Todos os personagens são de propriedade de Massami Kurumada, tendo seus direitos autorais garantidos em lei

Todos os personagens são de propriedade de Massami Kurumada, tendo seus direitos autorais garantidos em lei. Esse fic não tem fins lucrativos e blá, blá, blá...

A história deste fic foi baseada no filme "Road Kill", com Erik Palladino e Jennifer Rubin.

O sobrenome de Afrodite: Knutsson, foi escolhido com base em Karl Knutsson, o soberano eleito pelos suecos após a morte de Cristóvão Baviera, soberano da Suécia, Dinamarca e Noruega.

Máscara da Morte usa o nome falso de Giovanni, mas seu nome é Matheo.

Frases em itálico: pensamentos

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SEXTA – FEIRA.

"Bom, por hoje é só, pessoal. Não se esqueçam de resumir, para a próxima aula, três filmes sobre biografias. As opções estão na listagem de vocês, e venham preparados para discussão sobre as tendências de cada diretor."

Assim Radamanthys, o professor de direção cinematográfica encerrava mais uma aula. Os alunos, mais do que rapidamente buscavam juntar o material e sair da sala na tentativa de aproveitar um curto intervalo entre uma aula e outra.

Afrodite, como era mais conhecido entre os colegas, também buscava sair logo, mas suas razões eram outras. Aquele professor detestava seus trabalhos, e não queria ter de falara com ele. Se saísse junto da turma não teria razões para se despedir do infeliz, mas hoje a sorte não estava do seu lado.

"Sr. Knutsson. Espere um momento." – ordenou Radamanthys. Afrodite virava-se para o professor com ar extremamente desanimado. Boa coisa não viria daquela conversa. Aquele homem nunca foi capaz de elogiar um trabalho seu, que fosse. Estava na corda bamba naquela matéria e não sabia exatamente o que aquele professor queria, mas uma coisa lhe parecia certa: se não tirasse uma boa nota no último trabalho com aquele cara não iria se graduar.

Voltou alguns passos no auditório, depositou o material novamente sobre uma cadeira e esperou.

"Pois não, professor Wyvern." – disse sem convicção. Na verdade apenas respondia por obrigação.

"Quero falar sobre seu projeto de conclusão de curso. Eu vi o roteiro apresentado e vou dizer que não fiquei nada feliz com isso." – disse ele, devolvendo a pasta com o roteiro apresentado pelo aluno com observações escritas em letras vermelhas garrafais. Afrodite permanecia em silêncio.

"Acho que eu já havia lhe dito previamente que não iria aceitar mais um roteiro seu que tem como assunto uma história mista de estilo Jackie Chan com Quentin Tarantino, feita no subúrbio, não disse?" – perguntou encarando o aluno.

"Sim." – respondeu, ainda agarrado ao trabalho devolvido. 'Qual o seu problema com o Jackie Chan, meu? Os filmes dele são demais! Gagá...' – pensou ele. A verdade era que não tinha muita imaginação para criara filmes, por isso seus roteiros eram vazios e com algumas piadas. Gostava do estilo de lutas de Jackie Chan e as piadas, e tinha adorado as cenas de luta de Kill Bill, principalmente a cena de luta entre a black mamba e a cotton mouth no jardim japonês cheio de neve. Aquilo lhe parecia tão poético.

"Estou falando com você!" – ralhou o professor ao perceber o aluno perdido em seu mundo de sonhos.

"Desculpe..."- respondeu. Não ia adiantar enfrentar o sujeito. Afinal de contas ele tinha sua mais importante nota nas mãos.

"Vou repetir pela última vez: Sr. Knutsson, você tem potencial e capacidade para criar boas custas e longa - metragens. O seu problema é estar apegado demais a um único estilo. Permita-me dizer, um estilo completamente vazio de produção. Eu quero um filme com alma dessa vez. E se eu notar que você não se esforçou o suficiente, eu te reprovo. Entendeu?" – perguntava o professos, apontando o dedo indicador em riste na frente do nariz do aluno.

"Isso quer dizer: nada de filmes com cenas de kung-fu e sangrias desatadas filmadas no fundo de um quintal barato no distrito da pornografia. Nada de piadas sem contesto e longos intervalos de silêncio para fingir uma concentração que seus personagens não tem simplesmente por que não pensam! Eu estou sendo claro sobra as condições de sua aprovação?" – Questionou ainda encarando o aluno.

"Sim, senhor." – respondeu quase mecanicamente, como se fosse um soldado diante do líder do pelotão.

"Ah, sim. Mais uma coisa. Não me apareça aqui com pornografia! Já recebi um projeto desses e recusei também." – Afrodite tinha noção de que era o autor desse projeto, e quase teve que conter uma risada. – "Está dispensado."

Afrodite não pensou duas vezes antes dae sair voando, quase literalmente, da sala em que estava. Há alguns minutos vinha engolindo uma série de palavrões que deixariam um marinheiro sem graça, de tão cabeludos que eram os palavrões que tinha em mente, e em mais de uma língua.

Andou pelos corredores sem prestar atenção em nada nem em ninguém. Quem aquele nazista pensava que era? Por que ele achava que tinha o direito de determinar o que podia ou não ser um projeto? O que havia de errado com Quentin Tarantino? O que havia de errado, em nome de Deus, com Jackie Chan?!

Aquilo havia provocado nele uma crise. Ele era um artista. As ordens do Gestapo feriram sua sensibilidade, e agora pensava que estava deprimido. Tentava reorganizar o roteiro que tinha em mãos mas só ninjas e katanás vinhas em sua mente, além de alguns banhos de sangue desnecessários. E se ele fizesse um filme de terror?

"Isso sim, tem muita alma... penada." – riu sozinho de sua piada interior. O que seria, afinal, um filme com alma? Alguma coisa emo? Do tipo que faz pensar e chorar?

Bom, isso ele sabia que não era, porque tragédia por tragédia bastava assistir os noticiários sensacionalistas. O que seu professor queria, e ele havia deixado bem claro, era que seus personagens tivessem alguma profundidade. Tipo a black mamba de Kill Bill. Ela tinha objetivo de se vingar de todos aqueles que a agrediram e fizeram ela pensar que a filha que ela estava esperando havia sido morta também.

Ma o que daria uma boa história inédita, se tudo o que parecia possível já tinha sido feito? Pensou em rever seus novos velhos projetos estilo kung-fu caseiro, mas a proibição de cenas de lutas marciais se provava um bloqueio intransponível.

Pensando em seu futuro já como um roteirista fracassado que passaria o resto da vida fazendo edições de filmes pornográficos ele chegou em casa. Tudo parecia tão melancólico naquele momento. Ele nunca tinha efetivamente reparado no lugar onde vivia.

Entrou na sala. Tinha um sofá e uma poltrona dispostos em forma de 'L' ao contrário, uma TV com equipamento de DVD, aparelho de som e home theater, e uma mesa no canto, e uma estante onde deixava as coisas. Tinha uma cortina bege e sua janela dava de frente para uma padaria num bairro razoável.

Olhou a cozinha. Eu colega de quarto havia feito o favor de por alguma ordem naquilo. Não que ele fosse a criatura mais organizada do mundo. Miro, seu colega de quarto, um rapaz de família grega, que estudava artes plásticas. O resto de sua família estava na Grécia e ele veio para os Estados Unidos para estudar. Isso para terror de sua família que queria que ele cursasse Medicina, Engenharia, Direito ou Veterinário, ou qualquer outro curso desses que as famílias burguesas obrigam os filhos a estudar. Miro era um tanto rebelde, e assim como ele tinha lá suas crises de inspiração. Quem sabe não foi isso que fez com que ele resolvesse arrumar a cozinha naquela manhã.

Andou em silêncio pelo corredor que levava até o quarto, o "templo sagrado da inspiração" para não acordar colega com quem dividia o mesmo. Mas para sua surpresa Miro não estava lá. Onde ele teria ido? Uma coisa era certa, ele tinha os hábitos de uma estrela do rock daquelas bem loucas. Acordava tarde. Tinha longas noites de boemia, até fumava um baseado de vem em quando. Muita vezes ele dizia que tinha o sonho de ser igual ao Keith Richards, do Rolling Stones, só que não queria ficar tão magro e nem tão feio...

Sentou na escrivaninha do quarto, ligou o computador e começou a digitar uma série de idéias desconexas, mas nada de história... apenas cenas onde um velho de cabelos e longa barba brancos ensinava um jovem ocidental a lutar artes marciais, debaixo de muita porrada. Onde ele já tinha visto aquilo mesmo? Há, sim. Em Kill Bill: quando pai-mei ensinava a Uma Thurman a lutar. Diabos! Será que ele não conseguia ter uma idéiazinha original que não fosse inspirada ou copiada de algum filme de porrada?' Por que ele não assistia a romances? Só para variar?

Não sabia quantas horas tinha gastado naquele 'processo criativo', mas ainda não tinha obtido resultados. Foi quando ouviu chaves na sua porta. Seu colega chegara. Miro entrava em casa bufando. Provavelmente ele também tinha tido um dia ruim. Estava carregando uma tela de pintura e alguns pacotes. Devia estar puto mesmo. Nem o avental que ele usava quando pintava ele tinha se dado ao trabalho de tirar. Os cabelos estavam bagunçados como os de alguém que acabou de transar ou saiu do inferno. Ainda não sabia qual das duas situações era a do colega.

Miro joga as tralhas que carregava em cima de sua cama e senta-se sobre ela como se desabasse.

"Boa noite." – disse ele, desanimado.

"Boa noite. Dia ruim?" – perguntou Afrodite, agradecido de poder desviar os olhos da tela do computador, que ainda permanecia em branco.

"Péssimo, para dizer o mínimo. Fui até a aula, mas não consegui pintar nada. Acho que estou e crise. Sei lá. A professora queria que fizéssemos algo que impressionasse mas fosse abstrato. Odeio, O-D-E-I-O arte abstrata, pelo menos daquelas que você olha para a tela e vê um borrão azul, por exemplo. Embaixo está escrito o título: guarda roupa, ou outra coisa esdrúxula. Se for de Picasso todo mundo fala "OOOOOOOH" – de admiração. Se você fizer isso vão dizer: "Puta, mas que merda. Não tem nada a ver!" Acho que eu só vou ser famoso no dia em que eu morrer!"

Afrodite ria da revolta e dos lamentos do amigo.iro tinha a capacidade de tornar aquilo tudo engraçado. Mas ele ainda não tinha acabado seu relato.

"Aí sabe o que vai acontecer? Aquele quadro que tem uma mancha de tinta vermelha escorrendo: vão dizer que era a minha revolta contra a violência social dos tempos em que eu vivi. Nada disso! Só vão dizer isso por que eu não estarei lá para explicar que eu abri a lata de tinta mas a chave que eu usei para abrir escapou e lata voou sobre a tela e manchou. Ta vendo: uma coisa simples e que não é nada de extraordinário.

Mas claro, que dizer que é uma revolta contra a violência é mais poético. São como poemas: Talvez o poeta não quisesse dizer nada daquilo, mas as pessoas ficam deduzindo e fazendo perguntas estúpidas sobre isso! E isso é matéria das provas de admissão na faculdade! Mas o cara nem queria dizer nada! Ele só escreveu porque rimava! E fazem disso uma tempestade! Só porque o cara não está lá ara se defender!"

Miro expôs sua tese de uma única vez, ficando sem fôlego, e com o rosto avermelhado. Afrodite não tinha outra opção a não ser rir. Quem sabe ele não deveria ter mesmo feito Direito. Afinal, ele defendeu com tanta paixão seu argumento sobre "o que queria dizer aquilo que não dizia nada". Observou enquanto o colega respirava fundo e recuperava o ar perdido em tão longa explicação.

"O que aconteceu na aula?" – Afrodite perguntava depois de ver o amigo já recomposto.

"Aconteceu que nada do que tente fazer como pintura abstrata serve para aquela vaca! Abstração não é arte para mim. Arte é aquilo que eu vejo, entendo e posso apreciar. Não aquilo que me faz ficar quebrando a cabeça."

Afrodite e ele tinham um conceito bem diferente de arte. Para Afrodite arte era tudo aquilo que fazia pensar, de alguma forma. Pensar nisso o deprimiu. Porque ele tinha esse conceito de arte e não conseguia exprimir isso em suas filmagens? Enquanto isso Miro continuava a falar. Deus ele até podia ser italiano! Italianos falam muito!

"Ta certo que eu até penso muito sobre a coisa toda do sorriso da Monalisa, mas é diferente. Pelo menos você sabe que é um sor..." – Miro finalmente parava de falar e observava como o colega havia ficado quieto. – "Que foi? Teve um dia rui também?"

"Pode-se dizer que sim. O professor Wyvern rejeitou meu projeto de conclusão de curso, e disse para eu apresentar outro que não tivesse lutas marciais, nem banhos de sangue, nem pornografia. Mas isso não é tudo, ele quer que meus personagens tenham 'alma'. " – disse ele, fazendo sinal de aspas com os dedos enfatizando a última palavra.

"Isso é absurdo! Ele é como a minha professora. Quem eles pensam que são para criticar a inspiração de um artista. Acho que estou falhando nos meus propósitos..." – respondeu Miro, coçando o queixo com art intrigado, observando algum ponto na parede.

"E quais são eles?" – Afrodite perguntou, olhando para a parede a fim de saber o que o outro havia achado de tão interessante.

"O de ser um artista plástico martirizado e mentalmente torturado, porém bem sucedido, que tenha conseguido vender algum quadro em vida..." – Miro parou e pensou um pouco antes de adicionar: "... mas diferentes dos outros que eram pobres, eu quero manter o cartão de crédito sem limites e o BMW".

Afrodite começava a rir das idéias incompatíveis do outro.

"O que foi?" – perguntou Miro indignado. – "Para se destacar no mundo cão da arte você tem que ter um diferencial!" – em seguida começou a rir com o colega. Ele próprio sabia que suas idéias eram ligeiramente insanas. – "Mas, e aí... conseguiu bolar algum roteiro?"

Afrodite virava a tela em branco do computador para o amigo, que fazia aquela cara de 'Xiii, ta mal' para ele, com o traço característico de abaixar uma das sobrancelhas e torcer a boca de um jeito indescritível. Até parecia o Silvester Stallone rindo.

"Vem, vamos sair. Quem sabe nós dois não encontramos inspiração na rua ou na balada." – Dizendo isso Miro levantou-se, pegou um casaco e já rumou para aporta. Festa era com ele mesmo. Afrodite não achava que iria conseguir escrever alguma coisa que prestasse naquele momento, então resolveu sair atrás do amigo.

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Sábado de manhã. A claridade começava a incomodar os olhos dele. Queria dormir mais um pouco, mas aquilo já o tinha despertado. Levantou-se e alongou o corpo da melhor maneira que pode. Estranhamente estava frio naquela hora, o que contrastava com sua figura utilizando apenas uma cueca. Pegou o roupão e foi até o banheiro.

Afrodite sempre foi muito vaidoso com as figura. Malhava para manter o corpo em forma, cuidava dos cabelos com mais carinho do que muita mulher. Seus cabelos eram longos, ligeiramente repicados, sedosos e brilhantes. Mas estavam terrivelmente embaraçados e desalinhados, o que era inadmissível! Deparou-se com o espelho. 'Credo!', foi a única coisa que conseguiu pensar. Como tinha dormido tarde na noite anterior sua pele muito alva evidenciava as olheiras escuras abaixo de sus olhos muito azuis. Aquilo tinha que ser corrigido.

Estava aproveitando um banho bem demorado quando escutou sou colega de quarto bater na porta do banheiro. Sem cerimônia nenhuma Miro entrou e correndo dirigiu-se ao vaso sanitário. Provavelmente as bebidas estavam fazendo algum feito.

Afrodite ficou um pouco desconcertado ao observar seu amigo aliviando a tensão na bexiga diante de seus olhos e ficou corado. Miro não tinha se dado ao trabalho de vestir nada. Estava apenas usando a cueca samba-canção que ele tanto adorava. Ele dizia que gostava de criar o 'bicho solto'.

Afrodite estava surpreso ao se perceber observando o corpo do outro. O nariz comprido e fino, o rosto ângulo, masculino, os ombros largos, o peitoral definido e musculoso, barriga tanquinho... Parou quando percebeu onde estava chegando.

Fingiu de desconcertando quando viu Miro dar a descarga, o que encerrou por instantes a saída de água do chuveiro.

"Filho da puta!" – disse enquanto o outro ria. Sabia que ele não fazia de propósito, mas não deu para evitar. Saiu mais rápido do que ele foi capaz de pensar. Miro o encarava achando graça, e isso o fez ficar quase roxo de vergonha.

"Esquenta não! Você não tem nada que eu nunca tenha visto antes." – respondeu Miro, saindo do banheiro.

"Bela bunda, também." – pensou enquanto terminava.

Os dois tomavam café quando perceberam uma movimentação atípica no corredor. Até onde sabiam não havia ninguém vivendo no apartamento ao lado, e as únicas pessoas que moravam naquele andar além deles eram um casal de idosos muito bacanas no fim do corredor. A velhinha fazia uma lasanha...

Será que tinham um novo vizinho? Afrodite, mais curioso foi até a porta e ao abrir encontrou um homem que carregava algumas malas.

"Bom, o apartamento já está mobiliado mesmo... faz sentido." – pensou enquanto encarava o sujeito que não se pareceu nem um pouco a vontade com aquele par de olhos azuis curiosos como os de uma criança a escaneá-lo.

"Oi." – Disse o cara, olhando para ele que permanecia inerte. Afrodite acordou do transe e que estava.

"Oi... desculpa. Acabei de acordar. Acho que eu dormi um segundo." – Mentiu descaradamente. Miro estava sentado na cozinha escutando, quase engasgou com o que estava comendo. Foi a desculpa mais cretina para encarar alguém que ele já tinha ouvido. Mas, curiosamente, vindo do colega de quarto, ela soava natural e espontânea.

"Ele não é uma gracinha?" – perguntou para si mesmo enquanto ria sozinho baixinho na cozinha para não atrapalhar a conversa.

"Prazer, eu sou Afrodite." – Estendeu a mão em cumprimento ao outro que sorriu intrigado. Como ele era L-I-N-D-O! A aparência séria, o olhar penetrante. Os olhos de um azul muito escuro, que quase os tornava negros, a voz grossa, um jeito alerta, mas despojado, um bronzeado mediterrâneo e um corpo de fechar o comércio...

"Ô frase cafona..." – pensou, enquanto o outro respondia ao cumprimento com um aperto de mão firme, mas não exagerado do tipo que quebrava os ossos. Era seguro de si. Isso só o tornava mais encantador.

"Giovanni." – Respondeu ele se apresentando. Provavelmente era um tipo que falava pouco, mas algo nos olhos dele dizia que era uma pessoa que tinha muito o que falar sobre si. – "Ahn... desculpe, mas você disse que seu nome é Afrodite?" – Perguntou ele, como se não tivesse entendido da primeira vez.

"Isso." – Dite respondeu sem pensar, mas depois caiu na real: Será que ele está pensando que eu sou mulher? Desesperado emendou - "Não! Não. Na verdade... eu detesto meu nome de nascimento. E um dia teve uma festa... ai que embaraçoso..." – Ele não conseguia explicar aquilo. Para seu desespero Miro adiantou-se na porta.

"Oi, muito prazer, eu sou o Miro, colega de quarto do Afrodite. Tudo bem?" – apresentava-se ele, cumprimentando o homem que novamente dizia seu nome. E continuou: "Pois é. Há uns anos atrás ele foi numa festa de arte e tinha que interpretar uma escultura. Então ele foi fantasiado de Afrodite. Daí, como ele não gostava do nome dele acabou pegando o apelido. Com licença." – Miro dava a versão resumida dos fatos, enquanto se abaixava para pegar o jornal que estava no chão e saía de fininho."

Afrodite estava em pânico. Miro tinha o dom de deixá-lo sem graça. Era uma das poucas, ou talvez a única que conseguisse esse efeito com ele que era dono de uma cara de pau danada.

"Ahn..."- fez Giovanni. – "Mas por que? Qual seu nome verdadeiro?"

"Não vem ao caso." – respondeu mimoso.

"E você não se incomoda de ser chamado assim? Normalmente as pessoas não gostas dos apelidos..." – Perguntou o outro tentado ser simpático.

"Ah, ms eu gosto. Eu sou estudante de cinema, e isso faz alguma diferença. Só tem louco lá, mesmo..." – respondeu olhando para o outro, deliciando-se com a risada.

"Mas... você se mudou para cá?" – Perguntou apontando para a porta do apartamento vizinho.

"Sim." – Foi tudo o que o outro respondeu.

Assim passaram algum tempo 'conversando'. Giovanni mais ouvindo do que falando. Afrodite parecia uma criança empolgada. Contava tudo sobre a vida no bairro, sobre o casal de idosos que morava no fim do corredor e como eram simpáticos com ele, oferecendo ajuda, falando sobre os problemas de encanamento, de como era o clima na cidade. Era incrível como ele falava depressa.

Nesse meio tempo Miro sentou-se, assistiu televisão... Afrodite falava como a mulher que apresentava a previsão do tempo! Depois saiu. Notou que o novo vizinho agora parecia querer livrar-se de Afrodite, afinal de contas ele ainda não tinha conseguido entrar em casa desde o momento em que chegou!

"Dite! Chega! Eu acho que ele quer entrar em casa! Olha, faz assim. Hoje a noite o Dite e eu vamos numa balada. Você é daqui?"

"Não, sou de São Francisco" – respondeu Giovani.

"Então... A gente vai nessa balada, e se você estiver disposto vem com a gente, aproveita para conhecer a vida noturna local. Vai ser legal." – Disse Miro, despedindo dos dois e sumindo no corredor.

"Desculpa. Você deve estar mesmo querendo entrar. Mas se der você vem conosco?" – perguntou.

"Claro. Até mais tarde." – respondeu o outro que pegou as malas e enfurnou-se dentro do apartamento.

Afrodite fechou a porta do seu e parou para pensar naquele novo vizinho. Desde hoje de manhã, quando havia visto o colega no banheiro estranhou as sensações que seu corpo experimentava ao pensar em outros homens. Até então sua experiência se resumia a mulheres. Porque isso, agora? Falta não era!

Melhor para de pensar nisso. Tinha um trabalho duro pela frente. Voltou para o computador e buscou se concentrar naquilo que seria seu trabalho de conclusão de curso.

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Giovanni, ou melhor, Matheo fechava a porta de seu apartamento. Não sabia quanto tempo mis ele poderia suportar o falatório do vizinho. 'Afrodite'... que raio de apelido era esse? Mas uma coisa não podia negar, ele era bem atraente. Seu jeito alegre e jovial, espontâneo havia ganhado a simpatia dele.

Ainda bem que ele tinha uma colega de quarto com algum bom senso. Ainda pensava se aia aceitar o convite feito. Não tinha nada a perder enquanto estivesse na cidade. Seria por pouco tempo, não havia mal em fazer um social enquanto estivesse ali.

Deixou as malas no canto. Nem se daria ao trabalho de desfazê-la. Seu trabalho não demoraria muito par seu feito e ele teria iria desaparecer em seguida.

Abriu uma das duas grandes malas que carregava, tirando dela uma pasta preta. Dentro dela um arquivo. Era seu novo alvo. Não precisava saber de nomes, nem de idades, se tinha família ou não. Era até melhor. Assim não ficava pensando neles depois que o serviço fosse feito.

O sujeito morava no estado do Arizona. Por isso ele havia escolhido a Califórnia para passar o tempo em que aguardava a 'autorização' para eliminar o sujeito. Por autorização, entenda-se o pagamento do combinado. O Arizona ficava a poucas horas de distância de carro da cidade onde estava. As estradas eram pouco vigiadas, com rotas alternativas em estradas de terra não mapeadas. A merda era a poeira. Aquela poeira vermelha parecida com barro que lembrava tanto o Texas. Odiava o Texas. Nunca mais poria os pés naquele estado enquanto vivesse.

Outra razão de escolher a Califórnia foi que um crime ocorrido no estado vizinho não seria objeto de nenhum jornal local. Olhou novamente para a voto de seu alvo. Tipo espânico, cabelos curtos e negros, assim como os olhos. Pele branca, o que era difícil de não notar num estado onde o sol é de rachar no deserto montanhoso.

Tudo o que precisava saber era: como ele era, onde vivia e onde poderia encontrá-lo. Seu estilo de assassinar não era tão requintado quanto o daquele que o 'ensinou o ofício'. Aquele, sim, era um assassino. Utilizava rifles de alta precisão, pistolas dos mais variados tipos, revólveres e armas brancas.

Ele, comparado ao outro era um reles pistoleiro. Só sabia utilizar aquele tipo de revólver. Aliás, precisava comprar um. Esta lição ele havia aprendido bem: depois de cada 'serviço' limpar e se livrar da arma o quanto antes. Sem digitais e sem a arma do crime não haveriam provas se fosse pego. Além do mais, usar uma arma diferente para cada crime era conveniente. Se algum dia na vida fosse preso após matar alguém, não haveria conexão com outros crimes, que ele jamais confessaria. Só seria processado por aquele. Mas sua folha corrida interna já tinha alguns metros de comprimento.

Ficava mais caro para o ciente cobrar também uma arma nova? Sim, ficava. Mas e daí. Ele já não estava pagando para que alguém desse cabo da vida de outro ser humano? Então. Que diferença faria dois mil a mais?

Deitou-se no sofá pensando no que faria de sua vida depois. Já tinha acumulado algum dinheiro com o qual pretendia iniciar uma vida nova. Este seria seu último trabalho. A última vez que usaria um nome falso, o último serviço de "Máscara da Morte", como era conhecido neste sub mundo.

Fechou os olhos e adormeceu algum tempo.

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Já era noite quando ouviu batidas na sua porta. Era Afrodite querendo saber se ele iria acompanhá-os naquela noite. Poucos momentos antes havia decidido que sim e estava pronto. Nada de sobrenatural: o preto básico. Sapatos, calça, camisa. Não dava trabalho e não precisava ficar escolhendo.

Dite estava usando uma calça social preta, mas com camisa azul Royal, que ficava perfeita com seus olhos azuis muito claros, os longos cabelos soltos. Gostava de estar sempre arrumado. O que contrastava com seu colega de quarto. Miro usava um jeans azul claro, daqueles famosos e de aparência surrada, com uma camisa preta solta por fora da calça, os dois primeiros botões abertos, o cabelo comprido preso num rabo de cavalo frouxo.

Afrodite detestava admitir mas Miro conseguia ser sexy até quando estava relaxado. Lê se preocupava tanto que saía sempre parecendo um garoto comportado que saiu da missa.

Enquanto dirigiam pelo distrito dos bares e casa noturnas de região Afrodite buscava se manter calado no banco de trás do carro. Estava impressionado com a visão do italiano, vestido completamente de preto. Passou a tarde inteira pensando nele. Aquelas sensações estranhas que sentiu de manhã ainda o acompanhavam. Semanas atrás pensava que seria impossível, mas agora ele tinha quase certeza de que estava sentindo tesão por homens.

Felizmente chegaram em algum lugar. Ele precisava sair do carro urgentemente para tomar um ar fresco, caso contrário não se responsabilizava pelo que pudesse vir a acontecer.

Foi nesse momento que sentiu um calafrio. Fatalmente Miro ia se encontrar com sua turma de doidivanas e desapareceria. Ele na qualidade de 'anfitrião' não podia deixar seu vizinho só. Teria que fazer companhia para ele. Ficariam sozinhos...

"Ai... onde fui me meter? Tinha que ver o Miro puxar o pinto para urinar hoje de manhã? Tinha que ficar reparando no quanto ele é gostoso? Tinha que conhecer o Giovanni hoje?" – pensava sentindo o seu 'mini' acordando.

"É isso! E se de repente o Giovanni gostar de mulher? Ai eu estou salvo!" – pensou aliviado, mas de um segundo para outro a mera imagem do vizinho bonitão fazendo sexo com alguém, a visão daquele corpo nu o fez perder a cor.

"Dite!" – Ouviu a voz de Miro gritar em algum lugar. Estava num transe tão violento que não percebeu que já tinha entrado na boate. Olhou o amigo que fazia o sinal que ele mais temia. Aquele famoso: "Vou lá falar com o pessoal e já volto!". Agora sim. O fim não estava próximo. Já podia ouvir as trombetas do apocalipse anunciando o fim dos tempos.

Passou boa parte da noite sentado conversando com o novo amigo sobre diversas coisas, e para seu pânico ele não olhou para mulher nenhuma! Estava começando a suar frio quando Giovanni mencionou sua faculdade.

"Então. Por que você decidiu fazer faculdade de cinema?"

"Isso! O único assunto que tira completamente o meu tesão!" – pensou alegre – "Sei lá. Pareceu interessante. Na verdade eu não tinha muitas opções. Sempre quis alguma coisa que tivesse a ver com arte, mas como não sei desenhar..." – rui nervoso.

"Você já fez algum filme, ou coisa assim?"

"Isso! Continua nesse assunto, pelo amor de Deus!" – pensava agradecendo a providência por este assunto ter vindo à tona. – "Fiz algumas curta – metragens como trabalhos para a faculdade. Mas aparentemente um professor não achou que eram bons o bastante, e agora acho que ele vai me reprovar." – respondeu suspirando.

Giovanni o olhou. Ele realmente parecia abatido agora. – "E ele te disse por que razão não gosta dos seus trabalhos?" – perguntou voltando a atenção para o copo de vodka que suava sobre o balcão. De tão gelado tinha a impressão de que ele ia rachar a qualquer momento.

"Ele diz que não quer mais que eu faça vídeos ao estilo Jackie Chan ou cena de banho de sangue ao estilo Kill Bill. Ele quer um filme com profundidade."

"Mais do que a black mamba querendo vingança contra aqueles que tentaram matar a ela e a filha que ela estava esperando?"

Os olhos de Afrodite brilharam naquele instante. Havia quem conseguisse entender a profundidade dos personagens lacônicos de Quentin Tarantino! - "Você curte esse tipo de filme?" – perguntou extasiado.

"Gosto bastante. E de Jackie Chan também. Mas não só os novos, cheios de efeitos especiais. Gostos dos mais antigos também." – Giovanni respondeu – "Também curto os filmes asiáticos do Kurosawa e os filmes chineses." – Deu um risinho envergonhado. Muitos dos filmes chineses eram só pancadaria.

"É disso que eu estou falando!" – gritou Afrodite levantando os braços atraindo alguns olhares. – "Vai dizer que você conseguiu entender o "O tigre e o Dragão"? Quer dizer, o visual é bárbaro, os cenários são o máximo, mas os diálogos... não dizem nada."

"Ta falando daquela parte em que a menina quebra um bar inteiro e mais uns vinte caras só porque alguém disse algo que ela não gostou e depois diz que vai estar sobre a montanhas de Wudan?"

"Esse é um bom exemplo! Mas sabe o que é pior? A cena do cara que rouba o pente dela... quer dizer, ela corre meio mundo, bate na outra metade tudo por causa de um pedaço de plástico! Ou que quer que seja? Daí um pouco depois aparece o cara entrando pela janela do quarto dela, e no fim eles estão juntos e ela se joga da ponte!" – Afrodite estava indignado. Como alguém poderia gostar de uma coisa dessas? Depois os personagens dele é que eram ocos?

Os dois riram e novamente ele começava a sentir aquele calor estranho. Essa afinidade repentina que eles desenvolveram ao mesmo tempo em que o deixava à vontade o deixava desconfortável, mais consigo mesmo do que com qualquer outra coisa. Foi então que pensou ter visto sua tábua de salvação.

"Aquela garota não tira os olhos de você." – falou indicando com o nariz a direção. Giovanni olhou a moça. Bonita, mas não lhe atraía em nada. Foi aí que o pesadelo do Dite se consumou. O outro voltou a olhá-lo e disse: "deixa ela olhar." – com a maior naturalidade do mundo.

"Achei que você ia falar com ela. Sei lá... ela é gostosa." – disse, tentando afirmar mais para si mesmo do que para o outro.

"Olha, como você é um estudante de artes, e a julgar pelo apelido de que você gosta tanto você não é um cara preconceituoso. Por isso eu vou ser franco com você. Eu sou gay."

Afrodite engoliu em seco naquele momento.

"Normalmente eu sou muito discreto com isso porque as pessoas não aceitam muito bem. Mas acho que para você eu posso falar. Olha, por mim tudo bem. Eu não sou daqueles que fica dizendo 'seja você também'. Eu respeito os héteros da mesma forma que eu quero ser respeitado. Certo." – Apesar de Giovanni estar sério não havia qualquer rispidez na sua voz.

"Não. Imagina. Por mim tudo bem. Longe de mim julgar os outros. Como dizem por aí, Deus deu a vida para cada um viver a sua. Eu bem sei como é esse negócio das pessoas pensando mal de você. Acha que todo mundo leva na boa o meu apelido? Sempre acham que eu sou uma garota ou um travesti."

"É foda..." – resignou-se o outro dando mais um gole no líquido do copo.

"Nem diga. Mas é como eu aprendi a falar. Quando me enchem o saco u digo que vou cuidar da alma porque da vida já tenho quem cuide!" – Dite deu um sorriso tão cândido que fez com que o outro engasgasse. Na pressa de socorrê-lo enquanto Giovanni ria nem percebeu que estava a poucos centímetros do rosto dele, pedido naqueles olhos escuros.

Giovanni não manteve o olhar. É claro que ele sabia que o outro estava interessado, só não sabia até que ponto. – "E você?"

Afrodite tinha entendido bem aquela pergunta. Ele era ou não gay? – "Não sei. Confesso que ando tendo uns desejos estranhos."

"Já esteve com um homem antes?" – perguntou sem fazer qualquer movimento.

"Não." – respondeu, seu rosto muito alvo corando.

"Quer saber como é?" – Perguntou Giovanni pela primeira vez tocando o quadril do outro, que tentou, em vão, conter um estremecimento. Afrodite apenas assentiu com a cabeça. Sim, antes dessa manhã ele já tinha tido essa curiosidade, Só que agora ela voltava com mais força.

Saíram do bar e foram direto para o apartamento de Giovanni. Até então nada tinha acontecido. Mas foi só chegar em um lugar onde ficariam mais à vontade que o simples toque do outro em suas costas fez Afrodite estremecer.

Giovanni era um sedutor. Nada de beijos molhados logo de cara. Ele queria testar o outro. Parou diante dele, deslizando as mãos por baixo da camisa, acariciando suas costa enquanto o olhava nos olhos.

Afrodite estava tímido. Não sabia o que fazer agora. Olhou para baixo e não conseguiu conter o suspiro no momento em que o outro deslizou os lábios por sua face. O ar quente o tocava, enquanto a boca do outro procurava a sua.

Giovanni trouxe o outro mais para perto, colando-o ao seu corpo e sentiu as mãos tímidas tocarem-lhe o quadril. Deu-lhe um beijo suave nos lábios, enquanto o trazia para o quarto. Afrodite não sabia mais o que estava fazendo. Apenas queria se deixar levar pelo momento. Miro lhe dizia que era tão bom...

Encostou a cabeça no pescoço do outro, sentindo a pele quente e aquela sensação salientou a vontade que tinha de beijá-la. Quando depositou o primeiro beijo abaixo da orelha sentiu os braços do outro apertarem mais o abraço. Uma das mãos dele estava estranhada no meio de seus cabelos fazendo leves carícias em sua nuca. Giovanni estava deixando que ele beijasse seu pescoço lentamente quando deitou-se com ele sobre a cama, deixando que ele ficasse por cima.

Afrodite estava deitado sobre ele. Estava adorando o calor que dividia com o corpo do outro. Timidamente procurou-lhe os lábios mais uma vez, mas dessa vez o beijo foi cheio de paixão. Deixava que seus lábios fossem devorados por Giovanni, a língua quente e molhada buscando conhecer cada espaço de sua boca, friccionando-se contra a sua numa carícia extremamente íntima e agradável.

Com pressa buscaram livrar-se das blusas. Giovanni não tinha pressa. Fosse logo para as calças Dite poderia recuar. Era melhor deixá-lo gostar daqueles amassos até que não pudesse mais resistir.Em pouco tempo estavam os dois com o torso desnudo. Já era possível sentir o suor correndo nas peles. As mãos de Giovanni acariciavam com mais volúpia as costas do amante, descendo para seus quadris e subindo novamente pelo pouco que estava à mostra de seu abdômen. Cautelosamente ele havia chegado até o peito do outro e agora estava a provocar, circulando com a ponta dos dedos a região em torno do mamilo.

Afrodite não agüentava mais esperar por aquele carinho que nunca parecia ser feito. Sentia aponta dos dedos do outro tocando suavemente seu peito, muito próximo de seu mamilo. Queria apenas que ele o tocasse logo. Gemeu baixinho. Seu abdômen estava duro de tanto se contrair esperando aquela sensação, e foi com alívio que sentiu os dedos do outro curvarem-se sobre a região, apertando-o com leveza.

Giovanni estava prazeroso em sentir o mamilo enrijecer sobre seu toque, amoldando-se a ponta saliente sob seus dedos. Podia senti a musculatura macia sob seu toque, e as unhas cravadas em seus ombros. Os corpos ainda colados. Dite deslizou uma das os buscando o peitoral do outro, acariciando-o enquanto sua boca era tomada novamente por um beijo.

As mãos deslizavam em todas as direções onde houvesse pele descoberta, e Afrodite começava a se insinuar para dentro das calças de Gionanni, que não ofereceu qualquer resistência. Assim ela foi sendo baixada aos poucos, revelando a cueca preta que mal podia conter a ereção latente.

Deslizou os dedos por sobre a última peça de roupa sem saber direito o que fazer e quando suas mãos se posicionaram entre o membro já rijo e a virilha Giovanni gemeu. Era tudo o que ele precisava saber. Aquele era um ponto sensível e o outro gemia cada vez mais alto a medida em que intensificava a pressão.

"Tira..." – gemeu Giovanni, referindo-se a peça de roupa que ainda estava sobre ele. – Envergando-se na cama e buscando Afrodite para um beijo ardente. Dite já não conseguia mais esconder sua ereção também. Ele queria. Queria muito saber o qual é a sensação que um membro rijo tão atraente provoca quando invade um corpo. Tirou suas calças, revelando para o outro todo o desejo que sentia.

Giovanni deitou-o no colchão, sentando-se sobre ele e acariciando seu sexo cadenciadamente com as mãos. Dite arqueava o corpo para observar o carinho que Giovanni dispensava ao seu pênis enquanto o dele permanecia ali, ereto e intocado. Tudo se esvaiu de sua mente quando sentiu a mão do outro no meio de suas pernas, primeiro acariciando e pressionando gentilmente os testículos sob seu pênis ereto, e depois, quando algumas gotas já começavam a escorrer a medida em que a cabeça era acariciada e com o polegar da outra mão, Giovanni inseria um, depois outro e mais outro dedo dentro de seu ânus.

Inicialmente aquilo doeu, mas a medida em que o dedo ia pressionando pontos dentro de seu corpo essa dor era substituída por outra. A dor do desejo de ter logo o sexo do outro dentro de si. Sentia prazer cada vez que era pressionado mais forte. Começou a relaxar e quanto notou já tinha três dedos dentro de si. Gemeu alto.

"Por favor... faz..." – implorava pa o outro que ainda dedicava atenção ao seu pênis

Sentiu que ia gozar quando o outro se debruçou por cima dele, pressionando os dois sexos rígidos entre os abdomens definidos.

"Você é bem apertado..." – Giovanni sussurrou em seu ouvido.

"Eu te desejo. Por favor... faz..." – Era tudo o que seu cérebro consegui articular.

"Goza pra mim?" – Giovanni pediu, observando a respiração pesada do outro, o suor escorrendo e molhando algumas mechas de seu cabelo, o rosto rosado, a carne trêmula ob o toque. Estava claro que ele não agüentava mais segurar. – "Goza..." – Dizendo isso ele pressionou um pouco mais os quadris contra o outro que deixou-se derramar de prazer, vertendo seu líquido entre os dois, deixando o sexo do outro coberto lambuzado pelo seu gozo.

Dite relaxava na cama, buscando recuperar a respiração, mas aquilo ainda estava longe de acabar. Sentiu seu quadril ser levantado e Giovanni começara a introduzir seu membro rijo por sua entrada. Não oferecia muita resistência. Seu próprio gozo havia lubrificado o caminho. Giovanni ia deslizando aos poucos para dentro de si e agora podia sentir o baixo abdome dele colado ao seu.

Respirou fundo e achou que ia desmaiar quando sentiu a primeira estocada. Se estivesse excitado gozaria novamente naquele momento. Giovanni beijou-lhe os lábios, descendo uma trilha molhada de beijos até seu peito, dedicando atenção especial aos mamilos duros de prazer. Enquanto acariciava um chupava o outro de ele, deslizando a língua quente em movimentos circulares, que os enrijeciam até onde parecia impossível. As mão firmemente posicionadas em seu quadril o mantinham na posição enquanto ele ia e vinha, deslizando seu membro pela entrada apertada.

Num último beijo na boca e com uma estocada mais forte Giovanni gozou. Afrodite podia sentir o líquido quente sendo derramado dentro dele, enquanto o outro deitava-se exausto sobre ele.

Permaneceram assim enquanto recobravam os compassos do coração e da respiração. Já era de manhã, e começava a clarear do lado de fora. Giovanni deitou ao lado de Afrodite, aninhando-o junto do peito. Os dois trocaram um beijo e permaneceram deitados em silêncio. Afrodite não sabia se o outro estava dormindo ou não, mas acabou adormecendo onde estava. Não queria deixar aquele calor gostoso para trás.

CONTINUA...

Beijos

Kika-sama.