Rei deixou que a água do chuveiro lhe acalmasse o espírito. As regionais iriam começar em algumas horas e o nervoso miúdinho começava a apertar. A conversa com Rin na noite anterior também lhe povoava o espírito, mas tentava que tal não o afectasse. Eram agora uma equipa e fossem quais fossem as razões de Rin, Rei só tinha de se concentrar na sua equipa naquele momento.
Um estalido despertou-o dos seus pensamentos. Alguém entrara na casa de banho.
– Nagisa? Já estás acordado? - perguntou enquanto espreitava pela cortina do chuveiro.
– Ah? - Nagisa ensonado e despenteado, estava de pé em frente à sanita com os calções para baixo e olhava para ele.
– D-Desculpa! - Rei voltou a fechar a cortina, mais vermelho que nunca. Não era intenção dele ver Nagisa a urinar. Não que nunca se tivessem visto nús. Era comum mudarem de roupa nos balneários mas estavam agora os dois sozinhos num quarto de hotel e sem Haru e Makoto por perto e… Boa, agora estava nervoso por outro motivo… Não fora há muito tempo que Rei e Nagisa tinham assumido aquilo que sentiam um pelo outro e apesar de alguns beijos e caricias inocentes, ainda nada mais adulto se tinha passado entre eles.
– Aaaah, raios! porque é que tive me pôr a pensar nisto! Neste momento só me posso concentrar na competição, na competição! - Repetiu para si mesmo enquanto desligava a água e se preparava para sair do banho. Nagisa já devia ter voltado para o quarto, pois o quarto de banho estava agora vazio. Rei começou a secar-se com a toalha e só então notou que não tinha a roupa para vestir onde julgava que a tinha deixado. No entanto ele ia jurar que a tinha posto ali junto aos seus óculos que ainda lá estavam… estaria o seu cérebro a pregar-lhe partidas? Bem no dia da competição? Aaaargh o nervosismo já o afectara até aquele ponto?!
Enrolando uma toalha à volta da cintura, encaminhou-se para o quarto. E lá estava a roupa que tinha preparado, bem em cima da sua cama. Rei esticou o braço, mas antes que a sua mão tocasse na roupa, eis que uma força maior o puxa para trás e lhe arranca o equilibrio, fazendo-o aterrar numa superficie acolchoada. Ainda Rei não tinha percebido o que o atacara e já tinha a cara sorridente de Nagisa sobre a sua. Percebeu então que estava sobre a cama do rapaz loiro.
– Nagisa?! O que é que… - começou Rei, tentando levantar-se.
– Não Rei-chan! - repreendeu o mais novo, fazendo força para Rei voltar a deitar-se. Estava com um ar zangado. - Ontem à noite desapareceste! Corri a vizinhança toda à tua procura e só voltaste depois de voltar a adormecer.
– Pensei que tinhas ficado a dormir o tempo todo. - respondeu desviando o olhar.
– Não vou perguntar o que andaste a fazer. - Rei admirou-se, estava à espera que o loiro o interrogasse. - Mas, preocupaste-me. Preocupei-me à toa e aqui estás tu como se nada tivesse acontecido. Apetece-me punir-te de alguma maneira.
– Eh?! - isto não estava a soar nada bem para o rapaz de óculos.
– hmmmm, Rei-chan… - Nagisa apresentava agora algum rubor nas faces. - hmm… É a primeira vez que estamos sozinhos num quarto, sem ter ninguém que nos interrompa, não achas que…
– Nagisa, daqui a poucas horas temos de ir para o campeonato, não nos podemos atrasar. - Rei ajeitou os óculos tentado disfarçar o rubor que aparecera também na sua face perante a proposta do loiro. - Não que eu não queira estar contigo também, mas…
– Rei. - interrompeu Nagisa. A sua face estava agora demasiado próxima do pescoço de Rei. - Cheiras bem. - E suavemente pousou os lábios na pele de Rei.
– N-Nagisa. - Rei esquivou-se de debaixo de Nagisa, tentanto fugir à investida deste. - Temos de nos concentrar na competição e… - mais uma vez ajustou os óculos, mas logo a seguir sentiu os braços de Nagisa a enrolar-se no seu pescoço e a puxa-lo de novo para baixo.
– Rei, quando é que achas que vamos voltar a ter uma oportunidade destas? - as palpebras semi cerradas de Nagisa exerciam um estranho poder de atração sobre Rei, este sentiu que a razão começava a falhar e o desejo de beijar Nagisa naquele momento era demasiado forte para lhe resistir. Com destreza tirou os óculos e deixou que o peso do seu corpo o fizesse cair sobre o de Nagisa que acolheu com prazer os seus lábios sofregos ao mesmo tempo que prendia o corpo de Rei contra si.
A única coisa que se ouvia era o som das suas respirações pesadas, suspirantes mais o som dos lençóis que se moviam levemente a cada gesto dos dois rapazes, na tentativa de se sentirem o mais fisicamente próximos que fosse possível. As mãos de Nagisa passeavam pelo tronco nú de Rei, fazendo circulos nas suas costas, enquanto que Rei com uma mão apoiava-se na cama e outra começara a explorar o interior da camisa de dormir do loiro. Nagisa sentiu que Rei já se desinibira o suficiente para começar uma nova abordagem, e entre beijos e caricias, levantou-se da posição confortável em que estava e fez com que Rei ficasse agora deitado de costas na cama. Os seus lábios despegaram-se dos de Rei e foram descendo em direcção ao seu queixo suavemente seguindo o angulo que o ligava ao seu pescoço onde depositou vários beijos molhados, tentando ao máximo não deixar marcas visiveis. Entretanto os seus dedos tinham pousado sobre o peito de Rei e prendiam levemente o mamilo direito entre o dedo indicador e o do meio. Rei não oferecia resistencia nenhuma, apenas respirava fundo a cada movimento de Nagisa sobre o seu peito, estalando a língua num som que Nagisa interpretou como sendo de prazer. Isto apenas o encorajou a descer um pouco mais a face, passando agora a abocanhar o mamilo do rapaz envolvendo-o com lingua em movimentos circulares. A respiração de Rei começou a ficar irregular à medida que Nagisa mordia levemente o seu mamilo. Entretanto as mãos deste procuravam a toalha que Rei tinha à cintura, mas esta há muito que caíra, entre caricias e beijos e Nagisa deu por si a tocar no membro de Rei causando-lhe alguma surpresa. Maior foi a surpresa de Rei, avaliando pelo som da sua respiração.
O rapaz louro por momentos ficou embaraçado. Era a primeira vez que tocava num membro que não o seu. E a avaliar pelo entumecimento deste, Rei estava pronto. Nagisa deslizou para os pés da cama, e puxou Rei de maneira a que este ficasse sentado à beira da mesma. Nagisa, encontrava-se agora de joelhos no chão com a cabeça ao nível do pénis de Rei.
– Nagisa… Não tens de fazer isso… - disse Rei embaraçadamente.
– Como podes dizer isso com ele neste estado? - disse Nagisa depositando um beijo na base do membro de Rei. Este não conseguia parar de olhar para o loiro que segurava agora o seu pénis fazendo leves movimentos para cima e para baixo.
Rei sentia o prazer começar a largar pequenos choques electricos no seu cérebro, obrigando-o a arquear as costas e a levantar a cabeça.
Nagisa tentou usar o interior de sua boca ao mesmo tempo que fazia os movimentos com as mãos, tentando dar mais prazer ao companheiro.
Rei pousou uma mão sobre os cabelos de Nagisa e chamava o seu nome, entre a respiração ofegante, ignorando por completo os sons que provinham do exterior do seu quarto.
– Se não os avisarmos, eles vão chegar atrasados e somos desclassificados!
– Mas se eles não vêm à porta…
– Devem ter adormecido! Eu sei o código deles, deixa que eu abro.
Nagisa sentiu-se gelar quando a luz do corredor do hotel incidiu nos seus olhos. A sua boca cobria completamente o pénis de Rei. Makoto e Haru estavam agora à sua frente. Makoto demorou alguns segundos a perceber o que se passava, antes de ficar com cara de quem iria explodir a qualquer momento e pegar em Haru e sairem o mais rapidamente possivel do quarto. Da porta trancada apenas se ouviu a voz de Haru:
– O autocarro sai daqui a 30 minutos. Tentem arranjar-se até lá.
Nagisa e Rei continuaram gelados. Nenhum deles se mexeu. Por fim Nagisa libertou o pénis de Rei e este entre lágrimas e gritos escondeu-se debaixo dos lençóis e tapou a cabeça com a almofada.
– O HARUKA-SEMPAI VIU-ME NESTE ESTADO. E O MAKOTO. AAAAAARGH NÃO É BONITO, NÃO É BONITO. NUNCA MAIS VOU CONSEGUIR OLHAR PARA ELES!
Nagisa estava bastante corado e coçava a cabeça embaraçadamente, ao mesmo tempo que tentava sossegar Rei. Segundos depois o telemóvel de Nagisa vibrava com mensagens de desculpa da parte de Makoto por os ter interrompido e que tinham mesmo de se apressar senão eram desclassificados da competição.
Só assim Rei saiu da cama e os dois namorados prepararam-se para a competição que os esperava.
