Autora
Esse é um fic yaoi, 1+2, provavelmente teremos algumas... surpresinhas pelo texto e espero que vocês confiem em mim.
Por favor me mandem comentários, tenho certeza que isso me ajudará a continuá-lo rapidamente e dessa forma vocês poderão saber como ele termina.
Ele não se relaciona com o anime nem com o mangá.
Espero que gostem.
Boa leitura .
fim da autora
Ps: Gundam Wing não me pertence, infelizmente.
Quadrado
Dizem que ele nasceu em um berço de espinhos, e talvez seja mesmo verdade, é claro que com total licença poética, no entanto eu posso ver que, agora, ele descansa em um berço de seda vermelha e madeira, sua carerrima esquife.
Quem lhe comprou este berço? Eu. O motivo? Não sei explicar, talvez seja porque possui quatro paredes, e eu sei que isso não parece fazer sentido, mas faz. E você somente compreenderá se souber do que aconteceu. Ou talvez julgue plena idiotice e me deixe em paz com minha amargura e sofrimento.
Poderia ter sido qualquer um, no entanto foi ele quem eu escolhi. Não existia um motivo, um padrão, foi apenas porque desejava me divertir, ver como todos se perdiam em meu charme e beleza.
Era horário do almoço no colégio onde estudávamos, este era anteriormente um internato porém quase nenhum aluno realmente morava lá, e ele estava apenas sentado em uma das mesas ao ar livre.
Seu rosto afundado em um estúpido livro que éramos obrigados a ler, a frondosa árvore cobrindo seu corpo magro com a sombra criada por seus galho e o vento fresco que fazia com que fios soltos de seu cabelo se agitassem e terminassem por ficarem para cima, mas quem disse que eu ligava ou notava metade desses detalhes? Ele era apenas um nerd otário e eu estava entediado.
Sentei-me ao seu lado, porém não no banco como seria recomendado, mas sim em cima da mesa, fitando seu rosto concentrado escondido por um ridículo óculos que definitivamente não combinava com ele.
Ignorou-me completamente, mesmo depois que pigareei para chamar-lhe a atenção, por isso arranquei-lhe o livro das mãos. Nada era mais interessante que eu e ser ignorado não era algo que eu gostasse ou estivesse acostumado.
Ergueu lentamente seu rosto e seus olhos pousaram sobre mim, não existia em sua expressão nada do que eu esperava. Surpresa, vergonha, admiração, alegria, incredulidade? Era algo que eu esperava de qualquer um daquela instituição, uma vez que todos que já tinham me visto caiam de amores por mim, algo maravilhoso para meu ego mutante, devo acrescentar, é claro. Porém não foi isso que vi quando ele me fitou.
Simplesmente seus dedos frios e longos seguraram o livro e tomaram-no de mim sem dificuldade. É claro que isso me magoou, pior, me irritou. Sorri cinicamente e perguntei se ele me conhecia.
- Claro que conheço. Todos já te viram andar pelos corredores, no entanto isso não significa que devo cair de amores por você.
Foi nesse momento que se tornou um capricho meu seduzi-lo. Posso dizer que foi por puro acaso que isso aconteceu, eu não tinha nenhuma razão para ter ido perturbar esse rapaz. Além do que ele não me parecia belo e apenas aquilo que era belo me chamava a atenção.
Eu era belo, sempre o tinha sido, e para mim era de extrema importância o ser. Não consegui entender como alguém era capaz de viver e ser feliz sem a beleza. Essa idéia da beleza interior nunca fez sentido para mim, como poderia existir alguém lindo e você não pudesse ver?
Meu sorriso alargou-se ainda mais com o desafio a minha frente. Faria com que esse nerd metido ficasse completamente apaixonado por mim e para isso usaria de todos os meus meios, mesmos os mais desprezíveis. Ele me amaria, e quando eu o conquistasse, iria embora, só para vê-lo se arrastar e mendigar por migalhas de meu amor, de minha atenção.
Inclinei-me na mesa de forma de expor meu corpo, não de uma forma vulgar, é claro, apenas de forma a tornar possível, e irresistível, imaginar como seria meu corpo por baixo de minha roupa, minhas formas e forças, seria minha pele quente? Sedosa? Talvez meu corpo largo e esbelto fosse flexível e forte também! Era impossível não me avaliar e chegar á uma conclusão tentadora.
- Qual livro é esse?
Perguntei sem ter realmente vontade de saber, apenas para fazê-lo olhar pra mim, para que me visse e avaliasse. E foi isso que ele fez. Fitou-me e percorreu meu corpo rapidamente com seus olhos, no entanto não chegou a nenhuma conclusão. Olhou-me apenas com estranheza, como se eu estivesse lhe fazendo uma pergunta macabra e sem sentido.
- Realmente quer saber!
Meu sorriso falhou ao fim dessa pergunta que era mais uma acusação do que uma indagação. Como o odiei nesse momento! E se antes eu apenas queria seduzir e abandonar, agora eu tinha certeza que seduziria, usaria, abusaria, reduziria a um verme viciado em mim e o trocaria por qualquer outro ou outra.
- Não perguntaria se não quisesse saber, não é verdade?
Vi sua sobrancelha erguer-se por trás dos grossos aros e aproveitei-me de sua atenção pra esticar-me e inclinar meu rosto de forma a tentar ler a capa do livro, no momento não se tratava de fazê-lo avaliar-me, mas sim de tentar passar credibilidade ás minhas palavras. Obviamente que queria ser desejado e amado, porém não passaria por imbecil inculto apenas por um capricho fútil.
- Edgar Allan Poe, O Corvo.
- Hum. Pensei que fosse Shakespeare.
- Não. Eu já li.
- Todos?
- Sim, no original. E devo acrescentar que as traduções não chegam aos pés do original.
Sorri divertido e respondi ao rapaz de forma a arrancar-lhe um riso dos lábios que logo me pertenceriam.
- Estranho seriam se não o fossem, não é mesmo?
Minha missão tornava-se cada vez mais fácil, agora já conseguia manter sua atenção em mim sem que esta estivesse carregada de desprezo. No fim todos acabavam por me amar, independente de quão relutantes fossem. E com ele não seria diferente.
Quanto tempo seria preciso para conquistá-lo? Não era tolo o bastante para achar que após algumas pouquíssimas palavras trocadas ele se apaixonaria por mim, muito embora devesse.
Levantei-me e espreguicei lentamente, de forma a expulsar de meus membros a leve sonolência que se apossara de mim graças a essa curta conversa entediante.
Precisaria de um pouco mais de tempo para planejar as coisas. Sempre fui criativo, muito criativo, mas mesmo eu preciso de alguns minutos para improvisar algo dessa magnitude. Se eu parasse para planejar ali, ele notaria ou eu poderia não planejar direito e fazer com que conquistá-lo se tornasse algo impossível, e para mim essa palavra não existe.
Despedi-me despreocupadamente dele e parti.
Exatamente igual á conversa que tive com o rapaz embaixo da árvore, o resto do dia foi monótono e entediante. Não tenho certeza se possuo cara de idiota desleixado ou se a atenção extra que recebo de quase todos os professores se deve às minhas invejáveis notas somadas ao meu descaso pela aula. Talvez ambos. Não tenho realmente vontade de saber.
Ao contrário do que os professores acharam naquele dia, eu não estava prestando a mínima atenção ao que eles diziam. Meu pensamento e desagrado estavam fixos no rapaz de cabelos eriçados para cima e rosto coberto por aros gigantescos.
Já não estava contrariado nem chateado com a situação vivida pouco tempo antes, não, o doce gosto da vingança já tomara posse de minha boca. Estava pronto para o que viesse, proferiria palavras de amor ou destilaria veneno para o rapaz.
Sei muito bem o que dizem sobre amor. Não se ama o que não se conhece. Seria um bom começo tornar-me uma constante em sua vida.
Ao fim do dia letivo retirei-me rapidamente da sala e procurei-o no corredor, não demorei a localizar seu corpo magro desvencilhando-se rapidamente para a direção oposta a minha.
Ninguém escapa de mim, querido. Caminhei agilmente até ele e ao emparelhar com o rapaz falei.
- Que coincidência! Nos encontramos novamente!
---> Continua.
Autora
Gostaria de agradecer a todos que comentaram meu fic anterior, Conto de Fada, e à Dani, Juka e Diu que me ajudaram nesse novo fic.
Espero comentários e espero que tenham gostado.
Até o próximo capítulo.
Kiss Kiss, Isis McDragon
