A personagem aqui retratada não foi criação minha; Esme foi criada por Stephenie Meyer, e com grande louvor, convenhamos.

E boa leitura!


Abismo.

Vertigem é o que eu sinto, olhando para as pedras abaixo de mim, admirando sua escuridão acinzentada. O vento desarruma meu cabelo, a noite está nublada, com nuvens arroxeadas pairando sob a superfície.

Seu bebê está morto, repetia-me os zumbidos do vento, transbordando de escárnio. Eu só concordava, assentia como uma marionete, com o corpo inteiro frio, com a pele arrepiada; eu partira com uma camisola velha, desesperada para fugir.

Deveríamos ser ele e eu, para sempre. Sem Charles ou papai, sem abusos, sem mentiras. Eu lhe diria que seu pai havia morrido na guerra, o que deveria ter acontecido, e ele abaixaria a cabeça, mas logo me abraçaria e correria para brincar.

Porque eu seria sua casa, sua força.

Um carro passou na rodovia, e eu acordei de meu devaneio feliz. E, como conseqüência, toda a minha alegria momentânea foi arrastada por uma rajada violenta do vento. Deveria ter me derrubado.

Mais uma vez, olhei para o fundo do abismo, e me vi estirada nas pedras; caminhando de mãos dadas com meu filho já crescido por uma estrada branda e primaveril.

Então, pela primeira vez em anos sob as sombras, eu sorri.

Você vem? , o vento sussurrou, e eu pus a mão no coração, pronta para fazê-lo parar de bater, pronta para deixar a insignificância. Eu não queria mais a vida, eu queria meu filho; meu filho brilhando e correndo pelo jardim, sorrindo travessamente pelo canto da boca e se sujando na lama, quebrando as regras. O resto era o resto, o resto se esvaía.

Dei um passo à frente, o chão rochoso arranhando meus pés descalços, e vi o fim escuro a que me atiraria.

Assim, com o meu bebê rondando meus pensamentos, saltei para as rochas sem medo, sendo engolida pelo abismo.


N.a: Enfim minha primeira fanfic sobre Twilight; hééééé! Depois de tanto enrolar, finalmente pude me concentrar e me focar em uma só idéia – das pouquíssimas que apareciam – e criar a tentativa de suicídio da Esme. Desde que ouvi, achei a história da matriarca dos Cullen interessantíssima, imaginem toda a dor pela qual ela estava passando! E é claro que não consegui passar tudo isso nesses poucos parágrafos, mas acreditem que eu tentei. Hm... Obrigada por terem chegado até aqui e, se tiverem gostado, comentem; e se não... comentem do mesmo jeito! *sorri amarelo*

Então, cuidem-se,

Pollita.

(Editado em 10 de Dezembro porque a autora que vos fala é uma péssima twilighter e não conhecia a história da Esme direito.)