Dançando com o Diabo

Por Yuuki ai

DoubleShot

Capítulo IÚltimo Suspiro

"Sentia-se um pouco feliz, não como se pudesse escolher, mas sentia-se feliz."

Flashback

Vila de Suna, 1868.

"A Garotinha corria pela enorme mansão dos Sabaku atrás de seu pequeno amigo ruivo, haviam começado a brincar de esconde esconde-esconde algumas horas atrás e ela ainda não havia encontrado Gaara.

Logo precisaria ir para casa pois seu pai fecharia a loja e iria buscá-la, queria se despedir do jovenzinho, agora que ambos estavam com nove anos, Gaara começara a passar muito tempo isolado da vila, na maior parte ficava em sua mansão sozinho ou com seus irmãos e seu pai.

O pai de Gaara era o Kazekage da vila da areia, um senhor muito rígido e distante dos filhos, certas vezes ele ate não parecia amar nem um dos três, Gaara, Temari ou Kankurou. Mas principalmente Gaara, cujo pai sempre dissera que ele havia matado sua própria mãe quando nasceu, houveram muitas complicações e só puderam salvar o bebe.

Por esses motivos, o pai de Gaara sempre o destratava, e era do conhecimento de Hinata que diversas vezes o pai já tentara matá-lo por não aceitar que sua esposa não estivesse mais viva. Assim cada vez mais Gaara entrava em um labirinto de dor, ódio e escuridão.

Desde que fora de seu conhecimento o porque da morte da mãe, Gaara parecia ter trancado seus sentimentos para qualquer coisa, ele acreditava que não havia sido amado nem por um minuto, acreditara que sua mãe o odiara por sem intenção alguma tirar a vida dela.

A única pessoa que Gaara permitia uma aproximação era a pequena Hyuuga Hinata, herdeira primogênita da família Hyuuga, uma aliada fiel e forte ao Kazekage da vila. Conheciam-se desde sempre, desde que Hinata e Gaara nasceram, ambas as famílias já tinham essa aliança.

Parou suspirando encostando a mão em uma das paredes perto de uma porta entreaberta e tirou do rosto alguns fios da franja farta e azulada. Estava pronta para voltar a correr atrás de Gaara quando ouviu vozes conversando dentro do recinto. Eram a voz do garotinho, e do Kazekage.

- Sai! - Gritou o ruivo tentando em vão retirar a mão do pai de sua garganta. O ar estava escapando de seus pulmões, rápido o suficiente para estar beirando a inconsciência.

- Você merece morrer, não é meu filho, é filho do demônio! - A voz era carregada de ressentimento e de cólera somada a força bruta.

A garotinha abriu a porta devagar tentando não fazer barulho algum. Estancou na entrada. Hinata olhava a cena da soleira da porta horrorizada. Queria mandar um sinal as suas pernas para que elas corressem, mas o sinal não parecia chegar, queria gritar para que o homem parasse de machucar seu único amigo, mas a voz estava estrangulada na garganta.

- Hinata! - Gritou o garotinho com a voz angustiada quando viu a amiga parada ali com os olhos perolados transbordados de lagrimas, estava temendo, temendo pelo que o pai faria com ela se ela continuasse ali. - Corra!

Mas Hinata não obedecia, simplesmente não conseguia. Se estava com medo? Claro que estava. Mas o choque era maior. O Kazekage olhou para a morena com um sorriso atroz no rosto e começou a se dirigir na direção da mesma. Gaara caiu no chão um pouco tonto pela falta de oxigênio, mas superou quando percebeu o monstro andando na direção da pequenina Hyuuga.

Olhou um volta procurando algo com o que acertar, e a coisa mais próxima que pode ver foi uma das lanças que seu pai usava quando saia em expedições de caça. Sem raciocinar corretamente, e vendo que Hinata continuava parada ali apesar de suas suplicas para que corresse, pegou o grande objeto correndo em direção aos dois.

- Hinata feche os olhos! - Gritou antes de fechar os próprios e atingir alguém.

Hinata sentiu o carmim respingar em seu rosto e quando abriu os perolados notou uma ponta afiada a centímetros de sua testa manchada de vermelho. A boca caiu chocada com a cena, Gaara havia mesmo acabado de matar o pai? Arregalou os orbes e um grito saiu de sua garganta. O corpo caiu a sua frente de joelhos e depois diretamente com a testa no chão. O Kazekage virou um pouco o rosto para encarar o filho.

- Você não merece mais do que o ódio. - Tossiu um pouco de sangue - Ninguém jamais te amaria, essa besta assassina dentro de você será seu corpo para sempre... - Murmurou como uma maldição e por fim as pupilas rolaram denunciando que seu ultimo resquício de vida tinha se esvaído.

Gaara encarou o pai o no chão e suas mais caíram ao lado do corpo, as palavras do pai entraram como uma melodia do inferno por seus ouvidos, então aquela história sobre ter mesmo uma besta dentro de si, o Shukaku era verdadeira? Não conseguia acreditar, simplesmente não queria. E Hinata naquele momento? O que estaria ela pensando dele? Caiu de joelhos abaixando a cabeça enquanto lagrimas escorriam por seu rosto juvenil.

- Hinata.. - Murmurou - Vá embora daqui agora, não volte nunca mais! - Terminou encarando a garota com seus olhos verdes congelados.

Se existia alguém no mundo que jamais desejaria machucar, esse alguém era Hinata. Ela era a única que Gaara merecia que estivesse ao seu lado.

A garotinha levantou-se olhando para ele uma última vez enquanto inutilmente tentava limpar as lagrimas e o sangue de seu rosto. Lançou-lhe um olhar de medo que no fundo tinham um pouco de melancolia e dor e se dispôs a correr pelo corredor tentando encontrar a saída da mansão. Seus pulmões ardiam, ardiam como se tivesse fogo passando por suas narinas. As pernas pequenas ainda estavam duras pelo choque, mas a morena não parava, ela queria sair dali, precisava sair dali.

Correu ate alcançar o jardim querendo encontrar os portões da mansão que pareciam não chegar nunca. Fechou os olhos e continuou a correr não notando um grande galho de um carvalho a sua frente. Bateu a cabeça com um estrondo e logo tudo ficou preto. "

Flashback

"A cabeça doía e pesava latejando. Crispou um pouco as sobrancelhas e se forçou a abrir os olhos apesar do cansaço que sentia. Piscou algumas vezes tentando descobrir onde estava. A brisa suave adentrava o quarto tornando-o morno naquela tarde ensolarada do Vilarejo de Suna.

O quarto era totalmente branco, com exceção das cortinas de linho que balançavam com aquela brisa, a única parte colorida do quarto. Com alguma dificuldade sentou-se na cama percebendo não estar sozinha. O pai encontrava-se sentado na poltrona perto da cama. O mesmo abriu os olhos devagar e encarou sua primogênita.

Levantou-se rapidamente e foi até a cama sentando-se ao lado dela olhando em seus orbes iguais.

- O q-que aconteceu? – Perguntou meio vacilante.

- Você foi encontrada a duas noites no jardim da mansão Sabaku desacordada Hinata. – Murmurou como se explicasse algo para uma criança a milésima vez. – Não se lembra de nada naquela noite?

Hinata olhou para as próprias mãos no colo entrelaçadas e tentou lembrar de algo. Esconde-esconde, corredores, Gaara, Kazekage, gritos, sangue, morte. A cabeça latejou um pouco com as memórias que a invadiram. Se lembrava, mas não queria lembrar. Era melhor fingir que não sabia de nada, apesar do medo, não queria causar a Gaara mais problemas do que o mesmo já deveria estar tendo.

- N-não.. Não consigo me lembrar.. – Gemeu baixinho.

- Hinata, olhe para mim. – O pai chamou calmo. A pequena olhou para ele ainda temerosa que o pai descobrisse sua mentira. – Gaara matou o próprio pai duas noites atrás. Sinto muito, mas você não pode mais ficar perto dele.

- Gaara-kun.. – A Hyuuga disse ainda olhando para Hiashi que a encarava com alguma pena dentro de si. – Ele está bem?

- Na medida do possível sim, está sendo mantido dentro da casa em uma área isolada. Temari e Kankurou vão ficar com ele. Não se preocupe. Apenas tente lembrar de alguma coisa quando puder. – Pronunciou e levantou-se pronto para sair do quarto, dando um último aceno para sua primogênita.

A garotinha olhou para a janela aberta e suspirou. Lágrimas começaram a cair dos olhos perolados. O que seria de Gaara agora? Precisava esquecer, queria esquecer dele o quanto antes, esquecer do que vira. Afinal, o garotinho mesmo a mandou embora, disse para que nunca mais voltasse."

Vila de Suna, 1875, sete anos depois.

Crescera, crescera e se tornara uma das moças mais bonitas de toda a vila de Suna. Nunca mais havia ouvido falar de Gaara, a não ser pelas pessoas que diziam que o monstro havia crescido e que a qualquer momento poderia atacar a vila e matar a todos, como matara o pai.

Desde que o incidente ocorrera, o governo de Suna havia sido passado para as mãos de Hyuuga Hiashi, mesmo que ele não fosse um Sabaku, era o único apto a governar aquela Vila com sabedoria.

Hyuuga Neji viera de Konoha para ajudar Hiashi na tarefa de governar aquele imenso deserto. E além dessa tarefa, viera como noivo que desde sua infância havia tido Hinata como sua prometida. Durante aqueles anos, tudo o que fez foi se aproximar da moça, algumas vezes se exaltar com a bondade que ela tinha colocando os outros a frente da mesma, mas acima de tudo, apaixonara-se por ela.

Hinata era como um fio de luz quando o Sol nascia, aos poucos era capaz de iluminar todo um reino, assim como ela iluminara seu coração. Sabia do envolvimento da garota com Sabaku no Gaara quando eram crianças, de como sempre foram próximos e de como ela era a única pessoa de fora que ele deixava se aproximar.

Estavam sentados em um dos morros um pouco longe do centro do vilarejo. Hinata lia um livro silenciosamente enquanto Neji apenas treinava alguns golpes, assim como fazia todos os dias. A garota Hyuuga hora ou outra fechava o livro e dirigia um sorriso para Neji que se limitava em acenar com a cabeça.

Tornara-se uma pessoa muito silenciosa desde que fora afastada de Gaara, não era mais aquela garotinha risonha que um dia fora quando os dois brincavam juntos por todos os arredores do Vilarejo como duas crianças normais. Naquela época encontravam um no outro o conforto que mais ninguém naquela vila poderia oferecer. Hinata sempre havia sido olhada com curiosidade por seus olhos. Muitos pensavam que a garota fosse talvez até cega, e acabavam se afastando pensando que ela deveria ser vítima de alguma feitiçaria. E Gaara? Gaara sempre havia sido olhado de maneira diferente por todos, e nem o garotinho entendia porque, até o dia da morte do pai.

Quando sozinha, ainda pensava em tudo que ocorreram naqueles anos. Como foi forçada a esquecer aquelas memórias que aos poucos não se lembrava mais todos os dias, até que fossem algo muito afastado, de muito tempo atrás. No entanto, ainda se lembrava todos os dias, todos os minutos, todos os segundos de Gaara, ainda se preocupava com ele, ainda queria saber como ele deveria estar, como estava vivendo, se estava pelo menos minimamente feliz.

Constantemente sonhava com ele. Era quase como se por nenhum momento ele tivesse abandonado-a. Como se por toda uma vida, ele a assistisse por forma de sonhos, como se sempre estivesse ali a espreita, apenas esperando para que algo acontecesse. Amava Gaara? Talvez, mas não se permitia pensar muito nisso, afinal, estava noiva de outro homem. Um homem que apesar de ser zeloso com ela, tratá-la com todo o respeito do mundo, não tinha os olhos e os cabelos vibrantes, não tinha a personalidade que Gaara tinha.

Achava Neji um homem bonito, sempre achara. Os cabelos lisos presos em um rabo de cavalo baixo, os olhos profundos que sempre pareciam querer ler os pensamentos da garota, os músculos bem desenhados nos braços, pernas e abdome devido a horas e horas de treinamento intenso, tudo davam a ele um toque sensual que Hinata gostava.

Sentia-se um pouco feliz, não como se pudesse escolher, mas sentia-se feliz.

XxXxXxXxX

Havia sido avisada que o casamento ocorreria em alguns dias, e naquele momento o choque de realidade estava começando a acertá-la em cheio. Quando presentes começaram a chegar, e em todo lugar que passava na rua, pessoas a cumprimentavam por seu casamento, pela primogênita estar quase sendo capaz de passar o pai.

Sentia que não estava pronta. Em momento algum estaria. Nunca havia feito nada demais com Neji, apenas deixara que ele a beijasse uma vez, e logo depois o rosto ficara tão vermelho que desmaiara, não querendo outra aproximação do primo. E agora se casaria com ele? Tão cedo assim? Com dezesseis anos? Daria a ele o que lhe era mais importante?

Um temor passava por todo o seu corpo, e uma culpa imensa a invadia quando o primo lhe parecia tão ansioso em se casar com ela, em torná-la sua. Quando ela pensava que passaria o resto da vida ao lado dele, não que parecesse como um sacrifício ou tortura, simplesmente não conseguia acreditar que pudesse ser a pessoa certa para ele, ou para governar um reino. Não era firme como seu pai.

- Hinata-chan? – Chamou uma garota de cabelos róseos adentrando o quarto da garota sem pedir licença.

- Sakura-chan! – Proferiu a mesma com alguma alegria. Fez um sinal para que ela se aproximasse e se sentasse na cama ao lado da amiga.

- Soube da notícia que seu casamento esta chegando. – Disse a Haruno observando o rosto de Hinata por um segundo ter um brilho decepcionado nos olhos. – O que houve Hinata-chan, não está feliz? – Perguntou passando uma das mãos pelo rosto da garota que baixara o olhar.

- Estou sim Sakura-chan, só não sei se é o que eu realmente queria.. – O timbre triste na voz da garota fez com que Sakura se aproximasse um pouco mais e a abraçasse apertado.

- Sente falta de Gaara, não sente? – Indagou com um fio de voz. Hinata deixou algumas lágrimas escaparem primeiro, e logo o choro mais forte veio fazendo com que seu corpo balançasse com os soluços.

- Sakura-chan... Não sei onde ele está, não sei se ele está bem, ou se ainda pensa em mim. – Encarou diretamente os olhos esverdeados da amiga que a olhavam com tristeza. – Eu sei que não deveria me sentir assim, dessa maneira, mas eu me sinto.

- Não é crime algum amar outro homem que não seja seu primo Hinata.. Mas, Gaara não é uma possibilidade viável, não sabe onde ele está, e ele carrega esse demônio.. – Disse um pouco vacilante diante da expressão da amiga, que deu-lhe um sorriso terno.

- Gaara-kun não é um monstro Sakura-chan, nunca foi! – Convicta de suas palavras limpou algumas lágrimas. – Mas eu vou fazer o que tem de ser feito, não posso decepcionar meu pai. É minha chance de provar a ele que eu mereço isso tudo. – Por fim completou olhando a amiga tentando parecer firme, por mais que estivesse desabando por dentro.

XxXxXxXxX

Observava a paisagem noturna da enorme janela do aposento. O brilho da lua o lembravam dos olhos dela. Os olhos bonitos e gentis de tantos e tantos anos atrás. Os olhos que por nem um minuto sequer esquecera.

Suspirou e remexeu a mão observando os grãos de areia a seguirem como um imã. Aquela maldita areia não o abandonava nem por um segundo sequer, sempre ali para lembrá-lo das palavras do pai, sempre ali para fazê-lo lembrar o porque de não ter mais Hinata em sua vida.

Não sentia mais nada. Havia aprendido a calar suas emoções desde aquele dia, desde que fora condenado a ser banido da vila de uma vez. A ficar longe, ou caso contrario seria morto. Eram todos tolos, Sabaku no Gaara não seria morto por nenhum exército medíocre. Ele poderia matar todos eles sem hesitar.

Todas as emoções que um dia sentira haviam sido camufladas por um tempo, depois foram esquecidas. Trancafiadas na parte mais sombria de seu ser para dar espaço a um ser frio, que não se importava com mais nada além de si mesmo. Mais nada.

- Gaara. – Sua linha de pensamento foi interrompida pela irmã que sem pedir permissão alguma entrou dentro do aposento.

- Sabe que eu odeio que entre aqui. – Murmurou perigosamente diante da aproximação da irmã.

- Eu sei Gaara, mas tem algo que eu devia te contar. – Argumentou um pouco mais séria indo em direção a seu irmão mais novo. Parou em frente ao mesmo estendendo-lhe um envelope com uma caligrafia caprichada.

Hyuuga Neji e Hyuuga Hinata

Convidam a família Kusanagi a comparecer a união dos noivos da família Hyuuga. Hyuuga Neji e Hyuuga Hinata.

Data: 03/08/1875

Hora: 20:00 horas.

Os olhos passaram rapidamente por todas as letras do convite e se deteram no nome Hyuuga Hinata. Hinata. Ela ia se casar. Um fio de algo amargo passou correndo pela espinha de Gaara, algo que ele não conseguiu identificar, e logo o convite estava jogado ao chão.

- Onde conseguiu isso? – Perguntou sem muito interesse a Temari.

- Roubei do entregador de convites. – Sorriu lembrando-se de como havia feito para pegar um convite, ameaças eram sempre bem vidas. – Achei que deveria te avisar, por..

- Por nada. – O ruivo a cortou atroz antes que a loira terminasse a frase.

- Mas Gaara.. Hinata é a sua única..

- Chega,já disse que não, está querendo morrer? – Perguntou chegando perto o suficiente de Temari para fazê-la temer por sua vida.

- D-desculpe Gaara. – Se apressou em dizer e logo saiu do quarto encostando a porta devagar.

O jovem sentou novamente naquela poltrona vermelho sangue assim como seus cabelos e continuou a observar a areia do deserto sendo iluminada pelo brilho da lua que insistia em lembrá-lo da última vez que vira aquele olhos, que demonstravam medo, e choravam diante dele, diante da cena que vira.

Nem por um minuto seu subconsciente deixara de imaginar como Hinata deveria estar. Como deveria ter mudado e crescido, se estava bem, se não haviam castigado a garota por estar na mesma casa que o assassino no dia da morte do Kazekage, se não a olhavam com medo também. E agora mais uma dúvida se instalava na cabeça do ruivo. Será que Hinata realmente amava Neji?

XxXxXxXxX

A hora se aproximava. O nervosismo da morena era quase tocável. Os olhos tremiam a cada pessoa que adentrava o quarto. A cada criada que tocava em seus cabelos ajeitando-os de acordo com a tradição, arrumando seu vestido, maquiando os olhos perolados, colocando em seu corpo muitas essências, uma para cada sentimento.

A única que não causava nenhuma angústia na garota era sua amiga rosada que permanecera sentada ali o tempo todo enquanto arrumavam a Hyuuga, hora ou outra rindo um pouco de como a jovem estava sendo o centro das atenções, algo que Hinata não gostava muito, mas que estava sendo necessário.

Ainda se lembrava da conversa que tivera com Neji um pouco mais cedo, quando o mesmo se ajoelhara perante ela e dissera que queria tentar fazê-la feliz. O peso que caiu sobre seus ombros fora tão grande que não viu outra saída senão permitir que o mesmo tentasse.

- Hinata, está magnífica! – Cantarolou Sakura parando ao lado da amiga e apontando para a parede onde estava o enorme espelho.

O corpo escultural emoldurado pelo vestido sereia pérola assim como seus olhos faziam com que a Hyuuga fosse a visão da tentação e da pureza. Os cabelos presos apenas uma parte atrás com algumas ondas, e a franja solta como de costume um pouco acima dos olhos revelando a maquiagem perolada e prateada que faziam o olhar estar ainda mais brilhante do que de costume. Os brincos com gotas que adornavam as orelhas e o colar que combinava dando um toque suave a produção.

Sorriu para a amiga tentando encorajá-la. Não era como se fossem fazer algo simples e que Hinata tinha medo, estava indo encarar sua decisão para toda uma vida. Suspirou baixando um pouco a cabeça e logo depois olhou para Sakura.

- Sakura-chan, se importa se eu ficar um pouco sozinha? – Perguntou sem parecer rude. Sakura sorriu e aproximou-se da jovem depositando um beijo na testa da mesma.

- Seja la o que decidir, estarei sempre do seu lado. – Disse por fim antes de se retirar silenciosamente.

A Hyuuga olhou novamente para seu reflexo no espelho e algumas lágrimas se formaram no canto de seus olhos. Não deveria estar se sentindo como se estivesse prestes a perder algo muito importante, deveria estar feliz por estar se casando com um homem que a amava e que tentaria fazê-la feliz.

Sentou-se na mesma cadeira que permanecera por horas a fio sem poder se levantar fechando os olhos. Sentia-se cansada. Alguma coisa dizia a ela que aquela não era a decisão certa. Que não deveria se casar com Neji. De alguma maneira estranha, sentia-se atada a Gaara, como se estivesse prestes a traí-lo. Talvez fossem seus sonhos que a deixaram daquela maneira, talvez aqueles olhos verdes que tantas vezes sonhara em ver de novo, aquela voz que sempre chamava seu nome..

- Hinata. – Sorriu com a lembrança de seu subconsciente, parecia tão real, tão próxima.

- Gaara.. – Pronunciou em um suspiro.

A lembrança era tão real, que pareceu sentir o mesmo toque gelado e suave de tanto tempo atrás em seu ombro, escorregando por seu braço devagar, apenas uma carícia...

- Gaara.. – Chamou mais uma vez abrindo os olhos podendo visualizar a imagem do ruivo a sua frente.

Os orbes perolados se arregalaram em surpresa, e Hinata instantaneamente levantou-se parando diante do jovem, estava sonhando, só podia ser, há quanto tempo não olhava para aquele rosto?

- Gaara! – Sibilou entre os lábios rosados e macios. Todos os pelos do corpo feminino se arrepiaram, e uma corrente elétrica percorreu sua espinha.


ooooooie gente *-*

Estou aqui com o primeiro capítulo da minha Doubleshot para o Desafio GaaHina da minha querida FranHyuuga.

Então, eu tive essa idéia para a minha Double shot por causa de um sonho. Eu estava pensando nessa Double que eu tinha que terminar urgente, eu comecei ela no fim de Junho, mas fiquei sem idéias e deixei, depois fui viajar dia 6 de julho e voltei so dia 21, então estava desesperada por não ter nenhuma idéia que prestasse, e isso me consumiu.

Acabei tomando duas xícaras de café enormes na noite passada, e fiquei acordada até praticamente as seis da manhã sem escrever nada, apenas lendo e relendo alguns pedaços que eu já tinha escrito. Acabei indo dormir, e acordei três horas depois com uma idéia que me agradou.

Agora Gaara voltou pra encontrar Hinata por causa de seu casório, o que será que o ruivo esta planejando para a nossa mocinha? Vou postar o segundo e último capítulo no último dia do desafio para deixar todo mundo curioso!

Aguardo reviews, e espero que gostem!

Beeeijos :*