Capítulo 1
SR. CULLEN
Era por isso que eu odiava Educação Física. Era exatamente por isso que todo ano eu dava um jeito de conseguir um atestado para me livrar dessa atividade estúpida que não me levaria a lugar algum. Infelizmente, essa minha técnica não deu certo na nova escola. Aqui eles tinham um médico próprio que avaliava os alunos que poderiam ou não fazer as aulas.
Agora aqui estava eu, estatelada no chão da quadra, depois de tentar devolver uma bola que o time adversário tinha mandado. Tinha vontade de sair correndo de vergonha pela queda desastrada, ao mesmo tempo em que tinha vontade de pular no pescoço de Lauren. Tinha certeza que ela havia mandado aquela bola muito forte de propósito. O problema era que eu não poderia fazer nem uma coisa nem outra. Quando caíra de mau jeito, acabara por dar um jeito na parte interna da coxa que agora queimava de dor.
- Bella, não se mova.
Ok. Lá vinha a única parte boa das aulas de Educação Física. Edward Cullen. Sabem aquelas paixonites que as alunas geralmente têm pelos professores mais bonitinhos? Pois é. Isso acontecia demais aqui na escola. E com um único professor. E não era uma simples quedinha. Eu era louca por esse professor. Claro que não era a única, mas sempre acabava recebendo mais atenção dele por ser muito desastrada e nunca conseguir devolver uma bola. Adorava quando ele vinha me ensinar o passo a passo.
Pensem no professor mais gostoso que vocês tiveram e multipliquem por 100. Isso resultava em Edward Cullen. Ou Sr. Cullen, como deveríamos chamá-lo. Não que ele fosse velho. Muito pelo contrário. Era novo até demais. Novo demais para a minha sanidade. Sabia que ele tinha apenas 23 aninhos. Vinte e três anos de pura sensualidade. Eu, pessoalmente, gostava de chamá-lo de Ed. Não que o fizesse na frente dele. Apenas nas minhas fantasias, fossem elas enquanto dormia ou enquanto sonhava acordada.
E eu fiz o que ele pediu. Continuei deitada no chão, esperando enquanto ele atravessava a quadra, vindo ao meu encontro, tal como um príncipe vindo resgatar a princesa. Ok. Agora viajei legal.
Mas mesmo se eu quisesse, teria sido impossível me mexer. A perna realmente doía muito e eu me segurei para não chorar de dor.
- Onde machucou? – Edward perguntou com a expressão preocupada, enquanto se ajoelhava ao meu lado.
- Aqui. – respondi segurando minha coxa esquerda aonde mais doía.
- Deve ter distendido um músculo. - ele falou e, para minha surpresa, estendeu a mão para tocar o local.
Problema número um: havia um círculo de alunos curiosos à nossa volta, que observavam tudo. Problema número dois – e o pior: eu estava de short curto. Curto o suficiente para deixar o pondo onde ele tocava agora totalmente descoberto.
Senti meu rosto esquentando ao mesmo tempo em que sentia outra parte aquecendo também. E era bem longe do meu rosto. Mais abaixo, para ser mais específica.
- Dói aqui? – ele perguntou testando um ponto ao lado de onde estava a minha mão.
- Não. Mais para cima. – tirei a mão para que ele pudesse testar outros pontos também e tive vontade de pedir para ele subir um pouco mais aquela mão quente e macia que agora massageava exatamente no local onde mais doía.
- Acho melhor te levar a enfermaria. Vamos precisar colocar gelo aí.
- Mas a massagem estava tão boa. – falei meio sem querer, mas querendo.
Foi impressão minha ou ele sorriu? Ok. Ele sorriu sim. E não foi um sorriso encabulado. Foi um sorriso sexy que me deixou ainda mais quente e er... molhada. E não era de suor.
- Eu a levo, professor – Mike se voluntariou, cheio de dedos que me deu vontade de mandar ele enfiar no... Melhor ficar na minha.
- Eu não acho que você vá conseguir carregá-la, Newton – toma, frangote! – E Bella não está em condições de andar.
Até eu fiquei com pena dele. Primeiro de abril já passou, né? Ok. Eu não fiquei com pena. Foi hilário.
A vontade que eu tive, enquanto Ed me pegava no colo, foi olhar para aquelas invejosas que só faltavam babar por ele e dizer em alto e bom som: Tomem essa, barangas! Principalmente para Lauren que tinha sido a causadora de tudo aquilo. Não duvidava que ela fingisse um acidente só para ser carregada pelo deus que me segurava como se eu fosse uma pluma de tão leve.
Chegamos à enfermaria, que, para minha sorte, estava vazia.
- Onde será que está a enfermeira? – Ed perguntou ainda me segurando e sem parecer ter pressa de me colocar na maca.
- Deve ter ido ao banheiro. – e tomara que para fazer uma coisa bem demorada.
- Hum. – só então ele pareceu ter notado que ainda me segurava e andou comigo até a maca, me colocando ali com cuidado. – Vou trazer uma bolsa de gelo para você.
- Espera – calma, Bella, não assusta. E solta a camisa dele. Tá, essa parte eu não faço. Segurar a camisa dele sempre tinha sido meu sonho. Ah, não. Tirar a camisa dele era o meu sonho. Mas não dá pra começar bebendo o suco pelo fundo do copo. – Faz mais um pouco daquela massagem. Tenho certeza que vai ser mais eficiente do que o gelo. – a não ser que ele passe o gelo pelo meu corpo e... Menos, Bella, bem menos.
- Ok. Só mais um pouco. – ai meu pai. Lá estava aquele sorriso de novo. E lá estava aquela mão de novo – É aqui que dói?
Ah, pára cara! Por que ele tinha que me perguntar isso me olhando desse jeito e sorrindo torto? Ele quer é me matar.
- Mais para cima – eu respondi mesmo ele estando tocando no lugar certo no lugar machucado.
- Eu tenho certeza que é aqui, Bella. – ele falou ainda sorrindo torto.
O que eu poderia fazer? Apenas sorri em resposta e fiquei aproveitando suas mãos mágicas que massageavam a parte interna da minha coxa, quase me fazendo gemer de prazer. A dor já havia sumido há muito tempo e eu só não gemia mesmo porque mantinha os lábios presos entre os dentes.
- Está bom assim? – ele perguntou numa voz baixa que quase me fez atacá-lo.
- Aham. – respondi fazendo o possível para não gemer, mas falhando miseravelmente.
Ai meu santinho. Ele subiu a mão. Eu senti isso. Ele subiu sim. Não o tanto que eu queria, mas subiu. E continuou massageando por mais um tempinho até que ouvimos a voz da enfermeira conversando com alguém do lado de fora da enfermaria. Vadia!
- Er... melhor ir pegar o gelo.
Ainda estava meio aérea quando ele se afastou, mas pude ver com muita clareza que havia um certo volume formado entre as suas pernas. Mata-me lentamente, Edward Cullen.
Infelizmente depois disso a enfermeira imbecil entrou na sala e Ed apenas explicou-lhe o que tinha acontecido e lhe entregou o gelo antes de sair dali para voltar à aula. Ou para se aliviar. Não sei qual das duas opções eu achava melhor. Talvez fosse melhor se eu o aliviasse, mas acho que isso não seria possível no momento. No momento.
