o quarto botão deixando a mostra seu tórax bem moldado seguido de um abdômen definido e brilhante pelo suor que escorria por seu corpo.

Milo deixou a blusa descer por seus ombros ficando presa em seus braços. Estes se encontravam ao lado do corpo com seus dedos presos a fivela de seu cinto. Sua cabeça pendia para trás deixando seu rosto bem a vista da maravilhosa iluminação e jogos de luzes da pista. Seus cabelos soltos e um pouco úmidos pelo suor, balançavam fazendo grudar alguns fios enquanto o restante da grossa massa loira ainda continuava sob efeito do balanço.

Sarah fitava aquele ser deliciosamente chamativo em sua forma de dançar, já havia um considerável tempo que havia sido vítima do veneno do escorpião. Não tinha como não olhar e desejar, mas infelizmente ele nunca notara sua presença.

Na pista de dança, Milo continuava com o seu show, voltou a passar suas mãos pelo corpo, mas desta vez de uma forma mais selvagem, demonstrando que desejava um toque tão selvagem quanto o que ele mesmo estava se proporcionando. Sua mão vagou por cima de seu sexo dando um leve aperto no mesmo momento em que seu olhar se fixava na loira ao lado de Afrodite. Sim, ele havia encontrado a sua presa. Havia jogado seu charme enquanto dançava e agora tinha o poder de decidir quem ele levaria para casa.

A música já estava entrando em sua reta final, o rítimo ainda se mantinha. Seus olhos convidavam a loira a se aproximar.

Sarah olhou para Afrodite, como se perguntasse o que deveria fazer. O primo apenas sorriu lhe encorajando.

Por dentro, Sarah travava uma luta. Uma parte sua dizia para ela aceitar e ir enfrente, pois a tempos queria isso. A outra parte, a parte politicamente correta dizia que ela não podia fazer aquilo porque estava errado.

Mas então, Milo a olhou ainda mais sedutoramente do que antes e destruiu todo o seu bom senso e inconscientemente caminhou até ele.

O logo que o fez, Milo jogou seu braço direito por cima do ombro da moça e rapidamente segurou em sua nuca, puxando-a para um beijo selvagem enquanto seus corpos estavam entrando em sincronia na finalização da música.

Mesmo a música já se finalizando, ambos continuavam em uma batalha entre dominação do beijo. As mãos de Milo percorriam o corpo esguio da loira e indo parar em suas nádegas. Afastou-se um pouco para respirar corretamente. Em um movimento de cabeça apenas indicou a saída da pista de dança.

Já do lado de fora, Milo se virou para Sarah com um sorriso travesso estampado em seu rosto.

"Nome?"

"Sha... Sarah" - Sua fala havia sumido ao se dar conta de quem ela estava acompanhada e que pelo visto continuaria acompanhada o restante da noite 'Merda! Sabia que não devia ter vindo! Porque fui cair no jogo do Afrodite?' ela pensou nervosa.

"Eu sou Milo" - Ele olhou malicioso para Sarah deixando sua mão tocar a perna dela na altura da coxa. - "Vamos?" - Sorriu ao ver a loira concordando. - "Na sua ou na minha?".

"É... É melhor na sua".

Dentro da Boate...

"Parece que Milo terá uma noite agitada" – comentou Kanon.

"É... Shaka não sabe o que perdeu. Ele devia ter vindo" – disse Shura.

"É... Ele perdeu" – Afrodite e Mu trocaram um sorriso cúmplice.

Continua...

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N/C: Bom, essa parte do Milo dançando, eu peguei de um trechinho da fic da Litha-chan "APENAS NEGOCIOS" claro que eu mudei algumas coisinhas, mas mesmo assim os créditos são dela.

Vocabulário:

(1) Panta Rhei: Significa:Tudo se Move em grego arcaico (isso segundo o livro de filosofia da Nyah).

(2) Sânscrito: é uma língua clássica da Índia antiga que influenciou praticamente todos os idiomas ocidentais. O alfabeto original do sânscrito é o devanagari, um composto bahuvrīhi formado pelas palavras deva ("deus") e nāgarī ("cidade"), que significa "a escrita da cidade dos deuses".