Esse Amor Que Me Consome Totalmente
ShiryuForever94
Categorias: Presente Amigo Secreto CdZ 2015 para Theka Tsukishiro, [Projeto] Indie Songs Saint Seiya , [Projeto]Palavra de Atena, Palavra ANO-NOVO, Saint Seiya/CDZ, Slash, MxM relationship, Camus e Milo. Anime/Manga, Language: Portuguese, Genre: Angst. songfic com várias songs.
Advertências: Sexo, sofrimento emocional.
Classificação: NC-17
Capítulos: 1 de 4
Completa: [X] Yes [ ] No
Resumo: Algumas vezes era preciso apenas se colocar no lugar do outro.
Sinopse da obra original: Cavaleiros do Zodíaco é um anime/mangá sobre pessoas extraordinárias que renascem quando sua deusa, Atena, reencarna na Terra para salvá-la da extinção. São conhecidos como Cavaleiros de Atena e capazes de rachar a terra e abrir os céus com seus poderes. No universo deles também há os marinas de Poseidon e os espectros de Hades que são tomados por 108 estrelas maléficas e ajudam seu Imperador.
Disclaimer: Trabalho de ficção feito de fã para fã, sem fins lucrativos. Todos os direitos reservados aos criadores (Masami Kurumada, Toei, Shueisha, Shirogi Tenshirogi) e donos dos personagens (fictícios ou reais) aqui apresentados. Proibida a comercialização sem a expressa autorização dos representantes legais dos mesmos, bem como a reprodução, no todo ou em parte, sem a expressa autorização do(a) autor(a) desta ficção.
Capítulo UM – A CRISE QUE ME PARALISA
Era o primeiro período de festas de final de ano desde que todos os cavaleiros haviam voltado de seus túmulos para uma nova vida num mundo em paz. Pelo menos enquanto durasse o acordo entre os deuses.
Olhando para fora, vendo a neve se acumular pelas escadarias, Camus de Aquário pensava no que deveria fazer. Meses inteiros em que tentara falar com ele.
Dias difíceis deles dois quando Milo de Escorpião soubera que seu namorado fora amante de Shura e de Radamanthys no meikai.
Tudo porque Camus não sabia mentir. Ou melhor, tudo porque Camus não quisera mentir.
A conversa fora muito dura e sofrida. Milo permanecera tão frio que parecia ser ele o mago do gelo e não Camus. Ele apenas ouvira o que o francês tinha a dizer enquanto sua respiração se alterara e ele partira em minúsculos pedaços uma das colunas que sustentavam o topo da entrada do templo de aquário com todas as agulhas de seus golpes que causavam dor e destruição.
Sem dizer nada. Ele apena desenhara o símbolo de seu signo em tamanho enorme na coluna de mármore e a esfacelara.
Camus nunca sentira tanto medo de Milo quanto naquele momento. O problema é que o aquariano conhecia muito bem o namorado. Quanto menor a demonstração de raiva, fúria e agressão, maior a dor.
"Compreendo. Creio que não há mais nada a dizer. Agradeço ter tido a hombridade de me contar logo que acordamos. Você sempre será meu amigo, apenas me dê um tempo para assimilar. Até mais ver, Camus."
"Milo..." Camus o chamara, tentara falar com ele e explicar. Se haviam se passado apenas alguns dias na terra, no inferno cada dia fora um ano inteiro. Sete anos de terror no meikai. Sete anos em que fora apaziguado por Saga. Contido por Saga e, também, acarinhado, cuidado e amado pelo capricorniano difícil de lidar mas forte como poucos, Shura.
Durante dois daqueles anos Radamanthys de Wyvern se dedicara a quebrar a alma e a determinação de todos eles, os renegados do santuário. Um dos meios que ele empregara fora seduzir e fazer sexo com cada um deles, incluindo Máscara da Morte e Afrodite. Apenas Shion escapara das artes de sedução do Kyoto.
"Maldita mandrágora!" Camus se levantou de sua mesa de vidro polido virada para o lado leste de seu templo e se viu rememorando tantas coisas que talvez devesse esquecer.
Se soubesse, jamais teria tomado o chá forte que o Kyoto dera a eles dizendo que era curativo e sedativo das dores múltiplas dos ossos quebrados, músculos exauridos e a dor da dominação das sapuris roxas de espectros de Hades.
Camus aprenderia depois que a mandrágora era chamada de maçã do diabo por conta de seus efeitos afrodisíacos extremados. Não, não apenas isso. Ela era afrodisíaca, alucinógena, analgésica e narcótica. Um sedativo tão potente que Camus sequer se lembrara do que havia feito depois.
Narcótica! Camus que jamais usara drogas na vida ficara completamente perdido, insano, cheio de desejo que não conseguia explicar e não resistira minimamente ao Kyoto forte e escorpiano que lhe roubara o corpo, a honra, a alma e beijos intensos aos quais correspondera apenas para se arrepender depois com lágrimas de dor pela traição contra Milo.
E ainda houvera Shura. Quando estava tão alquebrado que já não queria viver, fora o espanhol de temperamento ígneo quem segurara suas mãos e por fim, num dia gelado, haviam se beijado apenas porque não havia mais esperança alguma em Camus de voltar a ver seu amor. O aquariano tinha certeza que, após tanto tempo, quase cinco anos, Milo já refizera sua vida, já o esquecera e estava tudo bem, afinal já estavam mortos. Que mal poderia haver?
Camus não sabia que haviam se passado apenas dias na superfície, não até ser tarde demais. Não sabia que viveriam de novo para lutarem contra seus próprios companheiros até ser demasiado tarde.
Quando a verdade explodiu em frente deles, Camus quase enlouquecera.
Não adiantaram as palavras de consolo de Saga e de Shura. Não adiantaram as piadas de Máscara da Morte ou os conselhos sobre como deixar aquilo para trás de Afrodite.
Culpa. Solene culpa que fizera Camus quase tirar a própria vida.
Regrets collect like old friends
Here to relive your darkest moments
I can see no way, I can see no way
And all of the ghouls come out to play
Remorsos se acumulam como velhos amigos
Aqui para reviver seus momentos mais sombrios
Não vejo uma saída, não vejo uma saída
E todos os monstros saem para brincar
Se todos haviam sido "domados" por Radamanthys, por que apenas ele se importara tanto?
Se havia pensado que anos o haviam separado de Milo por que sentir-se como se sentia?
Por ser o único que havia deixado um namorado apaixonado para trás... O único que amava alguém antes de ter sido levado embora da vida apenas para voltar como renegado. Por não saber como explicar ao seu escorpiano tudo que acontecera sem partir-lhe o coração como o seu estava tão quebrado.
Maldito inferno!
Radamanthys dizia que o inferno era puro, pois ali se expiavam os pecados, mas nunca Camus se sentira tão infectado e doente como lá.
A primeira vez que haviam acordado havia tanta dor e lamentação que suas almas quase quebraram. Mal sabiam que haveria tantos e tantos dias sem sol e noites sem lua.
Seriam anos.
Anos em que aprenderam que havia sim alguma paz no inferno, mas jamais inocentes. E eles que se achavam tão puros e cheios de luz perto dos espectros de Hades haviam aprendido que não, eles não eram melhores que os "cavaleiros" de Hades.
Pior ainda foi quando finalmente haviam ido contra o Santuário e...
"Histórias velhas não vão resolver o meu presente." Camus passou as mãos pelos cabelos longos e bem cuidados e olhou para seu quarto tão vazio sem ele.
Sem Milo.
Em cima da cama, num quadro simples, uma fotografia deles dois, quando ainda aprendizes, brincando juntos. Eles a haviam pendurado ali quando haviam começado a namorar, como símbolo da vida que já haviam tido e da vida que gostariam de ter: com sorrisos.
O fogo e o gelo para alguns, devido à natureza de pura energia e ódio explosivo que Milo podia demonstrar. Gelo? Óbvio que era para Camus.
O gelo e o veneno. Novamente, gelo para Camus e veneno... Ora, um escorpião tinha veneno e, para Camus, Milo tinha vários.
Era como falavam deles. Poison e Ice.
E agora, como falariam deles?
"Eu não sei como recuperar você, Milo. Eu só sei que está doendo. Eu não quero que você veja, mas está doendo." Cristalinas lágrimas brilharam nos olhos bonitos do ruivo de coração arrasado.
And every demon wants his pound of flesh
But I'd like to keep some things to myself
I'd like to keep my issues strong
It's always darkest before the dawn
E cada demônio quer seu pedaço de carne
Mas eu gosto de guardar algumas coisas pra mim
Gosto de deixar minhas questões definidas
É sempre mais escuro antes do amanhecer
Saga caminhava em seu templo arrumando alguns presentes de Natal e preparando-se para a volta de Shura de uma viagem de trabalho com alguns outros cavaleiros quando sentiu o calor, a intensidade e a raiva fria do cosmo do escorpiano mais poderoso dos cavaleiros.
"Precisamos conversar."
A presença impactante, feroz sem nenhum traço evidente disso.
"Milo." Saga respirou fundo. Fazia tantos meses já. Que haviam voltado, que Camus havia se separado do grego como ele, que tudo havia se acertado para ele, Saga, e Shura.
"Você pode sentir? Você pode quase ouvir?" A voz de Milo era triste. Os olhos azuis como os de Saga escondidos ligeiramente no elmo dourado da sua poderosa armadura.
"A que se refere?" Saga não trajava armadura, estava em sua casa, mas não estava esperando visitas, nem um atentado, ou uma guerra.
"O cosmo de Camus!" A frase saiu quase num grito. Havia dor. Muita dor.
Um silêncio nada calmo entre eles.
"O que quer de mim, Milo? Não é comigo que deveria estar falando." Saga não ousava se mover, nem se aproximar. A intensidade que vinha do escorpiano era quase paralisante. Saga não tinha medo de muitas coisas, mas enfrentar Milo não era algo a se querer, nem simples.
Mestre da dor. Perito em causar danos. Forte, destemido, determinado, destruidor.
Milo era tudo isso e mais um pouco.
"Convença-me que foi necessário, que não havia outro jeito, que não foi uma escolha! Por favor, minta pra mim se preciso, mas tire essa dor de mim para que eu possa tirar a dele! Eu não aguento mais, Saga!"
And I've been a fool and I've been blind
I can never leave the past behind
I can see no way, I can see no way
I'm always dragging that horse around
E eu fui tolo e cego
Nunca pude deixar o passado pra trás
Não vejo uma saída, não vejo uma saída
Estou sempre carregando esse peso nas costas
Então Milo retirou o elmo e olhos avermelhados de lágrimas que corriam sem muito controle apareceram.
A primeira reação de Saga foi assustar-se um pouco. Não imaginava aquela emoção toda vindo de Milo. Ele era sim cheio de matizes e muito, muito intenso, mas não pensara que fosse se deixar vislumbrar tão descontrolado. Não sabia bem o que fazer, mas precisava fazer algo. Obviamente que sabia do que se tratava. Qualquer um no Santuário sabia.
O cosmo de Saga aumentou um tanto e, com um controle que poucos tinham no Santuário, conversou com a armadura de Milo que o deixou com alguma relutância devido ao cosmo também muito forte do escorpiano grego.
"Por que..."
"Porque você precisa de um abraço e eu não quero me machucar." Saga se aproximou vendo a desesperança nos olhos daquela pessoa que recebera no Santuário há tantos anos.
"Não se aproxime." Milo murmurou apenas para sentir os braços imensos de Saga fecharem-se ao seu redor.
"Chega, garoto. Pare de lutar. Você é louco por ele. Todo mundo sabe disso. Pare de torturar a ambos." Saga passou os dedos em meio aos fios loiros e cacheados.
"Convença-me." Milo soluçou baixinho.
"Convencer você do que, Milo? De que Camus o ama mais que à própria vida? Que ele sofre em silêncio porque é a única maneira que ele conhece? Que ele ter contado tudo a você foi a maior prova do amor que vocês dois dividem? Ele podia ter mentido. Nós, do Santuário, jamais teríamos dito nada e ele sabia. No entanto, ele sabe como você odeia mentiras, segredos e que lhe escondam as coisas que possam afetá-lo. O que o afasta de Camus não é o que houve, Milo, é que você não consegue perdoar!" Saga falou baixo, mas havia força tremenda em suas palavras.
Milo nem tentou soltar-se de Saga, mas não estava confortável. Aquele era o homem do sujeito com quem o SEU homem se deitara. As palavras ditas não eram as que queria ter ouvido. No entanto, talvez fosse o bastante. Talvez não.
"Podem me dizer o que há aqui antes que eu tire conclusões muito erradas?" A voz de Shura era um aviso.
"Deus..." Saga passou a mão nos cabelos. Shura não era idiota, mas ver uma cena estranha era bem diferente. Conhecia bem o ciúme do capricorniano. Afastou-se ligeiramente do grego mais novo. "Não é nada demais. Não mesmo."
"Ele não fez nada, Shura. Fui eu quem vim atrás das respostas que só eu posso dar. Desculpe se pareceu o que jamais seria. Já não posso dizer o mesmo se fossem você e Camus, não é mesmo?" Milo chamou de volta sua armadura mantendo todo seu orgulho ali, trancado no peito.
"Fale com ele, seu idiota infantil!" Shura respondeu despindo-se da armadura e dando um beijo leve na boca de Saga. "E você, geminiano, fique quieto. É comigo que ele parece precisar conversar, não com você." Avisou ao namorado que se preparava para dizer alguma coisa.
"Falar com quem? Com ele, com você? Que diferença faz? Vai mudar alguma coisa?" Milo encarou o espanhol de olhos verdes como uma atacamita. (1)
"Comigo pode falar agora e vou poupar-lhe o trabalho dizendo que eu adoro Camus. Que ele foi digno, decente, honrado e ótimo parceiro, mas que ele não me ama. Precisa mesmo que eu diga isso a você?"
"Mas que atrevimento!" Milo sentiu quase dor física ao ouvir aquelas palavras. "Você se deitou com ele!" Reclamou respirando em ofegos.
All of his questions, such a mournful sound
Tonight I'm gonna bury that horse in the ground
So I'd like to keep my issues strong
But it's always darkest before the dawn
E todas as suas questões, como um ruído de sofrimento
Esta noite eu enterrarei esse peso na terra
Pois gosto de deixar minhas questões definidas
É sempre mais escuro antes do amanhecer
"Sim, fiz sexo com ele. Foi bom e ele também gostou. Agora cresça e entenda que a vida não é do jeito que queremos. Não seja idiota, sei que não é. Está apenas com o orgulho ferido, mas quero crer que seu amor deve ser maior que isso ou você não merece o Camus." Shura estava sendo incisivo. Fazia algum tempo que gostaria de ter dito tudo aquilo ao escorpiano, mas não o fizera para poupar o aquariano.
"Quem pensa que é para saber como me sinto e o que devo ou não aceitar? Impressão minha ou está achando que a culpa é só minha? Acha que é fácil passar pelo que estou passando, suportar a dor que estou sentindo?" Milo tinha lá algum respeito reverencial por Saga, apesar de tudo. Mas com Shura era diferente. Ele não gostava do jeito um tanto insuportável que o espanhol podia ter.
"Milo..." Saga principiou a falar, mas foi interrompido por um olhar frio de Shura.
"Está com raiva de mim, Milo? Então me bata! Lute comigo, extravase essa raiva idiota. Se isso for fazer com que vá falar com aquele ruivo de olhos verdes no tom de obsidianas preciosas." Shura tinha um ligeiro sarcasmo vibrando em sua voz.
"Obsidianas! Olha como fala dos olhos dele! Gosta dele? Ainda gosta dele?" O doentio ciúme do escorpiano.
Shura pensou por momentos se levava aquela discussão às vias de fato ou apenas tentava ser compreensivo. Era época de Natal e Ano Novo. Melhor apenas... Ajudar aquele homem que estava num tormento intenso.
"Não, Milo. Se não percebeu, eu amo Saga e sou correspondido. Não me ouviu dizer que Camus não me ama? O que está esperando? Um Natal triste e solitário com os dois parecendo que morreram? Vocês dois precisam conversar. Ele tentou, você não ouviu. Quando um não ouve, não há conversa, nem entendimento. Acha que está sofrendo? Já prestou atenção nele? Ou tudo que tem feito é ficar centrado em si mesmo e em sua dor?" Não, Shura não seria delicado. Adorava Camus. Achava-o leal e puro. Gostava de Milo à sua moda, mas não suportava algumas decisões que o vira tomar.
Milo sentiu-se ruir. Estivera tão ocupado lambendo suas feridas que sequer se pusera a pensar no que aquilo tudo estava fazendo a Camus. Sentira tanta raiva dele. Tanta raiva de Shura, tanto ódio de tudo aquilo e... "Ele sempre foi mais forte." Admitiu com seu orgulho em tiras.
A voz de Shura amainou, seu cosmo ficou mais leve. "Ele suportou bem mais do que parece. Ele se culpou todos os dias, ele chorou sem parar. O que mais quer dele? A alma dele? Você já a tem, Milo, sempre teve, apenas diga a ele. Volte para ele, porque eu sei que ele jamais deixou você."
Shake it out, shake it out
Shake it out, shake it out, oh woah
Liberte-se, liberte-se
Liberte-se, liberte-se, oh whoa
"Eu..." Um rastro de cosmo. Um brilho dourado. Milo desapareceu da casa de Saga. Estava envergonhado. E sofrendo.
Enfim, eis outra fanfic de Camus e Milo Oh, não me interessa nem um pouco a opinião de flammers que acham tudo clichê. Problema de vocês. Eu continuarei escrevendo e publicando. Vocês não me interessam e, se tem tempo para vir postar apenas destruição, talvez devessem se ocupar mais de suas próprias vidas. Versão já completa no Need For Fic para usuários registrados e participativos. Leitor Fantasma não se cria no NFF e nem me interessa. Se você é um, somente desapareça. Obrigada. Por aqui a atualização será mensal. Obrigada e Feliz Ano Novo.
