AVISO1: fic baseada na obra de JK, ou seja, estou usando coisinhas fofas que não me pertencem, mas eu não ganho nada com isso.

AVISO2: Eu já havia comentado dessa fic por aqui... Essa é a primeira de uma trilogia. Toda a trilogia já está escrita (dêem pulinhos), e as atualizações serão semanais e, se tudo correr bem, ininterruptas.

AVISO3: Essa fic contém cenas de violência, lavagem cerebral e sexo entre homens. Se você não se sente preparado para visualizar esse tipo de coisa, não leia, pois eu não me responsabilizo pelas imagens que surgirem na sua mente se você insistir em ler.

AVISO4: Essa fic tem capa e dois banners, pois ela foi a vencedora do IV Chall NC17 do 3v. Mas a minha página no photo está passando por reformas. Daqui a um ou dois capítulos eu passo os devidos endereços pra vocês! ;)

Dupla Face

Capítulo 1 – Os motivos

Harry Potter não sentiu os joelhos batendo no solo quando caiu.

A face dela ficava cada vez mais pálida à luz da lua.

- Não... Gina... Não...

Harry Potter, sujo, esfarrapado e cansado, caíra de joelhos ao lado do corpo da ex-namorada. O sangue que tingia o peito dela também se infiltrava no asfalto, também escorria na noite, também manchava suas mãos. Mãos que tremiam.

- Não...

Ele a deitou sobre o seu colo, a apertando com força contra o corpo, se balançando para frente e para trás. O garoto ignorava as feridas no próprio corpo, os mortos a sua volta, os gritos, a luta e a destruição que se alastrava. Pra ele, o mundo não importava mais.

- Gina...

A sua volta, pessoas corriam, feitiços voavam aleatoriamente, passando perto demais do garoto, uivos alastravam o pânico.

Mas isso não era nada se comparado com o que se alastrava em seu peito. O desespero, a impotência tão conhecida ao ver mais um rosto querido daquela forma: sujo e paralisado. Imóvel. Morto.

Primeiro foi Cedrico, depois Sirius, depois Dumbledore. E então a guerra começou de verdade, e já ficava difícil contar os mortos: Rony, Hermione, Carlinhos, Tonks, Moody e tantos outros.

- Por quê... – o garoto gemeu entre lágrimas, beijando a cabeça da menina, chorando.

Por quê? Por que tanta morte? Tanta destruição? Por que a guerra?

Por que Gina?

Ele se abraçou mais ao corpo inerte da menina.

- Gina...

Ela, que ele tanto tentou proteger... Que ele abriu mão para que ela ficasse bem...

Ele se abaixou e tomou os lábios dela nos seus. Um último beijo. Um último beijo que ele pensou que nunca viria... Que nunca acontecesse... Desde o enterro de Dumbledore.

E os corpos voltam a flutuar em sua mente. Dumbledore, Sirius, Mione...

- AAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHH.

A voz rouca rasga a noite em seu grito de dor, tentando expulsar do peito toda aquela impotência. Suas mãos trêmulas afastam os cabelos ruivos da tez pálida. Ela ainda está quente. O gosto de sangue ainda está em seus lábios.

Ele não poderia ter deixado isso acontecer... Ele não podia... Ele precisava tanto... Queria tanto...

Ela.

Ele a olhou com carinho. Seus olhos embaçados de lágrimas. Seus óculos quebrados embaçados de terra e sangue. Ele os arrancou do rosto e a olhou. Tão perto...

Ele deixou a testa tocar a dela. Em sua garganta a angústia crescia. O aperto no peito impedindo-o de respirar. Merlin, como ele precisava dela... Precisava do riso, do choro, da voz... Precisava dos beijos doces, dos carinhos, do conforto... Precisava do perfume de rosas... Precisava das lembranças felizes... Precisava daquela paixão... Precisava da delicadeza dela... Precisava da promessa de um futuro... Precisava saber que ela existia para se lembrar de onde ele veio e pra onde estava indo...

A vida dela escapava pelos seus dedos... Ele não pôde impedi-la de lutar... Ele não pôde protegê-la... Ele não pôde salvá-la...

- Você pôde fazer suas escolhas, Harry... Eu faço as minhas...

- Gina...

- Eu já disse... Eu vou lutar! E não vai ser você nem minha mãe nem ninguém que vai me impedir!

Talvez houvesse um sentindo nisso... Em morrer por alguma coisa...

Tudo tão caótico... Tão intenso... Tão rápido...

Herói? Salvador? Escolhido? O menino que sobreviveu...

O menino estava virando um homem e tudo o que ele fazia era, desesperadamente, deslocadamente, individualmente, sobreviver. Essa era a ordem, era a prioridade.

E ele não podia fazer nada... Ele não tinha o poder que todos esperavam... Ele era a esperança, então em que ele se agarraria, quando até as pessoas em que ele se apoiava e buscava refugio naquela guerra insana decidiam morrer por ele? Por uma causa que ele deveria defender...

Ele deveria salvá-los... Ele deveria defendê-los...

Mas ele se sentia tão fraco...

E ele deveria lutar...

Uma luta que ele deveria encerrar...

Harry se abraçou mais forte ao corpo de Gina.

Aquela guerra precisava acabar.