Disclaimer: Saint Seya e seus personagens relacionados pertencem ao mestre Masami Kurumada e às editoras licenciadas (Ai, que medo pelo que podem fazer comigo depois desse fic...).
Eu adoro desafios. Amo e quando entro em um, ninguém me segura. E dificilmente recuso quando me propõe algum. E a Kalíope sabe disso. E foi muito má comigo.
O desafio? Vestir minha cara de pau e escrever um yaoi. Até aí, nada de mais. Se eu já tivesse escrito um yaoi de fato e verdade. Porém, Kalíope não parou por aqui não. Não bastasse ser yaoi, teria que ser com um casal diferente.
E, como Margarida não recusa desafio, aqui está o resultado. O casal? Bom... É com dor no coração que digo que se trata do meu cabrito com... Melhor lerem, é demais para minha cabeça.
Boa leitura a todos que se dispuserem a, pelo menos, tentarem engolir essa minha aventura...
-x-x-x-x-x-
In the air tonight
-x-x-x-x-x-
I can feel it
Coming in the air tonight
Oh
Lord
I've been waiting for this
moment
For all my life
Oh Lord
Eu posso sentir
Vindo
no ar hoje à noite
Oh, Senhor
Estive esperando por esse
momento
Pela minha vida inteira
Oh, Senhor
A neblina cobria parte da cidade. Um clima pesado, lembrava aquela cidade que lia nas HQ's do irmão, qual era mesmo o nome? Gotham City. A cidade do crime. Riu, pensamento idiota. Até porque se fosse de verdade, talvez tivesse existido um homem morcego que pudesse tê-lo ajudado quando mais precisava.
O pesado casaco negro lhe dava o conforto necessário para enfrentar o frio, e nada além. A coragem que precisaria para enfrentar seus sentimentos, nunca ninguém poderia lhe oferecer. Ajeitou a aba do chapéu sobre seus olhos azuis, estava torta. Com passos lentos e cansados, chegou à portaria de um dos edifícios do centro. Um perqueno prédio de três andares, onde ele o encontraria.
Quem? O responsável por toda sua desgraça. E por toda confusão que tomava de assalto seu coração e mente.
Well if you told me you were drowning
I
would not lend a hand
I've seen
your face before my friend
But I don't know if you know who i
am
Well I was there and I saw what you did
I saw it with my own
two eyes
So you can wipe of the grin
I know where you've
been
Its all been a pack of lies
Bem, se você me dissesse que estava se afogando
Eu não
ajudaria
Eu vi seu rosto antes, meu amigo
Mas eu não sei
se você sabe quem eu sou
Bem, eu estava lá e eu vi o
que você fez
Eu vi com meus próprios olhos
Então
você pode tirar esse sorriso da cara
Eu sei onde você
esteve
Foi tudo um monte de mentiras
Subiu as escadas depressa até o terceiro andar, viu a porta do velho apartamento aberta. Ele já o esperava. Entrou em silêncio, observando-o com atenção, sentado no sofá, bebendo vinho. Trancou a porta, sem tirar os olhos dele.
Os cabelos negros e arrepiados estavam úmidos, tinha acabado de sair do banho, Usava apenas uma calça de moletom cinza, estava descalço. Os olhos negros brilhavam enquanto bebia do conteúdo de sua taça, parecia esperar por algum reação ou palavra do outro para se mover.
-Estava me esperando? – o outro perguntou por fim, tirando o casaco e o chapéu, ajeitando os cachos castanhos de seu cabelo.
-Por que acha isso?
-A porta estava aberta.
-Bem... – o outro disse, deixando a taça sobre a mesa de centro – Saga me disse que viria me procurar esta noite.
-Mesmo? E aquele desgraçado também lhe disse o motivo de eu estar aqui hoje?
-Aiolos.
Ouvir o nome do irmão, dito por aquele homem, foi terrível. Como ainda tinha coragem de pronunciar aquele santo nome, depois do que fizera com ele? Raiva. Dor. Ódio.
Ele acabaria com tudo aquilo naquela noite.
I can
feel it
Coming in the air tonight
Oh Lord
I've been
waiting for this moment
For all my life
Oh Lord, Oh Lord
Eu posso sentir
Vindo
no ar hoje à noite
Oh, Senhor
Estive esperando por esse
momento
Pela minha vida inteira
Oh, Senhor, oh Senhor
-Você não vale nada, Shura... Meu irmão confiava em você, e o que fez?
-Apenas cumpri ordens vindas de nosso superior. Alguma coisa contra?
Falava sem emoção nehuma na voz, mas, por dentro, um turibilhão de emoções e sentimentos. Aiolos era seu amigo. O homem à sua frente era irmão dele. E o deixava... Não sabia muito bem ao certo.
-Aiolos era um traidor. E aos traidores, à morte. Não foi assim que aprendemos, Aiolia?
-Meu irmão não era um traidor!
-Bobagem. Você, como todos os outros, viu as provas que Saga apresentou. São incontestáveis.
Shura pegou de volta sua taça e tencionou enchê-la novamente, quando sentiu um soco em sua face. Aiolia, nervoso, o acertara em cheio. Garrafa, taça e o espanhol estavam no chão, este último mais pela surpesa do que pela força do soco em si.
-Merda! Ele era meu irmão!
Well I
remember
I remember don't worry
How could I ever forget
Its
the first time
The last time
We ever met
But I know the
reason why you keep me silenced up
No you don't fool me
Cause
the hurt doesn't show
But the pain still grows
It's no
stranger to you and me
Bem, eu me lembro
Eu me lembro, não se preocupe
Como
eu poderia esquecer?
É a primeira vez
A última
vez
Que nós nos encontramos
Mas eu sei por que você
me mantém de boca fechada
Não, você não
me engana
Porque o machucado não aparece
Mas a dor ainda
aumenta
Não é nenhum estranho para mim e para você
Raiva. Dor. Òdio. Precisava colocara quilo para fora, senão ficaria louco. Aliás, aquele espanhol o deixava louco com suas atitudes, suas palavras, sua falta de sentimentos. Shura, ainda tentando se levantar, foi ao chão novamente, outro soco de Aiolia. E mais outro. No terceiro, conseguiu segurar a mão do rapaz e jogá-lo de lado.
-Pare com isso, Aiolia! Conhece as regras, sabe muito bem que quando entramos nessa, era questão de morte ou morte. Se não fosse pelos federais, seria pela própria organização!
-Mas por que justo você, Shura? Não era o melhor amigo de Aiolos, porque aceitou fazer o trabalho sujo?
-Já disse, foram ordens do Saga. Ponto!
Puto da vida, o rapaz tentou socar Shura mais uma vez. Só que o espanhol estava esperto e segurou novamente o punho de Aiolia, lançando-o sobre o sofá. Ele caiu sentado, e o outro não perdeu tempo.
Não o deixaria fugir ou tentar mais nada contra si. E, para tanto, sentou-se sobre as pernas de Aiolia. E segurou os braços do rapaz contra o encosto.
-Eu te mato, Shura!
-Sou maior e mais forte e estou por cima. Não vai conseguir muita coisa estando assim, nesse estado.
Aiolia se debatia e quanto mais o fazia, mais Shura o prensava. Até que cansou. E, quando parou, se deu conta do quanto o espanhol estava perto. Perigosamente perto.
-Essa raiva toda... – ele disse, com um sorriso cínico estampado em sua face – Não é somente por causa da morte de Aiolos, não é?
-O quê?
-Está com raiva porque fui eu quem fez o serviço... E não sabe lidar com a confusão que isso provoca em sua mente...
-Por que diz isso?
-Por que também me sinto assim...
I can
feel it
Coming in the air tonight
Oh Lord
I've been
waiting for this moment
For all my life
Oh Lord, Oh Lord
Eu posso sentir
Vindo
no ar hoje à noite
Oh, Senhor
Estive esperando por esse
momento
Pela minha vida inteira
Oh, Senhor, oh Senhor
Não houve tempo para entender o que Shura dizia. Quando Aiolia tentou se dar conta do ocorrido, a boca do espanhol já estava sobre a sua, em um beijo urgente, cheio de malícia, faminto. A língua atrevida que explorava cada canto de sua cavidade, as mãos que soltaram as suas e passaram a querer explorar o tórax bem definido, que os botões da camisa deixavam entrever.
Raiva. Dor. Ódio. E uma confusão de sentimentos que não sabia definir. Entre eles, talvez o mais gritante fosse a paixão.
-x-x-x-x-x-
Estou tremendo, literalmente. Saiu! Saiu! SAIU!!! Meu primeiro yaoi de fato (Seven Nation Army era mais um ensaio, vamos combinar)... Estou emocionada. E com a devida sensação de dever cumprido.
Desafio posto, aceito e pago. E tenha certeza de que vou querer a volta, senhorita Kalíope... Me aguarde!
Aos demais que conseguiram chegar até aqui, um viva para vocês e beijos!
