A Surpresa de Um Cavaleiro
ShiryuForever94
Categorias: Presente Amigo Secreto CdZ 2015 para Theka Tsukishiro, Saint Seiya, Saga e Shura, MxM relationship. Contém personagens originais.
Advertências: Sexo, um pouco de violência.
Classificação: NC-17
Capítulos: 1 (one shot)
Completa: [X] Yes [ ] No
Resumo: Tudo sempre pode mudar. A vida de repente dá uma guinada. O amor é um forte liame.
Sinopse da obra original: Cavaleiros do Zodíaco é um anime sobre pessoas extraordinárias que renascem quando sua deusa, Atena, reencarna na Terra para salvá-la da extinção. São conhecidos como Cavaleiros de Atena e capazes de rachar a terra e abrir os céus com seus poderes. Shura é espanhol, capricorniano, moreno de olhos verdes. Saga é grego, loiro de cabelos compridos e geminiano. O irmão dele, Kanon, é seu gêmeo.
Disclaimer: Trabalho de ficção feito de fã para fã, sem fins lucrativos. Todos os direitos reservados a Masami Kurumda, Toei e Shueisha. Proibida a comercialização sem a expressa autorização dos representantes legais dos mesmos, bem como a reprodução, no todo ou em parte, sem a expressa autorização do(a) autor(a) desta ficção.
A Surpresa de um Cavaleiro
ShiryuForever94
Parte I – O Segredo e o Prenúncio
Logo começaria um longo dia de treinos, aulas para aprendizes, planejamento de missões de salvamento e resgate, discussões sobre o futuro do mundo, ou seja, um dia comum para um cavaleiro de Atena.
No templo de gêmeos, a noite fora calma. Na imensa cama de pés de metal escovado e colchão com mais de dois metros e quarenta de lado, Saga e Shura já haviam se descoberto, se enroscado, se movido na cama, pernas para todo lado, braços, resmungos, um tapão de Shura em Saga que teimava em por pernas e quadris em cima do outro. Puxões de cabelo de Saga em Shura, porque ele puxava os fios longos do geminiano mesmo sem querer. O normal.
"Bom dia!" Voz de mundo acabando e bom humor logo de manhã. Alguém aguentava Saga de manhã após sexo selvagem com o namorado que amava desesperadamente?
O espanhol mal tinha acordado, estranhando despertar já um pouco cansado e ergueu uma sobrancelha ao ouvi-lo, observando-o e achando irritante aquele bom humor dele mal raiado o dia. Resmungou um 'bom dia' enquanto esfregava os olhos, meio sonolento.
"Os prazeres de ser namorado de um homem irritado pela manhã." Agarrou-o pela cintura e puxou-o, deitando em cima dele na cama e massageando as coxas e quadris dele. "A ressaca está incomodando? Acho que não devíamos ter bebido tanto ontem no aniversário de Aiolia. Não costumamos beber com frequência, afinal."
Shura mal ouviu o que Saga dizia, apenas sentindo-se ser agarrado e o colchão de novo sob seu corpo. Sentiu os leves toques e suspirou, murmurando baixo. "Cansado e com dor de cabeça. Nada demais."
Saga beijou-lhe o topo da cabeça, carinhoso. "Vai melhorar. Frutas, muito líquido, banho morno e um pouco de descanso, que lhe parece?" Haviam adormecido após um tanto de sexo bem animado e um bom banho era mais que necessário.
Shura deu um leve sorriu e tocou o rosto dele com uma mão. "Parece bom. Depois, temos que treinar e ensinar alguns aprendizes."
"Não sei não. Podemos matar todo mundo com os problemas de tremor e humor por conta do álcool. Por isso não devemos beber, nossos sentidos coordenam nossos poderes. Que tal treinarmos apenas após o almoço? Será melhor para nós e para o santuário. Além disso, tenho certeza que todos aparecerão apenas mais tarde pois fomos dos primeiros a sair."
"Pode ser." Shura passou uma mão pelos cabelos, devagar levantando da cama.
"Vou pedir que preparem algo para nós, vá tomar um banho e logo eu o vejo."
Beijaram-se de leve e Saga suspirou. Gostava de sua vida com Shura.
O espanhol entrou embaixo do chuveiro com um murmúrio de prazer. Barbeou-se, lavou os cabelos e logo estava pronto para descer.
Enquanto isso, Saga vestira apenas um calção para falar com as servas. Os olhares que davam para ele eram sempre de admiração. Saga não perdeu a ocasião. "Ei, meninas, gênero errado. Vocês são lindas, interessantes e merecem alguém melhor que eu." Riu alto vendo as servas ficarem muito coradas e bagunçou o cabelo castanho de uma delas, que mal batia em seu peito. "Café bem forte, suco de frutas, pães frescos, mel, coalhada, panquecas e bolo de frutas. Para o almoço, por favor, peixes grelhados com azeite e legumes da estação. Obrigado."
"Sim, senhor!" A moça sorridente correu a arrumar tudo como lhe fora pedido enquanto Saga pegava duas belas maçãs. "Ah, claro que sabem, mas enfim. Shura está aqui, então versão dupla de tudo, sabem como ele come bem. Aliás, ele realmente come bem." Uma piscadela e todos riram.
Shura já estava vestido quando Saga lhe atirou a maçã e, sem delongas, foi tomar seu próprio banho. Pretendia que fosse rápido, mas não era fácil lavar seus longuíssimos cabelos. O cheiro de Shura estava nele e gostava disso. Barbeado, limpo, cheiroso, trançou o cabelo todo, ainda molhado, e saiu, de túnica grega branca no meio das coxas. "Com fome?"
"Um pouco." Espiou o namorado. Aquelas pernas...
"Vamos lá." Desceram as escadas e tudo estava pronto exatamente como Saga pedira. "Gemada seria boa ideia. Alani, faz gemadinha pro Saga?" Apesar de ser um homem grande e masculino, fez uma cara tão de pobre anjinho abandonado na terra que a senhora corou intensamente, achando-o adorável como se ele fosse uma criança.
"Seu Saga!"
"Que foi?"
"Eu faço, pode deixar." Alani sorriu e, apesar de seus quase sessenta anos, era jovial e ativa.
"Sempre cuidando de mim, não é Alani?"
Shura revirou os olhos dividido entre rir e ralhar com Saga por ser tão sem noção.
"Pro Shura, pode fazer gemada dupla. Com o que ando pensando, ele vai precisar. Hum, compre ostras, catuaba... O Aldebaran disse que é ótimo."
"Mas, seu Saga, onde tem disso aqui? O que é catuaba?" Alani riu baixo. Cuidava de seu mestre desde que ele era um garotinho de quatro anos.
"Vá no Aldebaran e depois me diga se achou. Tenho certeza que o tourão tem um pouco. Ah, a Catuaba que ele traz do Brasil é a melhor."
Shura optou por sentar-se em uma cadeira, apenas escutando. Ainda tinha dificuldades com o jeito de Saga agir, mas entendia perfeitamente que era como ele era.
Saga apenas começou a comer sem se preocupar com Shura. Ele era meio... quieto. E Saga gostava dele assim. "Shura, Kanon vem aqui mais tarde. Vamos comprar umas coisas. Quer ir?"
Shura levava alguns segundos para entender as mudanças no jeito maluco do namorado, mas conseguiu imaginar-se com os gêmeos e achou melhor não ir, nem pensar. Se um geminiano já lhe dava cefaleia, dois seria caso de infarto. "Não, obrigado."
"Nossas conversas são hilárias..." Saga comentou.
"Por que?" Shura perguntou, erguendo uma sobrancelha.
"Por que você quase não fala e eu falo demais. É engraçado, só isso." Comeu simplesmente quatro panquecas com mel, pão com queijo magro, tomou meio litro de suco de frutas da estação, comeu coalhada, pão sírio, a gemada que a serva Alani trouxera e suspirou. "Acho que dá para aguentar até meio dia."
Shura apenas sorriu por um momento antes de voltar a comer. Eles não comiam pouco, sabia que não, afinal, tinham que treinar depois e era necessário manterem-se aptos e capazes. "Precisamos mesmo de muita energia."
"É trabalhoso manter essa muralha funcionando!" Saga sorriu, feliz. "Claro que tudo é pra você... Só você. Bem, talvez um pouco para Atena, mas só um pouco."
Shura olhou-o divertido ao escutar o que ele disse, vendo-o sorrir e sorriu de volta ao ouvir o que ele disse por último, formando com os lábios as palavras 'amo você', enquanto o observava.
"Não me derreta assim. Não fica bem um homem do meu tamanho arrulhando amor eterno. Bem, porque é eterno..." Levantou-se com o olhar calmo. "Vamos, podemos apenas passear, ler um pouco, jogar xadrez, talvez tomar banho no riacho aqui perto, ver as amazonas seminuas."
Shura desistiu de continuar a tentar falar algo com ele, apenas escutando-o. Acabou por levantar-se enfim, sem responder algo, mas com um sorriso nos lábios. Saga era esfuziante, inquieto. Amava-o.
"Que gostaria de fazer, cabrito?"
"Andar um pouco."
Saga acenou, concordando e saiu distribuindo ordens. Pediu que arrumassem algumas coisas na casa e deu a mão ao namorado. "Quanto a ontem, acho que me excedi um pouco. Desculpe se o magoei. Talvez encontremos pessoas que farão piadinhas sobre o que houve."
"Já resolvemos isso ontem."
"Antes, durante ou depois do sexo alucinado?" Saga riu.
"Não sei como eu aguento você." Shura realmente achava o namorado um pouco alucinado, mas também tinha seus próprios defeitos, então...
"Bem, fui meio impetuoso. Machuquei você?"
"Sexo de reconciliação não costuma ser calmo, Saga. Não reclamei e sabe muito bem que se não estivesse de acordo o atiraria longe." Era verdade. Discutiam algumas vezes e, volta e meia, quando Saga tentava fazer amor com Shura, antes de fazerem as pazes, a recusa era clara, direta e por vezes bem física. Não que Saga insistisse ao ponto de tornar-se violência, mas ânimo exaltado era algo que ambos possuíam.
"Ainda bem que gosta. Preciso ser menos afoito, mas..." Abaixou a voz e olhou o outro com intensidade. "Eu estava morto de tesão..."
"Eu percebi." Shura achava até graça em ver o outro ser discreto. "Vamos?"
"Se ficarmos com vontade essa noite, venha por cima. Vou gostar do mesmo jeito."
Shura revirou os olhos. Nunca combinavam nada, apenas se enroscavam e gemiam juntos de prazer.
Desceram para a Arena e, tal qual Saga antevira, não havia ninguém. Todo mundo que tinha ido na tal festa não estava lá. "Creio que fomos os primeiros a acordar. E olha que não é tão cedo assim."
Shura apenas observou o local. Tanto melhor. Estava ainda um tanto mal humorado com a noite anterior. Uma briga tola por ciúmes entre ele e Saga. Não, melhor não pensar naquele papelão duplo. Sentiu um cosmo pacífico e forte. Não, não estavam tão sozinhos quanto haviam pensado. A dissimulação de presença era uma arte que praticavam muito bem.
"Bom dia. Vieram treinar tão cedo? Pensei que dormiriam a manhã inteira." Shaka fazia sua rotina pesada de karatê ao lado de uma sebe viva (1), quase oculto pelas heras e outras trepadeiras espinhosas. Como todos os cavaleiros, era faixa preta em pelo menos três artes marciais.
"Mais tarde. Bebemos muito ontem." Saga respondeu observando a leveza dos movimentos do virginiano, mas sabendo que ele era, também, mortal e perigoso. Todos eles eram.
"O santuário precisa de um pouco menos de álcool, presumo." A série de kata era de vinte e seis momentos e sentidos diversos e qualquer dos cavaleiros de ouro sabia executar com perícia os movimentos. Impressionante era ver alguém que tantos julgavam tão pacífico, por vezes meigo, executar o Gankaku com tanta força e poder destrutivo. (2)
"O Grou Sobre a Rocha." Saga comentou observando a postura perfeita do loiro indiano.
"Eu sei. Representa uma garça pousada com sua visão esplêndida sobre uma pedra, prestes a atacar a sua vítima." Shura suspirou, devia fazer a rotina de kata também, mas não naquele momento.
"Bem, eu vou indo. Já é a quarta série que faço. Comecei bem cedo." Shaka sentia ambos com seu cosmo. Os olhos fechados. Calmo como sempre.
"Até mais, Shaka." Saga estava com o corpo cansado, a mente meio vaga, dor de cabeça. "Hum, que tal sentarmos numa sombra qualquer para descansar? Acabei de acordar, mas não estou muito bem."
Shura entendia perfeitamente. "Ressaca é a pior parte de ficarmos bêbados. Também me sinto aquém do saudável."
Andaram mais um tanto e chegaram a algo parecido com um bosque. Havia pedras, havia templos destruídos, havia algumas árvores e gramado. Sentaram-se um ao lado do outro e Saga estendeu a mão. "Por que não deita no meu colo?"
Shura hesitou um pouco, mas deu de ombros e relaxou ao sentir o corpo de Saga tão perto do seu. As mãos pesadas do geminiano correndo pelos fios curtos e escuros.
"Se nossa vida fosse sempre assim seria ótimo. Atena parece estar disposta a tentar manter a paz. Infelizmente, teremos alguns trabalhos, todos nós, é o preço por sermos tão poderosos." Fechou os olhos por momentos. "Vamos brigar de novo."
Shura franziu o cenho imediatamente. Devia saber. Saga só ficava na defensiva, todo carinhoso, quando havia algum assunto difícil a tratarem. Não, ele era sempre carinhoso, mas era algo... Diferente. "Diga de uma vez." Armou o espírito. Não gostava de jogos.
"Pedi a ela que me desse uma das suas missões."
O temperamental capricorniano estreitou os olhos. "Como assim?"
"Não quero que vá nessa. Simples."
Shura basicamente ergueu-se de um pulo rilhando os dentes.
"Saga, não tome decisões por mim, sabe que não gosto. Se a missão é minha eu tenho que ir. Vamos falar com Atena." Uma das coisas de que mais tinha orgulho era de seu trabalho. E seu trabalho era ser um cavaleiro de Atena.
"Não vai adiantar, não é mais sua. Pode reclamar o quanto quiser. Não vou deixá-lo entrar no Oriente Médio." Saga ergueu-se. Sabia que iriam brigar. Era bem complicado mexer com os brios do espanhol. Era como atacar a honra e dignidade dele, desvalorizar sua coragem e o geminiano sabia.
O capricorniano irritou-se um tanto mais e aproximou-se com os olhos em fogo. "E por que acha que eu deixaria que você fosse? A missão foi designada a mim. E temos de lidar com esse tipo de coisa. Não importa onde seja a missão, mas que inferno, Saga!"
"Não. Não é tão simples." Saga também tinha lá seu gênio sanguíneo e protetor. Segurou os pulsos de Shura. "Você tem a pele mais escura, você tem jeito de árabe! Sei lá o motivo, mas não tenho bons pressentimentos. Você não vai. Sou eu quem vai. Sou loiro, alto, e não pareço um terrorista! Simples! E eu o amo demais para deixar que possa ser confundido e explodido feito uma coisa... Você não é uma coisa. É minha vida!"
"Estúpido!" Shura arfou, encarando o namorado. "Você é loiro, alto de pele clara e pode ser confundido com um americano, não é menos perigoso. E se você se preocupa tinha que pensar que eu também me preocupo, droga." Soltou-se com certa rispidez e se afastou um tanto.
"Você é mais jovem. Tem mais tempo pela frente."
"Por Atena, Saga, que argumento imbecil!"
"Não tenho um melhor!" Já estavam quase aos berros.
Shura rosnou baixo e não conseguiu não socá-lo, mesmo que não com tanta força. "Idiota! Considerando nosso tipo de trabalho ninguém tem mais tempo que ninguém. E você não vai!" Falou com voz ainda mais áspera e saiu dali. Rápido como um raio, literalmente.
E lá vamos nós. Fanfic já completa no Need For Fic para leitores registrados e participativos. Leitores fantasmas não me interessam. Feliz Ano Novo.
