Um número errado! Um destino traçado!

CAPÍTULO I: Mensagem Privada...

Londres, Inglaterra.

Aeroporto Luton, February 10, 2011.

Em seu celular piscava um aviso de "mensagem recebida". Acreditando ser sua irmã Rosalie, lhe desejando boa viajem, ele pegou o aparelho e checou. Mas não era Rosie, e sim um número desconhecido. Curioso apertou para ler a mensagem, e ficou alarmado com o que estava escrito.

Do outro lado da cidade, ela acabava de mandar uma mensagem aceitando o convite de seu colega de curso Sam. Ele vinha insistindo desde o início das aulas para que pudessem sair e se conhecer melhor. E como sua vida amorosa estava uma catástrofe resolveu aceitar de uma vez a oferta de 'sexo fácil e sem compromisso' a que ele vivia oferecendo. Já que a fama de amante talentoso do garoto já havia se espalhado pelas garotas. Mas o que ela não imaginava é que não era Sam, quem estava lendo sua mensagem.

February 10 – 10:30 am.

"Tudo bem. Aceito sua proposta para um sexo casual e sem compromisso. Mas já vou avisando. Sem pegação após ?"

Tendo a certeza de que não se recordava do número do celular, Edward refletiu em quem poderia ser. E depois de um tempo pensando, chegou à conclusão de que a mensagem fora enviada para a pessoa errada. Mas antes de poder tomar alguma atitude o celular apitava novamente.

Isabella já estava pensando se não tinha sido um erro ter aceitado o convite do jovem rapaz. Ele se dizia tão interessado, mas já tinha se passado mais de dez minutos e nada da resposta. Resolveu ser mais direta e acabar de uma vez com aquela dúvida. Mandou outra mensagem.

February 10 – 10:45 am.

"E então Sam. Está fazendo corpo mole agora? Se não quer mais sair comigo, melhor ainda. Mas me responde logo porra."

Rindo sozinho, Edward resolveu acabar com a confusão da pessoa desconhecida, que o havia confundido com o tal de Sam. Ele digitou rapidamente uma resposta e enviou.

Sem perceber seu telefone recebeu a resposta. Ela deu um pulo do sofá e agarrou o mesmo com as duas mãos. Ela não estava preparada para o que acabava de ler. Quase caiu dura no chão com o erro cometido.

February 10 – 10:55 am.

"Desculpe, mas nesse número não tem nenhum Sam. Talvez deva procurar mais um pouco, e se no final não encontrá-lo, quem sabe eu não lhe sirva?"

- Puta que pariu. Que merda eu fiz? – disse sozinha andando de um lado para outro na sala de estar, após ler a mensagem. Sabendo que tinha que concertar esse erro, digitou rapidamente uma resposta para o desconhecido.

Ele ficou aguardando uma resposta. Não poderia perder a oportunidade de cantar uma mulher. Mesmo não à conhecendo pessoalmente. Sabia que estava atrasado, e precisava checar tudo antes da decolagem, sendo o piloto, nada poderia dar errado. Aguardava do lado de fora do aeroporto, seu amigo e cunhado, Emmett chegar de seu também vôo. Ambos eram pilotos, e apaixonados pelas alturas. Como esperado o celular apitou novamente. Ele estava ansioso, pois ainda teria que se trocar antes do embarque.

February 10 – 10:45 am.

". Me desculpe. Juro que não sabia que o número estava errado. Minha vontade agora é enfiar minha cabeça num buraco, desculpe mais uma vez. Vamos fingir que isso não aconteceu ok?

Continuando sua caminhada pela imensa sala de estar, Isabella queria se dar um soco. Como pôde ter sido tão burra e não ter visto a troca do último número? Mas também na sua pressa em pegar logo o telefone de Sam, escreveu com a letra mais horrenda possível. Tudo para sair logo da sala de aula.

Então ela estava mesmo enganada. Uma Pena, pensou ele. Por ele poderiam se encontrar, para o 'tal sexo sem compromisso' que ela havia citado anteriormente. Mas, nem tudo estava perdido. Resolver tentar novamente. Digitando o mais rápido que conseguia ele enviou.

Achando que não haveria resposta do desconhecido, ela se jogou no sofá e dando um grande 'Ufa', ligou a televisão e ficou zanzando nos canais de séries, que ela mais gostava. Mas sua tranqüilidade acabou quando novamente recebeu o sinal de nova mensagem na tela de seu celular.

February 10 – 11: 07 am.

"Só desculpo com a condição de saber seu nome."

- WHAT? – agora ela não tinha entendido nada. Como assim o cara estranho estava cantando ela sem nem mesmo conhecê-la? Como homem é tudo igual mesmo. Claro que ela não ia dar nome porra nenhuma. Vai que ele era um serial killer, um psicopata. Menos Bella, bem menos. Ainda aturdida com o novo rumo da história. Digitou novamente outra mensagem.

Ele sabia que não era o certo. Mas era mais forte que ele essa situação. Não sossegaria enquanto não conhecesse a pessoa que estava do outro lado da linha, mandando as mensagens. Mesmo que de início não fossem para ele, agora ele estava curioso.

February 10 – 10:13 am.

"Por que motivo eu falaria meu nome para um desconhecido? Qual é o SEU nome?"

Ela queria brincar então? Pensando se não era melhor parar por ali, ele analisou e reanalisou suas chances de ganhar alguma coisa disso tudo. E notou que não tinha nada a perder também. Resolveu entrar no jogo da garota desconhecida.

Está no inferno? Abraça o capeta, pensou Bella. Já que ele queria brincar ela iria entrar no seu jogo. Ficou aguardando uma resposta mal educada da pessoa do outro lado da linha. Mas o que leu a seguir a deixou paralisada no meio da sala.

February 10 – 11:20 am.

"Desculpe pela minha curiosidade. Mas saber que você está se oferecendo para um qualquer por sexo sem compromisso, acendeu meu lado 'homem das cavernas'. Primeiro, me chamo Anthony, e ficaria muito feliz em saber o seu. E segundo, quem sabe um dia não poderemos rir disso tudo, juntos e de preferência pessoalmente?"

Ele não mentiu sobre seu nome, Anthony, era o nome do meio. Edward Anthony Masen Cullen. Irmão gêmeo de Rosalie Lillian Cullen. Filhos de um dos maiores médicos de toda a Londres, Carlisle Cullen, e a decoradora mais talentosa de que ele já havia ouvido falar, Esme Ellen Cullen. Eram uma família feliz e completa. E se a garota das mensagens não respondesse logo, ele passaria sua jornada de doze horas seguidas no avião, muito curioso. E acima de tudo frustrado.

Pensando se dizia seu nome ou não, Isabella, ou Bella como gostava de ser chamada, começou a escrever duas vezes e parou. E se ele estivesse mentindo? E se dissesse seu nome e ele usasse isso contra ela?

- Pensa Bella. Pensa – ela e sua mania de conversar sozinha.

Estava sozinha, por opção, pois desde muito nova gostava de sua independência. Foi morar sozinha aos 17 anos, seus pais nunca entenderam o motivo disso, mas também não foram contra. Charlie Swan era advogado. Um ótimo advogado por sinal, e Isabella não se lembrava de algum caso que o pai havia perdido até hoje, e sua mãe era a típica dondoca de casa. Só gastava o dinheiro do marido e curtia com as amigas tardes e mais tardes nos shopings. Era filha única, portanto recebia uma boa mesada do pai, e também trabalhava numa grande loja de decoração. Tinha verdadeira obsessão por coisas antigas e valiosas. Começou a digitar novamente uma boa resposta para o tal Anthony.

Ele viu de longe seu amigo chegando e trazendo uma imensa mala sobre o ombro. Vinha sorrindo, pois sabia que o fim de semana era ele quem iria ficar na dura jornada sem descanso do fim de semana que estavam acostumados. Ele queria parar o tempo agora que estava prestes a conseguir o nome de sua desconhecida. Mas nem tudo na vida é como queremos.

- Fala aê viado – seu imenso amigo o abraçou.

- Oi pra você também otário. E como foi lá em cima. Tudo certo? Nenhum urubu tentou te derrubar? – eles sempre tinham esse tipo de conversa. Pois lá no alto, as habilidades dos pilotos eram imensamente necessárias, para que acidentes não ocorressem.

- Estava tudo certo. E agora se manda que estou louco para dar uns catos na Rosie.

- Olha o respeito. Ela ainda é minha irmã, babaca.

- Tá. Mais vai logo. Você sempre é tão afoito quando o assunto é pilotar.

- Já estou indo mané. Só estou esperando uma mensagem de uma gata aí... – mas ele nem terminou de falar e seu celular apitou novamente – Tchau otário, e cuida de tudo por mim.

- Com toda certeza mano. E se cuida você também. – os dois se abraçaram novamente e cada um foi para um lado.

Eles brincavam, mas sabiam que tudo lá em cima era arriscado. O céu não admitia erros. Por isso a tensão era tremenda. Davam graças e agradecimentos à Deus quando pisavam em terra firme. Enquanto ele corria para o vestiário, tentava equilibrar bolsa, e celular nas mãos. Sua felicidade foi tremenda quando viu que a garota havia lhe dado nome e se insinuado para ele. Quase fez a dancinha da vitória igual ao aloprado do Emmett. Rapidamente digitou outra mensagem e mandou. Essa seria a última, por que dali em diante, só voltaria a se comunicar em o solo, depois de das onze horas do outro dia.

February 10 – 11:45 am.

"Me chamo Marie. E claro que poderemos rir disso juntos qualquer dia. Não posso dizer quando nem onde, mas ficamos assim. Cada um sabendo do outro, e se conhecendo melhor. O que me diz Anthony?"

Bella já estava roendo as unhas de tanta ansiedade. Ele não respondia logo, e daqui a pouco teria que ir trabalhar. Não gostava de ficar ao telefone no serviço, mesmo sua chefe sendo o amor em pessoa, ela achava um abuso os funcionários usarem os telefones e computadores da loja. Cada um tinha que ter suas coisas. Mas, mais cedo do que esperava suas preces foram atendidas, ele havia respondido. Suas unhas também estavam gratas.

February 10 – 12:00 am.

"Cara Marie, adorei seu nome. E fique sabendo que não irei desistir de te encontrar. No momento estou entrando num avião e só voltarei amanhã à tarde. Então poderei entrar em contato novamente. Espero que curta o sábado, e metade do domingo sem minha presença, rsrs. Bjus Marie. E bons sonhos."

Ela ficou uns minutos lendo e relendo a mensagem. Como uma pessoa passaria mais de dez horas em um avião? Será que ela algum mafioso? Um traficante de armas? Foragido da justiça?

- Não viaja Bella – pegou sua bolsa, suas chaves e foi para o elevador. Tinha certeza de que aquele não seria um dia como outro qualquer. Ficaria pensando em como deveria ser Anthony. Gordo, magro, careca, cabeludo, fumante, drogado. Ou seria um gato como o filho da sua chefe. Um piloto de avião, todo charmoso, e que ela nunca teve o prazer de conhecer. Pois como azar era seu nome do meio, em todas as vezes que ele visitou a galeria de artes da mãe, ela ou estava de férias, ou comprando alguma coisa para a loja. Mas ela sabia que um cara lindo daqueles com aquela boca gostosa deveria ter alguma pilantra colada à seu lado. As meninas da loja ovulavam quando ele ia lá. E ficavam contando os mínimos detalhes, desde o perfume que ele usava até a cor da sua cueca. Ela não sabia, como as outras sabiam desses detalhes, mas elas diziam ser verdadeiros. Divagando em pensamentos infundados, ela salvou o nome do cara na sua lista de contatos, e seguiu rumo à galeria de artes Cullens.