Chove


I. Katekyo Hitman REBORN!, bem como qualquer informação relacionada, pertence a Akira Amano e associados. Logo, esta fanfic não possui fins lucrativos.

II. Shounen-ai. Incomplete.

III. Yamamoto Takeshi & Gokudera Hayato.


A chuva caía, plácida e lentamente, escorrendo de cima do toldo verde-musgo que parecia quase negro na imensidão cinza do dia.

Hayato olhava para seus sapatos encharcados e toda vez que pisava, mudando de pés para desfazer o desconforto, sua meia molhada dançava ao som do chapinhar. O cinza do dia havia estendido também para ele seus dedos cruéis e agora residia em algum lugar dentro dele. As poças escuras eram bombardeadas com um tipetapear de gotas numa chuva cor-de-prata, rasgando o céu cinzento, e ele ainda não havia levantado o rosto. Era difícil erguer o rosto e encarar o mundo quando nada parecia fazer sentido.

Continuar seguindo em frente não fazia sentido.

E Gokudera Hayato já havia se esquecido de quando foi que começara a sentir-se assim, os dias passando e passando por ele uns atrás dos outros sem nada demais para distingui-los. De quando sua vida se tornara a precisa repetição de um único dia; de uma fita enroscada num filme ruim.

Não conseguiria, mesmo se quisesse, levantar o rosto agora. As manchas que a lama deixara em seus sapatos pareciam estranhamente interessantes. A chuva continuava do lado de fora e escorria para o lado de dentro.

Yamamoto estava parado a sua frente, esperando que erguesse os olhos, esperando não ficar em silêncio quando haviam tão notoriamente encontrado refúgio no meio do nada.

E por mais que ele fosse um idiota, por mais que não tivesse absolutamente nada dentro da cabeça e não passasse de um imbecil acreditando viver uma vida normal e jogar um jogo de máfia, era ele quem havia conseguido. Quem havia brilhado, e conseguido de novo, sem nem ao menos tentar. Sorrindo como se a vida fosse mesmo um lugar legal, e existisse espaço para felicidade e para que as coisas fossem diferentes.

Gokudera era mesquinho o suficiente para odiar alguém que personificasse seu fracasso, mas naquele dia — e só naquele dia — ele estava cansado de odiar, e de xingar e de explodir. Ele estava tentando desistir, tentando encontrar um lugar para escapar, quando o maníaco do baseball pareceu saído do chão gritando alguma coisa sobre pneumonia. E o havia arrastado consigo pela chuva e pela rua de portas fechadas e casas acusatórias, seus pés estourando nas poças num plaft-plaft sem fim, até encontrar abrigo salvo e seguro. Yamamoto rira como sempre — sua risada suplantando mesmo o som da chuva — e mesmo com o queixo batendo e os braços arrepiados ele parecia tão... cheio de calor.

Com um movimento preguiçoso ele fez desabar a mochila dos ombros para o chão, molhando junto com livros, cadernos e bolas de baseball. Junto com as notas baixas e os bilhetes escolares. Enchendo de água. E Gokudera não queria estar ali, de todos os lugares. Se o Tenth precisava de um braço direito ele estava bem ali, molhado de cima abaixo e rindo como o se o mundo fosse acabar amanhã.

N/A:

E é isso, meus bons e velhos chapas.

Devo continuar essa bagaça? D:

:D amo todos vocês. xoxo;