Olá, olá! A minha primeira fanfic em português aqui neste site. x)
Esta fanfic já está completamente planeada na minha cabeça (tenho três capítulos, até agora), falta apenas o tempo e paciência para a levar para a frente.
Está escrita em português de Portugal, por isso, se alguém do Brasil a ler, pode achar algumas palavras um pouco estranhas, mas percebe-se bem!
Sendo a pessoa que sou, que adora escrever, era apenas natural que começasse uma fanfic de Death Note, o meu anime preferido. Focar-se-á no Ryuuzaki, quando ele ainda estava no orfanato. Fãs do Raito, peço desculpa, mas ele terá um papel mínimo nesta fic. XD Fãs do L, convido-vos a ler, porque acho que irão gostar. x)
Bem, sem mais rodeios... Aqui a têm!
Summary: Longos e monótonos dias preenchem a vida do pequeno Ryuuzaki. Quando numa tarde chuvosa, como habitual, vai observar a mais recente adição ao orfanato, sente que algo definitivamente mudou. Estava 100 certo disso. (non-AU)
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'Sinos Soando'
Capítulo I –Tourai–
(Chegada)
Ping... ping... ping...
Lentamente, algumas gotas de água começaram a tombar do meio celeste, pousando desordenadamente no jardim, molhando a relva verde. Imponente, o grandioso orfanato destacava-se no meio dela, oferecendo refúgio a todas as pequenas crianças que corriam na sua direcção, rindo-se apesar de se encontrarem encharcadas. As amas, essas mais sérias, chamavam todos para dentro, chamamentos esses que ecoavam por todo o lado.
Tão rápido como tinha começado, todo aquele frenesim morreu no momento em que fecharam a porta principal do edifício, encerrando lá dentro todos os órfãos, que se apressaram a ir mudar de roupa, trocando-a por outra mais seca. Do lado de fora, a chuva intensificava-se, formando cortinas pesadas de água que lavavam as árvores circundantes. Nuvens carregadas abafavam a luz do Sol, cobrindo o plúmbeo céu com cores melancólicas. Por vezes, era possível ouvir um trovão ribombando à distância, ecoando ritmadamente antes de se esvair por completo.
Por detrás da instituição era possível avistar-se, ao fundo, escondido num canto pacato, uma pequena elevação que formava um baixo morro relvado, onde um comprido banco de madeira proporcionava uma ampla vista a quem nele se sentasse. Naquele momento, o pouso não se encontrava desocupado.
Longos cabelos pretos encontravam-se à mercê da impiedosa chuva, completamente molhados, tombando sobre a face cansada de um franzino rapaz. O seu olhar negro recaía sobre o horizonte, parecendo algo absorto em pensamentos apenas seus que não desejava partilhar. A forma peculiar como colocava as curtas pernas para se sentar no largo banco denunciavam-no, quase como se gritasse que era diferente da norma. Parecia não se preocupar minimamente com a roupa saturadamente molhada que vestia, e não mostrava sinais de se ir embora tão cedo.
Os seus olhos pareceram ganhar vida novamente quando mudaram de alvo, fixando agora o parque de estacionamento logo atrás do orfanato. Observou as pequenas gotas de chuva aglomerarem-se por cima de alguns carros, e outras escorregando suavemente pelos vidros das janelas. No entanto, não se encontrava ao relento para apreciar os efeitos da fria chuva. As suas orbes negras pousaram no único lugar que se encontrava vazio: o que pertencia a Watari. Sabia perfeitamente bem que quando ele saía, isso significava apenas uma coisa.
Alguém novo chegaria naquela tarde chuvosa.
Moveu-se ligeiramente, ajeitando-se para ficar mais confortável. Passou as brancas mãos pelos cabelos, tirando algumas mechas que se haviam colado à sua face pelo caminho. Alguns minutos depois, resolveu levantar-se, colocando as suas mãos geladas nos bolsos das suas calças desgastadas.
Era já um hábito seu fazer aquilo. Sempre que notava que Watari não se encontrava presente, fugia até ali para ver a mais recente chegada. Havia presenciado a entrada de todos que tinham ido para ali morar depois de si. Lembrava-se vividamente dos olhares assustados deles, ainda não habituados à ideia de que iriam ter uma nova casa e que nela os seus pais não estariam presentes, pois eles nunca poderiam presenciar aquele novo mundo quando se encontravam no outro.
Começou a bater a sua mão ritmadamente dentro do seu bolso, já algo impaciente com tanta espera. Respirou fundo, suspirando logo depois, soltando uma alva nuvem de vapor quando o fez. Mirou-a por algum tempo, quase que entortando os seus negros olhos no processo. Fê-los voltar ao normal rapidamente quando ouviu o som de pneus, provocado pela entrada de um carro no orfanato. Tossiu ligeiramente enquanto o via estacionar habilmente, parando por completo pouco depois.
Watari saiu do lugar do condutor, não sem antes abrir um grande guarda-chuva azulino para se proteger dos pequenos fios celestes, e fechou calmamente a porta. Deslocou-se até à parte de trás do carro e pousou a sua mão no puxador. Abriu a porta.
Naquele preciso instante, os sinos da capela começaram a dobrar.
O magro rapaz levantou o olhar reflexamente, mirando o redondo relógio que se encontrava no edifício vizinho. Os seus ponteiros perfaziam um ângulo obtuso, indicando as quatro horas da tarde.
Aquele relance durou menos de um segundo. Tornou a fitar Watari, já inclinado para dentro do carro, chamando o novo habitante daquele orfanato. Voltou à sua posição normal, mas desta vez trazia uma criança ao colo. Fechou a porta.
Mais um bater de sinos.
Contornou o veículo, tornando-se então visível do pequeno monte. A criança que segurava era uma muito jovem rapariga, cujos cabelos ruivos recaíam sobre a sua face pálida, criando um agradável contraste. Um vestido branco simples ornava aquele corpo, encontrando-se seco graças à protecção do guarda-chuva. Parecia estar rodeada de sonhos, algo visível pelas suas pálpebras fechadas. Envolvida no seu abraço, composto por carinhosas mãos, estava uma cerúlea almofada em forma de flor, que completava perfeitamente aquele quadro de inocência.
Duas amas apareceram pela porta traseira, correndo atabalhoadamente até Watari com o intuito de o ajudar, ajuda essa que foi recusada prontamente. Caminharam num passo apressado de volta para dentro do cheio orfanato. Fecharam a porta.
Novamente, os sinos soaram.
Havia permanecido imóvel todo aquele tempo, contemplando apenas o espectáculo em frente a si, ignorando até o desconforto da chuva gelada. O seu olhar ainda estava preso à porta das traseiras do orfanato, que ele sabia que davam directamente à cozinha, logo pegada à sala onde diariamente tomavam as suas refeições. Dali a alguns instantes, quase de certeza, a menina estaria desperta, pronta a comer algo quente.
Os seus pensamentos foram interrompidos por um violento abrir de uma janela do andar superior do seu lar actual, por onde uma ama o avistou quase instantaneamente.
- Ryuuzaki-kun! Entra já! – gritou logo a seguir, fechando a grande janela com força.
E o último bater de sinos soou.
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Aqui têm o primeiro capítulo. Espero que tenham gostado e deixem uma review. Elas deixam-me feliz. x)
