CAPÍTULO 1: ADRENALINA PURA!
- Bella, não vá. Já falei que isso é perigoso – Alice tentava me barrar.
- Alice desgruda. Preciso dessa grana e você sabe disso. Eu não posso perder a única lembrança da minha família – já entrei dentro do possante e liguei a ignição.
- Se for preciso eu te empresto, mas não faz isso.
- Desculpa baixinha, mas eu preciso – saí da casa dela queimando pneu, fazendo com que meu carro chegasse a 120 km, em menos de 100 metros. Ela era minha amiga, mas nunca iria entender o que é viver sozinha a vida toda e se descobrir com uma casa, de parentes que você nunca nem sabia que existia, mas que é sua. Se não fosse pela hipoteca do banco. A vida não é justa para quem não tem grana, e Alice deveria saber disso.
Vivi cercada de luxo e de tudo de bom que o dinheiro pode comprar. Mas isso tudo não era meu, e sim dos meus amigos. Minha vida toda, sempre sonhei com um pai uma mãe e irmãos, não posso reclamar, pois os pais dos meus amigos são tudo de bom que eu tenho. Esme, mãe de Jasper e Emmett, é a pessoa mais doce que eu já conheci na vida. Os pais de Rosalie e tios de Alice também são boas pessoas. Vivi no orfanato Mandala até completar 18, e tudo o que aprendi na vida devo a dona Esmeralda, uma senhora muito boa e com o coração de ouro. Como o orfanato era na mesma rua do pessoal, fiquei sendo amiga deles desde cedo. Alice é minha melhor amiga, mas também teve suas dificuldades quando seus pais faleceram e ela teve que morar com os tios. Rose, prima de Alice é linda, loura, alta, corpo bem feito e muito inteligente. Tem vocação para dondoca, mas é boa pessoa. Meu celular tocando, deve ser o Jake.
- E aí Jake, o que manda? – devia estar querendo saber se haveria alguma mudança.
- Oi Bell, já está vindo?
- Estou dobrando a esquina.
- Eu imaginei que você não fosse desistir, posso ouvir o motor do possante daqui. – sua voz estava risonha – você nunca desiste não é Bella.
- Claro que não desistiria, e Jake me faz um favor.
- Qualquer coisa Bell.
- Esteja onde eu possa te ver. – da ultima vez ele ficou atracado com a Leah na garagem dos carros e eu tive que resolver os problemas sozinha. E se não fosse por Quil, teria ficado sem o nitro.
- Pode deixar. Não vou te abandonar. E já estou te vendo. – com isso ele desligou.
Jake assim como Quil, Seth e Sam eram mecânicos e me ajudavam com o possante. O pai de Jake era dono da oficina 'The Black Motors', e todos os carros da região vinham fazer reparos aqui. Claro que os envenenados ficavam por conta dos meninos, que eram todos parentes. Seth e Quil eram irmãos, primos de Jake e sobrinhos de Sam. Enfim a família toda estava reunida. Os meninos assim que me viram ficaram aguardando com o cilindro, onde continha 'a mistura'. Quando encostei reparei que não estavam me olhando, mas sim olhavam para atrás de mim. Não precisei virar para saber do que se tratava. The Corvette, ou seja O Corvette, gelei na base mas não demonstrei. Alguns me perguntam por que chamo meu bebê de possante, bem por que ele é possante, mas o Corvette ele é o que diríamos de máquina de correr. Se eu iria vencer hoje ninguém poderia saber.
Ele era o melhor carro da categoria, estava envenenado até a tampa com nitro, e tinha todos os cavalos de potência que você podia contar. O ronco do seu motor deixava qualquer um no chinelo. Quem era o motorista? Um mistério. O carro aparecia, disputava, vencia e partia sem nunca se identificar. Nunca havíamos corrido juntos, nem contra como agora. Se era um homem ou uma mulher ninguém nunca soube. O carro parou do meu lado, os vidros totalmente escuros, não dava para ver sequer o contorno do motorista. Apenas se tinha a impressão da chama de um cigarro, que hora acendia hora apagava. Precisava muito vencer esse carro, sem a grana da disputa adeus casa, faculdade e talvez até meu possante.
- Bella, já sabe. Tenha cuidado e deixe para usar o gás no último instante – enquanto Jake falava, não conseguia tirar os olhos do carro ao meu lado, a chama do cigarro voltou a acender – terra chamando Bella...
- Desculpe Jake. Mas você não precisa se preocupar, é só carregar o gás e o resto deixe comigo. – minhas mãos suavam frio – quem mais está na disputa?
- Os caras de sempre, Embry, Scott e tem um novato chamado James. Esse é barra pesada pelo que fiquei sabendo, ele joga sujo. E como você é a única mulher, tenha certeza de que ele vai tentar alguma coisa.
- Eu sei. Mas essa é a minha única chance – olhei novamente para o meu lado onde o moto rugia como uma pantera pronta para atacar – Obrigado mais uma vez meu amigo.
- Não me agradeça ainda. Força e olhos na estrada. Se lembre que o Corvette sabe quais sãos todas as manobras dos seus adversários, e cada ponto fraco, e ele vai ir com tudo pra cima de você – como ele sabia de tudo isso eu não sei.
- Se acontecer alguma coisa comigo...
- Nem termine essa frase Bella. Estamos todos com você. Além disso os meninos só estão aqui para te dar apoio, ninguém além do Corvette e James irão disputar nada com você. – nisso ele estava certo, nós tínhamos um acordo, de que quando eu corria, eu vencia. Era a única forma de me manter, vencendo e ganhando a grana. – agora meu anjo é com você – ele me fitou com seus grandes e expressivos olhos, sorriu de lado e foi para trás com os seus primos.
Leah ficou na frente dos carros, e num ato de loucura, tirou a calcinha por baixo do vestido jogou-a pro alto essa foi a largada. Só mesmo Jake para gostar dessa doida. Foquei meus pensamentos na estrada, e na minha família que eu não cheguei a conhecer, mas que de alguma forma seria lembrada no meu coração. O Corvette saiu na frente comigo logo atrás, Embry ficou na minha cola, e logo atrás James tentava a todo custo passar por Scott. Ele era jogo sujo, começou a bater na traseira de Scott tirando ele da disputa. Logo veio para mim e Embry, este por sua vez sorria que nem criança. Como se estivesse num jogo de vídeo game. James tentava passar por nós dois, e o Corvette reduziu velocidade, como se estivesse apreciando a disputa que se seguia atrás dele.
Minha adrenalina estava a mil nessa hora, logo a nossa frente estava o túnel, e essa era a parte mais perigosa do percurso. Ali valia tudo, já teve algumas mortes por causa de alguns motoristas mais ousados. Era por isso que Alice esta tão preocupada. Meu amigo não chegou a entrar no túnel, seu carro deu pau. Agora a disputa era somente, o possante, o corvette e o dodge de James. Não poderia tentar nenhuma gracinha agora, teria que manter a calma e deixar para dar show no final. O gás estava no topo e pronto para se descarregado. Como eu imaginava fui fechada por um James muito nervoso. Se eu não soubesse das suas estratégias teria batido também.
Ele seguiu em busca do corvette, que a essa altura estava à poucos metros. Fiquei observando a briga de cachorro grande que ocorria a minha frente. Estava ansiosa e minhas mãos não paravam de suar. O meu olhar bateu em algo brilhante saindo do carro do tal James. Se eu estivesse certa aquilo iria parar o carro do nosso adversário. Era um estabilizador. Quando era jogado nos carros paravam o motor, e dependendo da velocidade o acidente era fatal. Parecia que o condutor do corvette não estava preocupado, pois não se afastou como eu imaginei que faria. Só sendo louco mesmo para ficar assim.
De repente o que eu mais temia aconteceu, James jogou o estabilizador no carro, e este foi em direção à coluna do túnel, se ele batesse ali seria seu fim, deveria estar nuns 200 por hora. Passou raspando e arrancado concreto da parede, o carro rodou, rodou, e parou ao meu lado. Era minha chance se vencer, mas eu reparei que seu motor estava saindo fumaça e logo daria um curto. Se eu não saísse dali logo perderia, mas não podia deixar uma pessoa mesmo sem saber quem era, ficar a mercê da sorte. E se ele estivesse desmaiado, ou pior morto. Droga! Eu e meu coração mole. Reduzi a velocidade e parei a uma boa distancia do carro, buzinei na esperança de que seu condutor saísse. Nada. Merda, mil vezes merda. Por que essas coisas acontecem comigo...tomara que não estivesse morto, nem desmaiado.
- Ei, você do carro. Temos que sair daqui, seu carro não vai mais andar – silencio – se você quer virar churrasco, o problema é seu, eu não quero – nem um movimento – Ok você venceu. – fui me aproximando e abri a porta, o que eu vi quase me fez perder o chão. Olhos frios e verdes me fitavam, como se eu estivesse cometendo um crime ao tentar salvar sua vida. Bom pelo menos ele não estava morto. Ele era lindo, pele clara, cabelos revoltos e os olhos mais lindos que eu já vi na minha vida – Oi, você consegue andar? – ele não me respondeu, continuava me olhando com cara de bobo – você tem que sair daí, pode ser que seu carro exploda.
- E quem liga – sua voz aveludada me respondeu.
- Eu ligo, e agora sai logo dessa merda de carro. Não tenho o dia todo para esperar sua humilde decisão. – ele me olhava como se eu fosse um ET – além disso, não posso te carregar sozinha, por isso levanta a bunda daí e entra no meu carro – percebi que ele saiu do transe e saiu do carro. No momento que eu ia tentar sair do seu caminho minhas pernas não obedeceram tropecei e iria cair sentada no chão. Mas suas mãos fortes e ágeis me seguraram e ficamos a centímetros um do outro, podia sentir sua respiração batendo no meu rosto. Me livrei dele e dei as costas seguindo em frente em direção ao possante. Percebi que ele procurava alguma coisa dentro do carro, fiquei esperando em frente ao meu. Era um maço de cigarros, pelo menos ele resolveu colaborar. Se ele pensa que fumaria aqui estava enganado. Sentei atrás do volante e esperei o play boy entrar – e agora é melhor você colocar o sinto e se segurar, e nada de fumar dentro do meu carro falou.
- Tudo bem. – ele falou e guardou o maço no bolso da jaqueta. Quando ia sair do túnel, vi que James estava a minha espera – mas o que ele quer agora? Já não basta quase nos matar e ainda quer mais – fiquei parada na saída do túnel sem saber o que fazer.
- Não vá por aí, pegue a próxima saída a sua esquerda – foi tudo o que o play boy falou. Olhei para ele e fitei bem seus olhos. E que olhos. Não acreditava que pudesse existir pessoa mais linda que ele na terra.
- Se eu for por ali ele vai ganhar. E se não reparou ele não quer ganhar fácil, ele quer disputar.
- Se você seguir em frente pode ser nosso fim – agora ele estava me olhando e encarando – teremos o mesmo destino do meu carro.
- O que há entre vocês?
- Esse cara me persegue há meses. Não sabia que sua obceção fosse chegar a tal ponto. Agora por favor faça o que eu digo e vá pela esquerda.
- Não vou fazer nada do que você quer. Nem sei quem é você e vem me dando ordens dentro do meu carro.
- Prazer Edward Cullen, e agora vire a esquerda... – não dei chance dele terminar.
- Mais nem fudendo – acelerei o carro e vi que James fazia o mesmo. Claro que sua vantagem era muito boa. O tal Edward ficou furioso só faltou soltar fogo pelo nariz. O possante estava pronto, eu estava pronta, e se ele não quisesse correr perigo não devia ter saído de casa.
- Você é louca. Por que não me ouviu?
- Vamos esclarecer umas coisinhas meu caro Edward, em primeiro lugar não sou louca, me chamo Isabella. Em segundo lugar ninguém me diz o que eu tenho que fazer. Em terceiro e ultimo eu preciso dessa grana, quase tanto quanto você precisa dos seus cigarros. – eu falava alto por conta do barulho do motor – agora se você quer mesmo colaborar, coloca a droga do cinto e se prepare por que o show vai começar.
- Depois não diga que eu não te avisei moça. – ele estava nervoso – você não tem noção com quem está se metendo, esse cara é o maior bastardo que eu conheço. Nenhum dinheiro vale o risco.
- Isso é por que você tem muito dinheiro – não iria dar ouvidos a ele justo agora que a chegada estava perto – minha vida toda eu matei muitos leões e engoli muitos sapos todos os dias para sobreviver e ter alguma coisa, e não vai ser agora que irei desistir. Não tenho medo de cara feia. Então fecha o bico e coloca o cinto. – ele ficou da mesma forma, e eu acelerei fundo o possante. Se era guerra que James queria era guerra que ele iria ter - só mais uma coisa. Está vendo esse cilindro abaixo de sua mão direita? – ele assentiu – preciso que coloque na máxima potência. É só rodar o relógio atrás dele. – ele fez como eu mandei.
- O que isso faz? Não vejo muita função em um cilindro vazio. Mais parece uma bomba caseira do que qualquer coisa.
- Você não está de todo errado, isso é uma bomba sim. Mas de uma mistura muito interessante que meu amigo Jake faz. Agora deixe de conversa fiada e coloca isso aqui – indiquei o local onde o cilindro se encaixava – agora quando eu contar até três você puxa essa alavanca – ele só me olhava com cara de pastel – entendeu?
- Você é sempre bem educada assim? – ele estava com um sorriso bobo no rosto, o que o deixava ainda mais lindo.
- Só quando me deixam nervosa. – eu também sorri.
- O que tem no cilindro? Se for nitro não adianta. Sei que James tem muito gás e é muito mais potente do que seu carro, sem querer ofender é claro.
- Você não me ofende. Mas o que tem aí é segredo de estado. Não posso te contar o que é, por que nem eu sei – era mentira é claro que eu sabia – mas isso vai fazer seu amigo ali comer poeira. Nesse casso fumaça mesmo. – na próxima curva me preparei para contra atacar – É agora.
- UM...
- Se sairmos vivos dessa... – ele começou a falar.
- DOIS...
- Gostaria de te agradecer por ter salvo minha vida hoje – mas eu não fiz nada, só mandei ele tirar a sua linda bundinha de dentro do carro, mas tinha uma coisa sim que ele poderia me dar...
- TRÊS... PUXA!
O carro deu uma guinada para frente e passou o carro do James, dei um grito de alegria e reparei que Edward estava muito surpreso com meu bebê. Como dia Jake pau na máquina mano, ele se agarrava fervorosamente no banco de carro e acho que não respirava. Meu velocímetro estava no final, e o Dodge ficou para trás. A linha de chegada surgiu, e com ela todos os meus amigos, inclusive Alice. Faltava pouco, a grana iria ser minha e poderia salvar a hipoteca da casa. Os meninos ao longe começaram a pular e acenar para mim. Dei mais uma forçada no motor e venci.
-Venci – eu gritava para todos ouvirem – Jake, Alice eu ganhei...nós ganhamos eu nem acredito – fui puxada para um abraço coletivo de todos aqueles que eu sabia eram minha verdadeira família.
- Eu não fiz nada Bella. Você fez tudo sozinha – Jake disse dando seu sorriso iluminado que só ele tinha – e a mistura deu certo de novo. A propósito quem é aquele cara encostado no possante?
- Ah, ele é o cara do Corvette. Mas essa é uma longa história e depois eu te conto. Eu quero é saber do meu dinheiro, por que a noite é uma criança e ninguém me segura – fui colocada em seus ombros e ele ficou pulando comigo para lá e para cá. Ainda bem que Leah, não era ciumenta, se não já viu né.
Passamos um tempo comemorando e contando meu dinheiro. Edward sumiu, acho que não queria se misturar com os pobres da periferia. Era melhor assim, de mauricinho esnobe já estava farta. James também não deu as caras. Deve ter ficado com vergonha de ter perdido para uma mulher. Isso não era um bom sinal, preferiria que ele despejasse suas diferenças de frente. E se ele sumiu era por que alguma coisa ele iria tramar. A grana ia dar para pagar a hipoteca e fazer uns reparos no meu bebê. E o que eu mais queria agora era um bom banho e uma cama bem fofinha para descansar.
- Bom galera, eu já vou. Estou um caco, e ainda tenho que seguir para Port Angels amanhã bem cedo. Alice você quer carona?
- Não Bella, o Jazz vem para cá mais tarde. Disse que quer comemorar sua vitória.
- Então até amanhã. – me despedi do restante da turma e fui para meu carro. Quando fui passando pela porta da garagem fui puxada por mãos grandes e fortes, não consegui esboçar nenhuma reação. Somente quando eu vi quem era senti que meu coração ia sair pela boca.
- Não achou que isso ia ficar assim não é docinho? – era James, e ao que parece tinha bebido todas – você me fez perder muito dinheiro hoje. E isso eu não vou deixar barato – ele passava suas mãos pelo meu rosto, e eu tentava me libertar do seu aperto mais ele era forte. Com apenas uma mão ele me prensava na parede e a outra ele tapava minha boca. Quando olhei sobre o ombro dele vi a ultima pessoa que achei que veria. Ele estava com alguma coisa em sua mão, e em seus olhos não havia nada a não ser ódio. Fiquei esperando para ver o que ele faria. Implorando com os olhos para que ele não se arriscasse a toa. Mas ele não me deu bola, deu uma paulada em James que caiu aos meus pés. Apenas fiquei lá parada, olhando para o corpo estendido no chão.
- Você está bem? – não eu queria dizer – acho que agora estamos quites.
- Ele está morto? – fui me abaixando para verificar, mas ele foi mais rápido.
- Não está. Infelizmente, mas vamos sair daqui antes que ele acorde e eu tenha que realmente matá-lo.
- Você faria isso? Nada na vida vale tirar a vida de outra pessoa – ele estava falando sério eu podia perceber isso.
- Você não sabe nada de mim garota. Então não tire suas próprias conclusões. – ele foi me dando as costas e eu peguei em seu braço. Uma corrente de emoções passou por mim, como um descarga elétrica. Ele também sentiu pois tirou o braço.
- Só queria dizer obrigado. – ele virou de frente para mim, achei que iria falar alguma coisa, mas não disse nada. Quando ele ia virando novamente para ir embora eu falei a primeira coisa que me veio na cabeça – Você quer uma carona? Afinal seu carro deve estar sem condições de te levar para casa.
- Eu aceito sua carona – ele falou sem se virar – mas com uma condição.
- E qual é? – ele se virou para mim e foi chegando perto, fiquei parada onde estava e não conseguia me mexer. Ele pegou minha mão e me olhou bem dentro dos olhos para depois dizer.
- Eu dirijo – e com isso tirou a chave que eu segurava. Não protestei, nem neguei como normalmente faço quando querem dirigir meu carro. Somente deixei ele seguir em frente e se sentar no meu banco. Ele ligou o carro e gritou para mim – Você não vem?
Saí do transe e entrei. Fiquei tentando achar qual foi o momento em que ele me hipnotizou dessa forma. Nunca ninguém além de Jake e eu dirigimos o possante. Isso não estava certo. Mas o que eu podia fazer o cara tinha acabado de salvar minha vida. Não tinha nada de mais em ele dirigir meu carro. Ou tinha?
- Você está calada de mais – ele virava nas ruas da cidade em alta velocidade – eu não moro muito longe. Só mais algumas quadras.
- Sem problemas. – não tinha mais assunto.
- Então Isabella. Você foi muito bem hoje. Fiquei impressionado com sua manobra mais cedo. Quem te ensinou a dirigir – olhei para ver se ele estava sendo sincero em suas colocações, ao que parece estava.
- Bom, pode me chamar de Bella. E obrigado, quem me ensinou foi o Jake.
- Esse Jake, ele é seu namorado? – por que será do interesse.
- Não. Na verdade ele é um irmão que eu nunca tive. – não queria aprofundar na conversa. Mas ele era insistente.
- Me fale sobre você.
- O que quer saber?
- Quando aprendeu a dirigir? – nesse momento paramos em frente à mansão do médico mais rico da região, então era daí que eu lembrava do nome dele. Sim seu pai era Carlisle Cullen.
- Quando eu era mais nova descobri que esse carro pertenceu ao meu pai. Nós o restauramos e começamos a competir. No início era mais por brincadeira. Mas a coisa foi ficando mais séria a medida em que ganhávamos dinheiro e ...bem você não deve estar interessado nessas coisas.
- Na verdade estou sim. – fiquei sem saber o que dizer – quem sabe a gente não marca alguma coisa e você me conta o resto dessa história.
- É. Pode ser. – saí do carro para pegar o volante, paramos um de frente para o outro – é melhor eu ir. Preciso ir a Port Angels logo cedo. E além do mais parece que vai chover.
- Para variar não é? – ele estava sorrindo torto de novo, minhas pernas ficavam trêmulas quando ele fazia isso – Boa noite então Bella – ele disse meu nome como uma melodia, à medida que ele se aproximava eu me encostava no carro. Ficou a centímetros do meu rosto e com as duas mãos me aproximou de seu corpo – estava tentando me segurar, mas você é tentadora demais – e com isso ele me beijou, a princípio de vagar, e sem pressa. E sem que eu tivesse controle nenhum do meu corpo me colei nele. Ele era grande, e tinha um cheiro tão bom que eu quase flutuei. Paramos o beijo para respirar. Ele olhou para mim e eu olhei para ele voltamos a nos beijar. Dessa vez com mais desejo e mais pressa. Suas mãos começaram a vagar por todo meu corpo, ele foi subindo, até a altura dos meus seios, começou a massageá-los por cima da blusa. Só aí me dei conta da loucura que estava prestes a cometer. Me afastei dele e engoli com dificuldade.
- Espera. Eu não sou assim – em seus olhos o desejo estava estampado – é melhor eu ir agora.
- Eu não queria te assustar tá legal – me deu um papel com um número – é o meu celular, se quiser aparecer, já sabe onde eu moro. – virou as costas e saiu. Fiquei mais uns minutos olhando para o papel onde estava seu número. A chuva começou a cair sem trégua. Entrei no meu carro e parti sem olhar para trás. Claro que eu não iria ligar. Ele nunca poderia se interessar por uma pobretona como eu. Esses caras só tinham em mente levar a menina para a cama e depois sumir. Mais eu não era assim. Joguei o papel dentro do porta luvas e acelerei pelas ruas da cidade. Agora é voltar para o chão e seguir com minha vidinha de sempre.
EDWARD
Quando saí de casa hoje mais cedo estava com uma sensação entranha, parecia que algo iria acontecer, não sou de ter esses pressentimentos, e por isso não liguei. Passei pelo meu pai, e nem dei boa noite. Não conseguia perdoá-lo por tudo que fez a minha mãe. E ainda por cima queria realizar seus sonhos através de mim. Como se não bastasse fiquei sem carro. Por causa daquele maluco do meu primo. Ele iria me pagar, a se ia. Pelo menos a noite valeu para conhecer alguém interessante. Isabella, ou melhor Bella. Talvez ela me ligasse, talvez não. Mas quem se importa, a fila de garotas querendo sair com Edward Cullen dobrava a esquina. Mas tinha alguma coisa nela que me intrigava. Devia ser por que ela não se atirou para cima de mim na primeira oportunidade como todas as outras fazem. Meu telefone tocando, devia ser ela arrependida por ter me dado o fora. Olhei para o visor e fiquei desapontado, não era ela.
- Oi Julie. – essa era uma menina persistente.
- Oi Ed. Estava aqui sem fazer nada e então pensei, por que não fazemos nada juntos? – e estava conseguindo me torrar a paciência.
- Hoje não Julie. Não estou para ninguém.
- Tem certeza? Quem sabe não consigo te animar um pouco.
- Tenho certeza. E boa noite. – desliguei na cara dela. Menina chata. O que está acontecendo com você Edward Cullen, nunca foi de recusar uma boa transa. Mas essa garota era muito chata me tirava do sério. Iria para cama agora. Quem sabe dormindo esqueceria meus problemas. Amanhã bem cedo iria dar um jeito de arrumar meu carro e mandaria a conta para meu querido tio. Afinal quem manda o filhinho dele não saber perder. Quando ia entrando em meu quarto quase tive um ataque ao ver uma mulher nua sobre meu colchão. Acendi a luz e ela deu um pulo.
- Ah! Até que enfim você chegou garanhão – era Kate, uma loura linda de parar o quarteirão – achei que iria me deixar dormir sozinha em sua cama.
- Oi Kate – ela veio em minha direção já toda disposta, e eu que não sou bobo me aproveitei, fui logo passando a mão pelos seus seios enormes e ela deu um gemido de prazer – quem te deixou entrar em gostosura – quando ela ia responder enfiei dois dedos na sua grutinha que já estava inchada e melada de tesão, ela rebolou em meus dedos gemendo meu nome.
- Foi seu pai... – a cada palavra eu investia mais – ele me disse... me disse... que eu... podia ficarrr...- claro que ela podia ficar.
- Vem cá – deixei ela me despir e fiquei entregue aos prazeres da carne, e que carne. Joguei ela na cama e já caí matando. Estava sem paciência para preliminares, coloquei um preservativo e investi com tudo. Nessa hora a única coisa que me passava pela cabeça era o beijo que eu tive há alguns instantes atrás, com isso eu investi mais forte. Ao que parece ela gostou, pois seus gritos eram audíveis para quem quisesse ouvir. Terminamos sem muito esforço. Deixei ela na cama e fui para o banheiro. Sentia um cheiro diferente em minhas mãos, e não era da Kate. Cheiro de rosas. Devia ser de Bella. Tomei um banho demorado, e quando fui para o quarto ela já estava dormindo.
- Ei, gracinha acorda – ela se mexeu e abriu os olhos grandes e azuis para mim – vá para casa. Sabe que eu não gosto de dividir meu espaço com ninguém.
- Mas Ed, já está tarde. Como eu vou embora agora?
- Isso não é problema meu – mais nem fudendo ela ia dormir aqui – agora vamos que eu não tenho o dia todo. – ela se levantou a contra gosto e se trocou. – quando sair bate a porta.
Já era mais de quatro da manhã quando eu consegui dormir. Não conseguia tirar da cabeça os olhos de Isabella. Essa mulher ainda iria me deixar louco. Tentaria achar ela nem que fosse para olhá-la de longe. Eu nem para pegar seu telefone, topeira mesmo. Agora tenho que ficar assim na espera. A noite acalorada com Kate só serviu para querer mais e mais aquele corpo pequeno e convidativo daquela morena. Com aqueles olhos. Fiquei obcecado. Fui dormir pensando nela. E tendo sonhos que nem quero lembrar. Estava parecendo um adolescente na puberdade. Só de pensar nela já ficava duro.
[...]
Não consegui mais dormir, decidi me levantar e fazer alguma coisa para não enferrujar. Coloquei uma calça de moletom e uma camisa preta. Iria dar uma corrida. Adoro correr, mas por nunca estar com sol nessa droga de cidade sempre tenho que ficar em casa. Desci as escadas e encontrei com uma Dolores muito carrancuda no corredor.
- Bom dia linda – passei por ela e dei um palmada em sua bunda.
- Mais respeito menino. Olha que ainda sou muito forte para lhe dar umas boas palmadas – ela era minha segunda mãe. Sem ela quando meus pais se separaram não sei o que eu faria. E depois que mamãe morreu, aí sim meu mundo desmoronou. – e por favor peça para essas garotas que você trás para cá cuidarem de seus pertences – ela pegou uma calçinha de renda minúscula com uma luva e me entregou, peguei e guardei no bolso da minha calça – onde já se viu, no meu tempo essas coisas não aconteciam, mas agora o mundo está perdido meu Deus.
- Eu também de amo Gogô – dei um beijo estalado em sua bochecha - vou dar uma volta por aí, não me demoro se alguém me ligar, diga que eu morri.
- Que isso menino. Isso é coisa que se fale. – me pegou pelas mãos e me guiou até a cozinha – venha pelo menos comer um pedaço de bolo. Não pode ficar sem comer nada o dia todo. Depois tenho que sair daqui a pouco também, minha irmã Esmeralda não está muito bem sabe. Depois que o orfanato fechou e ela ficou sem ter nada o que fazer, está cada dia mais para baixo.
- Não me lembrava que você tinha uma irmã Gogô. Mande um beijo meu para ela então. Quem sabe quando você for ver ela de novo eu não vou também. Deixo ela um pouco animada com o tigrão aqui.
- Até que não seria uma má idéia meu filho. Mas eu aviso na próxima vez, agora vá dar sua volta antes que chova de novo.
- Tudo bem. Até mais – dei mais um beijo nela e segui para a porta dos fundos. Tinha alguém eu gostaria de ver. Layca, minha cachorra. Era uma labradora muito inteligente, e quando ninguém mais conseguia me animar era sempre a ela que eu recorria. Fui em direção ao seu canil, e ela já começou a grunhir.
- Oi garota – abri a porta para ela que já pulou em meu peito e começou a me lamber – é eu também estava com saudades, mas cadê sua guia hein, hoje você vai me dar a honra de sua companhia. – prendi ela na coleira e fomos em direção dos portões da grande mansão Cullen. O céu não tinha sinal de chuva, mas aqui é Forks, e tudo pode mudar em questão de minutos. Comecei com uma corrida leve para não cansar Layca. Mas ela estava empolgada por estar saindo e quase me arrastava pelas ruas.
- Sabe garota, sua vida é que é perfeita, não deve satisfação do que faz para ninguém, come a hora que quer, dorme quando e como quer sem ninguém para te cobrar sexo a todo o momento. Não que eu esteja reclamando, mas já estou cansado disso, só me usam e me abandonam – ela me olhava como se entendesse o que eu falava – tudo bem eu sei que sou louco, mas só você pode me ouvir e não me criticar. – seguimos assim, ela me ouvindo e eu desabafando. A que ponto cheguei meu Deus conversando com cachorros. Melhor voltar para casa as nuvens estão começando a mudar.
