Autor: ElayneAT

Título: Fragmentos Intemporais

Sinopse: Todos os fragmentos da sua memória se lembram daquele momento intemporal. Conseguirá ele revive-lo?

Ship: Harry/Draco

Capa: http : / / i664 . photobucket . com /albums/vv6/ElayneAT/Fanfics/MinhasCapas/FragmentosIntemporais . png (retira os espaços)

Spoiller: Pós-guerra.

Disclaimer: Nenhuma das personagens me pertence, todas elas pertencem a J.K. Rowling.

Capitulo 1 - Fragmentos

Finalmente.

Após todos aqueles anos de procura praticamente incessável pelo rapaz, ele finalmente encontrara-o.

Harry estava parado em frente a uma gigantesca mansão. Fora aí que as suas buscas o tinham conduzido.

Olhando à sua frente podia ver o jardim bem aparado com uma grande variedade de arvores dispersas de uma maneira quase artística, logo depois do grande e reluzente portão branco que dava entrada à propriedade. Uma propriedade privada, pelo que o moreno podia apurar. E uma privacidade muito prezada deduziu ele, julgando as enormes grades, também elas brancas, que cercavam a mansão.

Viu também um grupo de pessoas perto às grades, aparando a relva, ou podando as árvores. Pareciam todos muito concentrados no seu trabalho, e Harry não pode deixar de reparar que algo se estava a acontecer naquela mansão, pois mesmo uma mansão daquele tamanho não teria tantos jardineiros a trabalharem praticamente na mesma parte do terreno. Devido ao silêncio, até pode ouvir as suas varinhas agitando-se.

Harry não conseguiu conter um suspiro de escapar dos seus lábios entreabertos. Demorara tanto tempo. Tempo demais. A procurar um rosto que ele agora pode ver de relance saindo por uma das portas laterais da propriedade, logo de seguida para entrar numa outra.

O seu coração saltou uma batida quando viu a cabeça loira saindo da porta, e a sua respiração tornou-se pesada e profunda. O tempo que ele esperara para a ver. Teve de se controlar respirando fundo, para não saltar o portão e agarrar o outro rapaz para nunca mais o largar. Desde aquele momento que partilharam antes ultima batalha, que Harry nunca mais pode ver o loiro.

Draco Malfoy.

E também desde essa altura que Harry o procurava.

Harry susteu a respiração inconscientemente ao lembrar-se, do que se passara à quatro anos atrás.

oOo Lembrança oOo

Harry subia as escadas arrastando atrás de si um rapaz obstinado. Chegando ao cimo da escadaria que subiam, Harry entrou para dentro da primeira porta que lhe apareceu à frente.

Felizmente era uma sala de aula vazia. Empurrando o rapaz para que lançava impropérios para dentro do espaço, Harry fechou a porta atrás de si ruidosamente fazendo o loiro se virar para ele, com receio nos seus olhos.

"Porra Malfoy, o que te deu? Mas de que lado é que tu estás?"

Draco olhou para o moreno estreitando os olhos, e rezando para que não parecesse amedrontado, mas a realidade é que a sua condição não ajudava. O sonserino estava cheio de nódoas negras, e as suas pernas estavam com queimaduras, ameaçando cair a qualquer momento. Para não falar da sua roupa, que se encontrava toda chamuscada, e suja. Mas pior que isso tudo é saber que devia a sua vida ao rapaz à sua frente, que à instantes atrás arriscara a sua própria vida e o salvara.

Engoliu todo o orgulho que pode, e pensou numa resposta rapidamente.

"Ora, Potter" Draco tentou dar ao sobrenome de Harry o maior desprezo que conseguiu, o que no momento não era muito, tendo em conta a situação. "Estarei no lado que mais proveitoso seja para mim."

Harry não conseguiu deixar de soltar uma exaltação indignada. Mas será que aquele rapaz não se decidia? Sempre parecera seguro ao estar no lado de Voldemort, mas quando realmente tinha de fazer algo não estava assim tão confiante. Aquilo precisava de ser esclarecido, naquele preciso momento. Harry não podia arriscar as coisas correrem mal, só porque Draco não sabia de que lado estava. Ele deixara Ron e Hermione para trás perto da Sala das Necessidades, somente para ir esclarecer aquilo. Não é que fosse muito importante, mas podia ser crucial. Além disso, algo lhe dizia que tinha que falar com Malfoy. Já não o via à bastante tempo, e é como que… O quê?! Os próprios pensamentos de Harry o espantaram, fazendo-o entreabrir a boca inconscientemente.

Fechando a boca e recompondo-se, Harry tentou ignorar as dores que sentia, e as queimaduras que lhe incendiavam a pele.

"Quer dizer Malfoy, à pouco estavas disposto a levar-me a Voldemort, e passado algum tempo já me estavas suplicar para não te deixar a morrer nas chamas!"

Draco já se apercebera que só o Harry tinha aquele efeito nele. Enquanto andaram na escola, a única coisa que dava realmente emoções a Draco era insultar, irritar, chatear, bater, no menino que sobreviveu. E neste ultimo mês, Draco quase que sentira saudades de insultar e bater no moreno, a sua pele na de Draco... Como?! Também os pensamentos de Draco o assustaram, fazendo-o abrir muito os olhos. Saudades do Potter?! Agora, ele poderia desmaiar. Mas o que fora este pensamento? Draco tentava mentalizar-se que era o facto de ele estar ferido, e cheio de dores. Só podia ser isso. É, são as dores.

Tentando voltar ao seu estado normal, Draco rezou para que Harry não se tivesse apercebido do seu momentâneo devaneio.

"Perdes-te a língua no processo, Malfoy?"

Aquele maldito do Potter fazia tudo para o provocar.

"Não, Potter." disse, desta vez tendo mais sucesso em carregar o sobrenome do moreno de desprezo, o que o fez sorrir maldosamente enquanto falava. "Mas mesmo que esteja do teu lado, tenho várias razões para continuar a achar-te o ser mais medíocre da terra. Talvez só sejas suplantado pela Sangue-Ruim e o Weasley."

Mal Draco acabou de falar, Harry sentiu uma raiva crescente o dominar, e avançou rapidamente para o loiro agarrando-o pelo colarinho e pressionando-o contra uma mesa com o peso do próprio corpo.

"Ouve bem, Malfoy, que eu não vou repetir. As tuas razões absurdas não me interessam, mas se Voldemort ganhar esta guerra só porque tu não sabes de que lado estás, eu juro que te faço arrepender de teres nascido! Ouvis-te?"

Draco não conseguiu fazer mais nada que congelar no sítio onde estava.

O seu corpo estava a ter uma reacção à proximidade do corpo de Harry que Draco nunca sequer sonhara. O loiro deu por si tremendamente excitado, e rezava para que o outro não se apercebesse do volume que aumentava cada vez mais nas calças dele.

Mas era difícil não reparar.

Harry tinha agora à sua frente um Draco Malfoy de olhos muito abertos, e respiração pesada. Sentiu um crescente volume contra si, e a realização do que estava a acontecer atingiu Harry como uma avalanche. A sua raiva tinha desvanecido, e Harry quase que queria que ela voltasse. Quase. A reacção do loiro à junção dos seus corpos estava a despoletar uma outra reacção em Harry. Harry sentia-se também ele, cada vez mais excitando.

Draco podia sentir agora um volume contra o seu próprio, do qual tinha a certeza que o moreno já se apercebera. Todos os anos de etiqueta do sonserino, de auto-controlo, tinham agora ido por água abaixo, porque o loiro não conseguiu fazer mais nada que olhar para o verde profundo dos olhos de Harry.

Numa outra altura, aquilo teria sido extremamente desconfortável e constrangedor, mas agora não o parecia. Aliás, por mais estranho que parecesse, Harry não se queria mover dali. Talvez não tão estranho, tendo em conta a súbita atracção que, desde que deixara Hogwarts para procurar os horcruxes, ele alimentava por Draco. De repente um pensamento passou pela mente de Harry que o fez ficar chocado, e sem se aperceber abrir os olhos desmesuradamente.

Estaria Harry James Potter, o menino que sobreviveu, a apaixonar-se por Draco Malfoy?

Apesar do choque inicial, o moreno apercebeu-se que naquele momento isso não lhe parecia tão mau assim. Naquela altura, nada daquelas coisas pareciam más. A proximidade os corpos, as respirações pesadas, os peitos a subirem e descerem num ritmo frenético, os seus corações baterem descompassadamente… O que rapidamente acabou quando o sonserino quebrou o contacto visual e pondo as mãos no peito de Harry o empurrou, se bem que debilmente.

Draco apercebera-se do abrir de olhos repentino do outro, e apesar de todos os seus instintos lhe dizerem para não se afastar, ele empurrou da melhor maneira que pode o moreno para longe. Sentia-se como que fraco. Uma junção dos seus ferimentos, com as emoções fortes que sentia. Mas tudo o que lhe fora ensinado, dizia para deixar antes de ser deixado.

Cerrou os dentes ao ver a expressão confusa e desamparada de Harry, quando o empurrou. Cerrou ainda mais quando se apercebeu da necessidade que tinha do outro, e inconscientemente os seus olhos focaram-se nos lábios do moreno.

Harry sentia-se desordenado e não percebia o que levara Draco a o empurrar. Devido à relutância do gesto ele apercebera-se de que ele não o quisera empurrar, além disso podia dizer que Draco se sentia tal como ele, a sua linguagem corporal falava por ele. E como tal não pode deixar de reparar quando o loiro entreabriu os lábios, ainda mantendo as suas mãos no peito de Harry como fogo em brasa queimando-lhe a pele através do fino tecido chamuscado. Comparadas com o toque de Draco, as suas queimaduras não eram nada.

O seu olhar desceu para a boca entreaberta do loiro, notando a sua respiração ofegante. Relutante mas de uma maneira necessitada, o moreno voltou-se a aproximar.

O loiro podia ver Harry aproximar-se de novo, e viu-se impedido de fazer qualquer coisa pelo seu próprio corpo que teimava em lhe desobedecer.

Draco desistiu de tentar contrariar o seu corpo... E a sua mente. Ambos queriam aquilo. Draco queria aquilo. No momento em que estavam, tudo o que o loiro queria era Harry. Tanto que não se conseguiu concentrar em mais nada que não os lábios de moreno aproximando-se, mais e mais.

Ele fechou os olhos, à espera do contacto que teimava em demorar, já era tortuosa esta espera pelos lábios de Harry. Abrindo os olhos, estranhando a falta do choque das suas bocas, ele viu os lábios do moreno a escassos centímetros dos seus, e ele olhava-o como que pedindo permissão. E Draco não se importava. Ele não se importava com mais nada naquele momento, a não ser Harry.

Então, Draco inclinou-se para a frente e com um só impulso uniu a sua boca à de Harry.

Os lábios do sonserino eram tão saborosos, quentes. Sem sequer pensar, Harry agarrou Draco pela cintura enquanto o outro lançava os braços em redor do pescoço de Harry. A junção do seu corpo com o de Draco, a boca dele na sua, o desejo que o consumia, o… Sentimento?!

Draco sentiu como se finalmente soubesse o sentido da sua vida, a razão da sua existência. Como se finalmente visse algo obvio que sempre estivera à sua frente, mas só agora conseguia ver.

O loiro agarrou Harry com mais força, temendo que tudo aquilo fosse somente um simples sonho, um devaneio da sua mente. Ao mesmo tendo que reforçava o aperto no pescoço do moreno com mais força, virou também a cabeça para aprofundar o beijo. Podia sentir a língua de Harry contra a sua, e o seu pressão na sua cintura tornar-se cada vez mais forte.

Harry não cabia em si de tão completo que se sentia. Já não conseguia dizer o que era de Draco e o que era seu. Eles estavam juntos, como um. Provavelmente noutra altura aquilo teria sido um pensamento horrível, mas não o era mais. Como pudera ter tudo aquilo à sua frente e nunca ter reparado?

Incentivado pelo pensamento, Harry distribuiu beijos pela mandíbula e pescoço do loiro, que lançara a cabeça para trás em deleite. Os seus lábios na pele fria, mas macia, do outro enviaram ondas de prazer para ambos. Vendo que aquela era uma zona sensível de Draco, que arquejava, ele rapidamente passou de beijos a mordidas e chupões. O loiro entreabriu os lábios vermelhos, para logo de seguida capturar os lábios de Harry nos seus.

O peito de Draco iria explodir a qualquer instante. Tal sentimento, do qual não encontrava nenhuma definição, ameaçava a qualquer momento rebentar. Nunca se sentira assim. E o mais caricato era que sentia tudo isto por um dos seus maiores inimigos. Mas isso não interessava, nada interessava, só o beijo de Harry e o aperto possessivo que sentia na sua cintura.

De repente Harry rompeu o beijo, deixando Draco estonteado.

O moreno olhou-o nos olhos de uma maneira quase carinhosa, e… Desesperada?

Tinha custado muito, mas Harry tinha rompido o beijo e a plenitude que partilharam, necessitava de dizer ao sonserino o que sentia. Este beijo fora como um bálsamo, para todas as suas feridas de corpo e espírito. Já não fazia diferença que Draco até à uns momentos estivesse do outro lado da guerra, nem que fosse seu inimigo. As repercussões do que aconteceu entre eles já não o preocupavam. Era agora. Não havia tempo para mais, nada, poderiam nunca mais se ver. Ou algum deles morrer durante a batalha que vinha cada vez mais depressa.

Harry tinha esperado tanto por um sentimento como este, tanto que já se mentalizara que nunca o riria conseguir sentir, mas agora que via o que sempre estivera à sua sempre à espera de ser visto, Harry não podia deixar aquilo escapar.

Com uma mão o grifinorio acariciou a bochecha de Draco, enquanto mantinha um braço a rodear a sua cintura. Ambos os rapazes se encaravam. Verde contra cinza, cinza contra verde.

Harry sorriu.

"Draco," ele não se apercebeu de que dissera o primeiro nome do loiro, mas Draco percebeu e isso o fez sorrir. Encorajado pelo sorriso do loiro, Harry continuou. "talvez nós-"

Ambos se assustaram, e separaram-se repentinamente quando ouviram um estrondo que ecoou por todo o castelo e impediu Harry de continuar. Com os corações acelerados, batendo num ritmo descompassado, ambos os rapazes se entreolharam, percebendo que o seu momento acabara.

Sem qualquer aviso, a porta escancarou-se e Hermione entrou pelo espaço adentro seguida por Ron.

"Harry, descobrimos! A Cabana dos Gritos!" disse ela num tom urgente.

Ron olhava para Draco furioso, mas Harry ignorou, trataria disso mais tarde. Isto se sobreviver.

"Vamos."

Dito isto Hermion e Ron saíram pela porta, seguidos por Harry.

Mas o moreno ainda olhou para trás, para o sonserino assustado que ainda se apoiava na mesa. Olhou para os olhos cinza, para depois passar para a sua cara, tentando memorizar todos os seus traços.

Agora Harry tinha algo por que lutar.

oOo Fim da Lembrança oOo

Finalmente ele pode respirar.

O que sentira fora único, algo por que ele sempre esperou mas nunca chegara a pensar que o iria experimentar, muito menos com Draco. Afinal, ele era Harry Potter, o menino que sobreviveu, e a sua missão de vida fora destruir Lord Voldemort, o famoso bruxo das Trevas. Com tal tarefa, ele nunca aspirara a sequer continuar a viver depois do encontro final com o bruxo das Trevas, quanto mais dar-se ao luxo de sentir tal sentimento.

Mas mesmo ainda não sabendo como, Draco Malfoy encontrara um espaço nele que à muito esperara para ser preenchido. Harry nunca se conseguira esquecer da plenitude que sentira quando esteve com o loiro, anos atrás. Nunca esquecera os traços, que mais tarde descobriu que não fora preciso decorar, pois Harry já os sabia de cor.

Ele sabia de cor os sabores, os toques, os gemidos… Ele revira tantas vezes o momento, e agora finalmente teria oportunidade de o fazer acontecer de novo.

E esse pensamento fê-lo sorrir.


Olá \o/

Nova fanfic, e devo desde já avisar que ela só tem mais um capitulo. No entanto o proximo capitulo é o dobro deste, por isso preparem-se! Ele já está feito, só me falta passar para o PC. Quando passar, eu publico-o logo.

A ideia para esta fanfic veio de uma situação bastante caricata, que realmente acho melhor não contar, não vão ficar traumatizados xD De qualquer maneira, espero que gostem.

Fragmentos Intemporais é dedicada à minha m.a Tru, é a unica fanfic que eu escrevi que ela não leu antes de eu a publicar, por isso eu estou com um medo tremendo que ela não goste. Vamos lá ver o.o

E minha gente, deixem reviews sim? Digam-me o que acham da fanfic :D