Tarde Demais
Quando Dean enfiou as mãos por dentro do sobretudo, empurrando o anjo com certa brutalidade até a parede mais próxima, a única coisa que Castiel conseguiu fazer foi morder os lábios para que o gemido não acordasse Sam que estava esparramado na outra cama de solteiro, perto da janela. Dean tinha os lábios ocupados em seu pescoço enquanto as mãos ligeiras puxavam sua camisa social para fora da calça.
_Deus!... - murmurou, fechando os olhos.
O riso baixo e contido de Dean fez os pelos de sua nuca arrepiarem, aquelas mãos ásperas que já tinham tocado sua pele com tanto carinho e ternura, estavam agora desafivelando seu cinto, puxando com certa brutalidade o tecido da calça um pouco para baixo.
A boca dele escorregou beijos molhados por seu pescoço, então seu peito, que Dean tinha exposto depois de rasgar a camisa social, descendo por seu abdômen e parando um pouco antes de chegar lá. Castiel mordeu os lábios, seus olhos presos no rosto do outro, que sorria safado.
Ele sabia que era muito tarde para ajoelhar e pedir perdão ao Pai.
O pecado já estava em todo o seu corpo celestial, infiltrando-se em sua pele fazendo-a arrepiar ao leve contato com aqueles dedos longos e frios, e daquela boca vermelha e macia e quente.
_... Deus! - gemeu mais uma vez, sentindo o loiro colocá-lo inteiro na boca, começando os movimentos de vai-vem, as mãos firmemente cravadas em seu quadril.
De repente, ele parou. Virou-o contra parede desesperado.
_Eu quero você, Cas. Eu quero estar em você!
_Dean... Sim... Sim... - e o sentiu entrar em seu corpo, empurrando-se lentamente, as mãos em seu quadril apertavam forte marcando a pele de vermelho pela força imposta.
Mesmo que Castiel quisesse fazer suas preces, para que o Pai, se compadecesse desse filho pecador, a única coisa que sua boca conseguir proferir eram gemidos, baixos roucos que denunciavam a entrega total do anjo ao caçador que investia fortemente contra ele, profanando seu corpo, marcando sua pele, queimando sua essência e destruindo o soldado perfeito que um dia tinha sido.
Castiel não se importava de ser destruído pelas mãos de Dean, ele realmente não se importava, contanto que pudesse sentir aqueles lábios mais uma vez, sentir aquela sensação mais uma vez.
A sensação de pertencer inteiramente aquele homem, para sempre enquanto sua graça pulsasse.
