Disclaimer
Os atores de Supernatural, Jared e Jensen, e as outras pessoas que aparecem na fanfic não me pertencem. É tudo fictício, feito com o intuito de divertir as pessoas, e .

Sinopse
Há quase três séculos, Jared Padalecki foi traído e assassinado por em amigo em quem confiava. Agora ele tem a oportunidade de desvendar os segredos daquela noite, e Jensen é a única pessoa que pode ajuda-lo.

Shipper
Jared Padalecki e Jensen Ackles (Slash).

N/A
Essa fanfic foi baseada em um livro que eu li.


Os segredos de Ravenswood

Capítulo 1

Jensen desacelerou o carro, dirigindo ao longo da estrada estreita. O veículo quase raspava nas sebes que cresciam de ambos os lados, e sua visão encontrava-se reduzida à extensão que os faróis dianteiros ou traseiros alcançavam.

Sentiu-se como se estivesse em um túnel, com apenas uma faixa de céu escuro e salpicado de estrelas sobre a cabeça. Estaria mesmo no caminho certo? Vira uma última placa há quinhentos quilômetros antes. Ainda bem que ele não ligava de se sentir sozinho. Talvez devesse voltar. Tinha visto um bar em um cruzamento, e poderia passar a noite lá. Descartou a hipótese em seguida. Era melhor seguir para seu destino. Podia acordar na manhã seguinte em Ravenswood, pronto para trabalhar.

Ele, agora com vinte e nove anos, advogado pelo escritório Kripke Advocacia, tinha a fama de fazer as coisas de forma ordenada. Tudo em seu devido lugar, sem surpresas. Era o que as pessoas diziam a seu respeito. Com ele, qualquer um sabia onde estava pisando; ainda que outros; os que ele achava invejosos; o considerasse um verdadeiro maníaco por ordem e controle.

E era por esse motivo que ele estava ali, dirigindo seu Aston Martin no meio do nada. Continuou dirigindo até que as sebes deram lugar a um muro de pedra cinza de um lado, e um denso bosque do outro. Caiunum buraco e, como seus faróis oscilassem, teve uma breve visão do campo além do muro. Em seguida, a estrada alargou um pouco, iria continuar até encontrar uma placa, então poderia decidir se continuaria ou se voltaria até aquele bar. Talvez houvesse outro bar por perto...

Jensen acelerou um pouco, cantarolando ao som de Back in Black do AC-DC, uma de suas bandas favoritas, quando de repente uma criatura negra e enorme atravessou na frente do carro.

Ele pisou no freio, e foi arremessado para frente. O motor do carro falhou e o som desligou, por um momento, Jensen paralisou atordoado, imaginando o que poderia ter cruzado o seu caminho. Piscou para clarear a visão e olhou pelo para-brisa. Um cachorro! E gigante. Parecia ser um Dogue Alemão e preto como um carvão.

O animal sentou-se sobre as patas traseiras no meio da pista, de frente para o carro, as orelhas em pé. Olhando para ele, imóvel, os olhos escuros refletindo os faróis.

Jensen não conseguiu se mover. Havia algo estranho naquele cachorro; algo assustador. Seu tamanho era intimidante, contudo sua imobilidade era ainda pior. E a maneira como o olhava fixamente, como se o conhecesse... De súbito, Jensen tomou consciência do silêncio absoluto ao redor.

Devo estar imaginado coisas.

Piscou de novo, porém o cão continuou lá, esperando. O pensamento surgiu em sua cabeça de repente. Ele realmente parecia à espera de alguma coisa. Nervoso, ele lançou um olhar em direção à floresta. As árvores, muito próximas, retorcidas e curvadas, formavam uma parede de escuridão. Qualquer coisa poderia estar lá, observando-o. Uma coisa era certa: precisava sair dali.

Apertou a buzina com vontade, e no silêncio sinistro o som pareceu ainda mais alto. No entanto o cão preto sequer se moveu.

– Tudo bem então. Se é assim que você quer... – Girou a chave na ignição e deu a partida. Pisou no acelerador, o motor roncou e, nem dessa maneira, o cachorro se mexeu. Tampouco tirou os olhos dele quando o carro começou a avançar lentamente em sua direção. Agora o para-choque quase tocava o corpo do animal.

– Mas que droga! – Jensen freou.

Foi quando escutou um assobio alto vindo do mato. O cão negro virou a cabeça e se pôs em pé. Com um salto gigantesco, saiu da estrada e desapareceu em meio às árvores.

Jensen passou a mão pelo cabelo curto. Era um cachorro de verdade, disse a si mesmo com alívio. Por um momento, tinha se perguntado de se o animal seria outra coisa. Algo como uma daquelas criações bizarras de filmes de terror, onde um cão preto e demoníaco vagava por ai caçando...

– Caçando o quê? – Jensen murmurou com cinismo. – Advogados londrinos, viajando a negócios?... Estava vendo filmes demais, riu consigo mesmo. Provavelmente é apenas o animalzinho de estimação de alguém na região.

Arrancou, desta vez ganhando velocidade. Logo estava em campo aberto, com apenas um muro de pedra em um lado da pista. Nenhuma casa, nenhuma luz, muito menos placas de trânsito. Era evidente que o caseiro de Ravenswood não tinha se dado ao trabalho de espalhar placas por ali.

Jim era o nome dele. E soara como se tivesse cem anos no telefonema chiado que tinham trocado. Devia ser tão velho como o sr. Morgan, quando este faleceu em um asilo de Londres, e deixara seus assuntos pessoais nas mãos da Kripke Advocacia.

E ele, Jensen, como um dos melhores advogados do escritório, estava ali justamente para resolver tais assuntos. Qualquer outra pessoa teria adorado a chance de passar um final de semana no sul da Inglaterra, mas ele não estava lá muito animado. Afinal, sua vida sempre fora bem programada e agora ele estava perdido em um território desconhecido, sem saber o que fazer.

Um pequeno movimento no canto de sua visão o arrancou de seus devaneios. Jensen se virou para olhar, imaginando que poderia ser o cão negro. Mas não. Era um homem a cavalo, galopando ao lado do carro. Estava no campo e parecia não ter nenhuma cor. Era como se estivesse banhado em luar. O problema era que não havia luar algum. A noite estava particularmente escura.

O choque o fez gelar. Seus olhos examinaram a cena, incrédulos, e seu cérebro lutou para lhe dar sentido. O cavaleiro se curvava sobre o pescoço do garanhão e usava uma capa que revoava atrás dele como uma enorme asa. Usava também um chapéu de três pontas e uma máscara que lhe cobria metade do rosto.

Enquanto ele o fitava, boquiaberto, o estranho lançou-lhe um olhar rápido e chutou as ancas do cavalo. Era quase como se estivesse se divertindo. Como se estivesse apostando uma corrida.

O carro oscilou, e Jensen apertou o volante, fixando os olhos na estrada. Aquilo não poderia estar acontecendo. Primeiro aquele cão esquisito surgira como se num filme de terror barato, e agora aquilo!

Olhou de soslaio para o cavaleiro esperando que ele tivesse ido embora. Em vez disso, descobriu que ele quase o alcançava. Algo mais lhe chamou atenção, e ele percebeu, chocado, que o cão preto seguia correndo atrás do estranho e do cavalo.

O assobio vindo da floresta... Devia ter sido ele!

Jensen fez a única coisa que podia: pisou com força no acelerador. O motor rugiu e ele disparou. Agora não conseguia ouvir nada, a não ser o barulho do carro. Contudo, não ouvir nada se provou ainda mais assustador. Nada de cascos batendo no chão, nenhum revoar de capa ou respiração pesada de homem e animais. Nada. O silêncio era absoluto agora, como se tais criaturas realmente não existissem.

De repente, o cavaleiro ressurgiu e Jensen viu que ele o observava. Os olhos por trás das fendas da máscara eram verdes, brilhantes, quentes e perigosos, e ele sorriu como se estivesse se divertindo ainda mais. Jensen sentiu seu coração disparar, sem saber se por pavor ou se por uma emoção estranha e desconhecida.

A estrada era muito estreita e sua superfície muito irregular para que ele estivesse dirigindo tão rápido, mas, de forma imprudente, ele voltou a acelerar tentando ficar à frente do desconhecido.

O cavaleiro esporeou o garanhão e, inclinando-se ainda mais sobre o pescoço do animal, aceitando a disputa. Mais alguns galopes e ele o alcançava de novo.

Ele, então, pode ver a parte traseira de sua cabeça sob o chapéu de três pontas, bem como os cabelos escuros. Sob a capa, vestia uma jaqueta à moda antiga. Com uma explosão final de força e poder, o estranho o ultrapassou, fazendo com que tal feito parecesse fácil em vez de completamente impossível.

Jensen pensou que fosse deixa-lo para trás. Em vez disso, assistiu enquanto o cavaleiro aliviava as rédeas e emparelhava com ele mais uma vez. O estranho o fitou bem dentro dos olhos, e fez o mais improvável: piscou para ele!

Jensen soltou uma exclamação e pisou no freio, mas, mesmo enquanto seus instintos ainda reagiam à visão, seu cérebro lhe dizia que eles tinham desaparecido. A estrada estava vazia outra vez.

Pela segunda vez naquela noite ele ficou parado, em silêncio, com o coração disparado, as mãos crispadas ao volante. Tentou ver para onde o estranho havia ido, perscrutando a escuridão, mas nada avistou.

Ele devia ter galopado para o outro lado do campo, pensou perturbado. Mas Jensen sabia que não. Em um momento, ele estivera a seu lado, olhando para ele e sorrindo como um louco, e no outro havia sumido.

Ligou o carro novamente, e ao fazê-lo, notou a placa mais a frente. A pintura parecia fresca e apontava adiante: RAVENSWOOD - 500 Metrôs.

xxx

Não havia nenhuma luz. A enorme casa senhorial chamada Ravenswood estava às escuras e, aparentemente, deserta. O alívio que Jensen sentira por ter chegado ao seu destino se transformou em desanimo quando percebeu que não havia ninguém ali para recebê-lo ou ajudá-lo a se instalar.

Pegou as pesadas chaves que trouxera de Londres, e abriu a porta. Tudo parecia muito quieto, e o cheiro era de mofo. Jensen tateou a parede, e encontrando um interruptor, acendeu a luz, uma lâmpada fraca que brilhou no alto.

Suspirou e olhou em volta. Um hall amplo que dava para escada, a qual levada a uma galeria no andar superior. Ao lado, um corredor envolto em sombras seguia para a parte de trás da casa. As portas se encontravam quase todas fechadas, os cômodos lá dentro silenciosos.

Embora ele soubesse que a residência não vinha sendo utilizada já havia algum tempo, desde que o sr. Morgan fora para casa de repouso em Londres, os móveis continuavam ali, assim como um série de quinquilharias. Como se o proprietário houvesse apenas saído por alguns instantes.

Uma falsa impressão. O sr. Morgan nunca mais voltaria, e era o último de sua família. Em seu testamento, ele instruíra o a vender a casa junto com os móveis, e a reverter em dinheiro para a caridade. Tudo, inclusive seus objetos pessoais, teriam que ser catalogados de antemão.

Organização. Essa era uma das qualidades fortes de Jensen, que iria tratar dessa parte entediante e também da venda propriamente dita.

Pôs as malas no piso de mármore. Telefonaria para o dr. Kripke na manhã seguinte, e lhe diria que já estava ali. Foi quando ele ouviu ruído de passos. Alguém estava de pé atrás dele. Jensen se virou.

Ali estava um homem quase da sua altura com uma espingarda cano duplo na mão, – Perdão... pensei que fosse um ladrão – o homem falou, sem graça, o sotaque meio rude.

– Ladrão? – ele repetiu, exasperado – Liguei para avisar que estava vindo... Sou Jensen Ackles, do escritório de advocacia do sr. Morgan. Vou cuidar da venda da casa. O senhor é o caseiro?

– Ah, sim. Sou o Jim Beaver.

Na penumbra, ele aparentava estar na casa dos quarenta, com o cabelo castanho já ficando grisalho e alguns quilos extras sob a jaqueta. Não se parecia em nada com o velho que imaginou ao atender o telefone. Cumprimentaram-se com um aperto de mão.

– Está atrasado – Jim observou. – Disse que viria esta tarde. Pensei que fosse passar a noite em outro lugar.

– Perdão, eu me perdi e...

Jensen hesitou. Tinha sido tão real e estranho. Não soaria normal para um desconhecido. Até porque as pessoas tendiam a duvidar de fantasmas. Mas Jim aguardava sua conclusão, e ele sentiu-se compelido a contar ao menos parte do que acontecera.

– Vi um homem montado num cavalo, galopando ao lado do meu carro.

Jim o fitou e abriu um sorriso.

– Então viu o Corvo! Ao menos é desse modo que o chamam por aqui.

– Corvo? – Ele franziu a testa confuso.

– Jared Tristan Padalecki.

– Ele mora por aqui?

Jim riu. – Jared faleceu há anos. É um fantasma. O que viu foi o espectro do Corvo senhor Ackles.

Jensen piscou entorpecido. Sabia que era verdade. Ainda não se esquecera da sensação de estar diante de algo sobrenatural, embora houvesse tentado.

No entanto, ouvir a constatação em voz alta, e com tanta naturalidade, não o fez se sentir melhor. Pelo contrário.

– Jared era um bandoleiro – prosseguiu Jim. – Não tinha nenhuma relação direta de parentesco com o senhor Morgan, mas viveu aqui, nesta casa, há muitos anos. Bem antes de Morgan adquiri-la.

– Já o viu alguma vez?

– Não, infelizmente – Jim lamentou, como se fantasmas fossem um assunto corriqueiro por ali. – Mas já ouvi dezenas de histórias a respeito. Embora eu nunca o tenha visto, sei que o aniversário da sua morte esta chegando. Talvez isso o perturbe, sei lá... Ou então ele tenha ficado incomodado com o fato de ter vindo vender a casa.

– Que bom. – Jensen esbouçou um sorriso cínico. – De qualquer modo não tenho escolha. Minha primeira tarefa é preparar a casa para venda, e pretendo cumpri-la. Começarei a trabalhar cedo, amanhã. Qual quarto posso usar?

– Por aqui. – Jim o conduziu escada acima, com o auxílio de uma pequena lanterna que tirou do bolso.

– Costumo desligar a força quando a casa esta vazia – explicou. –Tentei liga-la quando avisou que estava vindo, mas acho que alguns fios estão com mau contato. É melhor ter uma lanterna à mão, só por precaução. Já liguei a água quente e o fogão também esta funcionando.

– Obrigado, mas estou bem. Comi antes de vir e...

– Lá está ele – Jim o interrompeu, apontando com o facho da lanterna.

Foi então que viu um grande quadro pendurado na parede, acima da escadaria. Era o retrato de um homem em pé, em meio a uma paisagem de mar, céu e penhascos. O estranho tinha a cabeça erguida e um sorriso zombeteiro curvando os lábios.

Jensen o estudou mais de perto. Ele não usava nenhuma capa ou máscara, mas havia algo familiar naquele sorriso com covinhas: um prazer quase irresponsável pela vida. Um arrepio percorreu-lhe a espinha.

– O Corvo, eu presumo.

– Esse retrato ficou no sótão por anos, mas o senhor Morgan o trouxe para baixo... Ele andou um pouco estranho em seu último ano aqui. Dizia que não deveria estar morando na casa, que isso era errado, e que Jared Padalecki tinha mais direito a estar nessa parede do que qualquer Morgan.

– Pois por mim ele poderia estar no sótão.

Jim riu. – Não vai querer contraria-lo dessa forma. O Corvo nunca foi flor que se cheirasse... Nunca se sabe o que ele pode fazer.

E, com essa ameaça bem-humorada, o caseiro o guiou pelo restante do caminho. Chegando ao quarto, Jensen observou que era bem antigo e que já tinha visto melhores dias. Mas estava limpo, e a cama de dossel pareceu-lhe bem confortável. Jim ocupou-se em acender o fogo da lareira, enquanto Jensen ia até a janela olhar a paisagem lá fora. Só então ele se deu conta do barulho do mar. Não sabia que Ravenswood ficava tão perto da costa.

– Precisa de mais alguma coisa?

Jensen agradeceu, e Jim o informou que lhe deixaria a lanterna, para alguma eventualidade, e lhe desejou uma boa noite enquanto fechava a porta.

xxx

Jared Padalecki se levantou e olhou para janela iluminada. Acariciou a cabeça do cão negro, distraído, coçando suas orelhas. O animal se recostou nele, gostando da atenção que recebia.

Jared sorriu. Não tinha certeza se Bones o encontrara, ou se ele encontrara Bones. De algum modo, haviam se reunido no entre mundos, e agora o cão negro era sua companhia constante.

Uma sombra passou diante da janela. O homem, Jensen Ackles.

Depois que ele galopara a seu lado na estrada, pudera observa-lo, escondido entre as árvores. Tinha visto quando ele seguira pelo caminho até Ravenswood e aberto a porta de seu estranho veículo. Possuía cabelos claros e curtos, e usava calça e jaqueta que não disfarçavam o corpo forte. Os olhos eram verdes, os lábios cheios e sensuais, contudo não levavam nenhum sorriso.

Ele sempre preferia o lado bem humorado de qualquer situação, e de seguir para onde o destino o levava. E aquele era o homem que iria ajuda-lo? Que lhe daria uma segunda chance?

Ele não parecia do tipo sorridente. Era como se sua vida fosse cheia de problemas e compromissos.

Mas, por um momento, quando seus olhares tinham se encontrado...

A luz na janela se apagou, e Jared deu um suspiro. Não tinha escolha. Precisava dele, e de alguma forma, tinha que convencê-lo que ele também necessitava de Jared.

Até porque persuadir as pessoas era um de seus melhores talentos.

Continua...


N/A: Eu ainda não tenho um Beta, então me perdoem pelos erros.

Me deixem saber se vocês gostaram ou não, por favor, okay? Deixem reviews!

Beijos e até o próximo capitulo! :)