Capitulo 1 : Somos perseguidos por uma Galinha Gigante

Sabe aquele dia que você não deveria ter saído da cama? Eu começo a desconfiar que esse foi um dos trágicos dias. Correr metade do país perseguido por uma galinha gigante, não é uma boa forma de começar o mês. Meu nome Alex e eu sou um semi-deus. Não, eu não sou louco. Eu realmente sou um semi-deus, eu e minha irmã, Ariane. Eu ainda não consigo acreditar em tal coisa, mas vendo as evidências em minha frente, principalmente a que está voando atrás de nós com pedaços de bode preso entre os dentes, eu começo a achar que é tudo verdade a cada minuto que passa. Era o 29 dia do 3º mês desde que saímos de nossa casa, do outro lado do país. Eu não me incomodaria se morassemos em um país no tamanho da Irlanda ou de Portugal, que pode ser atravessado horizontalmente em 2 horas, mas moravamos nos EUA, você sabe, aquele país gigante no centro da America do Norte. As coisas poderiam ter sido melhores se tivessemos podido parar pra dormir em um hotel na beira da estrada, comer algo gurdoroso que faria caminhoneiros quererem entrar em dietas e talvez tirar uma foto ou outra de uma bela paisagem natural, no lugar nisso tinhamos passado nossas noites nos escondendo em arbustos grandes e gordos quase sempre localizados nos parques municipais de cada lugar que paramos. Ah, e caso alguem que frequentar esses lugares tenham algum animal de estimaçao, por favor, recolha os "presentes" de seus amiguinhos da proxima vez, porque eu acho que meus sapatos nunca mais terão o mesmo cheiro.

O local em que corríamos era plano pórem aos poucos ia ficando íngreme . Uma estrada de terra que passava por vários e vários hectares de fazendas e casas a beira da praia. Se minha memoria ainda funcionasse depois de tantos dias comendo o que achávamos nos parques municipais - vocês deveriam ver a quantidade de comida desperdiçada que achávamos lá, dava para fazer um banquete para 10 pessoas bem servidas - eu diria que estávamos exatamente aonde o nosso antigo bode protetor falou que chegaríamos se seguisse o caminho que ele descreveu porcamente para a gente : Long Island. Ariana corria um pouco mais a minha frente, estranhamente mesmo sendo mulher ela sempre teve um folêgo e resistência física maior que a minha, assim como o gênio irritante. Estavamos um pouco despreocupados, pelas coordenadas faltava pouco para chegarmos aonde o bode queria que fossemos, mas ainda assim não deveríamos ter baixado a guarda tão facilmente. Ouvimos o piar familiar que vinha nos perseguindo por pelo menos mais de um mês, e olhamos para o céu, vendo que acima de nós, e também não muito longe, estava a Galinha Gigante que nos perseguia. Sim, era essa a melhor definição que poderíamos ter no momento daquele monstro que nos perseguia. Olhando de baixo, tudo que podiamos ver era as escamas claras - e sujas - que protegiam seu abdome, assim como as gigantes asas de morcego que não só lhe permitiam voar como também parecia funcionar como arma em potencial - pelo menos foi o que parecera quando ela tentara me decapitar com uma delas. O resto do corpo poderia ser descrito como normal, se ele nao tivesse 3 metros de comprimento e acabasse num rabo de dragão com pelo menos o dobro disso e por fim os pés, que contavam com garras do tamanho de minhas pernas e fedia como a morte. Quase como se tivesse lido meus pensamentos, o rabo vinha como um chicote, tentando me dar um golpe de tras para frente em direção a minhas costas. Pulei para frente para rolar pelo chão, sentindo a ponta do mesmo passar de raspão por meus cabelos, aonde sentia sair um tufo. Enquanto eu reclamava mentalmente e tentava continuar a correr, vi Ariane se abaixar e pegar uma pedra que cabia exatamente na palma da sua mão, ainda abaixada ela espiou o monstro com o canto de olho - já que tinhamos descoberto recentemente que olha-la diretamente em seus olhos podia nos transformar em pedra instanteneamente - e depois de parecer confirmar sua localização, ela levantou, já de olhos fechados e rodou no proprio eixo, arremessando com força a pedra enquanto isso que atingiu em cheio a cabeça da ave gigante e a fez subir alguns metros após um pio de dor. Enquanto ela tentava estabilizar o voo novamente começamos a correr com o ultimo gás que tínhamos dentro do corpo. Uma colina se mostrou a nossa frente e sorrindo um para o outro, apostamos telepaticamente uma corrida – ou algo do tipo já que começamos a correr como crianças, aonde quem ganhasse levava a barra de chocolate para casa - .

O Crepúsculo começava e o céu começava a se tingir de vermelho, laranja e tantas outras cores que eu não tive paciência de pensar sobre todas enquanto corria. Mas Ariana estava em minha frente, como quase sempre, e alcançou o topo primeiro parando para me esperar. Havia um arco, quadrado com colunas no estilo grego que davam suporte a uma placa de pedra bem ornamentada aonde estava escrito algo em grego, ao que parecia – E ao que eu deduzi – as letras começavam a desembaralhar em meu cérebro e derrepente, para meu espanto, eu era capaz de ler o que estava ali: " Acampamento Meio-sangue ". Não tive tempo suficiente para tentar entender se tínhamos chegado ao lugar certo ou não, Ariana me puxou pela camisa – Azul e tão surrada que parecia preta de tanto sujo – e atravessamos o grande arco, quase esbarrando em um grosso tronco de um pinheiro aonde rapidamente fomos para tras para nos esconder da Galinha Gigante.