Fanfic escrita para o projeto Go fly a kite, Black do fórum Ledo Engano.
Remus' Gift
By Meel Jacques
Potter tinha se saído melhor que Albus, como o novo líder do mundo mágico era mais liberal, passando a aprender os costumes do Líder da Luz e do Lord das Trevas, tentando conciliar o que havia de bom de cada lado. Por um lado, Snape estava feliz que existia alguém razoável no comando do mundo bruxo, mas quando Potter surgiu junto de seu afilhado por sua lareira com um brilho malicioso nos olhos e uma varinha apontada para ele Snape se lembrou do porquê dele ter sido temido pelo Lord das Trevas.
Snape nunca imaginou que seu afilhado se juntaria a Harry Potter contra ele, ou que pior, o chantagearia da forma mais vil. Parecia surreal na sua mente que Draco Malfoy, a pessoa que mais odiava Harry Potter depois do ex-Lord das Trevas, algum dia conspiraria com Potter.
- Você não pode fazer isso! – Snape latiu as palavras, o sangue fervendo de raiva. Olhou para Draco tentando ler sua mente, saber o que ele ganharia com isso, mas seu rosto era indecifrável e ensiná-lo Oclumência em seu sexto ano pareceu não ter sido uma boa idéia no momento. Os olhos de Draco estavam brilhantes e Potter parecia levemente convencido. – O que você faz ao meu afilhado, seu moleque?
Potter suspirou. Ele sabia que não seria fácil levar Snape para passar o natal com Remus, mas ele tinha prometido ao amigo que faria qualquer coisa para ajudá-lo a conquistar Snape e se para isso ele tivesse que enfeitiçar seu ex-professor de poções ele sabia que faria. Olhou para Draco e esperou que ele obtivesse algum sucesso, mas estava com a varinha na mão direita. Snape percebeu seu movimento e ficou ainda mais desconfiado.
- Você colocou Draco sob Imperius!
Draco apertou os olhos e abriu um sorriso afetado.
- Está dizendo que eu não saberia sair de um Imperius?
- Obviamente.
Draco com certeza iria falar algo muito mal educado quando Harry o interrompeu.
- É apenas um jantar na noite de natal. Não é como você tivesse muita coisa para fazer.
Draco concordou e não deu oportunidade para Snape retrucar.
- Padrinho, eu vou ser mais direto. Ou o senhor nos acompanha amanhã para o natal na casa de Potter ou o Ministério ficará muito feliz em descobrir poções ilegais nos seus aposentos – Draco ameaçou. – Eu sei nomear pelo menos três delas.
Snape apertou os olhos, a raiva o inundando.
- Nos acompanhar? Além de me ameaçar ainda vai trocar presentes com Potter? O que você é dele? Seu amante?
Quando Draco começou a ficar com as bochechas levemente vermelhas e Snape começou a fazer caretas de incredulidade Harry entrou em pânico, então fez a única coisa que pôde no momento.
- Estupore!
Uma luz vermelha saiu da varinha de Harry e acertou o peito de Severus. O professor foi pego de surpresa, já que estava preocupado demais com as expressões do afilhado. Não conseguiu desviar do feitiço e então caiu desacordado.
- Você azarou meu padrinho! – Draco gritou correndo para acudir Snape. Harry deu de ombros.
- Tanto faz. Agora é mais fácil embrulhá-lo e dá-lo de presente para Remus.
Draco abriu uma carranca para Harry.
- Não acho que deveríamos fazer isso, Harry. É uma idéia absurda.
Harry guardou a varinha de Severus no bolso, puxou Draco pelo ombro e o virou na sua direção.
- Podemos deixá-los sozinhos e fazer nossa própria comemoração, o que acha?
Draco começou a rir antes de beijar os lábios de Harry.
- Acho uma ótima ideia. Nem sei como não pensei nela antes.
Era manhã de natal e nenhuma notícia de Harry sobre o jantar de natal ou se Severus viria. Remus não pôde evitar a decepção quando acordou em Grimmauld Place e não tinha ninguém por perto. Abriu a porta do quarto de Harry, mas ele não estava lá.
Desde a morte de Sirius o jovem Harry nunca mais tinha sido o mesmo e foi com grande alegria que Remus havia aceitado seu convite para morarem juntos, como uma família. Mas, obviamente, Harry não estava disposto a passar o natal desse ano com ele. Remus entendia que a vida de Harry era uma correria. Ser líder não era fácil e a cada dia mais Remus via Harry agir como um Lord das Trevas, criando leis para seu beneficio e se misturando com os sangues-puros. Remus precisava conversar com Harry sobre sua nova postura e rápido. Alguém o estava influenciando e Remus já suspeitava de alguém.
Descobrir que Harry estava namorando Draco Malfoy foi um grande golpe, principalmente porque Remus acreditava que Harry terminaria casado com Ginny Weasley. Entretanto, Lupin sabia que essa era uma oportunidade de ouro para se aproximar de Severus que, ao contrário dele, o evitava de todas as formas.
Remus desceu as escadas, pronto para pedir a Monstro que fizesse para ele uma boa xícara de café, quando uma árvore enorme e brilhante, que não estava lá antes, chamou sua atenção. Isso, apesar de tudo, não foi o que mais o surpreendeu, mas o imenso embrulho com uma fic verde que não parava de se mexer e xingar.
Com as mãos trêmulas Lupin pegou o cartão que estava em cima do presente.
Caro Moony,
Draco e eu resolvemos fazer nossa festinha particular e desejo que você consiga fazer a sua. Mas, cuidado, eu acho que ele morde.
Com amor,
Harry James Potter.
- Severus? – Remus chamou incrédulo.
- Lupin? – alguém dentro da caixa perguntou. – Lupin, é você?
- Sou eu. – Remus respondeu chegando perto da caixa com cautela.
- O que está esperando? Já que você está aí, me solte! Preciso sair daqui! Preciso da minha varinha! Onde está minha varinha? Por Morgana, só conheço gente estúpida! Lupin, me tire daqui!
Remus tirou a tampa da caixa rapidamente e deu de cara com Severus, face a face.
- Err... Oi?
Quando Snape rosnou Remus soube que não seria nada fácil, mas as cordas mágicas ao redor do professor de poções enquanto ele estava desarmado com certeza o ajudariam a convencer Severus que Remus gostaria de ajudá-lo e talvez muito mais do que o professor imaginaria.
